O Humano - Epífane

By MikaEagon

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2° Volume de O Humano. Após os acontecimentos no Templo Estelar, Matteo desperta de seu sono eterno em um mun... More

Renascido
Em busca da Admissão...
Aprovados?
Meu desígnio
Hello pessoal!
Até breve
Asas do passado
Entre "Tremores" e Amores
Irmãos e Irmãs
Os Dois lados da moeda I
Os Dois lados da moeda II
Uma noite
Declaração de Guerra
Votos
A força de suas palavras
Queridos amores
Áspide - A proteção da vida
A Matriz
Epífane - A promessa perpetuada do patriarca

O Rei dos escravos

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By MikaEagon

As minhas asas cortam o ar violentamente. O caminho até a pequena vila dos Mernins foi tranquilo mantendo-me sobre as nuvens e evitando que qualquer indivíduo me visse no alto.

Lembro-me das imagens que o pequeno mernin me mostrou, e consigo entender onde sua vila fica exatamente. Entre o reino Humano e um pequeno reinado, de um humano, que se negou a seguir os comandos de Elliot.

As lembranças do mernin eram vívidas e possuíam toda a informação sobre a situação atual do reino humano.

Elliot está tentando criar uma relação amigável com o reino de Hugus. Mas o custo disso estava sendo alto demais.

Forço meu enorme corpo a descer pelas nuvens, retraindo minhas asas até estarem unidas ao meu tronco.

A imagem da vila e dos inúmeros soldados de Hugus no local não me intimida e logo giro meu corpo e volto a minha forma humana caindo brutalmente no chão.

Os soldados ficam confusos e se preparam para atacar qualquer coisa que saísse da nuvem de terra.

Meus olhos encontram os dos soldados que permanecem me encarando e esperando qualquer atitude.

— Este é um território do Reino de Fallus. Sob a ordem do Rei Hugus, peço que se retire.

Um soldado se pronuncia e eu apenas volto meu olhar para os Mernins que haviam parado o trabalho pesado para observar a cena.

— Eu darei tempo para que saiam tranquilamente daqui. Retirem suas armas e soltem as correntes dos Mernins.

Alguns soldados gargalham.

— Acha mesmo que pode forçar o nosso reino de largar os escravos? Eu conheço pessoas como você, que acham que não devemos utilizar o que conquistamos.

— Você fala como se os Mernins fossem objetos. Como se tivesse o direito de agir dessa forma.

— E temos. Somos mais fortes e eles são vermes que não sabem nem mesmo a diferença entre merda e comida.

— É interessante a sua forma de pensar. Já que vocês são mais fortes que eles, e possuem o direito de fazer o que quiser com eles, acho que então eu posso fazer o que quiser com vocês.

Sorrio e encaro os soldados. Meus olhos começam a arder, sentindo as veias tomarem conta do meu rosto.

Assustados os soldados miram em meu peito, porém era algo inútil.

Caminho em direção a um soldado enquanto ele observa as armas que seu batalhão possuía se desfazer como terra em suas mãos.

Fico diante de seu olhar surpreso.

— Sugiro que saiam logo daqui, antes que eu perca a paciência.

Os soldados ficam parados mesmo diante de minha ameaça.

Fecho meus olhos controlando a ira que crescia.

— Muito bem. Se é assim que querem.

As máquinas que os soldados usavam como fronte nas batalhas começam a direcionar seus canos e suas notas em minhas direção.

O primeiro disparo percorre o ar e corta uma árvore ao meio antes de alcançar meu corpo. A densa bola de energia estagna na palma de minha mão. Confesso que esse tipo de atenção era desnecessária neste momento. Mas esses idiotas só irão sair daqui se ficarem com temor ao ver o meu poder.

Absorvo a energia e conto, ao girar meu corpo no ar, a quantidade dos veículos espalhados entre as árvores.

Em um movimento de braço os veículos começam a se desfazer. A poeira de ferro de seus chacis rodopiam ao meu redor.

Volto meu olhar para os soldados que já davam passos para trás, assustados com a derrota.

Transformo a poeira em estacas de metal e disparo em direção aos soldados que correm desesperados pela vida. Eu não iria matá-los, só queria tirar as bundas moles deles da vila dos Mernins.

Quando o último soldado some em meio a floresta, permito meus pés encostarem no chão. Meus olhos voltam ao normal e encaro os Mernins que em dúvida me analisavam.

Seus olhos procuram algum sinal de ameaça.

Em um leve mover de dedos, faço as correntes caírem de seus pulsos e tornozelos.

— Estão livres novamente. Não deixarei que mais ninguém os oprima. Descansem. Há comida por aqui?

— S-sim, senhor. — Um mernin novo responde.

— Ótimo. Descansem e comam. Não se preocupem.

Começo a sair, mas uma garotinha chama minha atenção.

— Então não somos mais escravos? — Percebo seus olhos esperançosos e chorosos.

Agacho-me a sua frente.

— Não, não são. — Sorrio para ela que começa a chorar.

Abraço a pequena Mernin e vejo os outros Mernins chorar e agradecer.

***

Ando pelo local, onde havia casas destruídas, buracos devido às escavações nas ruas, a destruição que os humanos fizeram.

Pelo que me informaram, o motivo da escravização era um material poderoso para confeccionar armas para a tecnologia humana, que era abundante abaixo da vila Mernin.

Hugus, por ter um reino novo, não tinha os mesmos recursos que Elliot e seu reino possuíam, mas mesmo assim, antes de ter a trégua entre os reinos, Hugus e seu pequeno exército davam uma boa dor de cabeça para Elliot.

Encaro as crianças, que há duas horas antes carregavam bolsas de pedras nas costas, e que agora brincavam. Corriam uma atrás da outra rindo.

Uma paz se estabeleceu no local, a mesma paz presente nas recordações do pequeno mernin queimado.

"Matteo"

Ouço um sussurro ao meu lado esquerdo.

"Matteo"

Encaro o caminho estreito no meio do mato, árvores e arbustos transformam o trajeto obscuro e sinistro.

— Não podiam me chamar para um lugar mais alegre? — Murmuro e começo a entrar na mata.

Os sussurros continuam pelo caminho, conforme eu entrava, mais as copas da floresta fica densa. Os raios solares criam feixes de luz no interior, e um feixe maior chama me atenção. Pois ele iluminava algo que definitivamente fez meu coração falhar.

O enorme monumento erguia-se na altura das árvores. Me aproximo lentamente confuso.

Aquilo não podia estar ali, não mesmo.

Perto o bastante, toco na superfície fria e começo a pensar nas inúmeras possibilidades.

Como o Monumento dos Mortos da Segunda Guerra veio parar em um lugar desse? Isso é impossível.

Lugar desconhecido

Mestre... — As vozes ecoam no lugar úmido. Uma caverna escura, onde só conseguia-se ouvir o gotejamento da água que brotava do teto e os leves resmungos de irritação de criaturas desconhecidas.

Meeeestre...

As sombras tremeluzem após os chamados.

Duas orbes escarlates surgem na escuridão.

Nosso mestre despertou...

As risadas maníacas e inumanas consomem o silêncio da escuridão.


***

Pessoal queria agradecer ao apoio de vocês.
Eu vou ir postando, não estarei corrigindo o texto. Irei escrever e postar. Futuramente, quando e se eu pensar em reescrever eu corrijo. Agradeço se puderem ver erros grotescos, me ajudará a melhorar. Enfim, breve postarei mais.

Beijos!

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