ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ�...

By Olly_Riddle

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- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas. Eu sempre acreditei que tinha um momento... More

Novo personagens
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04 ( natal )
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo bonus
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capitulo 16 ( alternado )
Capítulo 17
Capitulo 18 ( part 1 )
capítulo 18 parte 2
Capitulo 19 ( 5° ano )
Capítulo 20
capítulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
capítulo 24
capitulo 26
Capítulo 27
Capitulo 28
Capítulo 29
capitulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
novidade, babys.
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 41 ( ponto de vista S.S )
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capitulo 46
Desafio
Escolham
Capítulo 46 ( Severo Snape)
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capitulo 50
Capítulo 51
bônus ( Como Miracle "cancelou" seu casamento. )
Capítulo 52
Capitulos 53 ( part 1 )
Capítulo 53 ( part 2 )
Capítulo 54 ( Natal )
Capítulo 55
"Capítulo de ligação"
Capítulo 56 *
Capítulo 57
Capitulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61 ( part 1 )
Capítulo 61 ( part 2 )
Capitulo 61 ( part 3 )
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Desafio
Capítulo 67
Vocês querem?
Capitulo 68
Capítulo 69
aviso
Sínopse Livro 2
aviso

Capítulo 25

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By Olly_Riddle

Os alunos estavam eufóricos, era vespera de Halloween em Hogwarts e amanhã haveria uma festa. Todos só falavam disso, talvez porque era um dos únicos eventos da escola e um dos mais divertidos.

Eu iria esse ano, não fui no ano passado, mas acho que não ne faria mal um pouco de diversão.

Ja fazia quase dois meses que eu tinha me afastado de Severo, as coisas pareciam ter voltado ao normal grande parte do tempo, mas eu ainda pensava nele com frequência, principalmente quando estava sozinha ou antes de dormir, também não conseguia não observa-lo de longe algumas vezes, é que ele parecia tão sozinho. A saudade dele doía, mais eu me obriguei a ficar longe, achei que ja estava na hira de fazer algo por mim.

Eu podia tentar ignorar de todas as formas possíveis, mais eu não estava superando, longe disso. Parecia que agora faltava algo em mim, mesmo quando eu estava feliz. Conseguia esquecer por um tempo quando estava conversando, passeando, estudando ou comendo qualquer porcaria, o que eu fazia com frequência agora. Estava sempre comendo alguma coisa, tinha voltado a correr para equilibrar a balança, só que de tarde, para não cruzar com Snape _mesmo que parte de mim quisesse isso._ minha mãe dizia que peito e bunda era gordura, acho que ela estava certa, eu tinha ganhado umas curvas junto a uns quilinhos, estava lutando para essas curvas não chegarem na barriga.

— Você vai passar o dia todo costurando essas penas? — perguntou Edith saindo do banheiro.

Ri.

— Alguem tem que costurar. — falei passando a linha branca pelo tecido do vestido calmamente, não faltava muito e eu tinha tempo.

— Você vai de que mesmo? — perguntou.

— Cisne. — era facil fazer a fantasia, eu tinha um monte de vestidos brancos, peguei um que eu usava menos, em Hogsmead estavam vendendo todo o tipo de coisas para o Halloween  a quatro dias quando fomos visitar. Achei uma mascara muito linda com penas em um mostruário, foi dai que tive a idéia, estavam vendendo penas no mesmo lugar, em pacotes e de todos os tamanhos e cores, a logista me disse que eram muito usadas em travessuras.

Comprei tanto a mascara quanto as penas, sabia que a máscara ficaria perfeita com a sapatilha que comprei pro natal. 

Afinal a parte mais legal do dia das bruxas eram as fantasias, e eu tinha certeza que ficaria perfeito.

Não importava que eles nunca tivessem ouvido falar do patinho feio ou do lago dos cisnes, se perguntassem eles apenas pensariam no animal quando eu respondesse. E era normal ter alunos vestidos de animal, Miracle foi com uma máscara e orelhas de gato dois anos seguidos.

— E você?

— Medibruxa.— respondeu se sentando na cama. — Soube que o MacLean te convidou. O que você disse?

— Não vejo muito sentido em convidar alguem pra uma festa que não precisa de par e que todo mundo vai. — falei distraida passando a agulha pelo tecido uma e então duas vezes prendendo a pena a roupa, era quase terapêutico, eu devia costurar mais vezes.

— Então foi um não? — ouvi ela perguntar.

Mas do que que ela estava falando mesmo?

— O que? — perguntei confusa.

— Você aceitou o convite do MacLean? — perguntou ela novamente.

Ah, isso.

— Não foi bem um convite, ele só perguntou se podiamos dançar. Eu disse que podiamos.— falei voltando a prestar atenção no meu vestido.

— Você sabe que ele tá caidinho por você. — comentou ela com aquela insinuação na voz.

Suspirei e coloquei o vestido junto as penas e a agulha de lado, eu terminaria mais tarde, quando estivesse sozinha ou quando Edith pudesse conversar com uma das meninas.

— Eu sei, Edith. Eu sei. — falei, sabia que ela não deixaria a conversa parar por ai.

Ela e as meninas vinham tentando me empurrar para o Lufano a um tempo para me fazer esquecer Snape, nenhuma delas entendeu que eu não usaria ninguém para isso, era injusto tanto para MacLean quanto para mim, se eu tivesse que ficar com alguem não seria para esquecer outra pessoa, seria porque gosto muito mesmo dela. Eu tinha tentado passar um tempo com MacLean pra ver se eu sentia algo, qualquer coisa, mesmo uma faísca microscópica que fosse. E nada, nadinha mesmo, no fim eu só fiquei pensando que diabos eu estava fazendo  e que o garoto era mais o tipo da Ludmilla, não que eu fosse dizer isso para ela, elas estavam me "treinando" para não ser tão aberta e dizer tudo o que penso. Acho que estavam fazendo isso para que eu não me machucasse no futuro, eu achava chato e frustrante ter que ficar me policiando com elas- alem de que eu tinha certeza que isso nos afastava, alem de que todas estavam agindo como se eu tivesse seis anos a maior parte do tempo.

Fiquei muito grata, por mais horrivel que pareça, por poder voltar a falar com Régulos e os meninos, ja que eles tinham se afastado de Severo._ isso me deixou mal mas logo ficou claro que eu não podia fazer nada, só Severo podia remediar aquilo. _ os meninos não eram nem de perto tão protetores quanto as meninas e isso era um alívio, eu precisava conversar com pessoas que não me tratassem como um bebê ou tentassem decidir sempre o que era melhor para mim, eu as adorava, entendia porque me protegiam, mais depois de Severo elas quase me sufocaram em seus cuidados, e não a nada mais ruim do que se sentir uma inválida inútil, elas tambem ignoravam se eu apontava isso. Parecia que não entendiam que me enfiar doces e me empurrar para garotos não resolvia tudo, e que andarem comigo para todos os lugares podia ser um incômodo em determinados momentos. As vezes era divertido e me distraia porque eram minhas amigas e eu as adorava, me faziam não pensar, mas não tem como não ter um tipo de overdose se você tem muito de algo,  é impossível. Então eu tinha começado a fingir que não me importava mais com essa constância, que estava progredindo em esquecer Severo e que estava mais animada e leve do que realmente estava, pensei que assim elas soltariam aos poucos as amarras, e isso de fato acontecia, mas a passos de lesma. Os meninos vinham me ajudando nisso, vendo que eles eram meus amigos tambem e não as deixavam confortáveis, acho que eu nem conseguiria andar com eles se Aurora_ a única garota que parecia me entender_ não batesse o pé sobre a questão, e também tinha Regulos e Richard que podiam ser muito persoasivos se quisessem.

Jade era a "mãe urso" que mais pegava no meu pé, mas vinha ficando mais destraida com a queda não assumida por Lupin, seu novo amigo. Eu já estava tão irritada com a situação que decidi dar a ela uma pouco do próprio remédio e docemente falei que jamais perdoaria Remos por nunca ter impedido seus amigos de humilharem Snape e que ficaria muito chateada se eu tivesse que lidar com a presença dele perto de mim. Assim eu conseguia que ela se afastasse de mim a contragosto, já que ela não podia falar com Remos perto de mim e as outras meninas concordavam comigo. Merlim, parecia que elas acreditavam que eu ia me desmanchar em lagrimas se elas não concordassem comigo, isso foi o que me chateou de verdade.

Eu me sentia muito culpada tambem, porque eu sentia que estava sendo ingrata. Mas eu me sentia sufocada ao ponto de preferir a solidão da casa da minha avó, estava ficando cada vez mais difícil fingir.

— E o que você acha do MacLean? — sondou.

— Ele é legal. — falei. Eu podia dizer que não estava interessada, eu já tinha falado uma vez. No entanto elas me olharam com paciência e disseram delicadamente que eu não estava tentando, mesmo não usando essas palavras.

— Só legal? Você não acha ele bonito?— Tentou ela.

— Ele é bonito. — falei porque era verdade, infelizmente para ela, para mim beleza era o de mesmos. Ja gostei de garotos bonitos que eram canalhas galinhas e crués, percebi que beleza não era tudo quando eu esperava mais do que beijos.

Senti vontade de rir da minha desgraça quando pensei na situação como um todo.

Ironicamente, esse era o problema com o Lufano, o destino podia ter um humor brutal porque esse era um dos raros momentos que eu queria beijos de algum garoto frívolo e bonito que não daria a mínima para mim mais tarde e nem se importaria se eu não estivesse pensando nele quando acontecesse, porque eu não estaria. E MacLean não era esse tipo de garoto, nem de longe.

O que eu estava me tornando? _ pensei pragmática.

Peguei o vestido e a linha devolta encerrando o assunto sem cerimônia dizendo apenas que eu precisava terminar e para isso eu precisava de concentração para ficar bom. Fui um pouco grossa, mas ultimamente era o unico jeito de ser ouvida, queria que não precisasse ser assim mas eu ja tinha tentado de tudo.

Tentei não comer muito no jantar, minhas roupas estavam ficando um pouco apertadas e eu não tinha ido correr hoje.

Quando saí do salão Jade já estava a poucos passos atras de mim, reclamando que eu andava muito rapido.

Merlim teve misericórdia de mim pois no momento em que ela me alcançou Régulos apareceu, bem, ele não apareceu, ja estava encostado no pilar mais a frente, ele só se fez notar falando o meu nome em alto e bom som, olhei para trás e vi que alguns alunos que saiam do salão tambem ouviram. Jade ficou retraida na mesma hora, ela e Régulos não se bicavam.

Ele falou que estava me esperando para passearmos assim que me aproximei com Jade, deixando claro que ela não era bem vinda, eu senti vontade de defende-la, mais eu precisava de ar, repirar sem alguem parecer estar contando minhas respirações, então só fiquei calada e peguei imediatamente o braço que ele estendeu para mim dizendo um boa noite para jade por cima do ombro enquanto ja nos afastavamos, ela nos seguiu por alguns corredores mais conseguimos despista-la quando ao virarmos em um corredor começamos a correr.

Quando paramos de correr Régulos ria como um louco.

— Ceus, parece um pitbull. — falou se recostando na parede de pedra fria assim como eu.

Tentei retrucar mais me faltava certa quantidade de fôlego e ele já sabia o que eu ia dizer de tanto que eu repetia.

— Ja sei, ja sei. Ela não faz por mal. — escorregou na parede e se sentou no chão, estavamos na passagem para o corredor aberto que conectava o castelo a uma saida do outro do precipício de pedras.

Me sentei tambem e ficamos só olhando para a noite pelo corredor aberto, eu precisava disso, um pouco de silêncio. Depois nós conversariamos sobre nada em específico, era a outra coisa que eu precisava.

As vezes era ele quem vinha me resgatar, as vezes era Anna e Avery, as vezes só Anna. Apesar do que podia parecer eu não era muito íntima de Mulciber ou Richard. Nossas maiores confraternizações eram em conjunto com os demais.

Mulciber era intimidante e o que algumas meninas grifanas falavam dele me dava calafrios as vezes, ja Richard era mais reservado, tambem parecia brigar em pé de igualdade com Régulos pelo posto de garoto mais bonito do grupo, consequentemente estava sempre ocupado com uma de suas "amigas", então eu não o via tanto.

— Você está bem? — perguntou ele.

— Sinceramente? — olhei para ele.

Ele anuiu.

— Acho que to esgotada mentalmente e sentimentalmente. — falei. 

Ele concordou como se ja imaginasse.

— Eu entendo. — provavelmente entendia mesmo, ele não falava muito do assunto familia, mais não parecia que eram as melhores pessoas. — Ja pensou em alguma solução?

Neguei.

— Não vejo isso acabando tão cedo. — abracei meus joelhos.

— tentou falar com suas amigas de novo sobre isso?

— Tentei, mais parece que só piora. Se eu acho diferente do que agiria antes elas acham que eu vou entrar em depressão ou algo assim. Se falo que elas estão me sufocando elas tentam fazer parecer que estão me dando espaço, mais não é de verdade, elas ainda querem saber o que eu estou fazendo.

— Não sei mas acho que sou grato por meus amigos serem um bando de idiotas que só olham pro seu próprio nariz. — falou com um sorriso.

Ri.

— acho que não seria mal. — concordei.

Fui para o dormitório minutos antes do toque de recolher, elas estavam me esperando, Jade nem se deu ao trabalho de fingir dormir como nas outras vezes.

Passei direto para o banheiro, tomei um banho e fui para a cama me cobrindo toda com um lençol.

Na manhã seguinte acordei cedo e sai de fininho do dormitório para não acordar ninguem, fui devolver um livro na biblioteca antes de ir ao salão para o café da manhã, aproveitando que não teria ninguem lá tão cedo.

Quando estava indo para o salão acabei ficando bem atrás de Snape e Evans assim que virei no corredor, eles não me viram, iam para o salão tambem. Ela estava segurando o braço dele e pareciam conversar sobre algo. Estanquei no lugar e senti como se tivesse levado um soco no estômago. Fiquei lá, olhando eles dois se afastarem e entrarem no salão mais a frente.

Subitamente erdi qualquer rastro de fome, mas ainda não conseguia me mexer.

— Amélia, você tá bem? — surpresa mais sem animo nenhum para esboçar qualquer reação apenas olhei para Aurora ao meu lado, que havia tocado meu braço.

Não consegui sorrir nem sabia se ela tinha visto tudo, mais não importava.

Dei de ombro e sussurrei.

só estou enjoada. — me virei e fui embora, só isso.

Só porque eu tinha conseguido para chorar por ele depois de fazer isso constantemente, não queria dizer que eu não sentia nada vendo isso, não, só queria dizer que eu tinha aprendido a guardar mais uma, das minhas muitas tristezas, só para mim.

Acabei indo correr do jeito que eu estava, com meu vestido e sandália, eu só precisava extravasar, só isso, e eu não podia fazer isso lá dentro. Acabei não ficando no lago ou na base da floresta, eu adentrei nela sem pensar duas vezes e comecei a correr.

Não queria que ninguem me visse assim. Só corri e corri e corri, minha sandália arrebatou mais eu nem sei dizer em que momento isso aconteceu, quando eu ja estava exausta e longe da entrada eu gritei com força, o mais alto que eu pude. Não só pela cena que eu tinha visto, era alem disso, era tudo nesses dias, tudo nesse ano, tudo nos anteriores, era tudo oque eu vinha guardando, toda a frustração, toda a tristeza, toda a raiva, toda a dor, toda a pressão, tudo.

Antes eu podia ignorar tudo o que eu passava fora daquela escola, eu podia respirar livremente, ser eu mesma, não ser sempre julgada, não ter olhos em mim o tempo todo, não ser criticada o tempo todo. Podia conversar sobre tudo, sentia a vontade sincera de rir. Mais agora eu só me sentia trancada em uma jaula diferente da mansão, com varias pessoas me dizendo o que fazer, esperando que eu aja como elas querem, que continue sorrindo mesmo estando triste, que eu finja estar tudo bem quando não estar. Que parecem prefirir que eu minta só porque a verdade não é fácil ou bem vinda.

Não era amar Severo que estava me destruindo, por mais que por isso as coisas começaram a ficar difíceis. Mais não, não era isso. Era ser tão amada pelas minhas amigas a ponto de ser sufocada, ignorada e super protegida, tratada com um boneca sem sentimentos, era ter que ouvir como eu deveria me sentir, como eu deveria agir, com quem eu deveria andar. Era eu me sentir obrigada a ser a versão de mim que elas queriam que eu fosse, era entender que elas não estavam prontas pra ver que eu não era perfeita, que eu não era feliz o tempo todo. Era não poder mais me sentir bem ali.

Acho que ver Severo com Lilian e desejar amargamente estar no lugar dela ou nunca te-lo conhecido, foi a gota que faltava para transbordar um como já cheio.

Por isso agora eu gritava, eu só queria me esvaziar de alguma forma, e gritar era mais satisfatório e menos humilhante que chorar.

Só parei quando me senti oca, então dei meia volta e segui em linha reta para fora dali, nem me permiti pensar que qualquer coisa poderia ter me ouvido ali, que havia coisas naquela floresta que podiam me matar, eu não estava nem ai, era tão bom estar finalmente vazia, mesmo que só por um tempo. Me concentrei nos meus pés doendo e com feridas abertas, me senti melhor sentindo apenas isso.

Não menti quando disse a Regulos que eu estava esgotada mental e emocionalmente, era bom que o que meu corpo sentia aplacasse todo o resto.

Estava tonta quando cheguei a enfemaria no início da tarde, nem lembro o que eu disse, só sei que sai de lá com os meus pés novinhos em folha e depois de ter comido uma bandeja cheia de comida, ela falou que a tontura era porque eu tinha comido pouco no café, não contei que não comi nada antes daquela bandeja.

As meninas pareciam prestes a entrar em pânico quando entrei no salão, foram falando todas juntas até o quarto mais eu só entrei, passei pro banheiro e fechei a porta na cara delas e tranquei. Era a primeira vezes em um mês que eu não fingi nada, nem para ser educada.

Tomei um longo banho enquanto elas esmurravam a porta, elas cansaram em algum momento, isso ou foram chamar a diretora da casa para abrir a porta com medo de que eu me suicidasse ou algo igualmente ridiculo.

A segunda opção estava certa, a professora de Herbologia abriu a porta e enntrou com todas elas.

Eu desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, sai do box.

A professora perguntou preocupada se eu estava bem.

Falei que estava melhor que a muitos dias, e disse que elas_ minhas amigas_ eram loucas e controladoras e pedi desculpa pelo incômodo que elas tinham causado.

Elas me encararam chocadas e pálidas como se eu fosse uma assombração ou estivesse possuída. A professora olhou de minhas amigas para mim _ eu sabia qual de nós parecia mais inocente. Isso ao menos se mostrava útil _  ela disse para as outras pararem de me incomodar porque isso era ridículo, eu falei que estava com sono, o que eu estava mesmo, e ela me disse para ir dormir que ela ia conversar com as meninas lá fora.

Assim eu o fiz, coloquei um vestido, deitei na cama e dormi imediatamente.

Acordei revigorada, nem liguei que todas as maninas estavam sentadas em suas camas esperando eu acordar.

Elas ficaram em silêncio e eu não falei com elas, olhei as horas e a festa começaria em duas horas. Eu tinha que me arrumar.

Nem sei dizer como mais meu humor tinha mudado da água para o vinho, eu me sentia muito leve e queria sorrir, na verdade eu estava sorrindo, me dei conta, não estava fingindo ou encenando, só estava sorrindo mesmo.

Quando peguei minha fantasia do cabide e Jade quebrou o silêncio.

— Vai agir como se nada tivesse acontecido?!

Olhei para ela erguendo uma sobrancelha.

— Ah, agora você quer me ouvir. — fingi estar pensativa. — É uma pena, agora eu não quero falar.

Ela me olhou como se eu tivesse perdido a noção. Mas eu ja estava farta daquela situação, se esse era o jeito de faze-las cair na real ou se era só eu "vomitando" o que estava entalado, não sei.

— Temos que conversar..— começou em tom firme.

Falei por cima dela em um tom mais firme ainda.

— Não, não temos. Tinhamos que conversar antes, mais vocês não queriam conversar, só falar sobre mim na minha frente e ignorar minhas opiniões. Então, não temos que conversar. Não agora. —  tirei meu vestido do cabide e abri o ziber dele.

Ela se calou. Ludmilla parecia assustada.

— O .. o que quer dizer? — perguntou Edith inquieta.

— Quero dizer, que quando eu quiser conversar eu informo. — gente, isso é tão bom.  —  que vocês não tem autoridade sobre mim, que a vida é minha e que se eu quiser a opinião de vocês, eu peço.

Então me virei de costas, um peso saido dos meus ombros e assim eu comecei a me arrumar, elas só se moveram quando eu ja estava toda vestida e me maquiando, nem jade nem Edith falaram nada o tempo que estive no quarto, mas Milla se aproximou e perguntou baixo e temerosa se podia trançar meu cabelo, eu concordei e agradeci, ela terminou e colocou a trança em volta da minha cabeça e prendeu com grampos, eu gostei muito e pedi que ela colocasse algumas penas na parte de trás do meu cabelo, ao fim coloquei minha máscara. Só então ela foi se arrumar.

Jade pintava uma caveira em seu rosto, seu cabelo tinha varias rosas vermelhas, caveira mexicana. Edith estava de Medibruxa, a roupa branca padrão e o rabo de cavalo. Sabia que Ludmila iria de camponesa, mas não fiquei para ver ela se arrumar, apenas calcei a sapatilha e sai, faltavam meia hora para o jantar e a festa começaria logo depois, então eu ficaria vagando pelo colégio, os alunos costumavam fazer uma brincadeira chamada salas de travessura, basicamente consistia em fazer pegadinhas em salas diferentes e colocar muitos doces em apenas duas delas, era um tipo de caça ao tesouro, mais era mais por diversão que os alunos entravam nelas, ja que na festa haveria doces e gostosuras de sobra.

Fui andando e observando as fantasias que passavam por mim, algumas eram simples, outras eram tão criativas, sério, tinham umas que nem dava para reconhecer quem estava usando.

Achei Anna não muito depois, foi facil, ela não usava máscaras apenas um vestido de noiva, lindo aliás, decote v, junto em cetim branco e fendas laterais, na cabeça um mini véu. Estava  com uma amiga vestida de vampira.

— uau. — soltei.

Ela parou e me olhou avaliativamente e então pareceu me reconhecer.

— Amy? É você?

— Sim. To muito diferente? — dei uma voltinha.

— Você tá incrível. — elogiou.

— Obrigada, você tambem. — agradeci.

— ah. Essa é a Penélope Parkinson.  — falou da garota loira ao seu lado. — Penélope essa é a Amélia Blackwood.

— é bom conhecer você. — falei.

— Igualmente. — ela sorriu.

— Ei, vem com a gente. Vamos encontrar os meninos pro jantar, ai você senta com agente.  — ofereceu An animada.

Como as mesas pro jantar eram grandes e redondas, distribuidas por todo o salão sem casa definida, como todos os anos, as casas podiam se misturar.

Aceitei de bom grado e fui com elas para o salão.

Carlp encontrou Avery dentro do salão, este estava incrivel, com luzes, morcegos de mentira voando, árvores e cortinas por toda parte, tinha uma nevoa baixa pelo chão, tinha muita gente mais não dava pra ter uma vista aberta de tudo, nem sei como Anna encontrou o namorado naquele meio, eu não o teria visto se ele e An não estivessem acenando um para o outro, ele estava com o rosto pintado e roupas de Quadribol, acho que era o time da Bulgária mas não sei quase nada de Quadribol e posso estar muito errada.

Fui andando com elas e puxamos uma cadeira cada uma, a mesa tinha mais quatro pessoas e estava com cinco acentos vazios fora aos que as meninas e eu ocupamos. An ao lado do namorado, eu ao lado de Régulos_ estava sem máscara, esta pendurada em seu pescoço _ de frente para Miracle_ com seu cabelo vermelho inconfundível e por último, Mulciber, essa foi fácil ja que só faltava ele. 

— Então você é um cisne.— falou Miracle. — trágico, apostei que seria uma fada.

— Amélia? — perguntou Mulciber me olhando estranho.

— Eu. — Falei começando a me servir pois a mesa acabara de se encher de comida e o cheiro estava maravilhoso, Merlin sabe que preciso de uma refeição decente.

— Você está linda. — elogiou Black enquanto pegava o dinheiro de Richard.

— É. Pera.. você apostou que eu seria um cisne?

Ele riu.

— Não, só que você não seria tão óbvia com a coisa de fada. — disse.

— Ah. — olhei para as roupas deles. Pareciam normais, talvez um pouco antiquadas. — e oque vocês são?


— Nobres ingleses. — disse Richard piscando.

— Serio? E qual é o seu titulo? — perguntei curiosa.

— Titulo? — Perguntou An baixo para Avery.

Mas Miracle ja estava respondendo.

— Sou um mero Marques, Sexy porem falido. — gracejou.

Mulciber revirou os olhos e Regulos quase entalou com o suco. Ri.

— E como você faliu? — continuei a brincadeira.

— Ah, foi o meu amor inveterado por bordéis. — disse malicioso olhando para Penelope de rabo de olho, a voz denotando divertimento.

Ri porque a garota confiante a poucos minutos corou até parecer uma pimenta.

— Wow, vamos parar por aqui. Richard seu degenerado, comportesse. — ralhou Avery estreitando-le os olhos.

— Estou comportado. — disse recostando-se em sua cadeira com um rosto quase inocente. — se eu resolvesse flertar você saberia.

Avery vez careta resmungando um pelo amor de Deus, antes de levar a taça de ponche a boca.

Philipa chegou pouco depois junto a mais duas garotas.

Vi Snape_ venho tentando não usar o primeiro nome. _ de relance, não usava fantasia, estava normal. Imaginei, como Regulos me disse que ele nunca ia a festa, ainda assim senti uma pontada de decepção. Empurrei essa decepção goela abaixo junto ao ponche e a comida. Depois que perdi ele de vista não o vi mais o resto da noite.

Quando o relogio bateu oito horas, as mesas sumiram e a "neblina" aumentou, as luzes normais apagaram e no lugar dela luzes florescentes surgirão. Instrumentos enfeitiçados começaram a tocar uma musica animada.

Todos começaram a dançar, eu comecei  com Philipa, An e os outros, mais logo eles foram sumindo e se misturando aos outros alunos a nossa volta, logo não dava para definir direito quem era quem, só eram corpos se mexendo na batida. Eu adorava dançar, então só dancei, parecia que os simples passos, rodopios e pulos limpavam a alma de fora para dentro.

Não sei quanto tempo se passou antes de eu ter sede e me aproximar de uma das messas pequenas que restaram no fim do salão para arrumar algo.

Tambem não sei como MacLean me reconheceu, embora olhando para a direção de onde ele vinha, podia chutar que fora Edth quem me apontara para ele. Pensei se devia sair e fingir que não o vi, mais o garoto não tinha culpa de nada e não seria justo.

Então conversei com ele quando se aproximou e aceitei quando me chamou para dançar, ja tinha dito que sim antes de qualquer forma.

Foi estranho no inicio mais logo a musica me soltou e eu voltei a me divertir, ele tambem parecia estar se divertindo. Até que eu tropecei para a frente quando alguem passou por trás de mim, e quando eu fiquei perto dele, ele se abaixou, e me beijou. Demorei instantes para reagir, então me afastei e vi nos olhos dele que o gesto o chateara, foi assim que eu soube que acertei ao me afastar. Ele sentia algo por mim, e eu não sentia por ele, e eu jamais conseguiria usar alguem, ao menos alguem que não quisesse ser usado.

— desculpa. — e disse. E então fugi pelo meio das pessoas. covarde que eu era.

Outra vantagem de ser pequena, eu sumia com facilidade.

— Ei, ta fugindo de quem com essa pressa? — Miracle segurou meu braço quando passei por uma árvore, quase não o reconheci, mas lá estava o cabelo brilhante. E ele não estava sozinho, tinha outro garoto e os dois estavam desgrenhados, ele disse algo no ouvi do garoto e olhou para mim quando o garoto se afastou passando os dedos no cabelo. — Vamos tomar um ar e você me conta.

Pensei em retrucar, mas não vi porque. E tomar um ar não seria ruim.

Anui e ele me disse para segurar no blazer dele porque se não provavelmente nos perderiamos.

Concordei e atravessamos a salão com ele abrindo caminho, fomos pro pátio, era perto e não tinha ninguem lá.

—Então. Fungindo de quem?— perguntou se sentando no banco, desabotoando a camisa e afrouxando a gravata.

Contei tudo a ele, por dois motivos, eu não me via falando isso para Régulos, não sei se ainda tenho amigas, e eu precisava desabafar sobre a questão. Esta bem, são tres motivos. .

— Ainda não entendi porque não beijou o garoto, ja que você não liga de beijar alguem como eu. — falou pensativo.

— Só que não quero dar esperanças para ele, ele é legal mais eu não gosto dele suspirei. Não quero usar ele. — falei desanimada.

Miracle respirou fundo e ficou de pé, me estendendo a mão.

— Pra onde vamos? — perguntei.

Ele sorriu lânguidamente.

— Eu sou um canalha futil, bonito e discreto.

— Você está se oferencendo..? — eu entendi certo.

— Sou o que você precisa agora, não vou falar sobre isso amanhã. Alem do mais, estou sempre disposto a ajudar uma dama. — falou descontraido e até interessado.

— e cavalheiros. — saiu antes que eu me detesse.

— e cavalheiros — repetiu nem um pouco envergonhado. Parecia que a palavra nem existia em seu vocabulário.

— Não liga de ser usad..

— Usado? oh não, não dou a mínima. — peguei sua mão e lenvantei ficando frente a frente com ele, foi a vez de ele descer o rosto sobre o meu, fechei os olhos em antecipação, mas ele não me beijou a princípio, apenas sussussurrou devagar e roucamente no meu ouvido, o divertimento havia desaparecido de sua voz substituido por outra coisa quando disse.— Use e abuse de mim, passarinho.

E foi o que fiz.

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