Isa olhava pela janela do carro, ainda pensava no que aconteceu, aquilo não deixava seu sorriso verdadeiro sair, Felipe também não parecia muito bem...
Chegaram, desceram do carro e começaram a andar , as lojas estavam bastante cheias, coisa normal no centro da cidade.
- chegamos...
- olá, em que posso ajudar?
- fraldas.
- claro, por aqui.
A escolha das novas fraldas de Isa eram simples...
Enfim pagas, eles saíram da loja.
- vamo Isa, anda na minha frente...
Ela passa na frente de Felipe, conforme andavam, parecia que a quantidade de pessoas iam aumentando, conforme ia andando, Isa ficava um pouco tímida, eram tantas pessoas, tão altas que se sentia intimidada, envergonhada por causa da fralda, seus pensamentos tomaram sua mente. E passam em meio a uma mutirão, estava difícil ir na direção contrária a deles, mas Felipe atravessou...
- Isa cadê você? Ele olhava em volta e não via sua filhinha... O medo começou a aparecer, Isa já não sabia como passar por tantas pessoas, estava sendo empurrada por elas...
Ela se abaixou, cobriu a cabeça e esperou... Pouco depois, as pessoas passaram, lá estava ela encolhida no chão, cobrindo sua cabeça, Felipe vai até ela...
- tudo bem?
- uhum...
- ficou com medo?
- uhum...
Felipe estava diferente, menos expressivo... Ele pega Isa no colo, coitadinha, se encolheu em seus braços. Felipe continua andando, fazia carinho em Isa pra ela se acalmar, chegaram e entraram no carro. Felipe dirigia de volta pra casa, Isa parecia um pouco melhor no banco de trás. Eles chegam e entram...
Com as novas fraldas de Isa já guardadas, Felipe se sentou no sofá, olhava pra TV sem muitas ideias, sem expressão, Isa por outro lado, ficou em seu quarto, deitada em seu sofá, abraçada a seus brinquedos... Não estavam maus, mas não estavam bens também...
Como podiam estar tão calmos por um segundo de sumisso um do outro? Felipe não sabia, muito menos Isa, mas o bom é que os 2 estavam bem... Talvez...
Felipe vai até o quarto de Isa, via ela ali, sem tanta energia...
- oi... E vai até ela, se senta.
- oi...
- tudo bem?
- uhum...
- quer comer?
- uh hum...
- tá, deixa eu ver se você fez xixi...
É claro que sim, Felipe tirou a fralda, pegou uma nova e mais alguns panos, limpou ela com os lenços umidecidos, passou a pomada e o talco, colocou os panos na fralda, passou ela por baixo de Isa, abaixou as pernas abertas e colocou sobre ela, prendeu os velcros e pronto...
- prontinha...
- papai...
- que foi?
- por que... A gente tá assim?
- hump... E a senta em seu colo. - eu não sei meu anjo... Acho que porque estamos tristes e magoados...
- mas... A gente não fez nada... Um com o outro...
- você não... Mas o papai acordou as berros. Parecia até um maluco... Eu tenho andado com a cabeça cheia ultimamente...
- desculpa... Me desculpa, por favor...
- como assim? Por que tá se desculpando?
- o senhor tá assim... Desde o dia da piscina... Tudo porque eu caí nela... E o senhor não estava perto pra me ajudar...
- meu amor... Vamos deixar essa história pra lá, já aconteceu... Ninguém pode mudar o passado... Só podemos continuar pra que o futuro... Seja bom.
- papai... O meu futuro... Só vai ser bom se eu estiver com você...
- oh linda... Quer fazer... O papai chorar...?
- uhum... Assim... Eu não... Choro sozinha...
- Isa...
As lágrimas começaram a cair, Felipe não conseguiu aguentar mais tanta dor, sentiu o seu coração pesado, suas escolhas, boas ou ruins, pisarem nele, ficou aflito por lembrar de todos os momentos ruins, tristes, maus, obscuros... Vinham em ondas ao seu encontro, deixando ele cada vez mais pra baixo, ele não sabia mais como segurar tanta dor... Se libertar dela nesse momento... Por causa de alguém, por quem se apaixonou, não podia ser mais libertador... Isa podia ter sido sua filha adotiva, mas conseguia fazê-lo se sentir um verdadeiro pai... Ele se sentiu enfim, livre, de qualquer um ou qualquer coisa que pudesse lhe ter feito algum mal... Mas... Nem todas as marcas podiam ser apagadas, mas Felipe aprendeu e continuaria aprendendo a conviver com elas...
Isa se via a beira de um abismo, uma solidão interminável, um dor de estar sempre sozinha, sempre triste... Como podia se sentir assim? Era tão novinha, não conhecia nada, mas conhecia a dor do abandono... Seus pais... Ou... Pai/mãe... Que a abandonaram, como podiam... Ela era e ainda é muito imatura... Ser colocada na posição que estava a deixou... Triste... Ter essa dor lancinante, batendo em si, todo dia, toda hora, todo momento... A atormentava... Tentava aprender a deixá-la pra lá... Mas ela não conseguia... Felipe era sua necessidade... Poder deixar isso sair sem medo, tendo alguém pra lhe confortar de verdade, sabendo como era... Não tinha como Isa se sentir mais viva... Estava enfim salva
- eu te amo... Felipe... Você é o pai... Eu amo muito meu pai.
- eu te amo... Isabella... Minha filhinha... Eu amo demais a minha filhinha... Quero viver sempre com a minha filhinha...
Continua... Espero que tenham gostado desse capítulo. Votem e comentem o que acharam.
Desculpem os erros de ortografia. Leiam essa e as outras historias também.