Vitória colocou um filme e as duas não duraram 10 minutos acordadas. As duas ainda estavam de virada da festa de Ana e acabaram adormecendo.
Vitória dormia sobre o braço de Gabriela que estava com o rosto virado bem perto de Vitória. Já era noite quando elas acordaram com uma batida na porta.
Na terceira batida finalmente Vitória e Gabriela levantaram. Vitória foi até a porta e viu que era Giovana.
- Tá uma tempestade lá fora, tomei um banho. - disse Giovana.
- Entra. - disse Vitória.
- Tava dormindo? - perguntou Giovana.
- Sim. - disse Vitória.
- Oi. - disse Gabriela.
- Oi. - disse Giovana observando a cara de sono de Gabriela também.
- Atrapalho? - perguntou Giovana observando as duas.
- Não, a Gabi veio trazer a bolsa que eu esqueci no táxi. Com a chuva ela não conseguiu ir embora e acabamos adormecendo. - disse Vitória.
- Ah entendo.
Gabriela ficou escutando depois de tanto tempo Vitória a havia chamado de Gabi e ela adorou aquilo.
- Vou buscar uma toalha e uma roupa pra você. - disse Vitória.
Assim que Vitória voltou com a toalha e as roupas uma explosão foi ouvida pelas três e a luz do prédio se foi.
- O que será que houve? disse Vitória.
- Droga. Como vou pra casa agora? - reclamou Giovana.
- Vou lá embaixo ver o que houve. - avisou Gabriela.
- Sozinha? Nem pensar. - disse Vitória.
- Não tem problema eu já volto. - disse Gabriela saindo pela porta.
- Gente boa ela. - disse Giovana.
- Quem?
- Gabriela, parece ser gente boa.
- Ah sim, ela é. Que horas são? - perguntou Vitória.
- 19 horas. - disse Giovana.
- Você acredita que eu não almocei? E já está na hora do jantar. - disse Vitória.
- Vitória Pierce sem comer o que está acontecendo? - debochou Giovana.
- Podíamos pedir comida, mas com essa chuva não devem estar entregando.
- Nem olha pra mim, você sabe que eu na cozinha sou um desastre. - disse Giovana.
Gabriela voltou ao apartamento.
- Parece que é todo o quarteirão com a chuva alguns transformadores explodiram, a previsão é que volta durante a madrugada. - disse Gabriela.
- Que ótimo. - lamentou Giovana.
- Vamos ter que dar jeito no jantar e vocês vão ter que dormir aqui. - disse Vitória.
- Se quiserem eu cozinho. - disse Gabriela.
- Eu esperava que você dissesse isso. - sorriu Vitória.
- Alguma preferência? - perguntou Gabriela.
- O que for mais fácil pra você. - disse Giovana.
- Ok. - disse Gabriela indo pegar as coisas na despensa para cozinhar.
- Tenho um vinho aqui, vocês querem? - convidou Vitória.
- Seria bom. - disse Gabriela.
Vitória serviu três taças e alcançou uma para cada. Gabriela estava cozinhando enquanto as três conversavam também na cozinha.
- Vou fazer stronogoff e uma sobremesa, o que acham?
- Maravilhoso. - disseram as duas e riram por comentarem a mesma coisa ao mesmo tempo.
- Vai beber Vi? Dois dias seguidos o que está acontecendo? - debochou Giovana.
- Nem começa, só vou tomar uma taça. - disse Vitória.
As três conversavam animadamente e abriram a segunda garrafa.
- Vocês tão furadas. - disse Gabriela observando a segunda garrafa quase no fim.
- Você que não tá bebendo. - disse Giovana.
- Eu estou com as mãos ocupadas. - disse Gabriela mostrando aos mãos cortando a carne.
- Não seja por isso. - disse Vitória levantando da cadeira e indo até Gabriela colocando a taça em sua boca. Gabriela bebeu e ficou observando a atriz que não estava em seu estado normal.
Giovana parecia alheia ao que estava acontecendo e foi pegar a terceira garrafa de vinho.
- Resolvido? - disse Vitória sentando no balcão ao lado de onde Gabriela estava.
- Sim. - limitou-se a dizer Gabriela.
A terceira garrafa de vinho foi aberta e Gabriela terminou a comida.
- Vamos jantar, antes que vocês duas caiam. - disse Gabriela.
Colocou a mesa e as três foram jantar.
- Comida maravilhosa. - disse Giovana.
- Você se superou. - disse Vitória.
- Obrigada, pelos elogios. - disse Gabriela.
- Mais um pouco de vinho? - ofereceu Giovana.
- Depois da sobremesa. - disse Gabriela indo pegar as esfirras de Nutella que havia feito.
- Eu não acredito. - disse Vitória ao ver as esfirras. Vitória foi até a cadeira de Gabriela e deu um abraço por trás na cadeira.
Gabriela tinha certeza que seu rosto tinha corado, mas como elas estavam a luz de vela ninguém percebeu.
- Alguém tá bem animadinha. - disse Giovana.
- Você não entende é a comida da minha vida. - disse Vitória.
Vitória comia a esfirra lentamente degustando cada pedaço.
- Vou ter que comer também, com essa propaganda. - disse Giovana mordendo a esfirra e concluindo que era muito boa mesmo.
Vitória comeu todas as esfirras que Gabriela tinha feito, enquanto Giovana foi abrir outra garrafa de vinho.
- Não esqueçam da louça. - disse Gabriela.
- Amanhã vemos isso, você já cozinhou já fez o suficiente. - disse Vitória pegando as taças enchendo de vinho e chamando as duas para sentar na sala.
- Podíamos jogar alguma coisa. - disse Giovana.
- Isso não dá certo. - disse Gabriela.
- Podíamos dormir. - disse Gabriela.
- Para, ainda é cedo. - disse Giovana.
- É cedo Gabi, relaxa. - disse Vitória. Gabriela observava Vitória que cada vez que falava passa a língua sobre os dentes. Ela conhecia bem aqueles sinais e tinha certeza que aquela noite seria longa.
No final da garrafa de vinho Giovana lamentou por ter acabado e Vitória não ter mais, já Gabriela comemorou.
- Onde vamos dormir? - perguntou Gabriela.
- Só tenho uma cama, e um colchão. - disse Vitória.
- Vamos tirar no palitinho quem perder dorme no colchão quem ganhar dorme na cama. - disse Giovana.
- Eu posso dormir no sofá, não tem problema. - disse Gabriela.
- Para, aqui ninguém morde vamos tirar no palito quem ganhar dorme na cama. - disse Giovana.
Vitória pegou os palitos e cada uma puxou um.
- Perdi, eu fico com o colchão. - disse Giovana.
Gabriela olhou para Vitória que não disse nada e foi pegar o colchão para Giovana.
Depois que arrumaram tudo para Giovana na sala, ela deitou e logo apagou.
- Eu posso dormir no sofá. - disse Gabriela.
- Não tem problema, podemos dividir a cama, já fizemos isso outras vezes como amigas. - disse Vitória.
- Sim, já fizemos. - repetiu Gabriela.
- Então qual o problema?
- Nenhum. - disse Gabriela.
As duas foram para o quarto, Gabriela sabia que aquilo não tinha jeito de dar certo ainda mais do jeito que Vitória estava com a bebida.
Vitória escovou os dentes e deitou na cama.
- Tá liberado. - disse Vitória.
Gabriela foi até o banheiro e ficou enrolando, esperava que a hora que saísse do banheiro Vitória já estivesse dormindo.
Saiu do banheiro depois de um tempo.
- Finalmente achei que tinha acontecido alguma coisa. - disse Vitória.
E Gabriela percebeu que seria uma longa noite.