Still With You [jikook]

By fwckookie

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Park Jimin era acometido por reflexos de suas vidas passadas todas as noites. Praticamente todas as madrugada... More

Informações gerais ❦
Prefácio ❦
Morte e um misterioso visitante ❦
Pesadelos, café e lembranças de uma vida antiga ❦
Memórias secretas e rosas brancas ❦
O (re)encontro e as dúvidas ❦
Primavera e outra visita inesperada ❦
Conforto e carinho ❦
Entre quatro paredes ❦
Sonhos interligados ❦
Uma nova perspectiva ❦
Primeiro contato ❦

Presente e passado ❦

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By fwckookie

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— Jimin, pelo amor de deus, eu trabalho na rua de trás! — Jungkook disse, gesticulando bastante.

— Eu tenho um carro, eu posso te levar nele! — o loiro retrucou, gesticulando da mesma forma.

Os dois estavam na frente do prédio do mais novo e faltava pouco tempo para o início do expediente do moreno. Isso por que eles ainda se atrasaram um pouco, já que Jungkook não se segurou e acabou puxando o loiro para si nas escadas, o que fez com que eles passassem alguns minutos ali mesmo, apenas trocando beijos.

Faltando dez minutos, Jimin insistia em levar o mais novo de carro até o cinema em que ele trabalhava. No entanto, o outro insistia em ir andando mesmo, pois não conseguia aceitar que o loiro queria ir de carro por um trajeto de menos de cinco minutos a pé.

— Loirinho, olha. — o moreno pausou enquanto estendia as mãos e as pousava nos ombros do mais velho, com as sobrancelhas levantadas. — Seguinte, eu me recuso a passar um minuto num carro, eu me sentiria preguiçoso!

O loiro fechou os olhos e respirou fundo. Não estava zangado, com certeza não. Só que a teimosia de Jungkook sempre conseguia o surpreender a cada instante. Era surreal, o outro preferia ir andando no sol, enquanto poderia sentar o traseiro no banco do veículo enquanto ele dirigia.

E sabe... Jimin também queria passar esse minutinho a mais perto do moreno, já que, pela lógica, que sentido faria se ele fosse a pé junto com o mais novo e deixasse o carro ali apenas para voltar para o mesmo lugar?

— Você não passaria só um minuto num carro... — o loiro chegou mais perto e levou a destra até o cabelo do outro, ajeitando de leve a franja e descendo até a nuca num carinho que deixou Jungkook manhoso. — É um minuto a mais comigo. Não quero te deixar ir andando enquanto eu vou embora.

Bom, o mais novo tinha um ponto fraco por carinho no cabelo e um outro (bem, bem fraco!) no homem que estava à sua frente. Na real, qualquer coisinha que o mais velho fazia deixava o moreno todo doidinho. Aqueles olhos pidões, o biquinho que Jimin insistia em fazer, as bochechas que ele havia reparado desde o início, todo aquele conjunto fazia Jungkook se sentir à deriva do oceano que o loiro era. Apesar disso, ele estava disposto a o descobrir inteiro de pouco a pouco.

— Ganhei você? — o mais velho sorriu, sabendo que Jungkook iria ceder.

— Você é terrível, loirinho. — o moreno revirou os olhos e deu um peteleco de leve na testa do outro, rindo da expressão indignada que este fez. — Vamos, se não eu vou me atrasar.

Jimin não se deixou abalar e retribuiu a brincadeira do mais novo com um tapa em seu ombro que, na verdade, acabou nem sendo tão forte. Mesmo assim, Jungkook se encolheu numa dor fingida, dramatizando o ato. Em resposta, o loiro gargalhou e se jogou para frente, se apoiando nos ombros do moreno e quase escondendo o rosto em seu peito.

É que o mais velho considerava Jungkook hilário e era praticamente impossível não rir quando estava junto dele.

— Vamos, bobalhão. — Jimin chamou e puxou o mais novo com a mão até o carro para que pudessem ir, até mesmo abrindo a porta para ele de forma cavalheira, o que fez o outro rir. — Na rua de trás, né? — ele quis confirmar, ao abrir a própria porta e se sentando no banco de motorista.

— Isso, só pegar a esquerda. — o moreno disse enquanto colocava o cinto, mesmo que o percurso fosse extremamente curto.

Cuidado nunca é demais, certo?

Durante aquele pouco tempo que passou no carro, Jungkook só conseguiu pensar em como ansioso estava pelo encontro que nem sequer estava marcado. Por um segundo, ele até mesmo pensou em matar sua curiosidade com Jimin. No entanto, o nervosismo que sentia por pensar nesse assunto estava o deixando incapaz de formular uma pergunta válida além de "você tem certeza que quer sair comigo?".

Ao mesmo tempo, o loiro não deixou de notar em como o mais novo subitamente se colocou em silêncio e, ao parar o carro na faixa de pedestre para deixar uma senhora idosa passar já na esquina da rua do cinema, ele decidiu não questionar sobre isso. Afinal, Jungkook era um indivíduo com seus próprios motivos, emoções e sentimentos e, por isso, eles deveriam ser pessoais. Se o moreno estava pensativo, não cabia a Jimin perguntar o motivo assim, do nada. Caso ele quisesse lhe contar, ele lhe diria.

Então, logo depois, ali estava o cinema onde o mais novo trabalhava.

E nossa, Jimin estava verdadeiramente impressionado. Quando estacionou em frente a calçada, ele se deixou reparar bem na estrutura do local, percebendo em como aquilo lhe lembrava o clipe musical de Thriller, do Michael Jackson, por ser realmente parecido com aqueles cinemas antigos. Apesar dessa fragrância retrô, ele também reparou que o estabelecimento não parecia nem um pouco antigo, já que parecia estar muito bem reformado.

O cinema tinha aquele letreiro distinto, onde era disposto os nomes dos filmes em cartaz, rodeado por luzes que ainda estavam apagadas devido à claridade da luz do dia. O balcão de vendas de ingressos, localizado logo na frente do local, era bem parecido com algo que o loiro já havia visto em filmes. Dois pôsteres grandes de filmes estavam dispostos bem na entrada, entretanto ele não conseguiu distinguir seus nomes com facilidade. Por último, o nome do local brilhava em neon vermelho logo acima do letreiro: POP Cinema.

— Legal, né? — Jungkook também estava concentrado, só que seu foco não estava direcionado no local que já conhecia a séculos e sim no homem que estava ao seu lado. — Meu avô costumava me trazer aqui desde pequeno, ele é muito bem conservado, sabia? — ele disse, sorrindo.

— Parece que saiu de um filme... — o mais velho respondeu, ainda analisando o estabelecimento, até que reparou num homem que parecia ser da idade do mais novo em pé perto de um da cabine de ingressos. Ele estava vestido no mesmo uniforme que Jungkook e olhava para o carro com cara de poucos amigos enquanto batia um dos pés no chão de forma ritmada e impaciente. — An, Jungkook?

— O quê? — o moreno se virou para ele com aqueles olhos grandes e escuros como jabuticabas.

— Eu acho, só acho, que aquele cara ali tá te esperando. — Jimin apontou para o tal homem e viu o mais novo soltar uma risada contida antes de abrir a janela do carro, apoiando o cotovelo na porta e acenando freneticamente para o sujeito.

— Yug, sabia que ficar forçando muito a testa pode te deixar com rugas? — Jungkook falou alto o suficiente para chamar a atenção do outro, apontando para a própria testa com a canhota enquanto mantinha um sorriso que variava entre o debochado e o divertido. — Assim eu com certeza ganho de você no rank de beleza!

O homem franziu ainda mais a testa e passou a caminhar na direção do carro, ainda com uma expressão emburrada no rosto e claramente impaciente. No entanto, sua postura não parecia tão ofensiva assim. Na verdade, parecia mais que ele estava atuando.

— Jeon Jungkook... — "Yug" disse, fechando os olhos e respirando profundamente. — Você sabe que isso é impossível.

De perto, Jimin conseguiu perceber que o homem tinha cabelos que quase chegava na altura do olho, num tom um pouco mais claro que o cabelo de Jungkook, e que ele parecia ser tão alto quanto.

— Tá orgulhoso de mim? — o moreno no banco do passageiro perguntou, ainda com um sorrisão. — Não me atrasei hoje.

— Bom, realmente... — o outro deu de ombros, mas acabou sorrindo fraco. — Certo, tô orgulhoso. Mas e aí, quem é esse cara? — ele se referiu a Jimin.

Jungkook olhou para o mais velho, num convite silencioso para que ele se apresentasse ao seu colega.

— Sou Park Jimin, prazer. — o loiro se esticou no banco, sorrindo cordialmente e se curvando minimamente devido ao limite que o carro o impunha.

— Kim Yugyeom, prazer, cara. — o outro disse, também se curvando com um sorriso.

Yugyeom trabalhava naquele cinema desde antes de Jungkook passar a trabalhar lá também. Na verdade, ele havia até mesmo havia o treinado como novato no estabelecimento. Os dois tinham uma boa relação que era praticamente baseada em piadas e em pura pirraça um com o outro. Entretanto, nunca havia passado disso. Jungkook nunca havia deixado aquele colega passar da linha que ele mesmo tinha estabelecido, sem perceber, naquele mundo de relações interpessoais. Apesar disso, podia-se dizer que era com Yugyeom com quem o moreno tinha a maior experiência de coleguismo e talvez amizade, antes da chegada de Jimin.

— Então... — o Kim falou, estendendo bastante a palavra. — É seu namorado?

Aquela pergunta quase havia feito Jeon engasgar com a própria saliva. Não, o loiro não era seu namorado. Eles ainda teriam seu primeiro encontro! Mas poxa, por que apenas a possibilidade de responder em negativo lhe deixava tão desconfortável?

Vendo que o mais novo havia ficado sem palavras, Jimin tomou a frente da pergunta e olhou pela janela do passageiro, esticando-se para tal.

— Ainda não somos, mas eu já estou planejando nosso primeiro encontro. — o loiro disse, sem se deixar abalar pela fofura que as bochechas vermelhas de Jungkook exalavam. — Certo? — dessa vez, foi direcionado ao moreno.

— Certo. — o mais novo respondeu baixinho, envergonhado pela presença de seu colega ali mas ainda assim sorrindo pela confirmação daquilo que estava o deixando tão ansioso. — Vai entrando, Yug. Tô indo pra te liberar. — ele disse, se direcionando ao moreno que estava parado do lado de fora do carro que agora portava um sorriso sugestivo.

— Okay, JK! — Yugyeom fez graça ao bater uma leve continência ao outro e voltou para o balcão de ingressos em passos apressados, não sem antes levantar as sobrancelhas em outro gesto sugestivo para perturbar mais ainda Jungkook, que já estava com as bochechas completamente vermelhas.

Assim que o colega de trabalho do mais novo saiu de vista de si, Jimin riu baixinho, totalmente encantado pelo rosto rubro que o moreno estava apresentando. De forma tímida, Jungkook se encolheu no banco e o olhou nos olhos do loiro, enquanto brincava com as mãos numa auto carícia que ele costumava fazer quando estava nervoso.

— Ainda não somos? — ele perguntou, sorrindo fraco e mordendo o lábio inferior ao mesmo tempo, tentando não esboçar o quão aquela frase, anteriormente dita pelo mais velho, havia soado bem aos seus ouvidos. — Não me lembro de ter aceitado isso, loirinho. — Jungkook tentou sair por cima da timidez com mais uma demonstração de seu sarcasmo natural.

Acontece que o Park já estava se habituando com aquela atitude do mais novo e, logo, estava aprendendo a responder de volta na mesma medida.

— Também não me lembro de você ter dito não, bebê. — o loiro disse, já se aproximando mais do outro do jeito que podia, devido às limitações do carro. — Mas vamos ter nosso primeiro encontro primeiro, sim?

Como já se tornou um costume, Jimin levou uma das mãos até o rosto de Jungkook e acariciou sua bochecha suavemente, apreciando quando o moreno abriu mais o sorriso doce enquanto desviava o olhar de si. Era incrível, haviam se beijado ontem pela primeira vez, mas o loiro já estava completamente meloso pelo mais novo.

Parece que o feitiço se virou contra o feiticeiro, né? Faria questão de se preparar para as risadas que certamente receberia de Taehyung quando contasse o que havia acontecido entre o dia anterior e hoje.

— Já foi num encontro antes, Kook-ah? — o mais velho perguntou, ainda acariciando a lateral do rosto do moreno.

— Na verdade, não... — ele respondeu, quase apoiando a bochecha na palma da mão de Jimin, derretido por aquele carinho que recebia.

— Eu também não. — o loiro riu divertido, o que acabou arrancando uma risada do mais novo também. Era verdade, afinal ele nunca teve o interesse suficiente em alguém afim de chamar para um encontro. — Mas eu vou me esforçar, vai ser surpresa.

Jungkook geralmente odiava surpresas. Sua curiosidade era aflorada e o suspense que esse tipo de coisa fazia não costumava ao agradar. Além disso, na maioria das vezes que seu avô havia tentado lhe fazer uma surpresa, ele havia descoberto justamente por ser curioso. No entanto, aquele encontro seria uma experiência que os dois iriam vivenciar pela primeira vez e, o melhor, juntos. O moreno não queria estragar isso para o mais velho, então apenas assentiu com um sorriso animado no rosto.

— Hyung, preciso trabalhar... — o mais novo pousou sua destra em cima da mão que esquentava seu rosto. — Senão Yugyeom vai me matar e eu vou ser demitido. Eu ainda pretendo ser rico, preciso de dinheiro!

Jimin riu, jogando a cabeça para trás espontaneamente.

— Vai lá, conversamos mais tarde.

O loiro se aproximou e deixou um beijinho casto na ponta do nariz do moreno. Após isso, ele desceu seus lábios e depositou outro selar rápido, só que dessa vez na boca, evitando aprofundar para não atrasar ainda mais o outro.

Sendo assim, Jungkook se afastou a contragosto e abriu a porta do carro, sem se esquecer de suas coisas que ele havia deixado no banco de trás. Após sair do veículo e fechar a porta atrás de si, ele se aproximou da janela aberta e, com um sorriso, não evitou dizer:

— Você fica lindo assim, todo bobinho por mim, loirinho.

Dentro do carro, Jimin nem soube como responder aquilo, então apenas sorriu timidamente e negou com a cabeça incrédulo.

— Você sempre se supera. — ele disse.

— É o meu jeitinho. — o moreno se afastou da janela, jogando sua mochila por cima do ombro direito, e acenou alegremente. — Até mais!

— Até, bebê.

O loiro viu o outro se virar, ainda acenando, e caminhar até o balcão de ingressos. Só assim, ele deu a partida no carro novamente, fechou a janela e rumou de volta para sua própria casa. De longe, Jungkook viu Jimin ir embora e continuou acompanhando o carro até que ele sumisse de sua vista.

— Desencalhou, né? — Yugyeom falou ao seu lado, rindo provocativamente e com os braços cruzados.

— Talvez. — Jeon deu de ombros enquanto ia para os fundos do estabelecimento a fim de guardar sua mochila lá, não querendo se aprofundar muito nisso enquanto ainda era algo extremamente novo para si. Novamente, ali estava ele estabelecendo o limite.

— Você vai fofocar algo comigo? — o colega perguntou, seguindo os passos do outro.

— Nope. — Jungkook negou, sorrindo.

Yugyeom bufou, mas não insistiu mais no assunto.

O POP Cinema era geralmente frequentado por uma variedade de pessoas, ia de indivíduos mais velhos que gostavam de relembrar os velhos tempos , a jovens que curtiam aproveitar o estilo retrô do lugar. Naquele bairro, aquele estabelecimento era quase um ponto de encontro oficial para várias pessoas. Não que ele fosse um local que vivia cheio o tempo todo, na verdade, era bem tranquilo de se trabalhar ali e em vários dias os clientes eram escassos. Em outros, as salas lotavam.

Naquele dia em específico, por ser quarta-feira, não havia muito movimento durante a tarde. Os dias mais movimentados seriam os fins de semana e os dias promocionais.

Passando pelo balcão de ingressos, você entrava num corredor vermelho com as paredes cobertas de posteres de filmes clássicos que guiava até o hall do cinema. Era ali que ficava o balcão de comida do lugar, no centro entre dois corredores que guiavam a apenas duas salas que ficavam opostas uma à outra.

— Boa tarde, Soobin-ssi. — Jungkook se curvou educadamente para o garoto que estava atrás do balcão, usando o mesmo uniforme que si, se diferenciando apenas no avental branco que usava por cima. Eles não se falavam muito além do que o necessário, mas o moreno achava aquele garoto extremamente gente boa.

— Boa, Jungkook-ssi. — o garoto de cabelo azul, que havia trocado de turno logo antes do outro chegar, sorriu e repetiu o cumprimento, tanto para Jungkook quanto para Yugyeom que caminhava lado a lado.

Atrás do balcão, havia uma porta que dava acesso ao espaço que era reservado aos funcionários do cinema e foi por ali que Jungkook entrou. Na sala de tamanho mediano, havia uma mesa com algumas cadeiras, uma televisão meio antiga pendurada na parede e um microondas para esquentar a comida, caso trouxessem almoço de casa, coisa que o moreno geralmente fazia quando pegava o turno da manhã que se estendia até a tarde.

Além disso, havia um ventilador para os dias mais quentes e uma janela que dava para os fundos do cinema. Ela ficava fechada o tempo todo, já que era ali que eles deixavam o lixo para o caminhão buscar pela rua de trás, então o cheiro que vinha quando a janela era aberta não era lá tão agradável.

— Hoje vai chegar uma funcionária nova. — Yugyeom falou, chamando a atenção do colega enquanto buscava a própria bolsa no cabideiro que havia ali e a transpassava ao redor do corpo. — Ela fez a entrevista de manhã com o chefe e aceitou começar a trabalhar hoje de tarde.

— Interessante. — Jungkook respondeu, distraído demais tentando pendurar a mochila no cabideiro sem que ele pendesse para o lado e caísse.

— Ele quer que você treine ela.

— Ah, sim... — houve uma pausa, até que a atenção do moreno se focou totalmente no homem ao seu lado. — Pera, o quê? Por quê?

— Ah, você sabe. — Yugyeom deu de ombros. — Você trabalha aqui a um tempo, é o mais antigo daqui tirando eu, e o chefe confia em você. Só tem que mostrar pra ela como funciona as coisas e tal.

— Mas então por quê você não treina ela, Yug? — ele perguntou, a expressão totalmente desgostosa só pela ideia.

— Porque o turno é seu, duh? — o outro deu um tapinha no ombro de Jungkook e já estava quase saindo pela porta quando se virou novamente, como se tivesse acabado de se lembrar de algo. — Ela já deve estar chegando, aliás. Fala pra ela que tem um uniforme feminino limpo e dobrado dentro daquele armário, ela pode se trocar no banheiro.

Poxa, que legal. Interação social. Yay.

Assim que Yugyeom se despediu e saiu pela porta, deixando-o sozinho no cômodo, Jungkook respirou fundo de olhos fechados. Ele nunca havia treinado alguém, pois geralmente era o seu colega que fazia aquele tipo de coisa. Além disso, ele estava totalmente o oposto de animado em ter que lidar com outra pessoa durante todo o seu turno. Era óbvio que ele seria educado e simpático, afinal era assim com todo mundo mesmo que não falasse com quase ninguém. Entretanto, era decepcionante saber que ele não poderia ficar apenas na dele, fazendo o que tinha que fazer e usando o celular enquanto não houvesse nada a ser feito.

Jungkook havia finalmente conseguido pendurar sua mochila no cabideiro sem derrubá-lo quando a porta da sala se abriu, revelando uma jovem que ele não conhecia.

Ela estava claramente apressada, além de parecer meio confusa também. Tinha grandes fios loiros que estavam penteados num rabo de cavalo no topo da cabeça mas, mesmo preso, alcançava até o meio das costas. Seus olhos eram de um azul bem claro e seus traços claramente não eram coreanos, com os lábios grossos e sobrancelhas cheias. Além disso, a mulher era bem baixinha, contrastando bastante com a própria altura do moreno.

— Hm, oi? — Jungkook falou, meio incerto e nervoso. — Você deve ser a funcionária nova, né?

A jovem ainda segurava a maçaneta com uma das mãos quando olhou para o mais alto e o encarou seriamente, sem falar nada por um momento. Os olhos azuis o analisaram de cima a baixo, o que acabou deixando o garoto desconfortável por um instante. Entretanto, após passar um tempo calada, ela sorriu e pendeu a cabeça para o lado, parecendo simpática.

— Oi, sou eu sim! — ela falou sorrindo, acentuando as bochechas e as maçãs do rosto marcantes. — Prazer, eu sou a Silena, mas pode me chamar só de Lena. — ela disse e se curvou levemente.

— Sou Jungkook, prazer. — o moreno disse, fazendo o mesmo.

Ele não sabia muito bem como lidar com aquela situação, principalmente porque a tal Lena parecia estar esperando alguma orientação sua. Por alguns instantes, eles ficaram ali se encarando num silêncio constrangedor que Jungkook definitivamente não queria estender por muito tempo, mas não sabia como fazer parar. Até que ele se lembrou do que Yugyeom disse antes de ir embora.

Puxa, como ele era tapado.

— Ah... Lena? — ele disse, se sentindo envergonhado e sem graça. — Seu uniforme está naquele armário, tá limpo. — o moreno apontou para o armário no canto do cômodo. — P-posso te mostrar a direção do banheiro pra você se trocar.

Interiormente, Jungkook se xingou por ter gaguejado. Ele realmente não lidava bem com pessoas novas e estava se sentimento pressionado como nunca naquela situação. Afinal, ele estava numa posição de orientador e deveria ser alguém responsável. No entanto, ali estava ele, gaguejando.

— Obrigada, Jungkook. — Lena falou, a voz suave e animada, como se soubesse que o outro estava nervoso e estivesse tentando ajudar. — Eu sei onde é o banheiro, não precisa, acabei usando quando vim fazer a entrevista.

O moreno assentiu e abaixou a cabeça, envergonhado.

— Eu tô indo para o balcão de ingressos, an... — ele disse hesitante, se esforçando para não gaguejar novamente. — Depois me encontra lá?

Silena sorriu, segurando sua bolsa contra seu corpo enquanto balança a cabeça numa afirmação. Ao contrário de Jungkook, ela não parecia nem um pouco nervosa com a situação, apesar de ser seu primeiro dia como funcionária ali. Na verdade, ela parecia bem tranquila e a primeira impressão que o mais alto tinha dela era que ela parecia ser uma pessoa bem sociável. Ou seja, totalmente diferente de si.

— Claro, já estou indo. — ela confirmou.

Jungkook fez que sim com a cabeça e saiu daquela sala. Quando fechou a porta atrás de si, deixando Lena sozinha lá dentro, ele suspirou pesadamente tentando aliviar a pressão que estava sentindo. Bom, ele esperava muito que aquele período de treinamento não durasse muito tempo.

Após alguns segundos se acalmando, o moreno refez todo o caminho até estar de volta ao balcão de ingressos que estava sendo guardado por Soobin enquanto ele esteve nos fundos. Afinal, era obrigatório sempre ter alguém ali durante todos os turnos até o encerramento do horário. Ele chamou a atenção do garoto mais jovem que ele e o de cabelos azuis voltou para seu lugar designado.

Jungkook dava graças a deus que Soobin parecia ser bem introvertido, assim como ele mesmo, assim os dois entraram num consenso silencioso de não precisar iniciar uma conversa a cada vez que se viam.

Aquela tarde não estava tão movimentada assim, então ele havia vendido apenas alguns ingressos para um grupo de amigos que deveriam estar matando aula no colégio para estar ali. O moreno já estava distraindo com o pouco movimento da rua quando ouviu passos se aproximarem por trás de si.

— Hey, cheguei. — Silena anunciou enquanto também entrava dentro da cabine. — O uniforme ficou bom, tava com medo que ficasse grande demais. Sabe, eu sou baixinha.

Levemente incomodado pela presença de outra pessoa, mas sem esboçar nenhum desconforto aparente, Jungkook olhou para a jovem rapidamente. O uniforme em si era idêntico ao seu, até mesmo na gravata vermelha, era apenas ajustado para o corpo feminino. E bom, realmente Silena era bem baixinha, com certeza não ultrapassando a casa dos 1,60 metros de altura. Ele definitivamente entendia de onde ela tirava aquela preocupação.

— Então... — ela continuou, passando o olho por todo o interior da cabine, inclusive no mais alto. — Nunca trabalhei em um cinema.

Até o momento, Jungkook estava silencioso, tentando decifrar em sua mente como é que se orientava alguém. Sua maior referência, no máximo, seria de quando ele começou a trabalhar ali e Yugyeom lhe ensinou como as coisas funcionavam. Se recordando daquela época, ele imaginou que talvez aquilo não fosse um bicho de sete cabeças, se não fosse sua indisposição de lidar com desconhecidos.

No entanto, era seu trabalho, então não importava muito o que ele queria ou não. Era sua obrigação orientar a funcionária nova, então ele o faria do melhor jeito que conseguir. Não podia se dar ao luxo de arriscar perder esse emprego, não podia se dar ao luxo de ficar sem esse dinheiro.

— É fácil, depois de um tempo. — ele respondeu, depois de respirar fundo. — Esse turno eu vou ficar com os ingressos. Aquele lá atrás, de cabelo azul, é o Soobin. Vou te ensinar como as coisas aqui e na outra metade de turno vou pedir pra gente trocar de lugar com ele, daí eu te ajudo lá. Certo?

Poxa, até ele mesmo estava surpreso com o seu desempenho.

Silena sorriu, exibindo os dentes perfeitos, e confirmou positivamente com a cabeça.

— Certo!

Jungkook mostrou como funcionava o caixa, a máquina que saía ingressos, falou o que a mulher deveria fazer caso ficasse sem troco miúdo. Ainda teve a oportunidade de mostrar um atendimento ao cliente, pois uma menina (que o moreno também suspeitava que estava matando aula) veio comprar um único ingresso para um filme que começaria em poucos minutos e ele aproveitou a situação para demonstrar para Silena como é o padrão de atendimento.

— Tem pouco movimento hoje, né? — Silena apontou, após um tempo.

— Sim, mas fica maior quando tem promoção, nos finais de semana ou quando tem uns eventos de filmes antigos que o chefe gosta de fazer. O bairro adora. — ele respondeu, guardando o dinheiro da última venda no caixa.

— Mas como ele consegue sustentar o cinema todo só com isso? — ela perguntou, soando verdadeiramente confusa. — O ingresso nem é tão caro assim.

— Ah... — Jungkook olhou para ela. — É que o cara é rico, ele mantém o cinema por valor emocional. Acho que ele vinha muito quando era criança e tal, ele não é de falar muito sobre isso.

Silena acenou, pensando um pouco no assunto mas logo deixando para lá. No fundo, ela estava feliz por ter finalmente conseguido manter uma conversa básica com o mais alto. Por ser alguém bem observadora, ela já tinha percebido que ele não estava tão confortável com a ideia de a orientar. Entretanto, a loira queria fazer amizade com Jungkook, de alguma forma.

— Hm, Lena? — por incrível que pareça, o moreno a chamou, usando o apelido que ela havia pedido para usar.

É que Jungkook era curioso demais e tinha algo que ele estava querendo saber melhor desde que viu a mulher pela primeira vez.

— Sim?

— Você é estrangeira, né? — ele perguntou cuidadosamente, não a encarando nos olhos pois não se sentia à vontade. Jungkook tinha medo que ela achasse a pergunta dele negativa, então fez questão de usar um tom de voz bem descontraído.

— Isso. — ela confirmou. — Eu sou estadunidense. Só que quando eu tinha doze anos, meu padrasto, que é coreano, recebeu uma proposta de emprego muito boa aqui. Então ele voltou para a Coréia, minha mãe e eu viemos junto.

Silena falou tranquilamente. Não era novidade para ela receber essa pergunta, então ela sabia diferenciar quando alguém estava a fazendo com más intenções ou não.

Enquanto isso, Jungkook se mostrou pensativo. Dentro de si havia uma batalha intensa entre sua curiosidade insaciável e a timidez. Por um lado, ele queria perguntar sobre mais coisas. Nunca havia viajado para fora de Seul, muito menos do país e, mesmo morando numa cidade grande, nunca a explorou e havia muita coisa mesmo que ele simplesmente não conhecia. Por outro, ele tinha receio de soar invasivo demais e acabar deixando Silena desconfortável com as perguntas.

Até que, quebrando o silêncio que se seguiu a resposta da loira, a risada feminina preencheu a cabine.

— Você é um fofo! — ela riu enquanto o moreno permaneci confuso. — Parou do nada, parece que viajou. Foi engraçadinho.

Com a fala de Lena, Jungkook acabou esboçando um sorriso fraco. Isso porque ela estava falando do mesmo hábito que Jimin costuma apontar em si e, só de pensar no loiro, ele conseguia relaxar.

— É um hábito. — ele disse, dando de ombros.

— Se você quiser fazer perguntas, pode fazer, eu realmente não me importo! — Silena falou, ainda sorrindo.

O mais alto se virou para ela, os olhos arregalados. Como ela sabia?

— Como você sabia? — ele repetiu a pergunta de seus pensamentos.

— Sou observadora e acho que você é bem curioso. — a loira explicou. — Mas isso não é ruim! Eu gosto de falar, de qualquer jeito.

Jungkook, que pensava demais, passou alguns poucos segundos pensando na possibilidade. Bom, Silena não se importa, não era? Ele, inclusive, já estava se sentindo um pouco mais a vontade na presença da mulher. Portanto, ele apenas fez um tilt com o pescoço (outro hábito que tinha) e resolveu que não faria mal algum fazer algumas perguntas.

— Então... — ele pensou um pouco. — Você já sabia falar coreano quando veio pra cá?



Quando você sente a falta de alguém de longa data, a saudade se torna um sentimento constante. No entanto, nem sempre você sabe que ela está lá. Ela fica dormente, apenas esperando, como uma cobra procurando o momento certeiro de dar o bote. E nossa, quando esse bote acontecia e a saudade decidia despertar, era aterrador.

Não havia como explicar, era um sentimento de aperto no peito. Uma mistura surreal entre tristeza pela dor da perda e felicidade pelas memórias felizes que rondavam a memória daquela pessoa.

Para Jimin, aquele sentimento vinha junto com o arrependimento.

Sua ideia inicial, após deixar Jungkook no trabalho, era voltar para casa, para seu ateliê, a fim de terminar a tela que ele havia deixado pela metade no dia anterior quando Dohyun entrou em sua casa.

No entanto, assim que se viu sozinho no carro, ele começou a sentir falta de sua maior confidente: sua mãe.

Era algo estranho se sentir assim, pesaroso. Afinal, ela não havia falecido. Entretanto, Sangmi estava em coma a anos e Jimin não sabia ao certo como deveria se sentir. Ele não queria sentir que ela não estava mais ali, pois ela estava viva.

Sua mãe estava viva, mas o estado em que ela se encontrava já durava tanto tempo, que às vezes Jimin achava que não. Ele se sentia tão culpado quando isso acontecia.

O loiro aumentou o som do rádio, esperando que a música alta tomasse conta de si e se tornasse mais barulhenta que suas próprias emoções. Ele torcia para que as batidas da canção fossem mais altas que as batidas de seu próprio coração apertado, mas foi inútil.

— Droga. — Jimin disse, quando já estava chegando em casa.

Com as mãos apertadas ao redor do volante, revelando os nós brancos dos dedos, ele fez uma manobra com o veículo, voltando pelo mesmo lugar que havia chegado.

Não era um percurso longo até aquele hospital, que ficava a apenas 10 minutos de carro. Inclusive, a proximidade entre sua casa e o local era um dos motivos pelo qual Jimin havia escolhido aquele imóvel em particular.

Jimin sabia que aquilo seria doloroso. Sempre era. Ele nunca iria se acostumar com a visão de Sangmi deitada naquela cama, naquele quarto branco, tão quieta e serena como se estivesse dormindo. Apesar disso, era daquela forma que ele acalmava aquela dor no peito que a saudade causava.

Durante os seiscentos segundos que aquele caminho durou, o loiro não cantou como costumava cantar, se sentindo nervoso demais para tal.

Não demorou muito e o hospital se ergueu a sua frente, tão grande e assustador que Jimin sentiu um arrepio na espinha. Ele não gostava desse ambiente, ele não gostava dos caras de jaleco que o lembravam seu pai. Muito pelo contrário, se ele pudesse evitar ir ao médico, ele evitaria com toda a certeza. Todo aquele conjunto nunca o trazia boas lembranças.

O Hospital Park Central era apenas um dos centros médicos da rede de hospitais que Park Dohyun monopolizava. Aquele em específico era o principal deles, portanto, era o maior e o mais impotente. Se Jimin pudesse descrever, ele diria que aquele lugar era como um palácio gigante e assombrado do qual seu pai era o rei.

Apesar de tudo, aquele complexo médico era lindo e muito bem cuidado. Certamente, outras pessoas com certeza deveriam se sentir acolhidas naquele local. Logo na entrada, quando se entrava com o carro, havia um estacionamento gigante junto de um jardim bonito, cheio de verde e com bancos de ferro decorados para que as pessoas aproveitassem o ar livre.

Haviam duas grandes construções naquele complexo, do lado direito era o hospital infantil, decorado com formatos de dinossauros e bonecas logo na entrada. Do outro lado, ficava o centro para os demais, feito de pilastras grandes e azulejos verde água que davam cor à fachada do local.

Jimin já conhecia aquilo tudo, de cor e decorado.

Ele estacionou perto da entrada do centro para adultos, desligando o carro e encostando a testa no volante antes de respirar fundo a procura de ar, pois parecia que seus pulmões não estavam se comportando bem devido ao nervosismo.

Por um momento, o medo de encontrar Dohyun naquele lugar quase o fez dar ignição no veículo e voltar para casa. Só que ele queria tanto ver Sangmi, ele precisava segurar na mão de sua mãe e apenas ficar ali por ela, como costumava fazer algumas vezes por ano.

— Vamos, Jimin. — ele se encorajou, saindo do carro num instante de coragem e trancando-o.

Na recepção, ele não precisava mostrar sua identidade para entrar. Afinal, todos sabiam quem ele era. Park Jimin, filho de Park Dohyun, cujo a mãe estava num quarto daquele hospital. O loiro torcia com todas as forças para que seu pai estivesse em outro lugar naquele momento, senão os funcionários de certeza iriam avisá-lo e talvez o mais velho fosse de encontro consigo.

Mesmo assim, ele não desistiu. Apenas respirou fundo e adentrou os corredores claros já conhecidos.

Tudo era muito limpo, muito organizado e visualmente calmo. Como estava longe do pronto socorro, não havia correria e nem agonia que costumava preencher esse tipo de local.

Após poucos minutos andando e alguns corredores dobrados, Jimin havia finalmente chegado à ala dos quartos. A partir dali, a cada passo que ele dava era um sofrimento. Ele conseguia se lembrar claramente da primeira vez que havia caminhado por ali. Ao contrário daquele dia, ele não estava chorando. No entanto, o arrependimento que sentia continuava a ser o mesmo.

Quando menos se esperava, ele estava em frente ao quarto 102, encarando a porta que o separava de sua mãe.

— Você já fez isso antes. — ele disse a si mesmo, então girou a maçaneta e entrou lentamente.

Dentro do quarto, as cortinas estavam totalmente abertas, permitindo que a luz do sol adentre pelas janelas iluminando o local de quina a quina. As cores eram claras, assim como o resto do hospital. Havia uma poltrona bege grande encostada em uma das paredes, que Jimin sabia ser reclinável. Do outro lado, perto da janela, havia um móvel branco que servia para os visitantes trazerem flores ou presentes.

Por um segundo, o loiro se xingou por não ter ido numa floricultura antes de ir para lá.

No entanto, sua atenção logo foi totalmente sugada pela cama que ficava bem no centro do quarto. Ali, coberta por um lençol verde bebê, estava Sangmi.

Mais uma vez, Jimin ficou parado perto da porta, admirando a beleza de sua mãe. Diferente de Dohyun, que não era nada parecido consigo em aparência, além do formato do rosto, Sangmi era extremamente parecida com o filho. Os lábios eram cheios assim como o dele, era o mesmo nariz, a mesma sobrancelhas, as mesmas maçãs do rosto e, se estivesse com os olhos abertos, certamente daria para notar a semelhança entre o olhar dos dois. Além disso, o longo cabelo negro natural estava solto e delineava a silhueta por cima do lençol que cobria a mulher, deixando-a com uma aparência jovem.

— Mamãe... — Jimin sussurrou, se aproximando da cama em passos lentos.

Era sempre um choque, ele nunca conseguiria se acostumar com aquilo. Jimin ainda se lembrava daquela noite e constantemente a repassava passo a passo, pontuando cada detalhe que ele poderia ter feito diferente para evitar o resultado que estava à sua frente.

Ele ainda conseguia ouvir a discussão entre os pais, a buzina alta, o sonido dos pneus derrapando no asfalto, o estrondo do capotar do carro e o som dos estilhaços de vidro da janela se embaralhando no meio daquela bagunça. Ainda mais, ele se recordava perfeitamente de seus gritos magoados direcionados a Dohyun enquanto o mesmo dirigia e de seu pai virando-se no banco para o responder em gritos violentos quando perdeu o controle na direção e saiu da estrada.

Sangmi, que estava no banco do passageiro, tentando controlar a situação, levou o primeiro impacto.

Olhando para ela agora, Jimin notava o quanto era parecia estar bem. Até porque, no geral, não havia nada sério. Ela tinha alguns aparelhos ligados a si, inclusive um pequeno tubo de oxigênio no nariz, mas não era tão grande. A mulher, em todo o corpo, estava bem. No entanto, ela simplesmente não estava acordando.

— Mamãe. — Jimin buscou a mão pequena de sua mãe, assim como a sua, por baixo do lençol e entrelaçou seus dedos. A mão continuava quente. — Eu senti saudades.

Naquele momento, ele era um garotinho de novo.

— Eu quero conversar com você, mamãe, porque as enfermeiras já me disseram que você escutaria e que poderia te ajudar a acordar. Sabe, minha vida, ela está boa. Consegui terminar as minhas entregas dos últimos meses e tô começando um novo projeto, mas acho que tô um pouco enrolado. — ele começou seu monólogo. — Eu dei muita sorte e, no final, o mérito é seu que nunca desistiu de mim. Nas últimas semanas, muita coisa aconteceu, mamãe. Eu queria poder ter seus conselhos de novo.

Então, como sempre acontecia quando Jimin visitava Sangmi, seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

— Mãe, eu conheci alguém. — ele continuou. — O nome dele é Jungkook. Eu sei que parece loucura, mas eu juro que eu já conhecia ele em outras vidas. Você sempre quis saber se eu tinha algum namoradinho ou namoradinha antes, mas eu nunca tinha novidade nenhuma para contar. — o loiro riu baixinho. — Por isso tô te contando agora, já que você esperou tanto por isso. Eu até chamei ele para um encontro, mas eu não tenho a mínima ideia do que fazer porque eu nunca fui em um! Se você estivesse acordada, tenho certeza que me ajudaria com algo.

Ele apertou a mão de sua mãe e focou em seu rosto sereno. Sangmi era tão linda.

— Mamãe, por favor, acorda. Eu preciso de você. — Jimin se sentou na poltrona, ainda segurando na mão da mais velha. — Acorda, por favor...




E aí, gente!

Sim, sim, atrasei esse capítulo alguns dias mas agora ele saiu aqui quentinho do forno. Eu postei agora de madrugada, porque já atrasei demais e não quero mais enrolar.

Aliás, adivinha quem tá fazendo aniversário hoje? Exatamente, eu! 

Lexie aqui tá fazendo 20 aninhos!!!

Não esperava que meu aniversário fosse cair no meio da pandemia, mas tudo bem, eu supero kkkkkk se cuidem, tá bem?!

Um aviso importante!

Minhas aulas na universidade voltaram ontem, então eu não vou conseguir manter as atualizações semanais porque ficaria muito puxado para mim. Ou seja, a partir desse capítulo, as atualizações serão de quinze em quinze dias!!!

Como esse capítulo era pra ter saído no sábado, o próximo sairá no dia 5 de setembro!

Dito isso, quero parabenizar a todo mundo que fez stream em Dynamite, já que conseguimos fazer 101.1M em 24 horas, porra! Vocês são fodas, tá vendo que a gente consegue?

Beijos de luz!

#StillWithJikook

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