T A I L A M O R A I S
Estava do lado de fora conversando com os meninos, Samira e Cíntia vem para nossa direção sorrindo.
- O que?
- Nós arranjamos alguém pra você ficar. - Samira faz uma dancinha.
Meu coração acelera.
- Vocês o que?
- Calma é só uma ficada.
Tento controlar minha respiração.
- Da licença.
Vou para a calçada.
Puta que pariu eu nunca beijei na minha vida e se eu for beijar o garoto e ser ruim, ele vai espalhar pra escola inteira que beijo mal.
Passo as mãos no cabelo.
- Nunca vi uma garota ficar tão nervosa pra ficar com alguém. - Ouço a voz do Ramon.
Reviro os olhos.
- Virou um espião agora?
- Eu já estava aqui.
Bufo.
- Que seja.
- Você nunca beijou não é?
- Isso é da sua conta?
- Não, mas pelo seu jeito parece que sim. - Ele ri.
- Você é muito irritante.
- Você se estressa rápido demais.
- Péssimo lugar pra vir.
Volto para dentro de casa.
- O que aconteceu? Cê deu mó piti. - Cíntia pergunta.
Puxo as duas para o outro canto.
- Eu nunca beijei.
- Tá de brincando? Tu é mó gatona. - Samira fala.
- Eu tenho traumas quando se trata de garotos, nunca me achei tão bonita ao ponto de ficar com alguém.
- Amiga para com isso! - Cíntia fala quase indignada.
- Eu tenho inseguranças, ok? Não é fácil pra mim.
- Você não está pronta, é isso? -
Assinto.
- De boa, a gente fala com ele. - Cíntia diz.
- Obrigada. - Agradeço.
Ok, talvez eu possa me arrepender dizendo que perdi uma oportunidade, mas não estou preparada para isso, não sei como funciona!
Não sei ser adolescente porra!
- O que vocês estavam falando? - Carlos pergunta.
- Aquecimento global. - Respondo.
Carlos faz careta.
Matheus me ensinou, claro que era pra soar sarcástico, mas estou nervosa.
Quando se trata de garotos, eu não me dou bem no assunto.
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Já era 22:49 e Júlia não havia mandado mensagem para dizer se vinha me buscar ou não.
- O que você tanto olha? - Ivan indaga.
- A hora. - Respondo.
- Amiga música eletrônica, vamos. - Cíntia me puxa.
- Você não pode fugir da gente agora. - Samira sorri.
- Não precisa rebolar, apenas pula que nem o idiota do Carlos. - Cíntia aponta pra ele.
Olho para ele que estava parecendo um boneco de posto.
- Finja que está no seu quarto, vamos?
Aos poucos eu vou me soltando, tomo mais uma goles de álcool e diria que estava mais alegre o que me deixou totalmente maia solta, quando vi estava dançando e pulando ao mesmo tempo com o Carlos.
Sinto uma puxada no braço o que me fez olhar para trás irritada.
- Vamos embora. - Matheus diz.
- Mais já?
- Júlia mandou vir buscar você.
- Porra na hora que eu tava me divertindo. - Reclamo. - Deixa eu dar tchau pelo menos?
- De boa, te espero no carro.
Ele sai.
- Tenho que ir.
- Já? - Samira faz careta.
Assinto.
- Theus veio me buscar.
- Aproveita que tá soltinha e beija ele. - Cíntia dá um sorriso malicioso.
Dou risada.
- Não, obrigada.
Dou tchau para os meninos e saio para fora.
- E o meu tchau?
Levo um susto com Ramon.
- Que trem!
Ele ri.
- Adoro seu sotaque.
- Preciso ir.
- Nem um beijinho de despedida?
Levanto as sobrancelhas.
- Quer um beijinho? - Debocho. - Beija a garota que estava ficando.
- Ciúmes?
Respiro fundo.
- Taila! - Matheus grita meu nome.
- Velho demais pra você.
- Até nunca mais Ramon. - Digo e vou para o carro.
- Quem era aquele? - Mateus pergunta.
- Um babaca. - Coloco o cinto.
- Ele te machucou? - Ele vira meu rosto.
Dou risada.
- Não. - Tiro suas mãos. - Apenas testou algo que não tenho.
- O que?
- Paciência.