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J Ú L I A  M O R A I S


— Preciso ir. – Falo. 

— Não sei o que você fez, mas o Théo capotou. – Ágata fala.

— Tenho meus truques.

— Vamos? – Gael me chama. 

Assinto.

— Vou passar na minha mãe aqui perto, podem ir. – Bruna diz. 

Demos tchau pra Ágata e Miguel e fomos embora.

— Me apaixonei pelo Theo. – Comento.

— Ele se apaixonou por você. 

Ficamos em silêncio.

Fico repassando tudo o que ouvi das meninas na minha cabeça e me controlo para não me intrometer.

— Então vai fazer faculdade aqui? – Gael pergunta. 

— Sim, começo quarta. Pedi transferência.

— Por que resolveu se mudar?

— Achei que eu teria mais oportunidades aqui. – Passo as mãos no meus braços. – Do nada ficou frio.

— Se eu tivesse blusa de frio aqui eu te dava.

— Esquenta não.

— Fiquei sabendo que tu ficou com o Caique.

— Quem contou? Bruna?

— Ele mesmo. – Gael ri. – Chegou lá no apartamento dizendo que tinha ficado contigo e curtido pra caralho.

— Ai meu Deus. – Coloco as mãos no rosto. – Não era pra ter acontecido, mas o Caíque é tão... – Me perco nas palavras.

— Gostoso? Um tesão?

Ele me fez rir.

— Para garoto. – Empurro seu ombro. – Eu realmente curti ficar com ele, mas não quero beijá-lo de novo.

— Por que?

— Primeiramente porque ele gosta da Fabiana e estamos fazendo uma amizade, não quero estragar isso.

— Entendi, mas o que a Fabi tem a ver com isso?

— Bem óbvio que ele sente um amor intenso por ela, não quero um cara pela metade, quero um homem inteiro. 

Estamos chegando perto do prédio.

— Metade? inteiro? 

— Qual é Gael, eu gosto de caras que me valorizem, não que o Caíque não fizesse isso, mas eu teria a sua atenção pela metade.

— É... – Ele me dá uma olhada estranha.

— O que?

— Nada. – Ele responde vago.

— Oie. – Ouviamos a voz da Taila.

— Que susto menina. – Falo. – Veio sozinha?

— O caminho é rápido. – Ela levanta os ombros. – Onde estavam?

— Fomos ver minha irmã. – Gael conta. 

— Eu conheci o Théo, agora quero ter um filho. – Falo brincando.

— Para de ser doida. – Taila faz careta. 

Entramos no prédio. 

— Eu tenho que falar com você. – Ela me para. 

— O que aconteceu? Alguém te ameaçou?

— Jesus! – Ela levanta as mãos. – Não.

— Qualquer dia você tem um infarto. – Gael fala e dá risada.

— Fala então. – Olho para a Tai.

— Bom eu fiz alguns colegas, eles me convidaram para uma social.

— Assim tão rápido? – Estranho. 

Ela levanta os ombros.

— Você disse que eu preciso me abrir mais, talvez seja uma coisa boa.

— O que acha Gael? – Olho pra ele.

— Eu? – Ele me olha assustado. 

— É. – Respondo o óbvio. 

— Deixa ela curtir pô, só dá um horário pra ela voltar.

— Eu vou pensar, tá?

— Ok. 

Chegamos na porta, Taila entrou.

A porta do apartamento dos meninos abre, Caíque sai pra fora.

— Oi. – Digo. 

— Ouvi sua voz, podemos conversar?

Assinto.

— Entra aqui.

Entro no apartamento.

— Vamos conversar lá no meu quarto.

Assinto.

Caminho pelo corredor indo para o seu quarto.

— O que foi? – Sento na sua cama.

— Vem aqui pô. – Ele me chama com a mão pra mais perto. 

— Caique... – Falo e ele dá risada. 

— Vem cá Júlia, só mordo se tu quiser.

Sento do seu lado.

— Eu fiquei amarradão no seu beijo.

— Eu curti também.

— Bora repetir.

— Caique... – Suspiro. – Eu gostei pra caramba, mas eu não quero continuar ficando contigo.

Ele pareceu levar um soco.

— Caralho eu não esperava por essa.

— Me desculpa. – Peço. – Mas eu estou num lugar novo, estou conhecendo você ainda.

— Não tá de boa, mas achei que você tinha curtido.

— Eu curti! Mas não quero continuar, quero ter uma amizade contigo, rolou foi legal.

— Entendi pô relaxa. – Ele me puxa pra abraçá-lo. – Só queria mais um beijinho.

Dou um beijo na sua bochecha. 

— Pronto.

Ele dá risada.

— Vou ter que me contentar com isso né.

Primeiro Olhar [✓]Where stories live. Discover now