Primeiro Olhar [✓]

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C A R L A  D O M I N G U E S

Pego o teste da mão da Taila.

- Puta que pariu. - Digo com a mão trêmula. - Eu estou grávida. 

- Filha, olha pra mamãe. - Minha mãe pede.

- Não é o fim do mundo. - Minha irmã diz.

- Amiga, vai ficar tudo bem. - Rafa tenta me tranquilizar.

Ouço as vozes distantes.

Eu não acredito que estou grávida.

Vou para o quarto trancando a porta.

Sento na cama e começo a chorar e não sei bem do que, se é desespero, felicidade estou tão confusa agora.

- Cá a gente tá aqui, não precisa ter medo.

- Gente. - Falo. - Eu só preciso de um tempo.

Deito na minha cama tentando racionar isso tudo.

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Ouço batidas na porta.

- Entra. - Resmungo.

Eu fiquei chorando até cair no sono.

- Cê tá bem? 

Ouço a voz do Thomas e congelo.

- Carla?

- Oi. - Respondo baixo.

- O que tá acontecendo pô? Vim aqui te ver e as meninas disseram que você não tava bem, Bruna quase me bateu pra não entrar no quarto.

Sento na cama.

- Cê tava chorando? O que aconteceu?

- Thomas... - Tento respirar.

As lágrimas descem de novo.

- Ei vida para de chorar. - Ele senta do meu lado. - Não gosto de ver você assim.

- Para de me chamar de vida, a gente não namora.

- Desculpar, é costume. - Ele acaricia meus cabelos. - Me fala o que tá acontecendo?

Aperto suas mãos.

- Promete que não vai me largar?

- Como assim? Me explica Carla. - Ele pede nervoso. 

- Eu... - Respiro fundo. - Eu tô grávida Thomas. - Falo e olho para seu rosto.

O mesmo perdeu a cor.

- Thomas? - Cutuco seu rosto. - Diz alguma coisa.

- Cê tá grávida?

Assinto.

- É meu?

- Sim. - Concordo.

- Você está grávida de mim? - Ele parece estar fora de si. - Filho meu. - Ele levanta da cama e começa a andar pelo quarto.

- Você está me assustando. - Falo.

Ele pára e volta para a cama rapidamente.

- Desculpa, desculpa. - Ele pede. - Grávidas não podem ficar com medo ou podem? Você tá grávida meu deus do céu meu esperma tá aí. - Ele olha pra mim e ri.

- Você está feliz? - Pergunto.

- Não sei, quer dizer to. - Ele toca na minha barriga. - Nós vamos ser pais?

J Ú L I A  M O R A I S

- Bom dia. - Respondo.

- Ana você... 

Gael aparece no corredor.

- Oi. 

- Oi. - Respondo um tanto ríspida. - Trouxe seu capacete e a Bruna quer o narguilé dela. - Falo.

- Ok, perai vou buscar.

Ana sorri e se senta no sofá.

- Aqui.

- Obrigado. - Saio rapidamente.

- Oh, perai. - Gael me chama. - Cê tá bem?

- Tô, só estou cansada de ontem - Não espero sua resposta e entro para dentro da casa. - Toma.

- Ih, o que aconteceu? - Bruna pergunta.

- A Ana está lá.

- Novidade. - Bruna faz indiferença. - A gente falou, a Ana tem prioridade.

- Ué, o que eu tenho a ver com isso?

- Sei que vocês dois ficaram. - Ela diz. - Me escuta Ju, ele só tem olhos para a Ana. Não se machuque.

- Nós só ficamos, não estou magoada por isso, estou decepcionada por ela estar lá depois de tudo o que ela fez pra ele.

- Esse é o Gael. - Bruna levanta os ombros.

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Ligo para minha mãe por vídeo chamada .

Ela atende.

- Oie. - Falo.

- Oi meu amor, que saudades.

- Eu também sou dona Inalda.

- Me chama de nanda minha filha, sua avó me zoou me dando esse nome.

Dou risada.

- Cadê a Tai?

- Ela está com os amigos novos, lá embaixo.

- Que bom. - Minha mãe sorri. - Fico feliz que ela esteja longe daqui.

- Eu também. - Respondo. - Você viu ele? - Pergunto.

- Sim, ele não olha na minha cara muito menos na do Dinho. 

- Eu sei que deve estar sendo difícil pra ela, mas vejo mudanças.

- Fico feliz que vocês duas estejam longe daqui. 

- Eu também. - Suspiro. 

- Sua irmã quer falar com você.

- Eu ainda não estou pronta pra falar com a Mirela mãe.

- Ok, mas você sabe que ela não tem culpa.

- É óbvio que eu sei! Mas eu não consigo encará-la agora.

Está aí uma parte da minha vida que eu não gosto de contar, talvez fosse tão clichê dizer que seu ex noivo sempre foi apaixonado pela sua irmã? E no meio da festa da sua festa de noivado ele gritar isso aos pulmões, acredite eu não vim para SP só pensando em oportunidades, eu tinha que fugir daqueles olhares tanto eu quanto a Taila.