The Powerless Girls

By Saturno______

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O quanto a sua vida pode mudar em algumas semanas? Questionaria escolhas que antes para você pareciam as mai... More

explicações.
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By Saturno______

Eu lutava de uma maneira insistente contra o fexicler da minha mala havia pelo menos 30 minutos, meus cabelos já estavam começando a colar em minha nuca por conta do suor e meus dedos doíam levemente por conta do esforço, praguejei uma última vez antes de finalmente conseguir enfim fecha-la. A observo por uns instantes tentando não pensar nas roupas que provavelmente estariam comprimidas umas contras as outras e ficariam todas amarrotadas, com um último suspiro vou até meu bloco de notas para ver se tinha pego tudo.

Conforme vou riscando os nomes da lista fui me sentindo cada vez mais relaxada, em minha cabeça uma imagem perfeita de Trevor apareceu, com seu cabelo castanho perfeitamente penteado e seu sorriso brilhante me dizendo para relaxar mais e não ser tão controladora, senti um sorriso ameaçar nascer em meus lábios com a imagem e quase que instantaneamente senti um peso em meu dedo anelar. Observo ainda sem acreditar o anel brilhante em meu dedo e a pouca paz que eu tinha conquistado escorreu entre os meus dedos.

Eu estou noiva.

E não faço a menor ideia de como isso aconteceu.

Com um suspiro me deitei em minha cama, eu amava o Trevor tinha certeza, ele me fazia rir e estava comigo em todos os momentos, me ajudava quando eu pensava em desistir e o mais importante, a vida com ele era segura. Ele era o tipo de homem que eu sempre sonhei, educado, inteligente, engraçado, fiel, dedicado aos estudos. Começamos a namorar já havia dois anos, oque era relativamente pouco para ficarmos noivos, mas quando ele pediu minha mão a duas noites atrás eu não consegui negar e me pareceu uma boa decisão, nós combinamos em vários aspectos e eu não duvido do amor dele por mim, mas agora penso se foi realmente a decisão correta, sinto que falta algo.

Meu celular vibra e eu percebo que está quase na hora de ir, me levanto me repreendendo por pensar assim, afinal já estava feito e eu não me arrependia. Depois de colocar as malas no táxi voltei para dentro para verificar se todas as portas e janelas estavam devidamente trancadas, dei uma olhada no espelho para checar mais uma vez a minha aparência, meus cabelos estavam soltos em um liso perfeito, um cropped vermelho de alsinhas e uma calça de pano branca de cintura alta apertada em meus quadris e solta nas pernas. Fico satisfeita com oque vejo e resolvo passar apenas um gloss, apesar de saber que não devia, não consigo evitar de tirar a aliança brilhante e colocar em meu portas jóias antes de finalmente sair de casa, repetindo para mim mesma que o motivo para tal era apenas medo de perde-la.
***
Faz exatas 4 horas que estávamos dentro do carro, apenas eu e o motorista rechonchudo que cantarolava baixinho no volante, algumas gotas de chuvas criavam uma certa melodia ao bater contra o carro, minhas mãos tremiam levemente enquanto eu tento ignorar o aperto do peito que é voltar para Townsville, faz pelo menos 2 anos que eu não volto para casa

Casa, a palavra não parece mais se encaixar, aquela ainda era minha casa? De certa forma acho que ela nunca deixaria de ser.

Mas será que as coisas continuavam as mesmas? O professor - que era como eu e minhas irmãs chamávamos carinhosamente nosso pai - ainda usava aquele avental rosa com babados ? Estava mais velho? Rugas já ameaçavam aparecer em seu rosto sorridente? Como estava nosso quarto? Ele teria deixado ainda nosso cobertor em cima da cama? Um sorriso nasce em meus lábios, verde rosa e azul. Nossas cores favoritas, agora imagino o trabalho que deve ter dado encontrar aquela colcha.

Pego o delicado convite em minhas mãos pela centésima vez nas últimas 24 horas, ele é branco com detalhes Dourados dos lados e nas bordas.

Utonio e Kaene está escrito com uma caligrafia impecável, reconheço como a letra da srta. Kaene, consigo lembrar de seus olhos azuis gentis e seu sorriso caloroso, sinto um pouco do peso em meu coração ceder ao constatar que não existe pessoa melhor para o meu pai se casar, ela de fato o fará feliz como ele merece. Me pergunto como as meninas devem estar se sentindo em relação a essa notícia tão repentina.

Desbloqueio a tela do meu celular e pesquiso sem hesitação o perfil de Lindsey, seu perfil é o primeiro a aparecer, seus cabelos loiros brilhando contra o sol enquanto ela levanta um cartaz em protesto contra algum tipo de lixo sendo jogava na baia, seu corpo frágil no meio de tantas pessoas parece um tanto deslocado, mas a voracidade em seus olhos diz o contrário. Seu perfil basicamente se resume a protestos, e pôsteres de amor aos animais, oque não é uma grande surpresa, acho que todos sabíamos que em algum momento da vida Lindsey iria descobrir da onde vem o bacon e iria se recusar a comer carne animal. E foi exatamente isso que aconteceu, já faz anos que a mesma não come nenhum tipo de carne. A parte racional do meu cérebro diz o quanto isso é errado e o tanto de proteína que o corpo dela está perdendo é inadmissível, mas a parte maternal estava orgulhosa por ela seguir seus ideais tão fortemente assim.

Nem perco meu tempo procurando por Dothy, ela não coloca nada em suas redes sociais desde que foi para faculdade, tento não pensar muito em como ela está se saindo, tenho medo de enlouquecer se pensar muito. Ela sempre teve uma aptidão para confusões, ainda tenho dificuldades para acreditar que ela escolheu se formar em contabilidade, nenhum de nós esperávamos isso. Na verdade nenhum de nós esperávamos que ela tivesse algum plano para faculdade alguma.

Quando me dou por mim estou em frente de casa, e pelo rosto relativamente mal humorado do motorista ele já deve ter chego a álguns minutos. Me sinto levemente envergonhada e tento tirar as malas o mais rápido possível do carro, pago a viagem e ele sai resmungando algo que eu não sei se realmente quero saber oque era.

Uma grande casa Branca está em minha frente, três janelas redondas brancas se formam no andar de cima e a ligeira lembrança de mim e de minhas irmãs surge em mim mente, a lembrança me trás uma gostosa sensação de paz.

Paro em frente a longa porta vermelha sem saber ao certo oque fazer. Devo bater ou simplesmente entrar? Me parece errado bater na minha própria casa, mas sair entrando assim depois de tanto tempo longe não me parece certo também.

- Certo - murmuro comigo mesma - Você consegue, é só abrir a porta casualmente - repito isso pelo menos umas três vezes parada diante da porta.

- Merda, você ainda fala sozinha - Sinto meu coração acelerar de forma desenfreada pelo susto me virando de forma bruta para ver uma figura de cabelos pretos curtos me encarando, seus olhos transmitem diversão e surpresa ao me encarar de volta. Uma jaqueta de couro cobre seu corpo e suas longas pernas estão protegidas por uma calça colada, oque combinava com sua pele branca.

Dothy.

- Você poderia por favor não me matar do coração antes do casamento do papai? - digo levemente constrangida por ser pega e levemente irritada.

Ela apenas da de ombros e passa por mim, bagunçando meus cabelos - que é a sua maneira de dizer "olá estava com saudades" - e simplesmente entra na casa. Observo com nostalgia a casa onde passei minha infância/adolescência, tudo está como antes, como se o tempo aqui dentro simplesmente não tivesse passado quadros nossos estão pendurados na parede e eu dou uma atenção especial a um, eu, Lindsey e Dothy estamos uma do lado da outra usando vestidos idênticos, com o único diferencial, a cor. O meu é rosa, de Lindsey azul e de Dothy verde, uma longa listra grossa preta corta os vestidos ao meio e usamos meias 3/4 brancas com sapatilhas pretas. Meu longo cabelo ruivo está preso em um rabo de cavalo com uma fita vermelha, eu estou dando um sorriso em direção a câmera, Lindsey está com Marias chiquinhas e sorri com tanta força que seus olhos se fecham levemente, já Dothy está emburrada por conta de ter sido obrigada a usar vestido com os braços cruzados dando um sorriso de contra gosto.

Um cheiro de algo no fogo preenche o lugar e sigo em direção a cozinha, Lindsey está tentando fazer papai comer carne de soja e ele parece ligeiramente contrariado, demora uns minutos até eles notarem eu e Dothy paradas na entrada da cozinha. Quem nota primeiro é Lindsey, levantando seus grandes olhos azuis e nos encontrando observando a cena.

- Meu Deus - ela larga tudo e corre até nós, nos abraçando ao mesmo tempo em um longo e caloroso abraço. Me permito relaxar verdadeiramente depois de horas, tinha me esquecido como o abraço da Lindsey era bom - Eu estava morrendo de saudades - minutos depois ela completa assim que nos solta.

- Eu também estava - digo dando um sorriso sincero e observo Dothy dar uma leve corada e murmurar um "vocês fazem uma falta do cacete".

Papai se aproxima abraçando as três em conjunto, como costumava fazer quando éramos menores.

- Minhas meninas - ele diz com o rosto completamente tapado pelos nossos cabelos - Eu sinto tanta falta de vocês - a voz dele se torna um pouco embargada e algo em meu coração se parte, fazendo eu o abraçar mais forte ainda. Eu estava enfim em casa, e não estou me referindo ao prédio que se estendia ao nosso redor e sim aos braços que rodeavam a mim e as minhas irmãs como se fossemos a coisa mais preciosa do mundo.

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