Sirena- BNHA/MHA Fanfic

By Gloomy15

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Oceana Umino é uma garota de 15 anos, que frequenta a famosa Academia de heróis em Musutafu- a prestigiada es... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
ESPECIAL: CONHEÇA O PERSONAGEM
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 15

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By Gloomy15

OCEANA POV

-"Ai mamãe! Você tem mesmo que me acordar nessas horas? Ainda está escuro." Resmunguei, me cobrindo ainda mais com a coberta enquanto a minha mãe abria as cortinas... me dando vista de um céu ainda estrelado, mas já iluminado por uns pequenos raios solares.
-"Tenho sim Estrelinha. Sabe que a viagem a Tóquio é longa e por ser final de semana vai estar um trânsito como se fosse uma manada de bois." Declarou a mais velha, ainda vestindo o seu robe preto e os chinelos fofinhos... combinando com a sua cara irritada. "Oceana Umino!"
     -"Mamãe..." Resmunguei, finalmente abrindo os olhos e observando a minha progenitora com as mãos na cintura e uma sobrancelha levantada- me transmitindo a mensagem: 'Se não levantar agora, fica de castigo até à faculdade.' "Ugh! Tá bom...Mas só se a gente puder passar no Milkyboba na viagem!"
     -"Combinado meu amor."

Dei uma risadinha e me sentei na cama, esticando os braços e girando o pescoço... até que ouvi uma exclamação da minha mãe.
    -"Ai meu Deus!" A morena pôs uma mão sobre a boca e os seus olhos azuis estavam esbugalhados, focados bem no meu rosto.  
    -"Eu sei que pareço um mini-monstrinho quando acordo mãe, mas precisa isso tudo?!" Inquiri, sarcástica, e a maior negou com a cabeça, se aproximando de mim e depois de uns segundos em silêncio, retirou a mão da boca.
     -"N-Não é isso filha!" Cerrei as sobrancelhas em confusão e a mamãe veio até mim, me pegou gentilmente pelo pulso e nos dirigiu ao grande espelho no meu quarto...e aí eu entendi o porquê da sua reação.

-"M-Mamãe...O QUE ACONTECEU?!" Gritei, observando os meus cabelos antes castanhos alourados, agora todo ele num tom mais claro e mais mechas prateadas dispersas em alguns fios.

                    Foi da noite para o dia!

-" Oceana, minha estrelinha. É completamente normal que os jovens hoje em dia queiram experimentar coisas novas.. uma delas pintar o cabelo e eu apoio totalmente isso."
-" M-Mas mamãe-"
-" Eu mesma já pintei o meu de rosa quando estava no 2.ºano da Shiketsu! Não correu bem e acabou ficando horrível!" Recomeçou a mais velha, me impedindo de falar e eu peguei nas suas mãos.
-"Mãe! Esse é o problema! Eu não pintei o cabelo!" Ela entendeu perfeitamente a mensagem e os seus olhos se esbugalharam ainda mais.
     -"FILHA E SE VOCÊ ESTIVER DOENTE?!" Exclamou, me apalpando a testa, procurando a minha doença inexistente e eu tentava falar... Mas a mais velha exclamava o passo-a-passo do que iria acontecer depois. "Você pode ter uma doença capilar e ter que tomar medicamentos e- OCEANA! E se tiver que fazer uma cirugia!?
     -"Mãe?"
     -"Temos que ir imediatamente ao Hospital e internar você para tomar os cuidados necessários e-"
      -"MAMÃE! Não tá ajudando!"
     -"Ai Estrelinha, desculpa. Eu não sei o que fazer!" Eu peguei nas suas mãos e inspirei fundo, já com a atenção da de olhos azuis, mas ainda com a sua expressão preocupada em mim.
     -"Não é doença mamãe." Assegurei, e a sua preocupação foi diminuindo gradualmente até apenas restar curiosidade.
     -"O quê?! Então como ele ficou assim?"
     -"Bem... já faz algum tempo."
     -"Como assim?" Questionou cruzando as mãos sobre o peito e me estendendo uma sobrancelha enquanto mordia a bochecha, pronta a me dar um sermão.

Queria manter isso em segredo da minha mãe... mas pelos vistos já não é possível ocultar esta transformação.

      -"Foi nessa quinta-feira." Suspirei, levantando as mãos e as deixando cair. "A gente estava no treino de dupla do Aizawa-sensei. Correu tudo bem na nossa luta, mas depois a Mina chamou a atenção de todo o mundo para o meu cabelo... Eu pensei que era por ele estar bagunçado por não o ter escovado de manhã por estar atrasada-"
     -"Você estava atrasada Oceana?!"
                                Merda!
     -"Mamãe, isso agora não é importante! Continuando!" Mudei de assunto, evitando levar um sermão extra da mais velha- que se sentou na cama enquanto eu andava que nem uma barata tonta pelo chão do quarto." Mas depois a Momo me deu um espelho e... Vi uma mecha prateada. Chegando em casa eu procurei algum efeito secundário no corpo dos antigos heróis com duas individualidades, mas não havia nenhuma. Então, o Aizawa-sensei disse que iria ver o que encontrava sobre as mudanças capilares relacionadas a individualidades e... eu também estou procurando com um amigo na boblioteca."
      -"Todo o mundo já sabe menos eu!? Porque não me contou sobre isso antes filha?!"
      -"Porque eu não queria te preocupar com isso mamãe... Você tá cheia de trabalho e eu não queria que se desconcentrasse por conta... Disso aqui!" Apontei para a minha cabeça e a maior deu um sorriso e se levantou, vindo até mim e pegando nas minhas bochechas.
     -" Nunca... mas nunca mesmo... o trabalho vai ser mais importante do que a minha menina. Eu sou sua mãe meu amor, e estou aqui para tudo o que precisar." Falou carinhosamente, fazendo carinho em mim e eu sorri refletindo nas suas palavras e percebendo o quão idiota eu fora.
     -"Me desculpa mãe."
     -"Tudo bem Estrelinha. Agora... Falando sobre o seu cabelo." Uma das suas mãos veio até às minhas mechas e deslizou os dedos por entre os fios. "Eu acho que seria bem mais fácil se a gente fosse a um médico Oceana. Talvez se ele fizesse um diagnóstico, pudéssemos saber o que está realmente acontecendo.. em vez de andarmos buscando respostas onde não as possamos encontrar. O que acha?"

Mordi o lábio, pensando se realmente deveríamos ir ao médico... Bem, não iríamos perder nada em verificar.
      -"Talvez o médico consiga encontrar algo que os olhos não possam ver." A maior acentiu, me dando um sorriso cativante. "Vamos ao médico então!"
      -" Ótimo. Vou marcar uma consulta com o Dr. Garaki para à próxima semana, está bem?"
      -" Sim."
      -" E agora vai se arrumar Estrelinha. Não podemos nos atrasar!" Eu acenti instantaneamente e dei um beijo na bochecha da minha mãe- que deu uma risada e saiu do quarto enquanto eu me dirigia ao banheiro.

Com isso, tomei um bom banho de água fria para acordar, escovei os dentes e depois de colocar todos os cremes e produtos para hidratar a pele, comecei o meu pior pesadelo... maquiagem!
Eu não era ruim nisso, até sei me maquiar. O único problema é que não gosto de ter tantas camadas na pele e sentir a mesma quente durante o resto do dia- Por isso não uso nenhuma no dia a dia.

Porém, como é uma ocasião mais formal, decidi fazer algo simples. Fiz um delineado nas pálpebras, coloquei um blush cor de pêssego bem de leve nas bochechas e pus um batom nude... Estava ótimo! Também não iria fazer mais.
Agora o cabelo....
     Para inovar, que tal fazer um coque baixo?
                             É... Pode ser!
Pensei para mim mesma, enquanto colocava o meu cabelo em variadas posições a fim de decidir e quando finalmente ficou como eu desejava fui até ao closet.

No dia anterior tinha saído com a minha mãe a uma loja nova mas bem famosa aqui na nossa cidade, para comprar os nossos vestidos. Era um compartimento enorme com vestidos, sapatos e acessórios revestindo as paredes e as vitrinas espalhadas pela loja. A minha mãe já sabia o que procurava, então a sua escolha foi rápida... Mas a minha demorou bastante tempo. Todas as peças eram maravilhosas, feitas em seda ou cetim, adornadas com pedras preciosas e rendas caras... Mas o único que me chamou a atenção foi um vestido escondido a um canto da loja, ignorado por todas as clientes pela sua simpleza. Era em vários tons de azul, relembrando as profundezas do mar, e adornado com pedrinhas do mesmo tom, se assemelhando a algas. Em conjunto, calcei um salto branco e coloquei uns brincos com pérolas.

Quando acabei me observei no espelho, reparando na diferença que a cor de cabelo fazia no meu aspeto. O loiro prateado contrastava ainda mais com a pele bronzeada e o batom nude, bem como os meus olhos azuis, o vestido e os acessórios brancos...Ainda era eu... Mas uma versão do meu eu ainda mais bela.

    -"FILHA?!" A voz vinda da cozinha me retirou dos meus pensamentos e me apercebi que estávamos à pressa para chegar a Tóquio a tempo do café da manhã com o Chef.
    -"TÔ INDO!" Gritei de volta, pegando numa bolsa branca lisa do tamanho da minha mão- que sinceramente, apenas servia para guardar o celular e o carregador portátil, caso precisasse.

Desci as escadas, tentando não escorregar devido aos saltos, e encontrei a minha mãe de costas, trajando o seu escolhido vestido. O tecido era leve e acentuava bem o seu corpo, num tom dourado e brilhante, usava uma bolsa da mesma cor e os saltos invisíveis debaixo de todas as camadas de saias eram nude. A sua maquiagem estava simples e o cabelo apenas penteado para trás... Estava simples mas encantadora.

     -"Você está linda mamãe." Elogiei, fazendo a mais velha se virar para mim com um sorriso e prestes a dizer algo devido à boca aberta... mas logo a fechou, esboçando um sorriso de orelha a orelha e os seus olhos marejaram com lágrimas. "Ei! O que foi?" Pousei silenciosamente a bolsa e fui até à maior, pegando nas suas mãos e a mais velha soltou uma risadinha.
     -"Nada minha Estrelinha do Mar... Você está maravilhosa!" Falou inspirando fundo e eu sorri.
     -"Olha quem fala, Miss Japão." Brinquei, recordando o título da mamãe e a mais velha gargalhou junto comigo.
     -"Melhor irmos andando... Ainda quer passar pelo Milkyboba?!" Perguntou, retirando as chaves da bolsa com um sorriso e eu exclamei um:
     -" Ainda pergunta mamãe?!"
     -" Bora!"

                             >>>>>>>>>

     -"Obrigada." Agradeci ao trabalhador, pegando na minha bebida, e tentando não ligar aos olhares curiosos e indiscretos dos clientes do estabelecimento ao observarem eu e a minha mãe vestidas como se fôssemos para uma gala.
    -"B-Bom apetite." Falou, claramente nervoso e levemente corado enquanto fazia uma reverência educada e eu acenei amigavelmente. A minha mãe me abraçou pelos ombros e nos dirigiu até ao carro, onde me sentei no banco do pendura e enquanto a mais velha arrancava o automóvel, espetei a palhinha na bebida, saboreando o gosto a leite com café e caramelo.... Caramelo.

Pela razão mais idiota, tanto essa simples palavra como o sabor doce fez um sorriso aparecer no meu rosto, me fazendo brincar com a palhinha e relembrar a conversa que eu e o loiro tivéramos na arena e como eu invejara esta capacidade involuntária dele... Quem não invejava?!

Mas ao que parecia.. o meu sorriso não era assim tão discreto quanto eu pensava.

    -"Tá rindo do quê?" Questionou a minha mãe, parada num semáforo com um sorriso manhoso e eu arregalei os olhos.
    -"Ahm... Nada não. Bobeiras!" Falei com uma risadinha e a de olhos azuis me levantou uma sobrancelha (nada convencida com a resposta)... mas não insistiu e eu liguei o celular ao cabo do carro- para poder escutar as minhas músicas já que a minha mãe também curtia delas. Então, botei uma aleatória e baixei um pouco o volume, enquanto conversava com a minha mãe no caminho para Tóquio.

Tal como a minha mãe previra, tanto as estradas-atalho como as principais estavam a abarrotar, com automóveis de todos os tamanhos e feitios sendo buzinados pelos condutores impacientes.
     -"Por isso detesto vir a Tóquio no final de semana." Resmungou a minha mãe, apoiando a cabeça na mão e eu dei uma risada. Já eram 8h horas e ainda faltavam 3km para chegar à Ponte Arco-Íris.... E sim, é mesmo o nome da ponte.
     -"Bem, veja pelo lado positivo, vamos juntas comer pratos deliciosos!" Falei abanando as mãos e dando o meu melhor sorriso e a minha mãe deu uma risada.
     -"Tem razão! E também é raro virmos a Tóquio... Bom, antes de..."
     -"É." Concordei, não querendo aprofundar o assunto e a mamãe deu um sorriso fraco, retirando a mão das mudanças e a colocando na minha perna, fazendo carinho nela. "Sabe onde também é raro irmos?"
     -"Onde?"
     -"À América visitar o tio Daichi e a vovó." Disse, tomando um trago da minha bebida e a minha mãe acentiu. "Temos que ir lá mais vezes mãe."
     -"Sabe que com o trabalho não é fácil arrumar tempo para viagens... Mas pelo menos os dois vêm cá para o seu aniversário e para a inauguração." É... eles tinham dado a notícia uns dias antes por vídeo-chamada. Estava super-contente! "Por falar em aniversário Estrelinha."

E começou... Já era a terceira vez que tocava nesse tema.

    -"Já falei que não quero prenda nenhuma mãe."
    - "Mas eu quero oferecer alguma coisa! Não tem nada que você goste?" Insistiu e eu dei uma risada, enquanto negava com a cabeça. "Que teimosa!"
    -"Tenho tudo o preciso. Não tem necessidade de comprar uma prenda mamãe... E além disso, eu saio a você na questão da teimosia!"
    -"Oce-" A mais velha ia começar a reclamar com a minha teimosia, mas o toque do meu celular nos chamou à atenção e inconscientemente dei um sorriso ao ler o apelido de Bakugou no ecrã. "O que-"

CHAMADA ON

B: Tem que demorar tanto tempo a atender Furacão?

A sua voz me surpreendeu... O seu tom grave do costume estava ainda mais rouco e sedutor, enquanto que a sua respiração estava descompassada e audível bem no meu ouvido.
E esse simples estado do de olhos vermelhos conseguiu captar a minha atenção... e também o meu coração, que batia no meu peito como se o fosse atravessar.

O: Oi pra você também Bombardeiro.- Falei, tentando não prestar atenção à respiração de Bakugou e a minha mãe cerrou as sobrancelhas, demonstrando confusão e curiosidade para saber quem era- O que está fazendo acordado a estas horas? Ainda por cima sendo final de semana.
B: Treinando, inteligência! -Falou sarcasticamente e eu dei uma risada.

Agora entendi o porquê do seu estado físico.

O: Tendi! Porque ligou? Aconteceu alguma coisa?
B: Nada não. Soube que ia pra Tóquio hoje e queria confirmar que não tinha que comprar um caixão. - Disse, num tom brincalhão e soltando uma risadinha no fim, me contagiando.
O: Estou viva sim, obrigada por confirmar Bombardeiro. Mas estou prestes a cometer um assassinato ao condutor atrás de nós que não para de buzinar, então acho melhor comprar um.- A minha mãe deu uma risada e Bakugou fez o mesmo, só que pelo nariz, do outro lado da linha.
B: Doida.
O: Olha quem fala.

Com isso, demos ambos uma risada e depois de uns segundos em silêncio, olhei no espelho e me apercebi da novidade.. e que era a oportunidade perfeita para avisar Bakugou.

O: Bakugou!- Exclamei, fazendo a mais velha se engasgar com o líquido e me olhar surpresa por algum motivo... mas eu não liguei.- Tenho uma coisa para te falar..ou mostrar...É! Mostrar é mais fácil.
B: O quê?
O: É difícil explicar.
B: Tem a ver com o seu cabelo?
O: Aham.- Ele soltou um 'Hm' bem baixo e escutei ele tomar um gole de água, antes de me informar:
B: Ok... Eu vou correr mais uns 4 quilómetros e depois volto pra casa. Quando puder manda foto!
O: Tá bo- PERA AÍ! 4 quilómetros?- Falei me chegando para a frente no assento- Nessa hora eu já estava morta. Prefiro mil vezes nadar do que correr!
B: Isso é porque apenas campeões conseguem aguentar tanto tempo e ainda por cima com o calor que está!- Disse ele (Aposto que com a sua expressão convencida) e eu dei uma risada forçada.
O: Devo esperar um pedido de desculpas? Aposto que aguento isso e muito mais!
B: Aposta? O quê?
O: Ahm... Bem... Não sei! Você escolhe.
B: Ah é!? Então se-
O: Não! Não! Espera! Não podemos fazer a corrida se nem ainda cumprimos a primeira aposta.- Falei dobrando a ponta do meu vestido e com um sorriso nos lábios ao ouvir o espanto do garoto do outro lado da linha, mas depois percebeu do que eu estava falando e deu uma risada rouca mas muito linda. - Só falar o dia. Aí veremos quem é o Campeão em surf e em corrida.
B: Tch! Tá...A gente se fala Furacão.- Falou num tom calmo e eu sorri, me encostando de volta no assento.
O: Beijo Bombardeiro.

CHAMADA OFF

Com isso, desliguei a chamada, ficando a olhar para a palavra escrita a negrito no celular e mordi o lábio, evitando que o sorriso crescesse ainda mais.

Com que então a competição de surf ia mesmo acontecer?

-"Eu escutei bem? Bakugou?" Perguntou a minha mãe, desviando o olhar da estrada por uns segundos para me olhar e voltou à sua posição anterior.
-"Aham."
-"Esse não era o garoto que você vivia reclamando?"
-"Yup." Confirmei mais uma vez, e a mais velha me olhou com um sorriso maroto.
-"Hm...E pelos vistos, agora andam os dois bem juntinhos ein?" Ah não! Ela não ia começar com isso de novo, pois não?!
-"Mãe não começa! Somos amigos."
-"Me engana que eu gosto." Disse a mamãe e eu revirei os olhos com um sorrisinho, dirigindo as minhas atenções para a janela e observando o carro a avançar, me dando uma melhor vista da ponte.

-"Mãe! Por falar em amigos... Amanhã você vai trabalhar, certo?" A mais velha acentiu, sem tirar os olhos da estrada. "Eu combinei ir ao cinema com o Shoto amanhã à noite. Não se importa, pois não?"
     -"Claro que não filha.... O Shoto né? Depois de 11 anos, finalmente o vi." Ela respirou fundo. "Agora a Rei e as crianças....a última vez que tive notícias dela foi que estava em um hospital psiquiátrico. Durante estes anos, não tive autorização para falar com a minha amiga. De acordo com os médicos, ela está fragilizada e manter contacto com os conhecidos apenas a deixaria pior... Mas me cheira a esturro. Tem qualquer coisa por detrás disso."

Rei Todoroki, a esposa de Endeavor, que como Sho me tinha falado estava num hospital psiquiátrico- A pedido do Herói N.º2- por conta de ter machucado o filho com água a ferver. Será que a minha mãe sabia dos motivos por detrás do seu confinamento?... Não, não me parece. O Endeavor não espalharia isso por aí, especialmente porque se o fizesse mancharia a sua querida reputação. Mas a minha mãe era a antiga heroína N.º5 por alguma razão... era inteligente e perspicaz.

Porém, não seria eu a contar a história- apesar de ser para a minha mãe. O Shoto tinha me confiado o seu passado, e penso que não é correto espalhar um segredo que ele não quer que se saiba... e eu ia respeitar o seu desejo.

    -" Talvez... Mas espero que esteja tudo bem com a Sra.Todoroki."
    -"Eu também filha."

E assim, encerrámos o assunto e seguimos estrada pela ponte arco-íris até Tóquio... Mais precisamente até ao restaurante Lorcan.

                            >>>>>>>>>>>

   -"Ora sejam muito bem-vindas! É uma honra receber as senhoritas no meu estabelecimento." Cumprimentou o chef, dando um abraço na minha mãe e depois em mim, assim que nos dirigimos para a parte exterior (e agora provisoriamente de exposição dos pratos).

Era um lugar de céu aberto, nos deixando admirar a cidade de Tóquio ainda com as suas luzes ligadas devido às horas cedias. Tinha painéis de vidro em volta da área, o chão era de madeira escura bastante resistente e existiam umas poucas mesas e cadeiras para os clientes se sentarem.
      Já o nosso anfitrião... era o dono desse lugar.
O Chef Susumu.
Era um homem alto, com cerca de 1,80m e um porte magro mas, musculado o suficiente para dar a intenção que praticava esportes. Tinha os olhos cor de lima, que nos encaravam como uma pantera, e os cabelos compridos negros como a noite. Usava um terno formal e sapatos sociais e emanava um cheiro muito gostoso a colónia.


    -"A honra é toda nossa Sr. Susumu."
    -"Muito gosto." Falei, a seguir da minha mãe, e o Chef sorriu.
     -"Bem, devem estar com fome depois de uma viagem tão longa. Me acompanhem!" Com isso, seguimos o Chef até uma mesa com cerca de 2 metros de comprimento, recheada de pratos com panquecas, waffles, fruta, copos com sumo de fruta, Nutella- MUITA-, e uma grande variedade de bolos para satisfazer todos os gostos.

    -"Ai que cheirinho bom." Deixei escapar, me dando conta do que disse segundos depois e os mais velhos deram uma risada.
     -"Sirva-se à vontade menina Umino!"
     -"Ah o senhor é um anjo! Obrigada! E me chame de Oceana, por favor. Não gosto de formalidades!" O Chef acentiu com um sorriso nos lábios e com a autorização, pousei a minha mala numa das mesas(não sem antes tirar uma foto ao banquete disposto e colocar nas redes sociais) e peguei no prato, me servindo de tudo o que o meu estômago podia aguentar. E me deixem dizer, ele aguenta muito! Aliás... eu estava esfomeada.

              Por enquanto....Bom apetite!

TENSEI IIDA POV

Em Hosu estava um dia brilhante e caloroso, se não fosse a escuridão e medo presente nos corações destes habitantes... Stain estava à solta, e a preparar o próximo ataque. E era por isso mesmo que eu estava aqui.. Para o pegar!

Há cerca de 2 horas recebemos uma chamada de um morador num bairro pouco conhecido, dizendo que o Assassino de Heróis fora observado e fugiu pelos telhados dos edifícios. Corri cerca de 5 quarteirões e não havia sinal dele... Ele era bom, tenho que admitir. As sirenes também não ajudavam na busca- elas o afugentavam... mas não podíamos evitar. Tínhamos que retirar as pessoas dali.

           Pensava em desistir e voltar para trás....
  Mas aí eu vi um cachecol vermelho esfarrapado!

    -"NÃO HÁ DÚVIDA! É ELE!"

Dei meia volta e graças ao meu Motor, pulei pelas paredes o mais rápido que consegui e cheguei a um beco escuro e apertado... Com Stain e os seus brilhantes olhos vermelhos focados em mim.

    -"TE ACHEI! ASSASSINO DE HERÓIS!"

Apenas mais tarde seria do meu conhecimento... que este era o meu último trabalho como herói.

                  ——— 3 horas depois———

OCEANA POV

Estávamos agora esperando os empregados do restaurante trazerem os pratos de amostra para a inauguração do aquário da minha mãe. Lá embaixo, a cidade de Tóquio estava agora cheia de vida, com pessoas de um lado para o outro nos passeios, automóveis enchiam a estrada e as luzes das montras das lojas captavam a atenção de todos os que passavam.

     -" Hm." Desviei o olhar da paisagem, olhando para a maior e observei a minha mãe limpando delicadamente (mas rápido) os lábios ao guardanapo de pano e aí entendi o motivo da sua pressa. "Vão ter que me desculpar, mas preciso atender uma chamada."
     -"Claro." Disse o Chef, bebendo um gole do suco de laranja.
     -"Até já mamãe." A mais velha me deu um beijo na testa, pegou no celular e saiu da varanda- entrando no interior do restaurante.
Me virei para o Sr. Susumu sentado à minha frente,  bastante mais confortável na sua presença devido às últimas horas maravilhosas que me tinha proporcionado. Apesar da sua aparência, o Chef era um homem simpático e divertido... então podem imaginar que nos demos muito bem.
"Ok, daqui a 3 horas ela volta. Estas chamadas demoram séculos!"
     -"Ahahaha imagino." Falou e eu sorri.

Olhei ao redor, absorvendo cada detalhe do restaurante e uma frase que tinha estado para perguntar desde o início finalmente saiu da minha boca.
     -"Este lugar é incrível. Deve ter trabalhado muito para o conseguir Senhor Susumu." Admiti, encarando o rosto do de cabelos negros- que pousou o copo na mesa e me sorriu por uns segundos, antes de olhar para o seu estabelecimento.
    -"Foi muito complicado sim.... Ainda por cima depois do que aconteceu no meu passado."

O seu tom de voz exibia dor, e talvez arrependimento... mas não conseguia entender muito bem. Achei um pouco indelicado perguntar, mas a curiosidade estava me corroendo por dentro.

    -"No passado?"
    -"Sim... Nem sempre fui um Chef famoso de cozinha minha querida. Posso dizer que tenho os meus esqueletos no armário." Curvei ligeiramente as sobrancelhas, tentando passar despercebida, mas o de olhos verdes deu um sorriso caloroso e me revelou o que esperava descobrir. "Eu já fui um Vilão, preso por cometer vários roubos em prol de alguém que eu amava... É uma longa história e não a quero massar com um passado obscuro."

    -" Pelo contrário! Gostaria muito de ouvir." Assegurei, depois de ver a sua expressão entristecida e segundos após..
    -"Muito bem." Respirou fundo, juntando as mãos em cima da mesa e olhou para o horizonte, provavelmente recuando atrás na sua memória. Os seus olhos brilhavam e um sorriso surgiu no canto dos seus lábios. "Foi à algum tempo atrás.. cerca de 5 anos. Eu vivia no bairro Kotoba com a minha esposa Yue e a minha filha Akari . A minha esposa era vendedora de roupa fabricada em casa e eu um simples trabalhador numa loja de eletrodomésticos. Não tínhamos muito dinheiro mas era o suficiente para sobreviver e garantirmos saúde à nossa filha... Aliás, nenhum dos moradores possuía muitos bens. Mas nos contentávamos com o que tínhamos e éramos muito felizes!" Me lançou um sorriso e eu retribui, escutando atentamente. "Porém, num dia a minha filha adoeceu repentinamente... Começou com ela se queixando de dores nos ossos, depois aparecerem manchas na pele, fraqueza, diarreia e sangramento nasal."
    -"Coitadinha... Quantos anos ela tinha?"
    -"Quatro anos." Tão nova... "A levámos a um médico especialista, e depois de várias análises clínicas descobrimos que a nossa filha tinha uma doença rara chamada Doença de Gaucher."

Doença de Gaucher... Uma doença genética genética ou hereditária que causa alterações no fígado. O que mais me espanta é a probabilidade de acontecer com uma criança, já que a chance de isso acontecer com um adulto é 1 em 100 mil.

    -"E depois?" Incentivei e o Chefe lá prosseguiu.
    -"O tratamento desta doença era feito com medicamentos indicados pelo especialista... Mas eram muito caros. Voltámos para casa, pensando que se esperássemos mais um pouco iríamos conseguir a quantia necessária. A Yue e eu arranjamos mais um emprego cada um e tentámos poupar dinheiro, juntando os nossos salários e apenas gastando um pouco para a comida da nossa filha...Mas a cada dia que passava, a Akari piorava e estávamos a entrar em pânico."

Eu não consigo imaginar o desespero que estes dois pais sentiram.
Ver uma filha nesta situação deve ser de partir o coração...

     -"Havia discussões todos os dias.. a minha esposa chorava com medo de perder a Akari e eu estava ficando louco com a ideia de ver a minha filha morrer sem eu poder fazer nada... então eu..."
    -"Decidiu roubar." Falei delicadamente depois do mais velho hesitar por uns segundos, e de seguida acentiu.
    -"A minha individualidade é Fumo. Consigo controlar fumo ao meu redor, desde que antes absorva um pouco dele de uma fonte... E como pode imaginar, para ocultar as imagens nas câmeras de segurança e para intoxicar os clientes e donos das lojas, é bastante útil."
     -"Sim... Quantos assaltos o senhor teve que fazer para conseguir dinheiro para os medicamentos da sua filha?"
     -" No início, um assalto era suficiente para os medicamentos... então pensei que com aquelas doses, eu e a minha esposa tínhamos tempo o suficiente para acumularmos dinheiro para as próximas....Mas estava errado. Com o tempo, as quantidades foram aumentando e os preços também, então voltei a assaltar lojas maiores a fim de conseguir os remédios. Eu odiava ter que os fazer... os assaltos. "O seu rosto mudou de um dorido e sério para um com um sorriso estampado, com os olhos postos no céu descoberto acima das nossas cabeças . "Mas ao ver a minha filha cheia de energia denovo, correndo até mim com o seu sorriso desdentado e me abraçando sem sentir dor... Isso minha querida, compensava tudo."

Lhe dei o meu melhor sorriso e notei os olhos verdes de Susumu turvos por conta de lágrimas já notórias e eu pousei a minha mão por cima da sua, tentando confortar o Chef.
     -"Obrigada... Enfim, mas tudo o que é bom dura pouco. No meu sétimo assalto, o Herói Profissional AirJet me pegou. A minha família não sabia dos assaltos então eu ser levado foi um grande choque para elas. Fui julgado em tribunal e me deram 10 anos de prisão..Mas os habitantes mais pobres não se conformaram com isto."
     -"O que eles fizeram?" Perguntei, curiosa.
     -"Acontece que a união faz a força minha querida... E depois de saberem a minha história e o porquê do que fiz, realizaram manifestações... Muitas! A Comissão de Heróis não soube como controlar a população e então decidiu reduzir a minha pena para 3 anos e pagou os medicamentos da minha filha."
     -"Uou."

Com que então o povo fez isso sozinho? Mas e a Comissão de Heróis? Eles não se comoveram com a história da garotinha?.... Eram assim tão egoístas e incompreensíveis!? A pena que deram para o senhor Susumu é a mesma que dão para um estuprador! OU ATÉ MAIS!

     -"Depois que fui libertado, escolhi começar a estudar cozinha para dar uma boa vida à minha família. E bem... O trabalho duro deu frutos, apesar de terem demorado a crescer." Olhou para a cidade do seu lado direito e eu sorri, assim que os olhos verdes cruzaram com os meus azuis. "Não espero que ache correto o que eu fiz, ainda mais sendo uma estudante da U.A. Eu próprio não me orgulho do meu passado... Mas estava desesperado e não sabia o que fazer e-"
     -"Eu não o julgo!" Interrompi, pousando a minha outra mão por cima da sua e dei o meu melhor sorriso. "Pelo contrário... Eu não sei o que é ser mãe, mas tenho a certeza que se tivesse uma filha nessas condições faria exatamente a mesma coisa." Um sorriso de orelha a orelha surgiu nos lábios do adulto e lágrimas escorreram pelas suas finas bochechas e me disse uma frase que ficou na minha mente por dias...

     -"Quem me dera que houvessem mais Heróis com o coração que a menina tem, Oceana. É isso que a sociedade de hoje precisa."

O meu coração parou por uns segundos, refletindo nas palavras do Sr. Susumu, que assim que a minha mãe entrou se recompôs e começámos assim a escolha das ementas para a inauguração do aquário. Apesar de o assunto ser comida, a minha cabeça não estava para aí virada...

Sempre soube que ninguém nasce criminoso e com más intenções.. Apenas a vida os torna dessa forma. Mas para isso acontecer, ela tem que ser mesmo ruim. Se for esse o caso, o que anda fazendo a Comissão de Heróis? O Governo do Japão?.... Ser um Herói não era apenas lutar contra vilões, mas ajudar a população antes de ela virar um.

          Será que todos tinham noção disso?

BAKUGOU POV

    -"Aquele Furacão!" Depois de tomar um banho e almoçar, estou agora no meu quarto deitado na cama, esperando que a garota de olhos azuis mandasse o raio da foto.

       Que proporções estaria a cor de cabelo?
                Será que tinha mudado de cor?

    -"Katsuki? Posso entrar?" Escutei, instantes antes da coroa bater com a porta e entrar no meu quarto.
    -"Já entrou!" Revirei os olhos e a mais velha pousou um monte de roupa para eu arrumar no armário. "Valeu."

Me levantei, deixando o celular ligado, e comecei dividindo as peças e colocando tudo no lugar... até que uma notificação soou vinda do eletrónico.
Merda!
                 Má hora Furacão! Má hora!

    -"Vai se-" Peguei no celular... Ou tentei, visto que a coroa de cabelo loiro mo tirou repentinamente das mãos. " EI PASSA PRA CÁ COROA!"
     -"CALA A BOCA KATSUKI! EU SÓ-" Os seus olhos vermelhos se abriram em espanto, bem como a boca aberta num perfeito O. "MASARU VEM AQUI AGORA! O MEU BEBÉ ESTÁ TÃO CRESCIDO!" Espalhafatou, me dando um abraço apertado, comigo quase morrendo de falta de oxigénio. Ao longe, escutei os passos do meu coroa, subindo as escadas e tropeçando assim que chegou ao primeiro andar...mas mesmo assim entrando de rompante no quarto.
    MAS AGORA JÁ NÃO EXISTE PRIVACIDADE!?

   -"O que aconteceu? Quem morreu?"
   -"O KATSUKI TEM UMA NAMORADA!" Nam- ELA NÃO ESTAVA FALANDO DO FURACÃO POIS NÃO?!
    -"QUAL NAMORADA, QUAL QUÊ! A OCEANA NÃO É MINHA NAMORADA!" Gritei, retirando o celular da mão com garras vermelhas da mais velha. Aí, o meu pai interveio...
     -"Ocea- A OCEANA UMINO! MANDOU BEM FILHÃO!" Me abraçou também, ficando comigo encurralado e sem conseguir sair do aperto dos meus progenitores. "Porque não a convida para vir cá a casa? Adorávamos conhecer a sua namorada!"
    -"ELA NÃO É MINHA NAMORADA! É UMA CONHECIDA!"
    -"Aham." Disseram em uníssono e eu revirei os olhos.
    -"Já fizeram o que tinham a fazer! Agora vazem!"
    -"Continuamos à espera da confirmação dela!" Cantarolou a minha mãe, fazendo sorrisinhos ao marido e eu grunhi. Os dois saíram do meu quarto- não antes do de óculos me dar um joinha e a minha mãe um gritinho- e finalmente pude ter paz.

                  Namorada?.... O Furacão!?
                         Não... Nada disso!
Mas só de lembrar a voz dela hoje de manhã pelo celular... Ah Merda! É uma garota! Não um monstro de sete cabeças Katsuki! Além disso... Ela não é nada demais, é apenas mais uma melga. Certo?

Abanei a cabeça, desviando esses pensamentos e desbloqueei o celular e a imagem que fez a minha mãe ficar boquiaberta...me deixou da mesma forma, a única diferença é que senti o meu coração acelarar.

O Furacão estava usando um vestido curto, com vários tons de azul, justo na cintura e depois como um vestido de baile- que usava em conjunto com saltos brancos. A garota tinha alguma maquiagem no rosto- uma bem suava, servindo apenas para destacar alguns detalhes como os olhos intensamente azuis e os lábios carnudos- , usava brincos com pérolas de diferentes tamanhos e notei também piercings numa das orelhas.. mas não aparecia muito devido ao cabelo- que demorei um pouco a notar.... Estava num tom mais claro, uma mistura de castanho, loiro e prateado.

CHAMADA ON
B: Mas que merda é essa Furacão?- Perguntei, assim que carreguei no botão para iniciar a chamada.
O: Surpresa!- Falou com uma risada e eu estendi uma sobrancelha para o Zé ninguém no meu quarto-Eu falei que seria melhor mostrar.
B: Quando isso aconteceu?
O: Ahm...Acordei assim.
B: E o que a sua mãe falou?
O: Quase teve um ataque cardíaco, entrou em pânico, depois me deu um sermão por não ter contado nada e a seguir falou que ía marcar uma consulta com o meu médico.
B: Consulta?- O meu tom de voz saiu mais preocupado do que eu esperava e a de olhos azuis respondeu com um:
O: Aham... A minha mãe acha que é melhor, só pra conferir que não é nada que comprometa a minha saúde. Espero que não.

A última frase, saiu mais como um sussurro para si mesma, do que para mim... Mas a escutei respirar fundo e num tom brincalhão, mudou de assunto.

O: Mas, deixando a minha situação de lado... O que faz?
B: Tch! O que te interessa, ein Furacão?- Brinquei, indo para a janela e olhei em direção ao mar, a alguns metros da minha casa, enquanto escutava a risada da garota.
O: Vamo! Fala logo Bombardeiro!
B: Nada demais... E você? Já esgotou o stock inteiro do restaurante ou ainda não?
O: Nem me fala! Estou quase a rebentar e ainda falta experimentar as sobremesas. É hoje que eu engordo 10 quilos. - Falou, me fazendo soltar uma risada pelo nariz e ela me acompanhou com uma bem audível, mas bastante suave no meu ouvido- Mas pelo menos, já escolhemos as ementas.
B: Ah é? E então?
O: Temos menu para criança com hambúrguer e batata frita, polvo frito, saladas, comidas picantes, ahm... massa com queijo. Resumindo..comida para alimentar um exército! Depois você logo vê.
B: Como assim logo vejo?
O: Logo vê.- Disse ela do outro lado e eu grunhi.- Escusa de ficar assim! Não posso estragar a surpresa.
B: Odeio supresas Furacão.
O: Me mantenha por perto e vai aprender a gostar, confia em mim!
B: Mais perto ainda? Você mal larga do meu pé!Daqui a pouco vai morar aqui.
O: Olha que bom seria para você! Ter a honra de eu estar na sua presença!-Uma gargalhada soou do outro lado e eu dei uma risada baixa.
B: Idiota.
O: Babaca.
B: Tagarela.
O: Bipolar.
B: Você não tem mais nada pra fazer Furacão?!
O: A não ser te irritar... Não. Porquê?- Mais uma risadinha, e eu sorri de lado. Essa desgraçada estava me provocando..
B: Sinceramente... Nem sei porque ainda não desliguei a chamada.
O: Porque você até gosta de falar comigo.. Apenas tem o orgulho do tamanho da galáxia para admitir isso.
B: Nem morto.
O: Uhum.

Com isso, soltámos ambos uma risada e me encostei na janela, continuando numa briga idiota entre mim e a Tagarela, até escutar um: Filha! distante do outro lado.

O: TÔ INDO MÃE!- Respondeu a garota, afastando o celular e depois o posicionou novamente perto dos lábios- Tenho que ir Bombardeiro. O General chama!
B: Então seja um bom soldado e vai logo.
O: Claro que sim! Sou muito competente, me respeita viu!?
B: Nos seus sonhos.
O: Cala a boca Esquentadinho!- Demos uma risada.- A gente se fala depois?
B: Hm... Quando chegar me liga.
O: Ligo sim. Até depois Bombardeiro.
B: Tchau Furacão.

CHAMADA OFF

Que merda?
As palavras saíram boca pra fora!
Que se foda também... Quando digo que a detesto, não estou falando o que sinto.
Vamos, me matem!

Talvez estar com o Furacão não era tão ruim assim. De todas as garotas que eu já estive, ela é a única que não se deixa afetar por palavras duras, sabe ouvir e é interessante... Acho que é isso que me atrai nela. Termos as nossas diferenças mas pontos em comum.

——— 18 Horas———

OCEANA POV

-"MÃE TÔ INDO!"
-"CUIDADO COM O MAR FILHA!" Avisou ela pela milésima vez... mas mal sabe que desde que nasci que trato o mar por 'Tu'.
-"TÁ! FUI!"

Disse por fim, soltando o cabelo, fechando a porta e correndo o mais depressa que pude em direção à praia com a prancha na mão.

Finalmente saí daquele vestido e daqueles saltos demoníacos!
Eu juro que não aguentava mais!

Depois de 5 minutos, estava nas escadas que desciam em direção à areia e as saltei de dois em dois, já sentindo o cheiro a maré... Que felizmente estava cheia.. e melhor ainda, com umas ondas enormes!

Ultrapassei alguns surfistas da minha idade ou até mais velhos, que eu conhecia por frequentarem a praia e já abandonavam as ondas devido ao seu tamanho e sorriram assim que me viram, acenando alegremente.

-"UMINO! CHEGOU PRA NOS DAR UM ESPETÁCULO!?" Exclamou Sokka, um surfista dois anos mais velho que eu, que praticava este desporto com o seu pai Tsukiko- que também estava presente ao seu lado.

Os amigos dele sorriram e apontaram na minha direção e eu acenei, correndo para a água e assim que falei..
-"APRECIE!" ...Me atirei como um cão se atira a um osso.

Senti que estava a me esquecer de algo, mas ao ver a primeira onda de 5 metros... sorri e ganhei velocidade para a apanhar.

BAKUGOU POV

-"Vou dar uma volta." Avisei, sem esperar ouvir a resposta dos coroas e peguei no celular e nos fones de ouvido, botando uma música aleatória.

Precisava arejar a cabeça... Depois de fazer todos os trabalhos que o Eraser nos mandou e me exercitar mais um pouco, era altura de descontrair.
Mas a minha tentativa da música alta nos fones para não escutar nenhuns idiotas não servia de muito, já que pessoas berravam do meu lado esquerdo... E esse barulho vinha da praia.

Me aproximei das escadas de madeira, olhando lá para baixo e observei uma multidão de pessoas gritando palavras de incentivo como 'FORÇA!', ISSO!' , assobiavam, batiam palmas ou simplesmente berravam.

Mas que caralho tá acontecendo?

Ia embora dali, mas a minha curiosidade falou mais alto.Tirei os fones dos ouvidos e desliguei a música, enquanto descia as escadas para ver o porquê de tanta movimentação e euforia.
Já lá embaixo, ultrapassei alguns idiotas um pouco mais velhos do que, vestindo apenas os calções de banho e com as pranchas de surf do seu lado.. Com que então eram surfistas? Porque estavam surfistas na praia a estas horas? O mar tá perigoso!

-"EI! Porquê essa barulheira?" Questionei, encarando um garoto de cabelos azuis à minha esquerda, abraçado a outro extra- que gritava com todos os pulmões.
-"Porque acha?! A Umino está no mar!"
-"A CAMPEÃ TÁ ARRASANDO!" Falou outro lá ao fundo e eu arregalei os olhos.

UMINO?!
Deixei o lado deles e fui para a primeira fila, deixando umas dezenas atrás de mim... e era verdade... A Umino estava no mar.

A garota subia e descia pelas ondas de mais de 5 metros, umas que nem eu me atrevia a desafiar, e parecia que brincava como elas. Fazia slides, uma volta no ar de 360° e rasgadas... Tudo manobras que valiam muitos pontos em competição.


-"UHU!"
-"OLHA MAMÃE! OLHA!"
-"A RAINHA DAS ONDAS VOLTOU!"
-" FORÇA UMINO!"
-" VAI SURFISTA!"
-" MOSTRA COMO SE FAZ!"

A morena, agora com o cabelo louro e prateado, entrou no túnel de uma nova onda de 10 metros- fazendo o público soltar exclamações- e incrivelmente, subiu até ao topo da mesma e desceu a toda a velocidade depois de dar uma volta completa com a prancha... me fazendo abrir a boca.

No final, subiu mais uma vez noutra nova onda e propositadamente mergulhou no ponto mais alto e surgiu à superfície, sendo trazida em cima da prancha enquanto recebia gritos e aplausos.

-"Bakugou?!" Exclamou, assim que me viu e retirou a pulseira de segurança do tornozelo. "Não sabia que estava aqui."
-"Você é doida Umino." Elogiei- É, antes que critiquem, é um elogio sim- e a de olhos azuis sorriu.
-"Obrigada." Viram? Ela entendeu o recado. Se não entenderam significa que são burros! "Mas se acha que é a coisa mais perigosa que eu já fiz, isso é porque não sabe o que aconteceu à 3 anos atrás."
-"O quê?"
-"Algum dia te falo."
     -"Sério isso?!" Eu revirei os olhos com um sorriso de lado e ela deu uma risada mais audível. Enquanto isso, a multidão de pessoas na praia se dissipou, com cada um indo para a sua toalha e chapéu de sol ou para casa... deixando o ambiente mais silencioso e propício para uma conversa.

-"Bela prancha... mas não acha que está um pouco pequena para você?" Falei, observando a prancha azul, que fazia conjunto com os detalhes mais claros do seu fato.

-"É....Mas custa bastante me desfazer dela. Foi a minha primeira prancha, dada pelo meu pai quando tinha 9 anos e a uso sempre que vou para a água... Acredito que tem me dado sorte em todas as competições." Disse enquanto sorria e olhava para a tábua colorida, que fazia reflexos da luz do sol. "Mas tem razão, preciso comprar uma nova antes de fazermos a nossa pequena competição de surf!"
-"Tem mesmo! Quero competir contra você com a sua máxima força, escutou Furacão?!" Provoquei, erguendo um pouco o queixo e sorrindo e a prateada gargalhou, me contagiando e eu ri pelo nariz.
    -"Combinado Bombardeiro."

-"JÁ TINHA SAUDADES DE TE VER OCEANA!" Fomos interrompidos pelo mesmo garoto de cabelo escuro, com um sorriso mostrando os dentes- os quais me apetecia partir- e deu um abraço na Oceana. 

O filho da mãe não vê que estava interrompendo?!
         E não tem uma camiseta pra vestir?!

-" Para a próxima quero você ali comigo!"
-" Não chego aos seus calcanhares Rainha das Ondas!" Não chega mesmo..
-"Pode tentar!" E continuou durante mais ums minutos... O Furacão podia parar de conversar com aquele idiota e me dar atenção?! Eu estava aqui primeiro!

Estava quase para dar meia volta e desaparecer daqui... Mas parece que Deus escutou o meu pedido e o idiota exibicionista de músculos acenou, enquanto se afastava em direção a um homem mais velho.
-"ATÉ MAIS!"
-"TCHAU SOKKA!" Obrigada Deus! "Desculpa , eu o conheço desde pequena."
-"Tá, tanto faz....E bela maneira de avisar que chegou Furacão." Me lembrei do que ela previamente me disse e assim que proferi estas palavras, a de olhos azuis levou a mão à testa.

    -"Eu sabia que estava esquecendo algo! Sinto muito Bakugou, precisava mesmo vir para a praia depois de um dia a usar salto alto e vestido! Esqueci de te ligar!"
    -"Devia ter vergonha de si mesma."
    -"Vergonha?!" Mudou rapidamente a expressão, levantando uma sobrancelha cruzando os braços sobre o peito agora levemente exposto devido a ela ter aberto o feixo enquanto falava com o idiota. "E você estava assim com tantas saudades que não aguentava esperar eu chegar em casa, tomar um banho e depois ligar?"
    -"Nem pensar! Podia passar semanas, meses ou até anos sem falar com você."
    -"Duvido... Horas depois estava você me ligando cheio de saudades minhas e querendo escutar a minha linda voz." Neguei mais uma vez, segurando o riso e ela soltou uma risada... "Ok! E que tal... como pedido de desculpas... Um abraço!?"
O Furacão abriu os braços, enquanto se aproximava de mim.

    -" Você está encharcada."
    -" Obrigada por me avisar! Nem percebi!" Disse sarcástica e eu arregalei os olhos. "Agora vem cá."
    -"Vai pra lá Furacão! Você vai me molhar."
    -"Oh... A Bombinha está com medo de água?"

Soltou um sorriso manhoso e abanou os braços, atirando umas gotículas para a minha roupa.


     -"OLHA A MER-" Com isso, usou a sua individualidade e me puxou até ela, usando a água nas roupas e correu até mim, se atirando e rodeando o meu pescoço com os braços. "EI O QUE TÁ FAZENDO!? ME SOLTA!"

                    Mas essa.... Eu mato ela!

     -"Tcharan! Viu? Não é assim tão ruim!" Disse, enquanto me abriu um sorriso com os seus lábios carmim e eu semicerrei os olhos, os focando no seu rosto. Não vale a pena...mais teimosa...
     -"Eu te odeio!" Baixei os braços e desisti de resistir ao seu aperto e com isso, deixei ela ficar mais à vontade.
     -"Como queira!"
     -" Alguém já te falou que é mais irritante do que um bebé?"
     -"Os bebés não são irritantes! São fofos!"
     -"Aham... Ainda por cima quando desatam aos berros."
    -" Babaca!" Falou rindo, me dando um tapa fraco no ombro e voltou a juntar os braços ao redor do meu pescoço.. algo que estranhamente não me estava a incomodar. "O que está fazendo por aqui? Veio à praia de propósito ou...?"
      -"Vim dar uma volta... Mas a agitação dos extras aqui me chamou a atenção." Sorri de lado, enquanto juntava as mãos atrás das suas costas e a aproximei, tornando a nossa distância menor. Com isso, senti a sua respiração acelarada no meu rosto e também o cheiro a mar que emanava de si.. misturado com um perfume natural muito bom.
     -"Estou exausta! Mal posso esperar pra tomar um banho e me deitar na cama...Durmo na hora!" Assegurou, enquanto dava uma risadinha e eu soltei uma pelo nariz. "Quer me fazer companhia no caminho?"

Os meus olhos se arregalaram um pouco, ficando focados nas suas safiras- que me encaravam à procura de uma resposta- e antes que pudesse pensar numa negativa, sarcástica ou ruim... Da minha boca saiu um:
      -"Vamos."

Normalmente a outras pessoas mandava se ferrar... Ou talvez ainda de uma forma mais obscena. Mas não com a Oceana. E por mais incrível que pareça... Eu não detestava esta situação. Não detestava me sentir atraído para ela ou para a sua simpatia... Para a forma como me zuava... Ou como me repreendia com o olhar- Apesar de às vezes me controlar para não lhe arrancar aquela maldita sobrancelha.

      Eu gostava de conversar com o Furacão...
             Gostava de escutar música...
                    Gostava de treinar...
                Gostava de estar com ela.
   E não planejo me afastar dela tão cedo assim.

                     VOLTEI MEUS AMORES!
Desculpem a demora a postar mas uns afazeres têm ocupado grande parte do meu tempo, então escrever se tornou um pouco complicado!
Mas... Aqui temos mais um capítulo da nossa Oceana e da sua viagem a Tóquio? E que tal? O que acharam?

Parece que o cabelo da Oceana está cada vez mais prateado... Acham que é por conta da individualidade? E se não, do quê?
Reconhecem o nome Dr. Garaki?
Ficámos também a conhecer o passado do Chef Susumu... E a opinião da Oceana sobre a Comissão de Heróis. Concordam com a forma que eles lidam com os criminosos?
E o Bakugou já viu a competição! A nossa Rainha das Ondas mostrou realmente o que uma Campeã é capaz... e posso dizer que ele ficou impressionado. Não acham?
Para além disso... Aproxima-se a ida ao cinema com o Todoroki!
Acham que vai correr tudo bem?

❤️Se gostaram, votem e comentem!❤️
Até à próxima Estrelinhas do Mar!

🌊🌊🌊🌊🌊

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