Meu desespero aumentou ao vê-la fechar os seus olhos. Eu não posso simplesmente perder ela assim, temos ainda tantas coisas para vivermos juntos.
— Anny, acorda, por favor. Você não pode me abandonar. — Falei balançando ela levemente, mas nada dela acordar.
Natasha entra na sala e se assusta ao ver Anny desacordada e sangrando.
— Ela está viva? — Perguntou preocupada.
— Eu não sei. — Falei incerto.
Ela se aproxima e coloca a mão perto do de Anny.
— Ela está, respirando fraco, mas está. Pegue ela e vamos.
Faço que ela manda e a sigo, caminhamos em passos apressados e logo encontramos Thor que olha assustado para Anny que não parava de sangrar.
— O que aconteceu? — Ele perguntou também preocupado.
— Ela foi golpeada e precisamos a levar para o hospital. — Diz Natasha a ele.
— Eu vou com vocês.
Passamos pelos vingadores e todos olham preocupados para nós. Saímos do subsolo e entramos na aeronave.
Coloco Anny delicadamente em um dos bancos, e a aeronave começa a voar, peguei em minha mochila uma camisa, levantei a camisa dela e vejo que o corte estava bastante profundo, tentei ao máximo estacar o sangue.
Meu desespero estava apenas aumentando, o sangramento só estava piorando e sua pulsação ficava ainda mais ameno. Thor olhava atento para Anny com uma cara de arrependimento.
Não sei quantos minutos tinham se passado, mas senti a aeronave pousar no térreo, peguei Anny no colo, saio apressadamente e desci no elevador para chegar ao primeiro andar do hospital, juntamente com Thor e Natasha.
Dois enfermeiros aparecem com uma maca e a coloquei, os sigo até que adentram em uma parte que apenas funcionários haviam direito. Dei a volta e me sentei em uma cadeira ao lado do Thor.
Bati os meus pés no chão freneticamente, olhei para o meu traje que estava coberto de sangue, será que eu vou a perder? Meu medo estava maior do que na última vez, dessa vez parecia tudo tão real.
Ouço passos e vejo Natasha se aproximando com a minha mochila.
— Acho bom você trocar de roupa. — Ela diz apenas assinto, me levantei e peguei a mochila.
Caminhei pelo hospital e nesse horário não tinha quase ninguém, já era tarde da noite. Encontro o banheiro, entro e tranco a porta, tiro o meu traje ensanguentado e começo a chorar ao me lembrar de como ela teve forças para deter a Valentina de uma vez por toda, só para me salvar.
Eu que deveria ter feito isso, salvado ela e não o contrário. Lavo as minhas mãos na pia e vejo todo o sangue ser levado pela a água.
Olho para o meu reflexo no espelho, no meu rosto havia alguns hematomas, mas que logo sarariam, passo um pouco de água. Em seguida, visto a minha roupa por sorte tinha trago uma camisa a mais, já que uma foi usada na Anny.
Saio do banheiro e caminho até onde eles estavam, vejo um médico se aproximando assim que chego.
— Parentes de Anny Martini?
— Somos nós, como está a minha filha? — Pergunta Thor, eu e Natasha olhamos surpreso para ele que nos ignorou.
— O estado dela é grave, teve uma parada cardiorrespiratória, perdeu bastante sangue pelo menos 55%, um dos seus rins foi perfurado. Vamos ter que retirar o órgão e precisamos também de sangue O negativo, algum de vocês tem? — O médico pergunta, eu e Natasha negamos.
— Eu posso ter, sou o pai dela. — Diz Thor ao médico.
— Vamos fazer o teste e se for compatível, podemos fazer a coleta de sangue para a paciente.
Thor o segue, me sento na cadeira ao lado de Natasha. Um silêncio desconfortável cai entre nós, fecho os meus olhos e começo a recordar das últimas palavras que Anny me falou, "eu te amo" as três palavrinhas tão esperada por mim, eu sempre quis falar a ela que a amava, mas tinha medo, medo de quê? Eu já não sei, só sei que assim que ela acordasse iria falar isso a ela.
Ela iria ficar bem, tinha que ficar bem.
Alguns minutos se passam, Thor retorna com o rosto meio pálido, franzi o cenho ao vê-lo.
— Você está bem? — Perguntei a ele.
— Estou, o médico disse que devo comer algo. — Ele diz e se senta ao meu lado.
— Vou atrás de algo. — Diz Nat e sai rapidamente.
— Ela já vai para a sala de cirurgia e vai ficar bem. — O meu sogro fala tentando me confortar, "meu sogro" que estranho.
— Eu sei que vai, ela é guerreira. — Digo a ele e sorrimos.
Longas horas se passam, já era mais de meia noite e lembrei de mandar uma mensagem para dona Amélia sobre tudo que estava acontecendo, ela disse que o senhor Stark tinha falado antes com ela e viria amanhã de manhã para o hospital.
Pago um café na lanchonete do hospital e volto para perto de Natasha e Thor, tomo um gole e me sento.
Já fazia pelo menos umas 3 horas que ela tinha ido para a sala de cirurgia, até que o médico surge.
— A cirurgia foi um sucesso. Retiramos o rim que foi prejudicado e ela recebeu o sangue, dentre alguns dias ela deve acordar.
— Podemos vê-la? — Pergunto a ele.
— Claro, um de cada vez.
Primeiro foi a Natasha, depois Thor e por último eu. Assim que entro no quarto, meu coração se apertou ao vê-la ligada a tantas máquinas.
Me aproximo da cama da mesma e a olho em seu rosto, tão linda e dormindo serenamente como se nada tivesse acontecido. Passo a minha mão pelo o seu rosto, apenas para ter certeza que ela está aqui.
— Eu fiquei com tanto medo de te perder.
Único som que ouço além de minha voz são os batimentos cardíacos dela.
— Só quero que você acorde logo, para que eu possa olhar em os seus lindos olhos azuis e falar o quanto eu te amo.
Dou um beijo em sua testa, ouço uma batida na porta era a enfermeira dizendo que o meu tempo acabou.
— Amanhã eu volto, meu amor. — Dou um beijo na bochecha de Anny e saio do quarto.
Três dias haviam se passado e nada de Anny acordar. O meu coração ansiava para que pudesse a ver acordada, plena e bem.
Hoje tia May fez o favor de me obrigar a ir à escola. Ontem Anny tinha sido transferida para um hospital de Nova York, antes estava em uma de Washington, senhor Stark que estava pagando tudo.
Fiquei praticamente a semana toda sem ir a escola, então justamente hoje tia May fez o favor de me obrigar a ir. Eu não queria ir, queria apenas ficar do lado da minha namorada na espera de vê-la acordar.
Desço do carro da tia May, ela veio até me deixar para vê se eu não iria desviar o caminho da escola até o hospital. Entro na escola e logo dou de cara com MJ e Ned.
— Você está horrível. — Comenta MJ.
— Obrigado pelo elogio. — Falo irônico e caminho até o meu armário sendo seguido por eles.
— Como ela está? — Pergunta Ned.
— A única vez que a vi estava na mesma, não tinha acordado. — Abro o meu armário e pego alguns livros que ia precisar hoje.
— Logo ela deve acordar, não se preocupe. — Diz MJ tentando me confortar.
— Espero, já tem três dias que ela está na mesma.
Logo o sinal toca, entramos na sala de aula. Tento prestar atenção nas primeiras aulas, mas sem sucesso, todos os meus pensamentos ia para a loira dos olhos azuis.
Chega o intervalo, saio da sala e quando estava me aproximando do refeitório, meu celular vibra, é uma mensagem da Natasha falando que a Anny acordou.
Meu coração se acelera ao ler a mensagem, um sorriso brota em meu rosto e Ned nota.
— Aconteceu algo? — Pergunta ele.
— Anny acordou e vou lá agora mesmo.
— Quando a aula acabar, eu e MJ iremos.
Me despeço dele e saio da escola às pressas, logo pego um táxi e vou em direção ao hospital. Após alguns minutos chego, pago o taxista e entro no hospital, passo na recepção e pego uma plaquinha de visita.
Vou direto para o quarto de Anny, meu coração batia ansioso para a ver, assim que chego no andar do quarto dela vejo dona Amélia saindo e faz um sinal para que eu entre.
Abro a porta, dessa vez a vejo na cama acordada, assim que me vê sorri. Me aproximo dela.
— Oi. — Diz ela.
— Oi, como você está? — Pergunto preocupado.
— O pior já passou, vou ficar bem.
— Eu tive tanto medo de te perder. — Confesso a ela.
— Você vai ter que me aguentar por muito tempo. — Ela diz e sorriu.
— Que sorte a minha. Eu te amo. — Confesso a ela e o meu coração acelera.
— O que? — Ela pergunta e sorrir.
— Eu amo você. — Falo e sorrio.
— Eu também amo você. — Ela diz e dou um selinho nela. — Sabe o que você poderia fazer para mim?
— O que?
— Trazer um milkshake de morango. — Diz ela e acabo rindo. Como senti falta disso.