Harry Potter E Outras Históri...

By wolfIstars

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Uma coletânea de traduções de histórias fofas, lindas, inspiradoras, tristes, todas de vários personagens e c... More

Os Muitos Penteados de Sirius Orion Black [WOLFSTAR]
A Primeira Vez [JILY]
Conhecendo Os Pais do Namorado [DRARRY]
Meu Bebê [Sirius Black]
Mãe [Dorea Potter]
O Código Maroto [Marotos & Lily]
O Cachorro e os Túmulos [Sirius Black]
Bicho-Papão e Vingança [Harry & Remus]
23h08 - [BLACKINNON]
Posso Te Beijar, Por Favor? [WOLFSTAR]
A Poltrona [Charlus Potter]
Quem é o Meu Afilhado Favorito?! [Sirius & Harry & Teddy]
Matilha [Remus & Harry]
Suéteres Horríveis [Marotos & Lily & Bebê Harry]
Abandonada [Andrômeda Black Tonks]
Tonight [James Potter]
Vizinhos AU [JILY]
Revezando [Marotos & Harry]
Uma Viagem de Um Dia Para o Largo Grimmauld [Sirius & Harry]
Amizade Improvável [Sirius & Ginny]
R.A.B. [Regulus Arcturus Black]
Batidas do Coração [Sirius & Harry]
Você Vê o Que Eu Vejo? [MAROTOS]
Bem Próximos [DRARRY]
O 'Pai Legal' [Jeddy & Família Potter e Weasley]
Está Resolvido [JILY]
Aqueles Que Procuram e Encontram [Luna/Harry]
Faz-de-Conta [WOLFSTAR]
Meu Universo [HARMIONE]
Conte a Ela [Neville/Luna]
Aquela Em Que Ron Fica Sabendo [DRARRY]
Girassóis [WOLFSTAR]
Curto-Circuito [HINNY]
A Reunião [Minerva & Sirius]
3 de Novembro [Sirius Black]
Irmão Protetor [Jily & Sirius Black]
Momento [JILY]
Harry [Jily & Bebê Harry]
Halloween [JILY]
Halloween [Sirius Black]
Ciúmes, Evans? [JILY]
A Vida É Curta [Nevillle/ Luna]
'Quando Nos Casarmos...' [HINNY]
Eu Te Acho Muito Bonita [HARMIONE]
Não, Ela Não Odiava [JILY]
Até Que Possamos Voar Outra Vez [Jily & Bebê Harry]
Todas As Coisas Infinitas [James Sirius & Harry]
Apenas o Começo [Os Fundadores de Hogwarts]
'Triângulo Amoroso em Hogwarts?' Por Rita Skeeter [Albus & Minerva & Severus]
Culpa do Sobrevivente [Remus & Harry]
Depois Da Guerra [Harry & Ron & Hermione]
A Vassoura de Brinquedo [James & Sirius & Bebê Harry]
Seleção [Regulus & Sirius]
Noite Difícil [Jily & Sirius & Harry]
Qualquer Coisa Pelo Harry [Drarry & Ron]
Dia da Formatura [Marotos & Lily]
O Bebê Sumiu [Jily + Hinny]
Corujas, Gatos e Novos Começos [DRARRY]
Peão para C3 [Ron & Lily Luna]
Um Não Poderia Existir Sem O Outro [Chapéu Seletor]
Querida Filha [Hermione & Rose]
Que Parem Os Relógios [Remus Lupin]
Padrinhos e Responsáveis Legais [Wolfstar & Harry]
O Começo do Fim [Marotos]
As Folhas Nas Árvores [JILY]
Renas e Testrálios [Marotos + Lily + Bebê Harry]
Quando A Mamãe Era NÃO [Jily + Bebê Harry]
O Ano Mais Longo [31 de Outubro]
Lembre-se Sempre [Hagrid/Harry]
Sempre Soube Que Ela Era Uma Aberração [Petunia/Lily]
A Fuga de Azkaban [Sirius Black]
Lar é o Lugar Para Onde Você Volta [Wolfstar + Harry]
Promessa de Cavaleiro [ROMIONE + Harry]
Quatro Chances, E Mais Uma [Regulus Black]
Rainha de Mentiras [Albus Dumbledore]
Aquele Em Que A Família Ficou Sabendo [DRARRY]
Talvez Seja o Destino [JILY]
A Estratégia de Petrov [Albus & Harry]
Família de Verdade [Sirius & Harry]
Nós Somos Iguais [Remus & Harry]
Entrega especial [HINNY & JILY]
Imune [JILY]
Esperança [Narcissa Black Malfoy]
Maçãs [DRARRY]
Nunca mexa com um Potter [Harry + Sirius + Remus]

Cada Tropeço e Cada Falha na Ignição [JILY]

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By wolfIstars

Oi oooi :)))

O título e a letra durante a história é da música Good Grief da banda Bastille :)))

É bem longa mas acho que vocês vão gostar :))

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(What’s going to be left of the world if you’re not in it?)

Tinha algo sobre festas. Talvez fosse as madrugadas ou a dança ou (mais provavelmente) o álcool, mas assim que um grupo de pessoas era rotulado de 'festa', era como se todos estivessem envolvidos em um frenesi indescritível.

Tinha algo sobre festas que deixavam Lily muito entediada.

Através da névoa, Lily podia ver Marlene dançando com um garoto que parecia problema, dando a ele um olhar que não daria se fosse uma situação diferente. Mas era uma festa, e isso significava que Marlene havia tomado mais do que alguns drinques, e a música e a atmosfera estavam afetando seu bom senso.

A nova música da Nicki Minaj começou tocar, a batida vibrando através do corpo de Lily e a sala de estar cheia de pessoas lutando para encontrar espaço. Alice passou correndo por Lily e agarrou as mãos de Marlene. Rindo, começaram a dança louca que criaram alguns anos atrás, que envolvia principalmente saltos e cumprimentos.

Lily suspirou e se encostou na parede áspera, contente em apenas observar suas duas melhores amigas se divertindo. Talvez esse fosse o motivo de sua aversão a festas, ela achava quase impossível dançar com pessoas a observando. Ela já tentou fechar os olhos, embebedar-se, pedir suas músicas favoritas, mas nunca conseguiu mais do que alguns movimentos vagos de mão oscilantes.

Alice pensava que era porque sua mãe era uma bailarina (falha), que dançar significava algo para Lily que não significava para a maioria. Marlene pensava que era porque Lily era uma péssima dançarina.

Perdida em pensamentos, Lily não percebeu que Frank se juntou a ela na parede. Ele murmurou algo que se perdeu no barulho pesado de música e Lily apontou para sua orelha.

"Eu peguei outra limonada para você!" Frank gritou em seu ouvido e entregou a garrafa a ela. O namorado de Alice era especialista em ser atencioso. (Cada centímetro dos cartões de aniversário eram usados, as roupas eram levadas para lavar sem ser solicitado e ele já havia atravessado a cidade para buscar o delineador favorito de Marlene). Era um bom equilíbrio para os grandes gestos extravagantes de Alice, refletiu Lily enquanto agradecia.

Eles continuaram em silêncio por alguns minutos, observando. Marlene agora estava beijando um loiro, enquanto Alice parecia estar se divertindo dançando sozinha.

Frank balançou a cabeça, sorrindo. "Ela é realmente a pessoa mais complexa que eu conheço."

Um jovem ruivo, claramente incapaz de se manter em pé por causa do álcool ingerido, praticamente caiu em cima de Lily, forçando-a ainda mais para perto de Frank. Alguém que presumivelmente era o irmão do cara o afastou, mas suas desculpas foram abafadas por suas risadas compartilhadas.

"Weasley", Frank disse com desdém, "eles sempre conseguem ficar mais bêbados que todo mundo nessas festas."

O fluxo de pessoas continuaram a empurrá-los agora que o lugar de Lily não estava mais estabelecido. Isso era outra coisa que Lily não gostava em festas, a falta de espaço pessoal. Quando o local era pequeno demais para a lista de convidados, Lily sentia que passava horas sem respirar.

Alguém mudou a música no meio de Hey Ya para Don't Stop Believing e, no meio segundo entre a troca, Lily ficou um pouco impressionada com a conversa geral e, talvez mais perturbada, com o cheiro de suor e uma pitada de urina. Alice fez um gesto para Frank ir até ela, e ele lançou um olhar de desculpas para Lily.

"Está tudo bem!" Lily gritou: "Eu te encontro mais tarde."

Frank deu de ombros e se aproximou, Alice colocou os braços em volta do pescoço dele e eles começaram a balançar. Lily soprou a franja para longe da testa, ela estava absolutamente queimando. Com um rápido olhar para Marlene para verificar que ela estava bem, Lily abriu caminho através da multidão na cozinha até a pequena varanda.

Ben Fenwick, de quem era a festa, costumava dizer que havia alugado o apartamento por causa da varanda. Era um pouco suja e havia espaço para apenas duas cadeiras, mas a vista de Londres era espetacular. Lily afundou em uma cadeira com gratidão e se perguntou se seria capaz de distinguir seu apartamento a partir dali. Lily cresceu em uma minúscula vila no norte e, mesmo depois de todos esses anos, as luzes de Londres a deixavam sem fôlego.

Alguém de dentro da cozinha bateu a porta com força, e a música e a conversa ficaram abafadas. Lily respirou profundamente; não havia nada como estar sozinha em uma festa. Não é que ela não gostava disso, ela estava acostumada. Mas era solitário de uma maneira que Lily não costumava experimentar. Lily olhou o relógio e tomou um gole da limonada. Ela costumava beber em festas, para ajudar a relaxar, mas ela e Marlene tinham que pegar o ônibus para casa e fazer isso menos do que sóbria era pedir para alguma coisa ruim acontecer.

Dentro do apartamento, algo caiu e as luzes mudaram de cor. Se não tivessem cuidado, Ben receberia outra queixa de ruído, e o fim das provas que se dane. Lily estremeceu, a diferença de temperatura entre a sala e o exterior a pegou de surpresa. Ela estava prestes a voltar para pegar seu casaco de lã quando a porta se abriu.

Lily pulou e se virou.

E lá estava ele.

Haviam quatro razões pelas quais Lily começou a evitar festas, e a primeira estava de pé e olhando diretamente para ela. E pior, oh Deus, o estômago de Lily revirou, e pior, ele estava com a mão nas costas de uma garota.

Droga, essa era a razão pela qual Lily não esteve em uma festa nos últimos cinco meses. Porque James Potter sempre parecia estar lá.

"Porra, Evans." Ele murmurou, passando a mão livre pelo cabelo, "Como eu tenho sorte."

Houve uma pausa desconfortável que pareceu durar uma eternidade, na qual Lily lutou contra a vontade de vomitar e James tirou a mão da garota.

"Eu não achei que você estaria aqui", Lily finalmente conseguiu dize4. "No dia seguinte ao término das provas, você geralmente sai com seus amigos."

"Benjy disse que iria parar de nos enviar vídeos de gatos se viéssemos", explicou James, fazendo uma careta como se estivesse se arrependendo completamente de sua decisão. Ele não parava de encará-la, então Lily olhou para longe, estudando a janela da cozinha e desejando que ela estivesse lá.

A garota com quem ele estava tossiu sem jeito, olhando entre os dois. "James, eu já vou", ela murmurou e ele não discutiu.

"Sinto muito por..." Lily fez um gesto para a menina se afastando.

"Está tudo bem", disse James rapidamente, "não era nada sério."

"Oh."

James foi até as cadeiras: "Você quer sentar?"

"P-James. Não tenho certeza se essa é uma boa ideia."

"Evans." James olhou para ela. "Não vejo você há cinco meses. Eu apreciaria se você se sentasse."

James parecia tão diferente, rígido e frio. Lily não o culpava, apenas sentia falta dos dias em que ele não podia ficar cinco minutos sem tentar fazê-la rir.

Eles se sentaram. A batida da música estava no mesmo ritmo do coração de Lily.

"Como você está?" Perguntou Lily, hesitante.

As luzes de Londres pareciam quase ameaçadoras agora, como um refletor distorcido.

"Eu mudei de ideia; acho que não posso fazer isso." James bagunçou o cabelo novamente, um tique nervoso pelo qual Lily sentiu uma onda de afeto.

"Olha", disse Lily determinada, "eu não acho que tive a chance de dizer isso corretamente, mas eu sinto muito mesmo."

"Deixe-me ver se entendi." A voz de James endureceu da mesma maneira quando ele estava com raiva. Um helicóptero voou no alto e ele levantou a voz até o ponto em que estava prestes a gritar. "Você sente muito por terminar comigo. Depois que eu disse que te amava, uma hora antes da festa de aniversário que organizei para você e três dias antes de meu pai ter um ataque cardíaco!"

"Oh, Deus." Uma mão voou para a boca de Lily. "Eu não tinha ideia sobre seu pai! Ele está bem? Você está bem?"

"Sim. Sim, ele ficará bem."

"Sinto muito. Não por terminar com você..."

James soltou uma risada amarga.

"... mas pelo jeito que eu fiz. Eu surtei e eu sinto muito. E sinto muito se isso não é suficiente para você."

"Sim, tudo bem." James se levantou. "Sabe, eu passei os últimos cinco meses incessantemente me perguntando sobre você, esperando que você estivesse bem, me preocupando com você. E agora que nos encontramos sozinhos, percebi que realmente não me importo. Eu acho que Sirius está certo. Eu já superei você."

Lily esperava que seu coração se partisse novamente, mas não que se quebrasse, explodisse, fragmentos enterrados em seu estômago e na garganta.

"Tchau, Evans."

Ele saiu, e seu tom frio doeu quase tanto quanto suas palavras. Lily piscou para conter as lágrimas e tentou controlar a respiração.

Ela odiava festas.

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A manhã seguinte foi, bem, a manhã seguinte. Marlene estava pálida e abatida, xingando tudo que fazia barulho. Lily, como a amiga incrível que era, estava fritando alguns ovos enquanto eles esperavam Alice chegar em casa da casa de Frank.

"Nunca, nunca, me deixe beber tequila novamente", disse Marlene, "estou falando sério, Lily, é a raiz de todos os meus problemas".

"Eu pensei que era Schnapps."

"Isso também." Marlene gemeu em sua mão. "Acabei de me lembrar o nome daquele cara. Quentin. Que pretensioso! Sem tequila, eu juro que nunca..."

"Bom dia!" Alice entrou, aparentemente não afetada pelos eventos da noite anterior. "Eu comprei pão doce. Se divertiu ontem à noite, Mar? Me sinto tão bem esta manhã."

"Por que você é assim?" Marlene exigiu. "Por que sou sua amiga?"

"Não me culpe por não ficar bêbada tão facilmente, ou por você ter mau gosto quanto a homens".

Alice jogou os pães em sua direção e pulou na bancada.

"Acho que é porque faz muito tempo", considerou Marlene, mais feliz com um pão na mão. "Não vamos a uma festa há muito tempo. Desde... você sabe."

"Por falar nisso", Alice falou gentilmente, "acho que vi Siri... Black ontem. Beijando Lacey Chambers no banheiro."

"Você acha que..." Marlene começou, mas foi cortada por Lily colocando um prato cheio de ovos na frente dela.

"James estava lá", disse Lily, e acrescentou mais calmamente: "Conversamos um pouco".

"Oh", disseram Alice e Marlene juntas, trocando olhares. "Como foi?"

"Curiosamente, não bem. Ele basicamente disse que já me superou, me odeia e quer que eu morra uma morte bem lenta e dolorosa."

"Lily, vamos lá", suspirou Alice, "Isso não pode ser verdade."

"Sim, eu não acho que James vai esquecer você", sorriu Marlene.

Alice lançou-lhe um olhar. "Eu sei que isso é difícil, Lils", disse ela, hesitante, "e, só para constar, acho que isso já durou o suficiente. Mas você realmente não pode culpá-lo por tentar esquecer você."

"Você terminou com ele. Depois que ele disse que te amava, durante sua festa de aniversário, com todos os amigos dele," acrescentou Marlene, prestativa.

"Marlene!" Alice gritou.

"É a verdade!"

"Isso não significa que você precisa esfregar na cara! Honestamente, você pode ser bem insensível, principalmente quando está de ressaca."

"Bem, você deveria evitar tópicos sensíveis quando estou de ressaca!"

Lily ignorou a briga e se serviu de um pedaço de torta de maçã. O pior era que Marlene estava certa. Isso a perturbava, ser a pessoa errada. Normalmente, Lily tomava o cuidado de terminar seus relacionamentos graciosamente e com cortesia. Mas deixar escapar que ela não amava James na frente dos amigos foi uma das piores coisas que ela fez. Embora suas palavras tivessem doído na noite passada, ela não podia dizer que não merecia.

"Lily, me ajuda aqui!"Os gritos de Alice alcançaram decibéis desconhecidos enquanto Marlene revirava os olhos.

"Eu concordo com Alice", disse Lily obedientemente.

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(Now you’ll be missing from the photographs)

Lily tinha alguns meses antes do início do curso de mestrado em Inglês na Universidade, e havia solicitado com sucesso um estágio em uma editora para preencher a lacuna. Não só seria uma boa experiência, mas também significava que ela poderia justificar não voltar para casa para enfrentar sua mãe ou Petúnia.

Duas semanas depois, seu chefe ainda a chamava de Lucy, ela havia copiado um número infinito de folhetos e agora estava sendo enviada para tomar café na Costa ao lado. Lily rangeu os dentes e lembrou a si mesma que oportunidade boa era essa.

E então o dia dela ficou pior.

Peter Pettigrew não era do tipo que causava uma forte primeira impressão, ou segunda ou terceira, especialmente em comparação com seus melhores amigos. Mas Lily sentia falta dele, como sentia falta de todos eles.

Ela e James haviam se mudado de círculos sociais semelhantes e, embora muitos tivessem dito que achavam que Lily havia cometido um erro, ninguém a cortou tão completamente quanto os Marotos. Era o tipo de lealdade que Lily geralmente admirava nas pessoas, e tendia a ser o que as pessoas se lembravam de Peter, na quinta vez em que eram apresentadas.

Era por essa lealdade que Lily tinha certeza de que Peter estava tentando ignorá-la, mesmo que ela estivesse parada atrás dele na fila para tomar um café. O silêncio aumentou, cada palavra não dita se empilhando uma em cima da outra até Lily não aguentar. Eles eram amigos, bons amigos, e Lily merecia mais do que isso.

"Ei. Pete." Lily finalmente disse, batendo no ombro dele. As costas de Peter endureceram, mas ele não respondeu. "Peter". Ela tentou novamente. "Wormtail!"

Foi o apelido que o pegou. Como um segredo interno, uma contusão não curada. Os malditos Marotos, com seus codinomes e sua devotada irmandade. A única coisa que Peter não podia ignorar.

"Oh, Lily!"

"Peter."

"Eu não vi você aí!" Peter disse com um tom de voz constrangido e Lily levantou uma sobrancelha. "Como vai você?"

"Bem. E você?"

"Tudo bem."

Houve uma pausa, e Lily estava cansada dessas pausas embaraçosas que aconteciam.

"Peter, eu sei que James me odeia."

"Ele não-"

"Mas já faz seis meses. Seis meses. Se ele tivesse me esquecido mesmo, nós poderíamos superar isso. Nós éramos amigos há muito tempo, todos nós éramos. E eu odeio não poder ir a festas porque ele pode estar lá, e sentir todo amigo em comum me encarando como se eu tivesse cometido um assassinato. Eu terminei com ele, e sim, talvez foi cruel, mas precisava ser feito. Então diga ao Potter que me mande uma mensagem quando ele resolver parar de ser criança, porque eu cansei de justificar o comportamento infantil dele."

A cafeteria inteira parou. Peter parecia atordoado. Lily sabia que havia exagerado um pouco, mas pela primeira vez em séculos ela não se sentiu sobrecarregada pela culpa. Lily jogou os cabelos por cima do ombro, girou nos calcanhares e marchou para o Starbucks do outro lado da rua.

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Quando Lily contou a Marlene o que havia acontecido, ela insistiu em margaritas comemorativas no novo liquidificador do apartamento.

"Eu sei que você se sentiu mal, Lil, mas honestamente seis meses é tempo suficiente para qualquer um. Estou surpresa por você não ter feito isso antes."

"Concordo!" Chamou Alice do banheiro.

Lily suspirou e sentou-se ao lado de Marlene à mesa, aceitando sua bebida do tamanho de uma caneca com gratidão.

"Mas ele não me mandou uma mensagem", disse ela, "pensei que talvez ele já tivesse superado."

"Faz apenas três horas. Espere um pouco." Marlene tomou um longo gole de margarita e suspirou. "Você sabe quem mais não enviou uma mensagem? Quentin."

"Pensei que você não gostasse de Quentin?" Indagou Lily.

"Eu não gosto. Mas ele ainda poderia me dar a opção de rejeitá-lo, certo? Eu ainda queria que ele gostasse de mim."

"Talvez ele esteja esperando", sugeriu Alice, sua voz ecoando.

"Foda-se", disse Marlene. "Como se eu fosse ficar esperando ele mandar uma mensagem".

"Não é isso que você está fazendo?"

"Eu não ficaria se ele me mandasse uma mensagem, Alice! É desrespeitoso, sério. Como se eles tivessem que provar que não gostam muito de nós. Como se eles precisassem tornar tudo casual, mesmo que vocês dois saibam o que estão fazendo. Estou lhe dizendo, vamos voltar para as cartas, pelo menos assim eles terão uma desculpa válida por esperar três semanas para pagar uma cortesia. "

"Eu vou beber por isso", disse Lily erguendo o copo.

Alice saiu do banheiro, ostentando um novo vestido azul pálido. "Tada!" Ela girou. "O que vocês acham?"

"Muito bom", disse Lily, avaliando.

"Eh", disse Marlene.

"Essa é Marlene dizendo que acha que você está adorável Al." Lily cutucou Marlene no ombro. "Machucaria muito se você dissesse algo positivo pelo menos uma vez?"

"Isso pode acontecer", disse Marlene, "é por isso que nunca tentei".

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De: Sério Lily, Não Ligue Pra Ele

21:14: Evans.

21:14: Peter me disse o que você disse.

21:16: Bem, tenho certeza que ele parafraseou, mas eu entendi.

21:25: Não vou me desculpar se é isso que você está esperando.

22:23: eu não vou pedir desculpas pela varanda, mas

22:39: mas nada

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"Ah, não". Lily se escondeu atrás de uma estante de livros e tentou parecer discreta. Ela se agachou e olhou através da pilha de baixo da mesa à sua frente. O cara a sua esquerda lhe deu alguns olhares estranhos, mas Lily o ignorou. Não havia como confundir o cabelo castanho cor de areia ou o casaco marrom na frente dela. Lily conheceu Remus Lupin pela primeira vez há dois anos e meio em uma palestra opcional sobre Oscar Wilde. Remus tinha sido engraçado, envolvente e inteligente e, durante muito tempo, Lily o considerou um de seus amigos mais próximos.

Ela não o via há seis meses.

Eles costumavam estudar juntos nessa biblioteca, Lily reclamando de Charles Dickens e Lupin se afogando nos livros de direito. Remus presumivelmente parou de vir depois do fim dramático dela e James, o que Lily considerou uma pequena cortesia. Mas parecia que todas as regras tinham sido jogadas pela janela agora. Lily deslizou contra as estantes de livros e tentou pensar em uma saída sorrateira.

"Você está bem?", Perguntou o cara ao lado dela. Lily deu a ele um sorriso tenso e um polegar para cima.

Corredor? Elevador? Talvez ela pudesse abrir uma janela e ...

"Lily?"

Merda.

Lily olhou para cima. Remus levantou uma sobrancelha e parecia que queria muito rir.

"Oi." Ela disse fracamente. Com Peter, Lily estava com raiva demais para ficar nervosa. Além disso, sua vantagem de altura lhe dera um impulso de confiança.

"Você precisa de uma mão?" Remus perguntou, um sorriso gentil ainda presente. Lily assentiu e ele a ajudou a se levantar. Eles se sentaram à mesa que Remus estava estudando. Lily olhou para o livro em cima da pilha de Remus.

"Lily-" Remus começou, mas ela o interrompeu.

"Não. Apenas não." Lily torceu as mãos no colo.

"O quê?" Perguntou Remus parecendo divertido: "Você pode gritar com Peter, mas não pode falar comigo?"

"Aquilo foi diferente," disse Lily, impotente. "Eu pensei que, se desse tempo a ele, seríamos amigos novamente. Eu realmente achei. E fiquei tão brava que ele estava tirando isso de mim. Mas não tenho certeza de nada no momento."

"Ele não te odeia. Sei o que ele disse mas ele não te odeia," Remus disse ferozmente, todo o humor desapareceu de sua voz. "Mesmo que ele quisesse. Lily, me escute. Ele vai mudar de ideia."

"Obrigada." Ela disse baixinho, significativamente.

"Desculpe por ter demorado tanto. Tentei dar um empurrão nele, mas você sabe como ele é." Remus parecia envergonhado. "Eu realmente senti sua falta nos últimos meses."

"Está tudo bem. O código do Maroto vem em primeiro lugar e tudo mais." Lily não consegue esconder o tom de amargura em sua voz.

"Não é isso", insistiu Remus, "é só que ..."

"Está tudo bem. Realmente."

"OK. Agora..." Remus se inclinou para a frente nos cotovelos. "... oque você achou dos comentários de Brenner sobre Persuasão?"

"Um completo lixo sexista, Lupin, deixe-me contar." Lily colocou os pés na mesa e sorriu.

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De: Potter

18:35: evans

18:35: Eu não quero tornar isso mais difícil do que é

18:37: Eu não sei o que dizer

18:42: Você quer tomar um café e conversar algum dia?

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Lily passou horas encarando a última mensagem de James. Ela não tinha certeza do que queria dizer, mas o número de vezes que quase pressionou o botão enviar era ridículo. Ela não queria deixá-lo esperando, mas também não conseguia encontrar as palavras para responder a ele. Então, ao invés disso, a mensagem esperava, contaminando seu celular, fazendo-a sentir-se culpada sempre que Lily olhava para ele.

Após cerca de três semanas, Lily decidiu que ela não deveria responder, decidiu que sua incapacidade de compor uma resposta era o universo enviando seu sinal. Se era um sinal de que eles precisavam conversar pessoalmente ou não conversar, Lily ainda não havia decidido.

Agosto estava chegando ao fim e o calor era opressivo. Ela não tinha notícias de Petúnia, mas concluiu que o casamento ainda estava marcado para o início de novembro. Marlene saiu e terminou com Julie Stevens antes que Lily pudesse conhecê-la e junto com Alice elas assistiram as primeiras quatro temporadas de Mad Men.

No final de uma tarde, a última semana de seu estágio, com o sol começando a se pôr, Lily encontrou Sirius do lado de fora do prédio. A primeira coisa que ela fez foi levantar os olhos interrogativamente para o céu, esperando que o universo tivesse explicado nas nuvens o que isso poderia significar.

"O que você está fazendo, exercícios de ioga?" Somente Sirius conseguia fazer uma inclinação contra a parede parecer tão proposital. Ele estava usando os mesmos jeans e expressão desdenhosa de sempre e Lily se perguntou brevemente se ele os usava todos os dias desde a última vez que o vira.

Lily manteve o olhar fixo no alto. "Procurando aquele porco voador." Ela respondeu e levantou uma sobrancelha. "Você disse que nunca mais falaria comigo."

"Bem." Sirius realmente parecia desconfortável, talvez pela primeira vez desde que o conhecia. "As coisas mudam."

"Olha, vocês três estão me perseguindo? Porque acho que é melhor tirar a ordem de restrição do caminho agora. Não há necessidade de isso aparecer na corte, certo?"

"Não se iluda, Evans." Sirius deu uma última tragada no cigarro e esmagou-o sob os pés. "Olha, Remus e Peter podem fazer o que quiserem, mas eu só ..." Sirius suspirou em frustração. "Eu só preciso saber. Você vai machucá-lo de novo? Porque, para ser sincero, parece que ele quer outra chance e não importa mesmo, mas eu não posso passar por isso de novo, realmente ..."

"Não." Lily interrompeu sua divagação. "Não vou machucá-lo de novo."

"Então você não vai se encontrar com ele?" Sirius disse incrédulo.

"Eu não disse isso."

"Então você vai voltar com ele?"

"Eu também não disse isso, mas certamente parece improvável."

"Não do meu lado", Sirius murmurou e o coração de Lily quase parou.

"Realmente?"

Sirius lhe dá um olhar. "Você quer voltar com ele?"

"Não. Sim. Eu não sei." Lily desabou na parede ao lado dele.

"Claramente", disse Sirius sarcasticamente.

Eles ficaram assim por um tempo, Sirius ainda estava em guarda e Lily se despedaçando.

"Evans. Apenas me diga. Por que você deu um fora nele?"

"Eu não quero falar sobre isso, Sirius."

"Bem, nós estamos falando sobre isso. Tudo parecia bem, você estava feliz, ele estava... muito feliz. Depois de tudo o que você passou, todos pensamos que duraria. Mais de alguns meses, pelo menos."

"É exatamente isso," sussurrou Lily. "Todo mundo esperava que durasse, até James estava falando sobre ficar juntos por anos e anos e... eu surtei. Estávamos juntos há dez semanas e ele me disse que me amava. Ele estava escolhendo trabalhos ao meu redor, ele já queria morar juntos. Estava tudo acontecendo rápido demais."

"James esteve apaixonado por você por anos-"

"Mas eu não. Para mim, ainda era um novo relacionamento que de repente ficou muito sério." Lily engoliu em seco e recostou-se na parede. "Eu sei que isso faz de mim a vilã. E eu amei James. Eu ainda me importo com ele. Mas eu tinha vinte e um. E eu não tinha certeza se James era o cara certo para mim."

Sirius, felizmente, não comentou e deixou Lily pegar um de seus cigarros.

"Você tem certeza agora?" Sirius tentou fazer contato visual, mas Lily olhou para os pedestres do outro lado da estrada. Depois de sete meses de separação. Você sabe se está pronta para esse relacionamento agora?"

Lily deu uma tragada. "Eu sei que sinto falta dele. E isso é o suficiente por enquanto."

Eles se levantaram e fumaram e esperaram. Eventualmente, o silêncio confortável se estendeu diante deles como suas sombras ao sol caído.

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De: James

20:56: Lily?

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(every minute and every hour)

Marlene insistiu veementemente que não era uma festa.

"Honestamente, são seis horas da noite, que tipo de perdedor daria uma festa-" Marlene interrompeu quando eles se aproximaram da casa, já transbordando de pessoas e com música alta.

"Frank Longbottom, aparentemente." Lily disse maliciosamente.

Marlene não teve a decência de se desculpar, apenas agarrou o pulso de Lily enquanto procuravam Alice. Elas se entrelaçaram entre a multidão de convidados dançando e bêbados, evitaram ser puxados para um jogo de flip-flop e, eventualmente, encontraram Alice conversando com Dorcas na cozinha.

"Lily! Marlene! Vocês vieram!"

Alice tinha evidentemente tomado alguns drinques e ela entusiasticamente jogou os braços em volta delas.

"Honestamente, Al, por que você não ligou antes?", resmungou Marlene, "eu não sabia que a festa começaria tão cedo! São seis horas, quantos anos nós temos, quinze?"

Dorcas sorriu ironicamente: "Acho que essas são as sobras da festa de ontem, na verdade, as pessoas estão um pouco preocupadas com o início da vida real".

Frank tinha decidido dar uma festa oficialmente com o tema: 'as aulas acabaram e estamos todos fodidos' e parecia que esse sentimento era amplamente sentido.

"Você está bem, Lil?", Perguntou Dorcas, "quando seu mestrado começa?"

"Em algumas semanas. Quando você vai para Berlim?"

"Amanhã", Dorcas sorriu, "mas não podia perder a última festa, não é?"

Lily sorriu de volta e aceitou o coquetel oferecido por ela.

"É estranho, não é?", Pensou Alice, parando um pouco, "essa pode ser a última vez que estamos todos no mesmo lugar."

"Foda-se", disse Marlene bruscamente e levantou a bebida. "Um brinde a isso não sendo o fim!"

Elas brindaram e Lily se sentiu cheia de satisfação. Pela primeira vez, ela não estava xingando Marlene por trazê-la. Ela ainda não ia dançar, mas o pensamento de uma última noite passada com seus colegas da universidade era exatamente o que ela precisava.

Ela se sentia estranhamente zumbindo, como se seu sangue estivesse muito perto da superfície da pele, cheio de potencial ofuscante. As meninas beberam e conversaram por mais ou menos uma hora, tempo suficiente para que o dia estivesse pensando em escurecer e a casa parecia mais cheia do que nunca.

Lily bebeu sua bebida e respirou fundo. "OK. Vejo vocês daqui a pouco."

"Não faça nada que eu não faria", disse Marlene.

"Isso não deixa muito. Não faça nada estúpido", alterou Alice.

"Não posso dizer sim para nenhuma duas opções." Lily abaixou a saia. "Como estou?"

"Gostosa", disse Alice definitivamente.

"Muito gostosa," assentiu Marlene.

Lily sorriu em agradecimento e saiu da cozinha.

Ela deveria ter usado salto alto, pensou Lily quando começou a vasculhar os quartos. A casa de Frank era um quebra-cabeças com muitos quartos pequenos ao redor da grande sala de estar.

Ela checou o banheiro, o jardim, os quartos. Talvez ele não estava vindo. Talvez ele tenha vindo ontem. Talvez toda a inquietação e potencial de Lily estavam sendo completamente desperdiçados. Ela pensou em Alice na cozinha, preocupada que essa seja a última festa que com todos eles juntos e ocorreu a Lily que ela não sabia quais eram os planos de James depois do verão. Ele poderia estar se mudando para Berlim.

Lily espiou no banheiro mais uma vez e descobriu um Remus divertido e um Sirius bêbado. Sem ter que perguntar, eles apontaram para a pequena sala do outro lado do corredor.

"Boa sorte!" Sirius disse devagar enquanto Lily os agradecia. Lily engoliu em seco e rapidamente levantou uma sobrancelha para Remus, 'você tem certeza?' questionou. 'Positivo', o sorriso dele respondeu.

Lily abriu a porta. O quarto era pequeno, com espaço para um sofá de frente para a janela e não muito mais. A luz fraca apanhava as milhares de partículas de poeira no ar, fazendo-as brilhar. Lily não estava preocupada com nada disso. Havia algumas razões pelas quais ela comparecera a esta festa e a primeira estava sentada no sofá à sua frente, gloriosamente sozinho.

"Potter."

"Evans." Ele nem pareceu surpreso, como se essa reunião tivesse sido planejada. "Bom te ver por aqui."

O zumbido de Lily desapareceu na meia hora que ela estava procurando, mas ela sabia que estava mais bêbada que ele. Ela respirou fundo tentando acalmar seus pensamentos, talvez aquele terceiro copo de rum e coca não tivesse sido uma boa ideia.

"Ouvi dizer que você estava perseguindo meus amigos."

"Bobagem, eles estavam me perseguindo."

"Isso parece com eles mesmo. Ouvi dizer que você gritou com Wormtail."

"Isso é verdade", admitiu Lily.

"E considerou pular uma janela para evitar Remus."

"Também verdade."

"E fumou com Sirius."

"Sirius é o maior mentiroso que eu já encontrei."

"Então, dois cigarros?"

"Três."

"O que sua mãe diria?"

"Provavelmente que essa é a razão pela qual ainda não me casei."

Houve uma pausa. E Lily sentiu falta disso. A brincadeira rápida, discussão divertida, o ritmo que somente ela e James podiam ouvir nas palavras.

"Como está seu pai?", Ela perguntou timidamente.

"Ele está indo bem, na verdade. E eu sei que não há como você realmente ter causado o ataque cardíaco dele, foi só ..."

"Tudo acontecendo ao mesmo tempo."

"Sim."

James exalou e recostou-se. Lily sem fôlego observou a curva do nariz dele, o brilho de seus óculos, a luz brilhando em seus cabelos escuros. Ela desviou o olhar cuidadosamente.

"Você não está se mudando para Berlim, está?" A voz dela era minuciosamente leve.

"Não no futuro próximo. Você?"

"Talvez no próximo ano."

"Na verdade, eu consegui um emprego." James tossiu e pareceu um pouco envergonhado. "Padfoot fica me provocando sobre isso."

"Banqueiro de investimento?"

"Dificilmente".

"Advogado?"

"Apesar dos melhores esforços dos meus pais, ainda não tenho certeza de que eles me levarão à sério com meu histórico."

"Eles não tem do que reclamar."

"Eu acho que vou ser assistente social".

De todos os empregos no mundo.

"Uau."

James riu. "Isso é o que todos dizem."

"Por quê?"

"Eu só fico pensando em todas as crianças como Sirius e Remus, todo esse dinheiro que tenho sem fazer nada. E eu pensei: aqui está uma oportunidade de realmente fazer alguma coisa."

"Eu sempre achei que você era um pouco como Wendy. Mãe de seus meninos perdidos."

"Nah, eu sou Peter Pan." Ele hesitou. "Você era a Wendy."

Demorou um momento para Lily se sentir firme novamente. "Bem, então. Como é a sensação de ter crescido?"

"Horrível". James olhou para ela; seus rostos estavam subitamente bastante próximos. O coração de Lily começou a bater forte. "Mas existem algumas vantagens."

"Como o quê?"

"Como ser capaz de chegar ao ponto de vez em quando."

Uma batida. Os dois respiraram. A luz mudou.

"Evans... Lily... Você não retornou minhas mensagens."

Lily estremeceu. "Eu não sabia o que dizer."

"Bobagem." A voz dele estava muito controlada.

"Eu não sabia como dizer."

"Tenta."

"Eu sei que Sirius te disse por que eu terminei com você. E lamento muito não ter te contado pessoalmente."

"Mas você ainda não está arrependida de ter feito isso."

"Não tenho certeza", disse Lily suavemente, "ainda acho que foi a decisão certa para mim. Para nós. Mas-"

"Lily... Merda... Desculpe... Estou interrompendo, desculpe, mas acabei de perceber que não me importo. Não me importo por que você terminou comigo ou se faria novamente. Não me importo com os sete meses que passaram." Uma mão rápida passou por seus cabelos. "Eu me importo com o agora. Eu tenho estado tão infeliz. E eu sinto sua falta. Quero passar um tempo com você novamente, como amigos ou como qualquer outra coisa. Seja como for, Lily. Você quer tomar café comigo em algum momento?"

Lily fechou os olhos. "Eu não mereço isso."

"Eu não ligo", ele disse furiosamente, "passei muito tempo sendo amargo com sua decisão. Mas se você acha que foi o melhor, estou disposto a confiar em você. Eu só quero - falar com você novamente."

"Tudo bem."

"Tudo bem? Café?" Lily pôde ouvir o sorriso na voz dele. "Amigos?"

Lily sentiu uma pontada de culpa, infelicidade e desejo e decidiu ignorar. Ela colocou um sorriso para combinar com o dele. "Amigos."

****************************************************************************

O apartamento estava uma bagunça. Haviam livros em montes por toda parte; revistas espalhadas misturadas com roupas sujas no chão, pratos estavam empilhados na pia. E havia uma Lily frenética e uma Marlene despreocupada, ainda por cima.

"Você sabe que ele não está realmente vindo para cá, certo?" Perguntou Marlene ironicamente: "Você vai encontrá-lo lá fora."

Lily soprou a franja dos olhos e começou a separar as roupas no chão em pilhas.

"Eu sei. Isso não significa que eu quero que o apartamento pareça um chiqueiro. De quem é isso?" Lily levantou uma camisa verde gasta para a avaliação de Marlene.

"Frank."

Lily jogou na pilha nomeada como 'Alice'.

"De todos os dias para limpar o apartamento você escolheu hoje. Se você estava tão preocupada em vê-lo de novo, por que concordou em tomar um café?"

"Estou um pouco nervosa, só isso." Lily pode sentir a descrença de Marlene antes de olhar para cima e suspirar. "Você deveria tê-lo visto, Marls. Além disso, éramos amigos antes de começarmos a namorar."

"Sim, amigos com tanta tensão sexual que vocês poderiam ter vendido em garrafas. Garrafas grandes."

Lily a ignorou e terminou de separar as roupas e foi para os livros. Por fim, Marlene suspirou e se levantou para ajudá-la. Elas trabalharam na limpeza do resto do apartamento pela próxima hora ou duas conversando à toa sobre o novo estágio de Marlene e o novo corte de cabelo de Alice e com qual irmão de Prewett ela preferia sair.

Era hora de ir antes que Lily estivesse pronta para isso.

"Você pode fazer isso, Lily", Marlene disse lentamente: "Você vai ficar bem." Marlene gentilmente a girou e ficou de frente para a porta. "Você está pronta."

Lily assentiu tensa e sentiu o telefone tocar.

De: Alice é a melhor !!

14:33: Boa sorte!
14:33: Você vai ficar bem!!

Lily respirou fundo e tentou parar o coração de querer escapar do peito.

Eles concordaram em se encontrar em um ponto neutro a cerca de 20 minutos a pé do apartamento de Lily. Era uma nova cafetaria no meio de Camden, que Lily gostou imediatamente. As paredes estavam cobertas de livros e as cadeiras pareciam muito caseiras. Lily foi um pouco cedo então pediu um chá verde e escolheu uma mesa no canto onde ninguém poderia ouvi-los.

Ela mordeu o lábio ansiosamente e bebeu seu chá. Seus olhos caíram em um jovem casal à sua esquerda, rindo e se inclinando perto para falar um com o outro, sua afeição era evidente mesmo com apenas um olhar. Lily sentiu uma dor aguda no coração e rapidamente desviou o olhar.

Como eles puderam pensar que este seria um lugar neutro? Nenhum lugar era neutro para eles. Todas as lembranças deles estudando juntos em cafés como este dominavam suas memórias.

James cantarolando em sua respiração enquanto classificava suas anotações. James perguntando se ela poderia pegar outro café. A quantidade de vezes que eles eram as últimas pessoas a sair, nunca querendo que terminasse.

Ela podia imaginar claramente os dois fazendo o jantar, os marotos planejando brincadeiras bem elaboradas, James empurrando seus óculos até o topo de sua cabeça em celebração, tudo arruinado por causa dela.

Lily sentiu os olhos lacrimejando. Havia muita história, ela podia sentir a pura magnitude de seu relacionamento pesando de novo. Lily freneticamente esfregou seus olhos, ela precisava sair dali. Ela apressadamente se levantou, quase derrubando a cadeira apenas para encontrar James bem na frente dela.

"Você está bem?" Ele perguntou, preocupado.

Lily só podia acenar com a cabeça e sentar de volta em sua cadeira.

"Mentirosa. O que está acontecendo?"

"Eu não tenho certeza." Lily odiava o quão fraca sua voz parecia. Ela inalou e soltou. "Eu não sei se esta é a melhor ideia. Você e eu. Foi difícil o suficiente da primeira vez."

"Sim." James abaixou a cabeça, com seu café na mão. (Preto com três colheres de açúcar, ela não podia nem esquecer como ele gostava do café.)

O silêncio surgiu entre eles, Lily engoliu o chá e ela podia sentir a perna de James, saltando para cima e para baixo. Ele estava usando uma nova camisa vermelha e Lily desejou ter se vestido um pouco melhor. Ela não conseguira decidir o que vestir e eventualmente vestiu seu short favorito e uma camiseta que ela tinha desde a escola.

"Você quer ir embora?" Ele perguntou finalmente, obviamente não apenas falando sobre esta reunião. "Eu já ouvi a opinião de todos, menos a sua. Você acha que devemos apenas nos afastar?"

Lily tomou um momento para contemplar a pergunta. Ela se sentiu um pouco culpada por não poder simplesmente se jogar de todo coração nisso. Mas isso não faria sentido depois de tudo o que aconteceu. Ambos foram machucados, ambos sabiam o que era viver sem o outro. Qualquer relacionamento que tivessem agora teria que levar isso em consideração.

"Eu sei que terminei com você", começou Lily, tentando reunir seus pensamentos: "Mas isso me quebrou um pouco também. Eu não quero ser cautelosa demais, mas não tenho certeza se posso arriscar. Se acontecer de novo..."

"Nem eu. Eu não sei se poderia passar por isso de novo."

"Então é isso então. Destruição mutuamente assegurada." James riu e Lily sentiu calor espalhando por ela.

"Por que não vamos devagar? Um passo de cada vez."

Lily assentiu em resposta e pode ver a esperança que ela sentia espelhada nos olhos dele.

Eles começaram uma conversa, mantendo os tópicos rasos, tomando cuidado com qualquer assunto que pudesse ser sensível. Não importava, no final, Lily estava rindo deliciosamente com a história de James de como eles haviam roubado a famosa estátua de Winston Churchill, da universidade, na última semana de aulas.

"Foi um presente de despedida!" James insistiu.

"Se livrar daquela estátua feia?" Lily bufou.

"Exatamente! Além disso, nós devolvemos no final. Vestindo a roupa íntima da mãe de Sirius." Lily engasgou com seu chá. "Como você conseguiu perder isso?" Perguntou James incrédulo: "Nós fomos o assunto da cidade, Evans!"

"Talvez você não seja tão falado quanto você gosta de pensar que é", disse Lily, delicadamente, depois sorriu: "Ou talvez eu estivesse ocupada estudando".

"Estudar é para perdedores."

"Ah, é mesmo? Quanto planejamento foi preciso para essa brincadeira?"

"Cerca de trinta horas", admitiu James, "não é estudar se for divertido Evans".

"Se você diz," Lily disse balançando o resto de seu chá.

"Outro?" Perguntou James esperançosamente.

"Eu não posso", disse Lily, pesadamente, "tenho planos de jantar com Molly e Arthur".

"Merda. Eu não percebi que era tão tarde."

James terminou seu café e eles saíram juntos. Lily encolheu os ombros em seu cardigan, o frio de setembro começou a mostrar sinais.

"Então ..." disse James balançando para frente e para trás em seus calcanhares, "você quer fazer isso de novo em algum outro momento?"

Lily pensou em sua festa de aniversário. Ela pensou no pânico que sentiu quando considerou o quanto James significava para ela. Ela pensou nas borboletas em seu estômago sempre que ele sorria.

"Definitivamente." Ela sorriu

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Eles tomaram café mais tarde naquela semana, saíram para um almoço na próxima e depois para o cinema naquele fim de semana. Eles começaram a conversar por mensagens com frequência e pelo snapchat em algumas ocasiões. Eles se deixaram voltar hesitantemente as piadas internas e conversas familiares, enquanto ambos os conjuntos de amigos observavam, alternativamente encorajadores e apreensivos. Quando as aulas de Lily começaram ela se encontrou mais ocupada do que nunca, e com o velho estresse das redações e leituras e seminários.

Lily começou a encontrar Remus semanalmente para reuniões de estudo, e brincou por horas com Peter na festa de aniversário de Mary Macdonald. Sirius permaneceu mais difícil de conquistar, o coração partido de seu melhor amigo ainda estava recente para ele. A primeira vez que ele riu de uma de suas piadas em sete meses, Lily sentiu uma onda de orgulho e otimismo.

Mas algo permaneceu. Lily podia sentir quando eles faziam qualquer menção de seu antigo relacionamento. Sempre que eles passavam em qualquer um dos seus antigos lugares. O passado ainda estava lá, persistente, sombreando todas as interações. Eles ainda eram tão cautelosos sobre cada novo passo e Lily se desesperava com as conseqüências de desistir de um relacionamento por sete meses.

Lily estava tão estressada que Alice tinha insistido em uma noite relaxante para usar máscaras faciais e assistir Orgulho e Preconceito de 2005. Marlene estava em um encontro e, portanto, indisponível (ela se recusou a revelar a identidade de seu encontro, mas haviam rumores (por Alice) que ela estava dando uma segunda chance a Julie Stevens).

"Você estava certa, Al," disse Lily se inclinando para frente no sofá para alcançar os chocolates.

"Eu sei," disse Alice da cozinha, "espera, certa sobre o que?"

"Eu realmente precisava desta noite", admitiu Lily, fechando os olhos e ouvindo os sons calmantes de Lizzie Bennet, rejeitando o Sr. Darcy.

"Dava pra ver. Vai mais pra lá." Lily se moveu e Alice colocou o sorvete na mesa de café antes de se fazer confortável no sofá.

Elas terminaram o resto do filme, discutindo os diversos méritos da adaptação contra a minissérie da BBC. Esta discussão era tão familiar que Lily sabia exatamente que pontos Alice faria, em que ordem e como responder.

"Eu sou uma estudante de literatura, Alice! Eu não posso deixar essa deturpação passar!"

"Por favor", respondeu Alice com um sorriso, "até parece que você não ama o filme."

Os créditos começaram a rolar antes que Lily pudesse discutir o próximo ponto e, em vez disso, ela saiu dos cobertores para fazer chá. Estava tecnicamente um pouco quente demais para cobertores e bebidas quentes, mas elas abriram todas as janelas e descobriram que o ventilador possuía o poder de contrabalançar qualquer calor persistente.

Lily derramou a água fervente em suas respectivas canecas: a de Lily foi um presente de Natal de Remus que estava escrito 'mas primeiro café' e a de Alice era uma monstruosidade listrada verde e preta que costumava pertencer a sua mãe.

Alice aceitou sua caneca agradecida, trazendo-a para o rosto dela para assoprar. "Acho que Frank vai me pedir em casamento", disse ela abruptamente.

Lily quase deixou cair sua xícara. "O quê?"

"Eu encontrei um anel no outro dia", explicou Alice e mordeu o lábio. Seu tom era sério, mas seus olhos estavam brilhando de excitação.

"Isso é - uau- Alice!" Lily disse, e colocou sua caneca na mesa e puxou sua melhor amiga em um abraço. "Isso é incrível! Parabéns!"

"Obrigada", disse Alice de maneira significativa.

"Quero dizer, você vai dizer sim, não é? Não que você tenha que se sentir pressionada a ..."

"Não, não. Eu vou dizer sim." Ela sorriu. "Acho que sabia que queria casar com ele desde a primeira vez que ele me beijou. Ele foi tão cuidadoso, suas mãos não paravam de tremer."

"Vocês dois são adoráveis", disse Lily melancolicamente, "e resistiram esses últimos três anos juntos."

"Sim. Eu sei que somos jovens, mas... parece certo, sabe?"

Lily não sabia. Não realmente. Talvez ela tivesse perdido sua chance nesse assunto. "Estou tão feliz por você." Ela disse e ela realmente estava, mas o peito dela parecia estar bastante pesado.

"Ele ainda não propôs!" Alice riu.

"Ele provavelmente está esperando pelo seu aniversário", sugeriu Lily e Alice concordou. Elas beberam o chá.

"Eu não posso acreditar que sou velha o suficiente para ter amigos que estão se casando." Lily disse secamente e Alice riu.

"Eu não posso imaginar Marlene se casando até que tenha pelo menos trinta e cinco, então você provavelmente é a próxima."

O estômago de Lily torceu: "Não tenho certeza disso."

"Oh, Lily, eu não quis dizer ..."

"Não, tudo bem," Lily insistiu e depois fez uma pausa. Ela sabia que Alice não iria repreendê-la se ela mudasse de assunto e Lily sentia que poderia ser mais honesta ali, na segurança desse momento do que amanhã.

"Você acha que eu cometi um erro?" Ela perguntou finalmente.

Alice mordeu o lábio, "Eu acho que você entrou em pânico. Você precisava de algum tempo para pensar. E eu acho que a única maneira que você pensou que poderia fazer isso era terminando com ele." Sua resposta foi medida, ficou claro que ela tinha pensado sobre isso.

"Sim", concordou Lily vagamente, "eu sinto que, quanto mais tempo eu gasto com ele, mais parece que eu cometi um erro."

"Você quer voltar com ele?" Alice perguntou tentativamente.

"Acho que nós duas sabemos que isso não está mais nas minhas mãos, certo?"

"Se for pra ser, será."

Lily realmente precisava parar de chorar. "Você está sempre certa Alice."

"Eu sei." Ela sussurrou tristemente.

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(Watching through my fingers)

Não é necessário dizer que Lily e Marlene começaram a organizar a festa de noivado de Alice imediatamente. Elas passaram horas planejando todos os detalhes apenas para perceber que, como Frank não havia feito o pedido ainda, elas precisavam esperar até que ele fizesse.

Quando Frank finalmente arrumou coragem para fazer o pedido, Lily e Marlene estavam tão preparadas que a festa foi apenas uma semana e meio depois.

"Você sabe que isso é um dia depois do Halloween certo? E um domingo?" James perguntou quando ela o convidou.

"Eu sei e espero que todos estejam lá mesmo assim."

"Todo mundo vai estar de ressaca," James a informou.

"Não se eu tiver alguma coisa a dizer sobre isso."

"Como você vai detê-los?"

"Qualquer um que apareça na festa de ressaca ou bêbado não vai ganhar bolo", ela disse severamente.

James assobiou. "Pesado. Espero que valha a pena."

"Vai ser o melhor bolo de Londres."

Lily esperava aparentar mais confiança do que na verdade sentia. Ela e Marlene decidiram que o bolo era, sem dúvida, a característica mais importante, mas elas ainda estavam tentando decidir um sabor.

"É melhor você começar a provar bolos agora, Evans."

"Por que você acha que está aqui, Potter?" Lily riu com a rapidez que o rosto dele se iluminou.

Eles acabaram indo em três lojas diferentes e se acabando em todos os bolos que tinham para oferecer. James, sempre exigente sobre o bolo, foi realmente capaz de dizer a diferença entre os três tipos diferentes de chocolate que eles experimentaram.

Eles eventualmente decidiram em um bolo de limão, laranja e cereja de três camadas com cobertura de buttercream. James insistiu em pagar, dizendo que este era o presente dele para Alice e Frank. Ele também concordou em espalhar a notícia sobre a regra de ressaca e prometeu não ficar muito bêbado no Halloween.

A tarde inteira, Lily, com firmeza, ignorou a batida constante de seu coração, evitando cuidadosamente olhar para a boca de James enquanto ele lambia o garfo.

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Alguns dias antes da festa de noivado, Lily recebeu uma ligação inesperada de sua mãe. Lily e sua mãe geralmente conversavam ao telefone precisamente trinta minutos todos os dias de domingo. Era um sistema que elas seguiam há anos e era consideravelmente mais do que elas haviam se falado quando Lily estava em casa.

A Sra. Evans era linda, tão impressionante em seus quarenta anos como quando adolescente. Ela havia treinado na Royal Ballet Company até seus vinte e três anos. Depois de ser forçada a se aposentar de sua carreira como dançarina depois que ela havia quebrado o tornozelo, ela se casara com o pai de Lily, se mudou para Cokeworth e teve duas filhas.

A mais velha, Petúnia, era muito parecida com ela; exigente, em um ponto uma dançarino promissora e em outro, ansiosa para se estabelecer e ter filhos. Sua outra filha no entanto, ela nunca tinha realmente entendido.

Lily podia ser vista desde criança correndo na floresta e brincando com "aquele garoto, Snape", recebendo uma testa franzida de sua mãe. Naturalmente, Lily era mais próxima de seu pai, que não parecia se importar com suas aventuras ou que ela sonhava em ir para a universidade ou que ela muitas vezes tinha lama em suas roupas.

O relacionamento de Lily com sua mãe funcionou até a morte do pai de Lily quando ela tinha quinze anos, depois da qual a Sra. Evans havia decidido que este era o momento de intervir e moldar Lily na graciosa e despretensiosa esposa que ela estava destinada a ser. Lily tinha outras ideias.

Lily conseguiu convencer sua mãe a deixá-la ir para a universidade (principalmente depois que ela enviou suas aplicações sem seu conhecimento) e seu relacionamento melhorou um pouco com uma pequena distância. Ajudava o fato de que a partida de Lily coincidiu com o namoro de sua irmã com Vernon Dursley. (Ajudava também que Lily raramente ia para casa).

Isso tudo estava presente na mente de Lily quando ela atendeu ao telefone, no final da noite de quinta-feira.

"Mãe?" Lily perguntou em dúvida.

"Lily. Como você está?" De alguma forma, a Sra. Evans sempre conseguia soar como se conhecesse a última coisa terrível que você pensou e estava incrivelmente desapontada com você. Talvez fosse porque ela conseguia manter seu sotaque inglês clássico em vez de aceitar o do Norte.

"Bem", respondeu Lily instintivamente: "E você?"

"Muito bem, obrigada."

"E Petúnia?" (Ela perguntou, embora suas ligações para sua irmã não fossem existentes. Elas se comunicavam apenas através de sua mãe.)

"Adorável como sempre. Desculpe ligar assim do nada, eu só queria verificar alguns planos do casamento. Que cor você disse que seu vestido era?"

"Azul".

"Não azul escuro, eu espero."

"Azul bebê."

"Adorável." Ela disse rapidamente. "Caso contrário, poderia confrontar com a cor dos vestidos das damas de honra."

"Isso é o que você me disse com o primeiro vestido que escolhi."

"Hmm, você vai chegar no próximo sábado?"

"Sim, eu vou pegar o trem."

"Excelente. E seu acompanhante?"

"O quê?"

"Seu acompanhante. Como e quando ele vai chegar?"

Merda. Merda. Isso não podia estar acontecendo. Quando Lily havia recebido o convite (ridiculamente cedo) no início de janeiro, ela perguntou a James se ele podia ir, para ajudá-la a tentar aliviar parte da inevitável tensão ao redor do casamento. Era uma das coisas que somaram à crescente ansiedade de Lily sobre eles. Que ela pediu e ele concordou com facilidade participar de um casamento quase um ano depois.

"Eu pensei ter dito que ele não vai poder ir?" Lily cerrou a mão livre, orando silenciosamente.

"Não", disse a Sra. Evans, "você não disse".

"Eu não disse", disse Lily fracamente.

"Acho que eu teria notado isso." Havia o tom que Lily se lembrava tão bem, afiado o suficiente para cortar vidro. "Lily, pelo amor de sua irmã, me diga que você não quer arruinar o plano de assentos. Precisamos cortar o velho tio Bernard para o acompanhante que você pediu."

'Não. Não, claro que não, vou encontrar alguém."

"Vou precisar do nome dele." Lily quase podia ver sua mãe trancando sua mandíbula e ocorreu a ela que sua mãe não tinha pensado em perguntar quem Lily estava levando para o casamento de sua irmã por quase nove meses.

"Agora?"

"Sim. Para as placas com nomes para as mesas."

"Certo. Certo ... O nome dele é ..."

A mãe de Lily se agitou no final da linha.

"O nome dele é ..." Lily escaneou o apartamento, sentindo-se em pânico, finalmente pegando a visão de sua estante.

"Lily."

"Edward Darcy.''

"Adorável." Sua mãe parecia apaziguada. "Bem, não vou mantê-la por muito mais tempo." Lily fez um som afirmativo, fechando os olhos. "Estou ansiosa para vê-la na próxima semana, Lily." Como sempre, Lily tentou acreditar que desta vez sua mãe realmente queria dizer aquilo. "E o Sr. Darcy também." Se a mãe dela suspeitava do nome, Lily não conseguia dizer.

"Ele está ansioso por isso também. Vejo você na semana que vem então." Lily desligou e deslizou para o chão.

Merda.

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"Eu acho que Alice poderia fingir", Marlene sugeriu para Lily, "com bastante maquiagem."

Lily gemeu. "O que foi que eu fiz."

"O que você sempre faz ", disse Marlene calmamente, "entrou em pânico."

Elas estavam na festa de noivado de Alice, sentadas no sofá de seu apartamento, assistindo Alice abrir presentes. Como a maioria dos convidados havia recebido o convite apenas uma semana e meia atrás, muitos dos presentes eram bastante ecléticos. Todo mundo assistiu quando Alice abriu o que parecia ser uma vasilha de batedeira.

"Como ela sempre consegue parecer satisfeita e grata a presentes que são lixo?" Perguntou Marlene maravilhada.

"Essa é a Alice", disse Lily, "uma vez eu acidentalmente a empurrei em uma lagoa e ela me agradeceu porque foi refrescante." Alice abraçou um desconfortável Edgar Bones, jorrando elogios sobre a vasilha como se fosse uma pintura inestimável. "Vamos apenas ter certeza que ela vai receber presentes de casamento incríveis, sim?"

Marlene murmurou de acordo. "De volta ao problema em mãos, ainda acho que Alice poderia funcionar. Ela tem cabelos mais curtos do que eu de qualquer maneira." Marlene puxou suas mechas loiras de comprimento no ombro.

"Petúnia já não gosta de mim. Eu não quero ir para o casamento dela com Alice disfarçada." Lily suspirou. "Eu acho que vai ter que ser um cara de verdade."

"E quanto a Lupin?" Marlene perguntou: "Ele provavelmente vai achar tudo muito engraçado."

"Ele vai visitar a mãe no próximo fim de semana." E então, em resposta ao olhar curioso de Marlene, Lily admitiu, "eu já conversei com ele."

"E quanto a Rahul? Ou Jack?"

"Eu preciso de alguém que seja bonito, vagamente educado e que conheça minha família."

"Ser exigente não vai te levar a lugar algum, ruiva."

Lily de repente achou uma solução. "Na verdade, acho que sei o que fazer." Lily caminhou até onde Frank estava encostado no canto conversando com Peter.

"Posso ter uma palavra com o homem de hora?" Ela perguntou a Peter, que gentilmente foi se juntar a Sirius perto das bebidas.

"Obrigado por fazer isso a propósito," Frank disse sinceramente "sei que Alice está amando. E esse bolo está incrível."

"É o mínimo que eu poderia fazer", assegurou Lily, "mas se não for demais, eu poderia usar um favor em troca." Lily explicou a situação para ele e tentou ignorar suas várias risadas. "Não é engraçado". Ela terminou impacientemente.

"Não, quero dizer, sim, é fodidamente hilário. Mas eu sinto muito que você está presa nessa situação." Frank pelo menos tentou parecer simpático. "Eu também sinto muito, mas não posso. Vou trabalhar horas extras durante todo o próximo final de semana. Eu sinto que este casamento vai nos deixar lisos."

"Merda." Lá se foi sua ideia brilhante.

"Desculpe Lily." Desta vez, Frank realmente parecia sentir muito.

"Não se preocupe." Lily tentou reunir um sorriso, mas tinha a sensação de que saiu mais como uma careta. "Vou pensar em alguma coisa." Frank deu um tapinha no ombro dela e foi chamado para se juntar a Alice.

("É o seu noivado também, Frank!"

"Finalmente o reconhecimento que mereço!" Ele brincou.)

Lily se inclinou contra a parede e pensou em suas opções. Ela poderia aparecer sem ninguém e arriscar a ira de sua mãe, ela poderia tentar encontrar alguém que confiasse e que estava livre no próximo fim de semana ou sempre tinha Alice ...

Ela não notou que James havia se juntado a ela até que ele começou a falar.

"Acabou por ser muito bom, Evans. Álcool e bolo suficiente para as pessoas esquecerem que são velhas o suficiente para ter amigos que vão se casar."

"Essa era a ideia," ela brincou.

"Eu ouvi que você está em uma situação complicada."

"Sim? "Ela perguntou cautelosamente.

"Sim, Longbottom mencionou algo no caminho." James disse, gesticulando para Frank, que atualmente estava tentando ajudar a Alice desembrulhar um presente muito longo e bem embrulhado.

"Isso é do Wormtail", James disse a ela, estremecendo: "Ele comprou uma vassoura".

Lily revirou os olhos.

"Nah, está tudo bem", James prometeu a ela: "Vou fazer com que o presente de casamento seja fenomenal."

"É melhor mesmo."

"Então... é finalmente o casamento da sua irmã." James hesitou. "Eu sei que isso é o oposto de ir devagar, mas... eu me sinto mal, e sei como você se sente sobre sua mãe e, se você precisar de mim, estou livre no próximo final de semana."

Lily mordeu o interior de sua bochecha. "James", ela começou e então não tinha certeza de como continuar. "Obrigada", ela decidiu, "mas-"

"Sem pressão, ok? Me mande uma mensagem, se precisar da minha ajuda."

"Ok", admitiu Lily, "Obrigada."

James encolheu os ombros. "Agora, quanto tempo até Alice encontrar um presente que ela não vai conseguir parecer agradecida?"

"Claramente você não conhece Alice bem o suficiente. Ela iria preferir cortar o dedo do que ser algo menos que perfeitamente cortês."

"Claramente você não sabe o que Moony comprou."

Lily voltou-se para assistir enquanto Alice agradecia a Peter pela vassoura, abraçando-o com força.

"A menos que seja partes do corpo, não estou interessada." Lily tomou a bebida dela", "o que Sirius comprou pra ela?"

Lily não percebeu que James não estava inclinado ao lado dela até que ela se virou para perguntar a ele novamente. Seu estômago apertou, ela terminou sua bebida e decidiu ver o que Benjy tinha planejado para o próximo fim de semana.

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(Caught off guard by your favourite song)

Haviam algumas explicações que Lily poderia dar sobre como ela acabou em um trem para Cookeworth junto com James Potter.

(A primeira, outra ligação inesperada de sua mãe:

"Então, Edward Darcy." Lily se perguntou se sua mãe podia sentir seu nervosismo, a cem milhas de distância. "Como ele vai chegar aqui?"

"Trem", Lily ofereceu: "Vamos pegar o trem juntos."

"E onde vocês se conheceram?"

"Universidade"

"O que ele faz?"

"Uh, Contabilidade."

"Alguma alergia?"

"Não. Como vai Petúnia?" Lily apertou o telefone no ouvido e esperou que a mudança de assunto funcionasse.

"Bem. Estou ansiosa para conhecê-lo, Lily".

"Eu também". Lily podia sentir o suor em sua testa, ela odiava mentir para a mãe.

"Bem. Faltam apenas alguns dias agora!"

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A segunda, o rosto feminino de Alice:

Lily estava andando de um lado para o outro na sala de estar.

"Acho que minha peruca está saindo", observou Alice.

"Não está!" Insistiu Marlene, murmurando com os grampos de cabelo que tinha em sua boca, "só fique parada."

Alice suspirou e se contorceu em sua cadeira. "Essa calça é estranha."

"Ela é a melhor que eu consegui sem chamar muita atenção", disse Lily desesperadamente, "Mar, isso não vai funcionar."

Alice puxou sua camisa. "Isso realmente parece com uma camisa masculina?" Ela perguntou, e depois olhou para baixo: "Tem certeza que não dá pra ver meus peitos?"

"Sim!" Exclamou Marlene, enquanto Lily parecia em dúvida.

Marlene empurrou o grampo final na peruca e depois recuou para olhar sua obra. Ela mordeu o lábio. "Ok, então talvez isso não funcione", admitiu Marlene, e Lily se jogou no sofá.

****************************************************************************

A terceira, sentimentalismo persistente:

Lily examinou a foto ao lado dela. Ela estava olhando uma caixa de fotografias antigas e encontrou uma antiga dela e Petúnia. Elas estavam abraçadas e estavam sorrindo para a câmera. Lily devia ter uns cinco ou seis anos; faltavam vários dentes e ela tinha um joelho ralado. A foto foi tirada quando elas ainda eram inseparáveis.

Lily pegou outra. Era de Petúnia, talvez oito ou nove anos, vestida com um vestido cor creme, posando para a câmera. Ela estava segurando um buquê de margaridas. Lily lembrou-se dos intermináveis casamentos falsos que costumavam encenar, e de como Petúnia se jogava em cada um.

Lily pegou o telefone.

Para: James

00:47: Você ainda está livre nesse fim de semana?       

                                                                
****************************************************************************

"Você quer o assento na janela?" James ofereceu, mas Lily balançou a cabeça. Ele depositou a bagagem deles no lugar acima deles e sentou-se. Lily respirou fundo e sentou-se ao lado dele.

Eles ficaram em silêncio pelos primeiros trinta minutos, James olhando pela janela e Lily tentando terminar uma leitura. Eventualmente, James pegou um baralho de cartas e eles acabaram jogando. Qualquer coisa para evitar lidar com a tensão estranha entre eles.

Era estranho, refletiu Lily, como a reconstrução de um relacionamento parecia uma montanha russa de subidas e descidas. Em um minuto eles estavam brincando de dar bolo na boca do outro, assistindo filmes da Disney até o amanhecer, e no outro eles estavam sérios um com o outro, incapazes de pensar em algo para dizer. Era como dar um passo à frente e depois três passos para trás.

Lily sabia que deveria agradecer a James por concordar em ir com ela, por fingir ser Edward Darcy e tolerar sua família, mas as palavras estavam presas em seu estômago. Ela deu uma olhada para ele enquanto ele contemplava as cartas na mão. Ela queria perguntar por que ele estava fazendo isso por ela, mas suspeitava que não estava pronta para ouvir a resposta.

Não era apenas ele a mantendo presa em seus pensamentos. À medida que as cidades gradualmente cederam ao campo, ela ficou presa às lembranças de Cokeworth. A última vez que ela voltou foi no Natal, e foi por menos de quatro dias. Lily se recusava a pensar naquele lugar como casa, ela construiu sua casa em Londres e foi preciso todas as suas forças para isso. Mas não significa que não existe uma conexão com o lugar onde ela havia crescido.

Eles chegaram tarde, entraram no hotel e se prepararam para dormir em relativo silêncio. Enquanto James pareceu adormecer quase imediatamente, Lily ficou acordada pelo que pareceram horas, seu cérebro correndo por todos os cenários.

Ela se virou e se virou, imaginando ver sua irmã e mãe novamente, sem mencionar Vernon 'eu não ligo muito para mulheres teimosas' Dursley ou o resto de sua família.

Lily sentou-se e olhou por alguns minutos para James dormindo no colchão de ar, surpresa como sempre por quão jovem ele parecia sem óculos. Lily sorriu, deitando-se. Apesar de tudo, ela estava feliz por tê-lo aqui.

****************************************************************************

O casamento foi lindo: elegante, atemporal e totalmente sem emoção. Lily manteve esse último pensamento para si mesma enquanto conversava distraidamente com um primo distante. Ela observou a mãe do outro lado do salão do hotel conversando com o irmão de Vernon; ela estava quase brilhando de alegria.

A conversa de Lily terminou e ela se aproximou de James, que estava admirando a variedade de sanduíches na mesa. Seu coração palpitou um pouco mais ao ver sua aparência outra vez.

("Você está ... muito bonito." Lily tinha certeza de que James conseguia ver o quanto ela estava nervosa. Mas ele parecia tão nervoso quanto ela.

"Sim", ele gaguejou, "e você também".)

Agora ele afrouxara a gravata em volta do pescoço e tirara a jaqueta, colocando-a sobre o braço.

"Ei", ele disse calorosamente quando a notou: "Veja isso. Pepino, salmão, pepino e salmão, atum, patê. E tem muitos outros! Acho que nunca vi tantos sanduíches na minha vida."

"Essa é Petúnia para você, acho que ela está planejando esse dia desde os cinco anos."

"A cerimônia foi", James hesitou, "legal".

"Mas completamente impessoal?" Lily adivinhou.

"Sim", disse James, agradecido: "Era como se todos os detalhes tivessem saído de uma revista de casamento, bonitos, mas estéreis". James apontou para o salão de baile. Havia luzes cintilantes por toda parte, toalhas de mesa e rosas em todas as mesas. "Nada realmente diz que este é o casamento deles".

"Eu não sabia que você era um especialista", comentou Lily sarcasticamente.

James riu: "Eu fui a muitos casamentos quando era criança, tinha que aprender alguma coisa."

Ele colocou cuidadosamente dois sanduíches nos pratos e passou a contemplar a seleção de frutas.

"Quando eu me casar", ele continuou, "será uma grande festa. Sem código de vestuário rigoroso, sem comida sofisticada, apenas amigos, bebidas e comemorações."

A respiração de Lily ficou presa com a descrição despreocupada dele. Era um protocolo, não convidar seu ex para o seu casamento, não era? Ela levou um momento para perceber que, por mais extraordinário que fosse o casamento de James Potter, ela quase certamente não estaria lá para testemunhá-lo. Mesmo se ela fosse convidada, o pensamento de ir como uma convidada estranha era suficiente para fazê-la sentir-se enjoada. Lily se sacudiu mentalmente, para esquecer tais pensamentos.

"Quando eu me casar", ela disse, depois de uma pequena pausa, "vou gastar todo o dinheiro com a comida, principalmente o bolo".

"E depois comer tudo sozinha."

"Obviamente." Eles sorriram.

"Quando eu me casar", James jogou um pouco de abacaxi no prato, "vou convencer o Rolling Stones a tocar na recepção".

"Como?"

"Com meus truques masculinos."

"Quando eu me casar, vou fazer o The Kinks tocar."

"Eles não estão mortos?"

"Ainda não."

"E quando você se casar?"

"O que você está insinuando, Potter?"

"Nada. Quando eu me casar-"

Uma tosse cortou suas palavras. Os dois se viraram.

"Mãe!", Exclamou Lily, tentando o seu melhor para parecer emocionada e não assustada.

"Lily". Sua mãe estava com um pequeno sorriso, mais suave do que Lily se lembrava que normalmente era. "Este deve ser o Sr. Darcy."

Lily podia ver James tentando não rir e o cutucou sutilmente com o cotovelo.

"Sou eu", disse ele, "casamento adorável, Sra. Evans".

"Obrigada. Mas você realmente deveria estar parabenizando Petúnia, ela fez a maior parte do trabalho."

"Já fizemos isso," disse Lily sinceramente, "ela estava realmente brilhando hoje, não estava?"

Ela realmente estava, Lily admitiu facilmente. Ela honestamente parecia assustadoramente feliz e, apesar de tudo, Lily realmente esperava que seu casamento fosse tudo o que ela queria. Elas trocaram algumas palavras após a cerimônia e, embora ambas tenham sido perfeitamente agradáveis, isso serviu apenas para cimentar uma coisa: elas não tinham mais nada a dizer uma a outra.

"Ela estava linda", a mãe de Lily concordou, "ela sempre foi uma garota tão bonita".

"Deve ser de família", interrompeu James, tentando em vão usar seu charme habitual.

"Sr. Darcy, Lily me disse que você trabalha com contabilidade?"

"Por favor, me chame de Ed. Sim, é realmente um assunto fascinante, e tenho certeza que você concorda que é vital na economia de hoje."

James estava se divertindo muito.

"Diga-me, Edward, você tem alguma relação com lorde Darcy, de Nottingham?"

"Er, não, acho que não."

A mãe de Lily apertou os lábios. "Que pena, ele é um homem realmente maravilhoso."

Sem mencionar rico.

"Tenho certeza", disse James, desconfortável.

A ironia não escapou de Lily, que sua mãe tinha ouvido falar dos Potter e provavelmente pularia de alegria se soubesse que estava falando com seu filho e herdeiro.

"Oh, olha, é o McDonnell, eu devo dizer olá!" Exclamou a Sra. Evans e acrescentou rapidamente: "Lily, você não vai voltar para casa no Natal, não é?"

"Quero dizer", disse Lily assustada, "não se você não quer que eu volte?"

"É só que eu vou ficar com Petúnia este ano, e eles só têm dois quartos ..." a mãe de Lily parou.

Lily engoliu em seco: "Não, tudo bem, eu vou ficar em Londres."

"Excelente. Você está muito bem, Lily," havia um tom melancólico em sua voz, suavizando as bordas ásperas de seu sotaque sulista, "seu pai estaria orgulhoso."

"Obrigada", Lily sussurrou.

A Sra. Evans sorriu tristemente para ela e depois se virou para a multidão.

O braço de James estava em volta dela antes que ela percebesse, apertando seu ombro confortavelmente. "Vamos pegar bolo, sim?", Ele disse, guiando-a em direção à mistura azul e branca de três camadas.

Eles passaram o resto do casamento de bom humor, e se James notou que Lily bebeu mais depois da conversa com a mãe do que antes, ele não disse nada.

Eles passaram a maior parte do tempo bebendo champanhe e inventando uma história cada vez mais elaborada para Edward Darcy. Até agora, ficou estabelecido que ele era órfão e um espião disfarçado.

("Espionando para quem?', Perguntou Lily, rindo.

"Sua majestade, é claro." James começou a cantarolar em voz alta a música tema de James Bond, atraindo olhares de todos os lados.)

Eventualmente eles partiram, caminhando a curta distância do hotel. O ar frio e veloz rapidamente acalmou Lily e ela estremeceu, desejando ter trazido um casaco mais grosso.

Quando chegaram ao quarto, James insistiu em ligar o rádio, murmurando algo sobre os resultados do futebol. Em vez de comentários sobre futebol, Lily ouviu a abertura de uma música familiar.

"Essa era a música favorita do meu pai!", ela disse alegremente.

"Sério? Os Beatles? Quantos anos ele tinha?"

Lily mandou ele calar a boca de bom humor: "Eles tocaram essa música no casamento dos meus pais".

James sorriu para ela e depois estendeu a mão. "Vamos, então."

"O quê?", Perguntou Lily, surpresa.

"Era a música favorita dele, certo? Então, vamos dançar."

Eight Days a Week não era a melhor música para dançar devagar, mas James fez funcionar, segurando a cintura de Lily com cuidado. Lily manteve a respiração calma e evitou olhar diretamente para o rosto dele. Eles balançaram assim por um tempo, até conseguindo executar um giro meio decente.

"Eu nunca danço", admitiu Lily sem fôlego.

"Eu sei. Você deveria fazer isso com mais frequência." O rosto dele estava meio coberto de sombras, dificultando a leitura de sua expressão.

"Talvez eu apenas precisasse das circunstâncias certas", disse ela.

"O que, os Beatles?"

Você, pensou Lily.

"Champanhe", disse Lily.

A música terminou em uma velha balada do Fleetwood Mac. Eles pararam de dançar, mas continuaram ali. Ela podia sentir a respiração dele junto com a sua e encontrou seu olhar. Eles ficaram assim por vários minutos, nenhum deles dizendo nada, como se pudessem sentir a fragilidade do momento.

"Evans", disse James calmamente, finalmente se afastando. Ela sentiu a ausência dele como uma dor. "Não sei bem o que estamos fazendo." Ele passou a mão pelos cabelos e ela sentiu vontade de fazer o mesmo. Ele parecia cansado, quebrado: "O que estamos fazendo?"

Lily sentou-se pesadamente na beira da cama. Ela levantou os joelhos, abraçando-os. Ela tentou se sentir impenetrável. "Não tenho certeza."

"Nós não deveríamos. Certo?" Ele parecia tão vulnerável.

Aquilo atingiu Lily naquele momento. Como um raio, um trem de carga, todos os clichês aplicados. Porque o que quer que eles estivessem fazendo, ela queria. Ela queria fazer tudo com James. Todos os momentos dos últimos nove meses passaram diante dela, a festa de Ben Fenwick, Remus na biblioteca e Sirius fumando, Alice e Marlene desesperadas com a situação. E James, sempre James. Ela olhou para ele parado junto à janela, iluminado pela suave luz da lua.

"Eu tenho que dizer uma coisa." Lily falou sem pensar, sem considerar. Ela imediatamente sentiu seu coração na garganta, batendo forte. Ela apertou a mandíbula, tentando reunir coragem.

"Eu não quero ouvir." A voz dele era rouca, áspera.

"Eu preciso dizer."

"Eu não quero saber."

"James-"

"Eu sei o que você vai dizer e eu não posso ouvir isso agora!" Ele estava quase gritando em sua angústia palpável.

Lily engoliu em seco, tentando manter os nervos sob controle. "Eu realmente não acho que você sabe."

"Eu não deveria ter vindo," ele parecia desesperado, enterrando o rosto nas mãos. "Eu sabia que era um erro, você - você me deixa irracional, Evans. Mas, por favor, não me afaste novamente."

"James, eu te amo."

Era como se tudo tivesse parado. James congelou, sua confusão clara. Lily aspirou o máximo de ar que pôde, com o medo instintivamente entrando. Ela não deveria ter dito nada.

"O quê?" Era um som hesitante, confuso e suave.

"Eu te amo, James. Eu estou apaixonada por você. E eu - eu tentei tanto não estar, me desculpe."

"O quê?" Desta vez foi mais alto, incrédulo.

"Sinto muito por não saber disso em janeiro, sinto muito por estar estragando tudo. E eu sei que você basicamente já me superou, mas eu quero que você sabia que eu te amo."

"Você me ama?" Isso a devastou, essa pergunta, a destruiu completamente.

"Sim." Ela sussurrou, fechando os olhos, tentando entender como tinha interpretado a situação de forma tão completamente errada. Ela esperava que alguma parte de James ainda se importasse com ela. Lily imaginou em seus sonhos mais loucos que ele ainda a amava, que não havia perdido a oportunidade. Que desta vez eles poderiam fazer funcionar. Mas, pelo que parecia, ela havia acabado de destruir a paz que eles estabeleceram.

Ela abriu os olhos. James ainda estava de pé, mas o sorriso mais incrível tomou conta de seu rosto. Ele se aproximou e se ajoelhou diante dela. Ele embalou o rosto dela em suas mãos, seus olhos brilhando.

"Lily", ele disse. E então ele a beijou.

Lily tinha certeza de que havia romantizado a intensidade de beijar James, mas não. Ela realmente não tinha exagerado. Ele a beijou como se fosse a última vez que teria a chance, como se tivesse passado os últimos nove meses sonhando com isso. Lily respondeu com a mesma paixão, passando as mãos pelos cabelos dele. Ainda bem que ela já estava sentada porque suas pernas estavam reduzidas a gelatina. Depois de um tempo indefinido, eles se separaram e James pressionou a testa na dela.

"Diga de novo."

"Eu te amo", ela confessou.

Dessa vez, ele a beijou mais suavemente, luxuosamente, e delicadamente a deitou na cama.

"Você não está bêbada, está?" Ele estava rindo, mas ela conseguiu detectar uma pitada de preocupação que a fez responder com mais gentileza do que se não tivesse ouvido.

"Não mais. Você?"

"Não. Eu odeio ... quebrar o clima ou algo assim, mas preciso saber ... "

"O que mudou desde janeiro?"

"Exatamente." James bufou uma risada.

"Eu não sei, eu só... eu achei que poderia me virar sem você," disse Lily, tentando medir suas palavras, mas corando sob o olhar dele, "mas percebi que não quero. Eu nunca mais quero ficar sem você."

"Nunca mais." Ele prometeu.

Quando eles se beijaram, Lily sentiu aquele puxão familiar em seu coração mais forte do que nunca. Eles estavam quase frenéticos de desejo, Lily apertou os botões da camisa de James, incapaz de formar a concentração necessária para desfazê-los. James finalmente se afastou, respirando pesadamente, com os olhos escuros.

"Eu preciso te contar uma coisa."

"Não pode esperar?" perguntou Lily, impaciente, aproveitando a oportunidade para tirar o vestido sobre a cabeça.

"Porra, Evans." James xingou ao vê-la, suas mãos se movendo para tocá-la como se não pudesse evitar. Ele respirou instável. "Eu te amo."

"Eu sei."

"Você acabou de ..." James beijou sua barriga, rindo. "Você acabou dar uma de Han Solo?"

"Não, eu acabei de dar uma de Princesa Leia," corrigiu Lily.

"Deus, eu amo você." A reverência em seu tom a deixou sem fôlego. Ela se sentiu leve com a felicidade, extasiada com sua incrível sorte.

"Eu também te amo."

Eles sussurraram um para o outro, repetidamente, até que fosse possível encher o quarto até uma explosão, como se pudessem gritar para o mundo inteiro o seu amor.

Olhe só esses dois idiotas apaixonados.

Quando Lily finalmente estava adormecendo, com os primeiros raios de sol iluminando o quarto e com os braços de James firmemente em volta dela, ela lutou para se lembrar de uma época em que já havia se sentido assim. Ela o beijou ternamente na testa antes de fechar os olhos, aproximando-se mais do calor dele.

Naquela noite, Lily sonhou com o futuro. Um casamento simples e feliz, com o discurso do padrinho de Sirius, cheio de trocadilhos e histórias embaraçosas. Ela sonhou com a futura casa deles, cheia de luz, flores e (por alguma razão) dinossauros. Segundo seu subconsciente, seu futuro era cheio de risadas, amigos e bolo, e acima de tudo, ele.

Ela não dormia tão bem há anos.

****************************************************************************

(Burning bright until the end)

A árvore de Natal cegou Lily quando acendeu as luzes em uma noite fria. Marlene, Alice e ela a decoraram duas semanas atrás e conseguiram acender as luzes para ficarem permanentemente presas no nível mais brilhante. Na cozinha, Marlene levantou a mão para proteger os olhos.

"Mal posso esperar até que possamos nos livrar dessa coisa", ela murmurou, olhando a árvore com desgosto.

"Não seja tão Grinch," disse Lily, evitando cuidadosamente olhar diretamente para a árvore feia enquanto ela se arrastava por baixo. Nenhuma de suas decorações combinava, então a árvore estava coberta de cores conflitantes e formas estranhas. "Feliz Natal!"

Marlene sacudiu a cabeça com nojo e cortou uma fatia grossa do bolo de Natal.

A campainha tocou e Lily sorriu imediatamente, pulando para atender.

"Parece que já ganhou seu presente de natal", Marlene disse a ela com desaprovação.

"Cala a boca, McKinnon." Lily abriu a porta um pouco sem fôlego. "Ei."

"Oi."

James estava parado na porta, com as mãos nos bolsos e um sorriso torto no rosto. Ele a beijou rapidamente antes de entrar no apartamento e fechar rapidamente os olhos.

"Droga, essa árvore me pega toda vez."

Lily o puxou para ela novamente, beijando-o mais devagar e mais profundamente, tentando memorizar o sentimento.

"Oi", ela sussurrou quando eles se separaram.

"Vocês dois são nojentos", disse Marlene da cozinha, "não acredito que Alice e eu queríamos tanto que vocês voltassem a ficar juntos."

Lily e James a ignoraram, caminhando para o sofá. Instintivamente, Lily colocou a cabeça no peito dele e James começou a esfregar círculos lentos no braço dela.

No mês desde o casamento de Petúnia, o sentimento de satisfação não havia deixado Lily. Embora Alice tivesse avisado para ela não ficar muito focada na excitação do período da lua de mel, Lily acreditava que a felicidade pelo menos estava aqui para ficar. Seu coração ainda batia toda vez que ele a beijava e, às vezes, seu sorriso a deixava tonta. Não havia ansiedade ou pressão persistente; desta vez Lily estava dentro, mesmo que às vezes ainda a aterrorizasse. Lily sabia o que era viver sem James e ela não queria experimentar aquela sensação novamente.

Marlene murmurou mastigando seu pedaço final de bolo. "Vou encontrar Alice e Frank e depois vamos à festa de Eddie. Vocês dois vem?"

"Nah", disse James, "acho que vamos ficar".

Marlene deu de ombros e gritou por cima do ombro: "Feliz Natal!"

"Eu sabia que você tinha isso em você!"

Marlene deu língua para Lily e bateu a porta com força.

"Certo. Quer assistir Duro de Matar?"

"Eu estava pensando que poderíamos fazer um acordo e assistir Simplesmente Amor hoje à noite e Duro de Matar amanhã. Eu sei como você fica mal-humorado se não assistir Emma Thompson antes do Natal," brincou Lily.

"Simplesmente Amor é um clássico moderno!" James protestou rindo e Lily sorriu, saboreando a sensação vibrar contra ela.

"Se você diz", ela admitiu.

"Você quer que eu coloque?" James ofereceu.

"Foi o que ela disse", Lily bufou, rindo.

James balançou a cabeça, sorrindo: "Você é a minha pessoa favorita", ele disse sinceramente.

"Eu amo você", ela disse a ele.

Lily não achava que um dia se cansaria da reação de James quando ela dizia isso, a maneira como todo o rosto dele se iluminava em resposta. Ele a beijou em vez de responder, até que ela ficou sem fôlego, até derreter, até queimar.

"Sabe de uma coisa", sua voz era baixa e áspera e seus óculos estavam tortos, "não precisamos assistir a um filme".

"Gosto do seu pensamento, Sr. Darcy."

James gemeu, empurrando o rosto no pescoço dela. "Por favor, não imponha seu fetiche literário em mim."

"Tarde demais," disse Lily, sorrindo largamente.

Ele levantou o rosto para olhá-la, com o rosto a centímetros de distância. Os olhos dele procuraram os dela.

"O que você está pensando?" Ela perguntou curiosa.

"Sobre qual sutiã você está usando." James riu quando ela bateu no ombro dele. "Rude"

"O que você está realmente pensando?"

"O quanto eu estou feliz."

"Você é um bobo."

"Você ama isso."

"Eu sei", ela sorriu, "eu realmente, realmente amo."

(Now stop worrying and go get dressed.)

****************************************************************************

:)))

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