Seja um bom garoto Harry

By Etoile_Filant

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Harry não teve uma infância fácil, não teve uma família que lhe deu amor, mas ele vai aprender que família ne... More

1 - A quebra de uma alma
2 - A carta que mudou Tudo
3 - Primeira vez no beco diagonal
4 - Hogwarts
5 - Descobertas
6 - Conversas que ajudam
7 - Relações de pai e filho
8 - O espelho
9 - A pedra filosofal
10 - Tom Riddle
11 - Convivência
12 - O diário
13 - A câmara secreta foi aberta...
14 - Severus Snape
15 - Inimigos do herdeiro, cuidado
17 - Medos
18 - Momentos
19 - Prisioneiro de Azkaban
20 - Julgamentos
21 - Conhecendo novas pessoas
22 - O cálice de fogo
23 - Tratamentos
24 - Raiva, chá e dragões
25 - Baile de inverno, nova amizade e... dicas?
26 - Lago Negro
27 - O labirinto, a marca negra e a revelação
28 - Contato
29 - Um Black
30 - Passado Presente
31 - Pena de Sangue
32 - Um bom natal e chá com biscoitos
33 - Metamorfose
34 - Sensações
35 - Ostara e o ministério
36 - Orgulho
37 - Um ponto de verdade
38 - Aceitação forçada
39 - Segredos Revelados
40 - Piquenique de aniversário
41 - Reuniões
42 - Medo e Poções
43- Inicio dos segredos do passado
44 - Paixões
45 - Primeiras cartas na mesa

16 - Dementadores, hipogrifos e parentes

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By Etoile_Filant




– Já está pronto Harry? – Severus perguntou entrando no quarto do filho, Harry estava sentado na cama enquanto tentava amarrar seus cadarços. Snape sorriu se aproximando e fazendo o laço para o menino que lhe sorriu agradecido.

O menino vestia roupas trouxas, uma calça jeans e um suéter azul claro, junto com tênis vermelhos. Ambos marcaram de sair juntos para comemorar o aniversário de Harry, apenas os dois, já que os Malfoy's ainda não voltaram da viagem, mas todos os amigos de Harry enviaram presentes e cartas desejando feliz aniversário para o menino. Snape preparou uma surpresa e esperava que Harry gostasse.

O mais velho também vestia roupas trouxas, uma calça preta e sapatos negros, uma blusa de botões branca e um casaco negro para proteger do frio noturno de Londres, mas que deixou aberto.

– Aonde vamos papai? – O mais novo perguntou pela, talvez 5ª vez, ele estava curioso e agitado.

– É surpresa... – disse segurando a mão pequenina e guiando ele até fora do prédio.

Pediram um taxi e foram conversando sobre a recente viagem aos estados unidos, a qual foi extremamente divertida. Quando chegaram Severus pagou o motorista e desceram, o mais velho pode ver o sorriso e os olhos brilhantes do mais novo, parece que acertara na escolha. Eles estavam em um...

– Circo? Eu nunca fui... sempre quis ir em um... – Harry estava animado, o que deixou um sorriso contido no rosto do pocionista.

– Eu vi o panfleto a alguns dias... pensei que iria gostar... – ele disse e recebeu um abraço apertado e feliz do garoto que sorria feito bobo.

– Eu amei papai... amei.

Andavam pelas barracas coloridas, tudo era cheio de cor e sons de crianças sorridentes. Harry comia um algodão doce azul sujando os lábios com a cor, depois de ter comido um cachorro-quente, já Snape se contentou apenas com um cachorro-quente, não era o maior fã de doces. O show não demoraria para começar, mas aproveitaram bem o tempo em uma barraquinha tentando ganhar um urso de pelúcia.

Quando sentaram em seus lugares carregando um pote de pipoca salgada as luzes se apagaram e o Show se iniciou. Tudo era cheio de vida, cor e magia. Pessoas que pareciam voar no trapézio, moças que dançavam em faixas coloridas, palhaços que faziam a barriga doer de tantas risadas que arrancavam, uma mulher que atirava facas e havia um homem que cuspia fogo, havia uma dupla que fazia malabarismos em cima de monociclos e uma moça que dançava com uma serpente. Tudo foi magnifico.

– Você viu? A moça soltou o trapézio e saiu rodando assim e eu pensei que ela ia cair. – Harry falava animado enquanto começava a comer uma maçã do amor. Ele realmente gostou do show, um dos melhores aniversário da vida dele.

– Eu vi... e vejo que gostou do aniversário. – O mais velho arriscou uma mordida no doce que Harry oferecia com entusiasmo.

– Foi incrível papai. – Ele disse pegando de volta seu doce e comendo alegre.

Uma voz, uma única fala foi necessário para que Harry tremesse e se encolhesse.

– Papai eu quero uma maçã do amor! – Gritou um garoto gordo e loiro, as bochechas redondas estavam rosadas de raiva, ele batia o pé para um homem enorme e loiro, o bigode o deixava parecido com uma morsa, ao lado deles uma mulher também loira e com o pescoço longo tentava acalmar o filho.

Uma outra mulher, gorda e loira, parecida demais com o homem morsa passou pelos Sonserinos, esbarrando dolorosamente em Snape e derrubou Harry no chão. O mais velho trincou os dentes com raiva e se apressou em ajudar seu pequeno. O menor estendia as mãozinhas raladas e tinha olhos úmidos prestes a derramar lágrimas.

– Você ta bem Harry? – o moreno perguntou e recebeu um aceno positivo, perto dali um menino gordo reconhecia o primo e se aproximava em passos apressados, tentando não ser impedido pelos pais.

– Quanto tempo Harry... – Duda estava sorrindo travesso e encarava o primo com superioridade, mordendo a maçã do amor e sorrindo mais ainda quando viu a do primo no chão.

– Oi – O menor disse virando a atenção para Severus que o ajudava a limpar a calça que sujou um pouco. Queria poder fazer um feitiço, mas havia muitos trouxas por perto.

– Valter pensei que tinha mandado esse menino pra uma prisão juvenil! – a voz de Guida tomou o ambiente e Potter se encolheu atrás de Snape.

– Eu... – Valter tentou achar alguma justificativa, não esperava nunca mais ver Harry de novo.

– Ele claramente fugiu e está seduzindo esse homem! Nojento como a mãe deveria ser... seduzindo alguém com dinheiro óbvio.

Severus trincou os dentes, as presas perfurando o lábio inferior enquanto a varinha tocou a ponta de seus dedos... um feitiço... apenas um... e aquela mulher calaria a maldita boca. Não foi necessário sua intervenção, um pulso de magia selvagem tomou a região, era forte demais, incontrolável, Severus admitiu naquele momento a magia de Harry ultrapassava e muito a sua, talvez se bem desenvolvido ultrapassaria a de seu mestre...

A onda de magia chegou à mulher obesa, que estava pronto para apontar o dedo no rosto da criança. Seu dedo inchando assim como suas bochechas, o corpo logo se tornou mais redondo e os pés de Guida não mais tocavam o chão. Não havia muitos trouxas ali, mas um feitiço de desilusão envolta da cena inteira foi necessário, afinal o agora balão humano flutuava sendo agarrado por Valter e Petúnia, sobre as gargalhadas altas de Duda.

Guida Dursley saiu voando tentando se agarrar em qualquer coisa, ate mesma na roda gigante... uma cena hilária.

– TRAGA GUIDA DE VOLTA! TRAGA AGORA! – Valter gritava para Harry que tinha um olhar escurecido, os olhos focados nos olhos do tio, o ódio ali contido arrepiou a coluna do homem, Harry não gritou ou mesmo alterou a voz, seu tom era baixinho.

– Eu não quero e não vou.... te desafio a tentar me obrigar, tio – o mais velho recuou dois passos enquanto Petúnia protegia o filho que achou a situação incrivelmente divertida.

Os bruxos se afastaram dos Dursleys com passos calmos, Snape avisou que o ministério cuidaria de Guida e em algumas horas ela voltaria bem, não que a mulher merecesse, mas um balão humano voando o gritando por ajuda seria um problema gigante para o mundo mágico.

Antes de Harry se afastar de vez Duda correu alguns passos se aproximando, ficou uma distância segura do primo e gritou com um sorriso, não era cruel ou mesmo debochado, era apenas... um sorriso.

– Feliz aniversário Harry... eu não esqueci... – Duda disse antes de acenar e sair correndo de volta para os pais... Harry segurou o coração que agora estava dolorido... lembranças de quando ainda pequenos, juravam jamais esquecer o aniversário um do outro... juravam ser primos e amigos para sempre... tudo antes... antes... de tudo. Era uma lembrança feliz e triste ao mesmo tempo... era dolorido.

Snape viu tudo acontecer e seu pequeno lhe abraçar com força, esperava que Harry tenha aproveitado mesmo que um pouco de seu dia especial. Quando chegaram em casa e o pôs para dormir recebeu um sorriso agradecido e uma pergunta se seria punido pelo que fez, Severus apenas lhe beijou a testa e disse com todo o carinho do mundo: "Nunca irei lhe punir quando fizer algo justo..."

*****


O trem para Hogwarts partiu na hora de sempre, tudo parecia calmo, tranquilo, rotineiro. Pansy contava sobre as férias e Blaise quase não falava, Draco animado contou como conheceu alguns bruxos parentes seus em Paris e Harry contaria sobre a viagem aos Estados unidos e os passeios com Severus.

–... Eles tem uma escola como a nossa... as lendas contam que a fundadora queria estudar em Hogwarts, mas sua tia a levou embora e ela triste decidiu fundar uma nova escola no mesmo estilo que a nossa. – Harry contou a lenda que Sev e ele ouviram, tudo parecia rotineiro... exceto pelo adulto que se encolhia por baixo de um casaco, o ressoar baixinho provava que ele dormia e as malas deixaram claro quem ele era: R. J. Lupin... seu novo professor de DCAT, tio Lucius havia dito que teriam aula com ele esse ano. – Eu queria conhecer outras... papai me contou que existem 11 escolas oficiais no mundo... cada uma com seu estilo e especialidade...

– A neta dos Avery fez um intercâmbio de dois semestres na escola Brasileira... Castelobruxo, ela disse que era fascinante... eu sou curioso para Mahotokoro, parece ser incrível. – Blaise disse enquanto descruzava os dedos e sorria tranquilo.

– Pois eu amaria conhecer Beauxbatons – Pansy sorriu sonhadora – O uniforme feminino é maravilhoso além de terem as melhores bruxas de toda a Europa.

– Papai quase me mandou para Durmstrang, mas mamãe disse que Hogwarts era tradição... agradeço por isso, mas sou curioso para aquela escola... eles são tão fortes e intimidadores. – Draco disse descansando as costas no assento.

A conversa continuou por minutos, entretidos em vários assuntos o grupo se mantinha alegre. Quando o clima ficou extremamente frio. O ar condensando assim que saía dos lábios das crianças, o vidro até mesmo ganhando formas em gelo... todos se entre olharam quando o trem parou, um arrepio tomou todos e a criatura negra que surgiu na porta os deixou paralisados.

O monstro fantasmagórico não tinha rosto, nem olhos, nem nariz, mas uma boca monstruosa abriu em direção a Harry. Ele viu com clareza dentes que engoliriam sua vida e sua alma... ele tentou se mexer, mas seu corpo parecia congelado e quando a criatura se prostrou diante do Potter eles puderam ver que era muito maior... não haviam pés, seu tronco terminava em faixas negras que flutuavam... os dedos retorcidos e com garras afiadas tocaram a cabeça de Harry e o menino sentiu que nunca mais seria feliz... seu peito apertando, seu choro entalado, seu grito preso na garganta...

Ele ouviu... ouviu seus próprios gritos, sentiu o tontura de drogas, sentiu o cheiro nojento em seu próprio corpo... sentiu dor... ele gritou... e enquanto sua consciência aos poucos se perdia... pode ver uma varinha ser levantada e um feitiço ser proferido.

Lupin dormia, seu sono era inquieto, mas ele dormia, ouvia vozes de alunos a sua volta, eles conversavam de viagens e curiosidades... continuaria a cochilar sem prestar atenção, afinal não era assunto que lhe dirigia respeito, mas quando o clima mudou, o frio lhe tomou e seus pelos arrepiaram seu lobo rosnava furioso e temeroso ao mesmo tempo. O dementador entrou, tudo durou segundos, ele pegou a varinha o feitiço foi recitado, a memória mais feliz de sua vida lhe tomou e a esfera prateada espantou o monstro para longe.

O garoto deitado no chão lhe era familiar... familiar demais. Se apressou a acordá-lo e quando viu os olhos verdes prendeu a respiração. Harry... seu afilhado... estava ali... tão pequeno para a idade, os cabelos castanhos escuros como de James, mas formando cachos como os de Lily, a pele clara e os olhos brilhantes... seu afilhado. Segurou o choro e forçou um sorriso tranquilo.

– Coma isso, vai te fazer bem – deu a ele uma de sua barras de chocolate ao leite e deixou ele sob os cuidado de... Malfoy? Ignorando as perguntas que tomavam sua garganta se forçou a levantar e guardar a varinha. – Cuide dele... eu vou conversar com os monitores.

E saiu apressado, se ficasse não mais controlaria seu lobo que uivava feliz por ter encontrado seu pequeno afilhado. As dúvidas o corroíam pouco a pouco durante a reunião com os monitores, porque Harry andava com sonserinos? Por que era amigo de um Malfoy? Por que era tão pequeno? Tantas dúvidas o corroíam, mas teria que esperar para sanar todas elas.


*****

Professor Filius coordenou o coral, a música ressoou pelo grande salão, era um dos únicos grupos extracurriculares da escola que sua casa não importava, eles eram unidos, algo bonito de se ver. A música era linda e as vozes harmônicas, tudo tão maravilhoso... um ponto de tranquilidade no caos que se fazia por causa dos dementadores.

Severus quando recebeu a notícia durante o jantar teve que se controlar muito para não correr ate seu filho e perguntar-lhe tudo... infelizmente teria que fingir diante de todos ali e mais tarde poderia perguntar. Lupin tomava o lugar ao seu lado e Hagrid estava ao lado de Filius, em seu novo lugar, não mais na ponta. Dumbledore tomou voz depois da seleção dos primeiros anos e com um sorriso forçado anunciou:

– Bem-vindos, bem vindos a mais um ano em Hogwarts, eu queria dizer algumas palavras antes que fiquemos perplexos com esse excelente banquete. O professor Kettleburn decidiu aproveitar os membros que ainda lhe restam e se aposentou, por isso integrando o corpo docente teremos nosso amado Rúbeo Hagrid ensinando trato de criaturas mágicas e completando nosso time esse ano temos o professor R. J. Lupin, ensinando Defesa contra as artes das trevas. – Dumbledore manteve o sorriso até a segunda parte do discurso, aplausos tomavam cada nome anunciado – Por último, devido as circunstâncias o ministério exige que os dementadores reforcem a segurança de Hogwarts, até a captura de Sirius Black, mas eles me garantiram que eles não representam ameaça aos alunos. Mesmo assim eu peço cuidado, eles são criaturas das trevas que não diferem aqueles que atacam, mas lembrem-se: sempre há como encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, basta se lembrar de acender a luz.

O jantar passou calmo depois disso, Harry comeu menos do que o normal, não sentia fome. Quando já no dormitório Severus lhe visitou e depois de perguntas de como tudo aconteceu ele lhe deu um beijo na testa e desejou boa noite para os dois meninos.

Do lado de fora a chuva caía torrencial, raios iluminando o céu e um uivo foi ouvido na floresta sombria, assim como a balançar espectral dos dementadores povoa os céus. Não seria uma noite tranquila.

******

As matérias novas desse ano deixavam Harry confuso, ele escolheu adivinhação porque parecia mais fácil, mas quando viu os livros sobre Runas Antigas soube que no ano que vem já não optaria pela matéria de Sibila. A sala já estava cheia, era um ambiente no mínimo estranho, mesas com toalhas roxas e bolas de cristal, tapetes com as constelações e objetos que ninguém sabia o que faziam. Todos sentavam em duplas ou até trios na mesa, Draco decidiu fazer essa aula junto ao amigo, simplesmente porque parecia mais divertida.

Diante de cada um tinha uma xícara de porcelana com detalhes em azul claro, o chá parecia fumegar e seria bem-vindo.

Sibila Trelawney era uma professora no mínimo estranha, óculos muito grossos que deixavam seus olhos gigantes, cabelos loiros armados, roupas que ate para os bruxos seriam estranhas e a voz sempre buscando qualquer previsão... mesmo que raramente acertasse. Ela estava diante de todos.

– Nesta sala, vocês irão explorar a nobre arte da adivinhação. Nesta sala, vocês irão descobrir se possuem clarividência. – A mulher levantou de sua cadeira e tropeçou em uma das mesas, se recompondo continuou seu discurso. – Eu sou a professora Trelawney e juntos vamos aprender a adivinhar o futuro. –Ela parecia animada demais – Nesse período, vamos estudar a teimancia que como devem saber é a arte de adivinhação pelas folhas de chá. Tomem o chá e quando acabarem peguem a xícara da pessoa a sua frente.

Todos obedeceram, o chá tinham cheiro de camomila, mas o sabor era bem doce.

– O que vocês veem? – ela perguntou quando todos já estavam lendo as folhas uns dos outros. – A verdade esta oculta como uma frase dentro de um livro, pronta para ser lida. Mas antes precisam abrir suas metes, primeiro precisam olhar além.

– Que monte de bobagens – Harry ouviu Hermione resmungar e precisou piscar os olhos várias vezes, será que o chá estava alterado? Ele não lembra de ver Hermione entrar na sala, nem mesmo a viu sentada ao lado de Ron.

– Você menino – A professora apontou para Neville que se assustou com o tom – Sua avó vai bem?

– Acho que sim – a voz do Longbotton era vacilante.

– Eu não teria tanta certeza, me dê a xícara – pediu e pegou a peça de porcelana das mãos do parceiro dele e a cara que ela fez deixou Neville muito preocupado. – Abram suas mentes – ela continuava andando pela sala e parou em Draco – Sua alma está indicando a morte, você está no além?

O loiro se assustou e segurou o riso, achava tudo uma grande bagunça, mas já estava ali, não é?

– Olha a xicara, me diz o que vê? – a mulher pediu e o loiro olhou a as folhas de chá do amigo, buscou o significa, já tinha lido o maldito livro e sabia

– Harry tem uma estrela que significa luz guia e um... uma espécie de coração... que significa amor, assim como uma fita cortada, que indica separação... então Harry, você tem um guia importante deve seguí-lo, esta rodeado de amor, mas alguém de quem foi separado pode retornar.

Draco o mordia o lábio e tornava uma tarefa muito ruim Harry segurar o riso, ele estava tentando. O moreno teve que levar as mãos aos lábios para se conter. A professora se aproximou mais uma vez e pediu a xicara. Draco entregou com a visível cara de tedio. Sibila olhou, gritou e soltou a peça de porcelana, o som de estilhaçado assustou a todos na sala, os olhos de esmeralda estavam arregalados para a mulher buscando uma explicação.

– Pobre garoto... meu pobrezinho... você tem um... – ela hesitou e todos se aproximaram tentando ouvir – um sinistro.

Os ouvidos de Harry já não captavam mais nada, ele sabia o que era um sinistro, ele não gostou de saber que em sua xicara tinha um lobo negro que significava morte. Ele odiou aquela aula, odiou de verdade. Mais tarde pediriam para trocar a matéria, mas agora era horario de Trato de criaturas mágicas.

Draco se manteve ao seu lado durante o caminho, Pansy e Blaise comentando animadamente sobre Runas Antigas e como a matéria era fascinante. Lembrou que mais tarde eles teriam juntos Aritimância e Harry seria liberado dos estudos dos trouxas, matéria obrigatória para todos os alunos inteiramente bruxos e sem contato com o mundo trouxa.

– Adivinhação foi horrível, quero ver com o padrinho se podemos trocar, matéria sem sentido. – Draco reclamou enquanto descias as escadas para a floresta. Rúbeo os guiava por uma pequena trilha e agora eles estavam na sombra, rodeado de lindas arvores verdes.

– Menos conversa por favor, formem um grupo ali e abram o livro na página 49. – Hagrid instruiu e todos o encararam como se ele fosse maluco.

– Ta e como fazemos isso? – Draco perguntou cruzando os braços mal-humorado, o livro era maluco atacava toda vez que tentava abrir.

– Hora, é só fazer carinho nele. – O professor disse como se fosse óbvio e o loiro olhou para Harry como buscando ajuda, ambos deram de ombro e decidiram tentar tocando a capa com cuidado e a espinha num vai e vem calmo.

Neville por outro lado foi atacado pelo livro e seus gritos preencheram o lado grifinório da aula, mas nenhum de seus "amigos" se dignou a ajudar. Harry suspirou se aproximando e fechando o livro com força, ajudando o menino a levantar logo depois. Boa parte dos alunos já tinha ido para o outro lado.

– Você faz carinho nele para ele não te atacar – Harry instruiu e ganhou um sorriso do Longbotton. Ele foi para perto de seus amigos mais uma vez e abriu seu livro na página ordenada. O tema lhe chamou atenção: Hipogrifos.

– Onde esteve? – Draco perguntou vendo Harry ficar ao seu lado.

– Ajudando um futuro amigo. – respondeu simples e viu Neville chegar e ficar do lado grifinório, meio desarrumado, mas bem.

– Tem que fazer carinho nele Neville – Rony disse ao lado de Hermione e o Longbotton revirou os olhos.

– Não me diga! – ele estava mal humorado.

Hagrid chamou atenção de todos e as conversas pararam, ele apontava para algo atrás de si e logo todos puderam ver a criatura que se aproximava. Era um hipogrifo, branco acinzentado, as penas brilhavam ao sol, o bico afiado e as garras davam medo, as asas se agitaram brevemente e seus olhos eram avaliativos para todos os alunos.

– Ele não é lindo? Cumprimentem o Bicuço. – O meio gigante estava animado e sorridente – Esse é um Hipogrifo, a 1ª coisa que precisam saber sobre eles é que são criaturas orgulhosas, ofender um hipogrifo pode ser a última coisa que fará na vida. Bom quem quer ser o primeiro a dizer um oi?

Harry estava ne frente para conseguir ver, já que era pequeno, mas odiou esse fato quando todos afastaram um passo e ele ficou ali olhando a criatura linda e perigosa.

– Muito bem Harry – o menino olhou pra trás se sentindo meio traído por ter ficado ali sozinho. – Vem cá... tem que deixá-lo fazer o primeiro movimento, questão de cortesia.

Hagrid instruiu e o menino tremendo se aproximou um pouco, apenas o suficiente para o Bicuço o ver. Hagrid continuou a explicação.

– Então você se aproxima e faz uma reverencia e espera para ver se ele retribui, caso sim só aí então pode tocar nele.

Harry obedeceu, se curvou respeitosamente e esperou, um bater de asas da criatura e ele deu um passo para trás, tudo parecia em câmera lenta pra ele... o galho quebrando abaixo de seu pé esquerdo o som do Hipogrifo, seus passos se aproximando e o pânico o tomando. Quando Bicuço deu mais um passo gemidos de medo vieram de trás dele, os outros... ele ouvia Hagrid pedindo para ele ir para trás, para se afastar, mas o medo o tomava...

Ele se afastou e seu pé escorregou no declínio, ele sentiu a terra nas mãos a dor do baque... ele ouviu Hagrid tentando acalmar o Hipogrifo, ele ouviu as asas batendo muito perto de si e ainda no chão tentou se afastar, sentiu a aproximação dele e sentiu quando garras tocaram suas costas. Hagrid gritou e conseguiu tirar a criatura de cima dele... mas Harry já sentia o sangue minando em suas feridas.

– Calma Harry foi só um arranhão – Hagrid tentou tranquilizar a todos afastando o hipogrifo.

– Um arranhão? Leve ele pra enfermaria agora! Isso não vai ficar barato... – Draco gritou e o meio gigante pareceu acordar e pegar o menino-que-sobreviveu no colo o murmurando que o levaria para a enfermaria como um professor responsável.

– Estão dispensados!

– Responsável... RESPONSAVEL? é um irresponsável que traz uma criatura feroz pra primeira aula, sem nem nos ensinar teoria, onde já se viu... – O loiro arrumava o material junto com o de Harry e corria até a enfermaria. Seu padrinho não ficaria nada feliz.


******


– Foi apenas um acidente Snape, já aconteceu outros com o professor Kettleburn não é necessário fazer esse alarde – Dumbledore tentava mediar a discussão, Severus estava furioso a níveis catastróficos e Rúbeo já havia se desculpado mais vezes do que dava pra contar. Lucius do outro lado da sala estava sentado e olhava a interação com muita atenção.

– Acidente? Acidente? Foi descuido Alvo, uma criatura perigosa sem preparo... sem teoria... eu... Harry se feriu! – o pocionista se afastou em passos furiosos, seu rosto mostrava preocupação e raiva.

– Eu entendo seu ponto, mas Hagrid já explicou a situação e disse que agora mediará melhor suas aulas, não irá se repetir e...

– Ah, mas é claro que não irá se repetir – Lucius levantou de seu lugar elegante e arrogante como sempre. – Eu não farei nada por pedido de Harry, ele não quer que nem o meio gigante e que nem a criatura se prejudiquem. Se fosse Draco ferido tenha certeza de que a cabeça de seu bichinho enfeitaria minha sala de jantar.

Lucius era como Dumbledore um mediador e um representante do ministério, mas estava muito claro o lado que ele apoiava.

– Deixaremos esse assunto como um acidente de aula, mas que não volte a se repetir Alvo ou eu serei pior que uma pedra no sapato. Acredito que já encerramos. – O loiro disse e Snape suspirou muito alto saindo da sala, o diretor sentou na cadeira com semblante cansado, lidar com Sonserinos era difícil... muito difícil. Com novas instruções para Hagrid ele o dispensou e se pôs a pensar... não era para ser assim...

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