Stolen Life (Repost)

By CamilaGagliardi8

60.9K 4.1K 1.3K

Olá, primeira vez postando aqui. Originalmente escrevi essa estória e pedi que a Juliana Mantovani postasse... More

Listen
Tears and Rain
If I Believe You
Everyday Goodbyes
Kill'Em With Kindness
Lego House
I Want To Know What Love Is
Demonstrate
Malibu
Calma
Change Your Life
You've Saved My Life Again
Firework
You Da One
Beat It
Girl On Fire
Gonna Be All Right
Feeling Good
Girls Like You
Sugar
Just The Way You Ar
Just A Kiss
I See The Light
So In Love
Everything I Wanted
Pocketful Of Sunshine
Love You For A Long Time
Too Much
@kjapa
Good Luck, But Not So Much
Reborn
Lovely
Light On
Jealousy
@kjapa
Yes Or Yes
Don't Stop
Just Us
Danger
Just Peace
New Times
Férias
Home Sweet Home
Happy Birthday
Back To Home
On The Road
Go Ahead
grandmother's day
Day Off
Marriage
Honeymoon
Damn
I Came To See You
New Bed For Lukas
Questions and answers
Trip
Fun
School
Free Weekend
Beach
Back To Work
Two Years
Hope
Restart
The Time
Four
Boy or Girl
SIX MONTHS
Finish line
The second
Lar
Confuso
Acertos
Lukas & Jasmin & Finais Felizes

Not Again

534 48 48
By CamilaGagliardi8

CAMI POV

A praia está uma delícia e estou conseguindo aproveitar muito, mesmo com um resquício de de ansiedade dentro de mim por conta do homem que encontrei mais cedo. É uma angústia que sinto sempre que me sinto ameaçada, não é um sentimento novo e estou aprendendo a lidar com ele mais a cada dia. A única coisa ruim é me sentir observada, mas até mesmo com isso estou me acostumando porque aceitei que agora não sou mais uma pessoa anônima.

Tudo bem!

O mais importante é que  não deixo mais essa angústia dominar meus dias, tomar conta de todas das minhas  ações. Fico um pouco apreensiva, claro. Quem não ficaria? Só que olho para Luke se divertindo e é tudo que importa.

Neste momento mesmo, apesar de não ter esquecido o episódio, também não estou pensando nisso. O que domina todos os meus pensamentos é a felicidade do meu bebê comilão e danado. Luke ama praia, até mais do que carros, qualquer lugar por onde passamos e tenha uma, lá vamos nós levar o garotinho para dar um mergulho e sujar os pés na areia. E para ele nunca fica chato, simplesmente é sempre um bom dia na praia para Lukas.

E hoje é o dia especial, então ele está fazendo tudo que quer, além claro de estar com seus maiores companheiros de bagunça. O único problema do dia é que Luke não quer ficar de fralda ou sunga, quer ficar pelado, qualquer momento de distração serve para ele tirar tudo e sair correndo. Então estou mais uma vez sentada na areia, fechando uma fralda que não vai ficar no lugar ao menos que eu cole com super cola.

- Esse é seu filho mesmo - afirmo tentando fechar a fralda mais uma vez, o garoto que não para - Lukas, quieto.

- Fica peiado, Mamain.

- Não pode, vai entrar bicho no seu pinto - tento convencer mais uma vez - não é, papai?

- É sim, cara. O bicho vai morder seu pinto e sair sangue. - Kage fala e Luke arregala os olhos.

- Nossa, Kage, que suave - brinco e fecho a fralda mais uma vez - desisto da sunga, já está toda cheia de areia por dentro.

- Nunca vi gostar tanto de ficar pelado - Lili fala rindo - não pode dar mole.

- Puxou o pai - aponto - é um milagre ainda não ter um monte de foto do KJ pelado por aí.

Deixo Luke levantar, ele corre e se joga no colo de Lili.

- Calúnia - ele responde calmo - fico de Boxer.

- Mentira ... Seu mentiroso - bato em sua coxa e ele ri - sobe até no terraço pra tomar sol pelado.

- Nunca entrarei na sua casa de surpresa - diz Mads.

- Você está doida para me ver pelado, ruiva, pode assumir.

- Nos seus sonhos, querido. - Mads provoca.

- Ei, estou bem aqui ... Vão ficar flertando na minha cara?!

- Não tenho culpa que seu marido me deseja.

- Quem é a mentirosa agora? - Kage brinca e segura minha mão na sua - vem cá flertar comigo, angel. Quero ver essa marquinha de sol de perto.

Levanto e sento em seu colo, a cadeira afunda um pouco mais na areia arrancado um grito meu e risadas de Kage. Ele puxa a lateral da minha calcinha só um pouco para baixo e estala a língua contra o céu da boca quando vê a marca mais clara em minha pele bronzeada.

- É disso que estou falando, babe.

- Você gosta não é?! - passo meus dedos entre seus cabelos escuros e beijo seu queixo - pode deixar que vou caprichar nessa - pisco e ele ri.

- Eu te amo, sabia?! - ele beija meu pescoço - angel, aquela hora mais cedo ...

- Não foi nada - beijo seus lábios devagar e sorrio - esquece isso, Kage, está tudo bem.

- Me contaria de alguma coisa tivesse acontecido?

- Claro, amor ... Oh não foi nada, só um babaca estranho e nojento que passou e falou uma coisa nojenta como ele .

- Ah é?! E como ele era?

Conto para Kage como era o cara e isso deixa ele ao mesmo tempo, mas também tranquilo. Ele gosta de saber que confio nele a ponto de lhe contar qualquer coisa importante que me aconteça, ou uma bobeira qualquer, sabendo que vou ser ouvida sem nenhum ataque de ciúmes desnecessário. Kage é além do meu marido e meu amor, meu melhor amigo.

Enquanto conversamos posso ouvir meus amigos a minha volta, posso ouvir meu pai falando com Luke, Timena e Tupai conversando sobre colo Ari teria adorado vir também se Kauri não tivesse ficado doente, é uma completa bagunça ao nosso redor. Uma bagunça alegre, com todos felizes comemorando o aniversário do nosso bebezinho.

Cole chama minha atenção para falar sobre novas músicas que a banda está preparando. Sim, a gravadora está interessada em um novo álbum, não posso negar e embora seja modesta, nossa banda esta indo muito bem, nos mantivemos entre o top 20 de todas as rádios desde que lançamos a primeira música, nosso canal no YouTube tem muitos seguidores assim como a página oficial da banda no Instagram.

Ainda acho tudo isso incrível, mas não tão incrível como meu filho ter páginas de fã. 

E falando nele, Lukas já tirou a fralda de novo e meu pai está correndo atrás do pequeno que grita e ri amando a brincadeira, é claro. Giro no colo de Kage até estar de frente para os dois.

- Deixa, pai - grito - ele não vai ficar vestido de jeito nenhum.

- Vai ficar com coceira na bunda - papai grita para Luke e avança em cima do menino que corre e ri - vem cá, vem ... O vovô vai te ensinar a fazer um castelo gigante.

- Bade vovô. - Luke grita e balança os braços para cima - buiaco.

- Quer fazer um buraco? - papai pergunta e Luke concorda.

- Ele gosta de sentar no buraco para ser enterrado - Kage explica - tem que colocar a sunga, filho.

- Naum papai.

- Sim - Kage fala sério - já conversamos sobre isso, cara.

- Ukas peiado - Kage da um tapinha no meu quadril e levanto na hora - Naum papai.

- Ele se acha só porque tem um pintão - Kage brinca - vou te pegar, moleque.

- Socoio - Luke grita enquanto ri e sai correndo - Socoio.

Kage corre atrás do nosso menino, Luke chama muita atenção, mas não ligo, diria até que já estou acostumada até mesmo com as poucas críticas que sempre que recebemos por qualquer motivo que seja, mais a mim porque sou a única mulher da banda. É difícil ser mulher em um mundo até onde as mulheres são machistas, o segredo é não se importar e acho que estou fazendo isso muito bem.

- Meu útero coça quando fico 5 minutos com o Luke - Lili brinca - ele é tão lindo.

- Ih, Cole - Rob brinca e da um tapinha no ombro do meu irmão - pronto para ser papai em breve?

- Se ela quiser ... Estou aqui, babe, faça a sua vontade.

- O dia que você conseguir sair da casa da sua mãe - Lili provoca.

- Eu consigo, ela que não deixa. -Cole sussurra.

- Marisol, seu filho está aqui dizendo que você não o deixa sair de casa.

- Sonho com esse dia a anos - mamãe responde, Cole faz uma careta de desgosto - filho, você já é um homem.

- Se fosse a Camila você não falaria isso - Cole faz drama.

- Ah pronto, o que eu tenho com isso?!

Ficamos ali numa pequena discussão, que não é discussão, claro, só implicância  de irmãos.

A tarde segue, mas chega um determinado momento que o sol está muito forte, já estamos muito cansados, Luke já pediu para subir no meu colo e está mamando sonolento e necessitando de um banho.

Mads é organizadora oficial de rodas as festas, óbvio que ela é a melhor nisso e não só se sente assim. A ruiva anuncia que é melhor irmos logo para casa, cantar parabéns e aproveitar um pouco o resto do dia e início de noite. Todos concordam, o dia foi longo.

E não vou mentir, vou me sentir mais segura dentro de casa. Mesmo tendo deixado meus medos enterrados durante boa parte do dia, ainda assim, em alguns momentos quando me senti observada e não achei ninguém me olhando, meu coração quase parou por 1 minuto. Está dentro de casa parece uma boa coisa no momento.

Vamos todos para casa, são poucos metros e não leva nem 5 minutos. A agitação só aumenta com banhos e arrumação para o parabéns de Luke.

Tupai de alguma forma trouxe o carro que Luke ama, assim como presentes que chegaram na nossa caixa postal.

Luke ama a decoração, fica doido para comer tudo que está sobre a mesa, rouba doces e pães, tira o carrinho do bolo e corre muito pela casa. Mas na hora do parabéns a coisa fica seria, Luke odeia  música, seja para ele ou para outra pessoa, basta começar a cantar para que seu humor mude e ele comece a chorar, e dessa vez não é diferente. Só cantamos duas palavras antes dele abrir a bocona e começar a falar que não quer, todos riem o parabéns acama e Luke está feliz de novo. As vezes esse garoto é meio bipolar.

No fim da noite estou morta de cansaço, mal me aguento em pé, sento em uma das cadeiras em volta da piscina e observo Dylan, Cole, Rob, Alex, Josh e Kage  pulando na piscina. Meu pai e sogro estão sentados tomando cerveja e falando sobre qualquer coisa de homens, eu e as garotas estamos apenas cansadas e torradas do sol, essa é a verdade. Luke está esparramado no meu colo, observando o pai na piscina mas sem coragem de ir participar da bagunça.

- Acho que não ficar bêbadas sugou nossa energia - Timena fala e depois boceja - estou morta.

- Eu também - anúncio - e esse carinha aqui está quase dormindo.

- Peitcho Mamain - ele vira ao e segura o decote do meu vestido - Mamain.

- Já ouvi, ursinho - aperto sua bochecha e ele da uma risadinha preguiçosa - acho que vou subir - arrumo Luke no colo e beijo suas bochechas - quer dormir, Luke?

- Queio peitcho.

- Ah, okay - falo segurando o riso - vamos dormir. Da boa noite para todo mundo.

- Boa noti - ele diz alto.

As meninas derretem, Luke é um principizinho mimado.

- Ai, Cami, quando vai fazer outro bebê para nós? - mamãe baba e a olho de cara feia - o que?

- Não consigo nem tirar o Luke do peito, como que vou ter outro filho?!

- Ah do jeito normal - Lili completa - você e Kage ... - Lili faz une o polegar e indicador da mão esquerda fazendo um círculo e coloca o indicador da mão direita dentro dele - o bebê vem, igual esse aí.

- Meu Deus - Tessa ri e cobre a boca - mas é uma boa ideia, pode ser hoje mesmo.

- Não pode não - nego rindo - boa noite, gente.

- Boa noite, filha - mamãe fala e joga um beijo - descansa enquanto vamos ficar aqui planejando seu próximo bebê, vai ser uma menina.

- Ok. Mas não vai ser hoje com Kage naquele estado - aponto o polegar para trás de mim.

- Tudo bem, eu espero. Mas já vou planejando o quarto.

- Vocês são impossíveis, larguem meu útero. - brinco, arrumo Luke no colo - façam seus bebês.

- Não - Barbara choraminga - já sabemos que os seus vão dar certo.

- Meus, no plural? Tchau, gente, tchau.

Subo as escadas com Luke pendurado em mim, calado e com a mão dentro do meu decote tateando meu seio, não sei se tem alguma coisa a ver mas ele sempre faz isso antes de mamar, desde que começou a conseguir se mexer sozinho, e sua mãozinha apertando de leve faz meus seios encherem como duas bexigas.

Deito meu bebê na cama, tiro sua roupa o deixado só de fralda, tiro meu vestido e deito ao seu lado só de calcinha, Luke agarra meu seio em sua boquinha preguiçosa e cobre o outro com sua mão macia, joga sua perna sobre minha cintura e fica assim como um macaquinho preguiçoso. Beijo sua festinha e aspiro seu cheiro gostoso, eu amo esse momento, onde somos só nós dois e mais ninguém, quando Luke está tão preso a mim que me faz lembrar quando ele se movia na minha barriga.

Rio para mim mesma, não vou conseguir tirar o peito desse garoto nunca porque eu amo estar com ele assim.

- Eu te amo, Lukas - beijo sua cabecinha - te amo.

- Te amu Mamain - ele fala com a voz abafada, depois solta o peito e sorri para mim - te amu.

- Mais que o peitcho?

- Mais - ele concorda e volta a mamar - meu Mamain.

Suas mãozinhas me apertam, ele não diminuiu seu aperto mesmo conforme vai pegando no sono. E bem nesse momento me lembro do homem de mais cedo, como ele esteve tão perto não só de mim mas do meu bebê, ele poderia ser qualquer pessoa ruim e estava a um passo do meu filho.

Eu suporto qualquer coisa ruim, comigo, mas não com Luke, nada nunca pode acontecer com ele.

Espanto os pensamentos ruins que me deixam indisposta de imediato, nada vai acontecer com nenhum de nós dois. Aliás, com nenhum de nós.

Estou adormecida, sei que estou dormindo, ou estava até sentir dedos gelados subirem por minha coxa e um beijo suave em meu pescoço. Me assusto um pouco e tento levantar.

- Sou eu, angel.

- Que susto. - tateio a minha frente e não encontro nada além de colchão - cadê o Luke?

- No berço - Kage beija meu rosto - dormindo igual um anjo.

- Hum - murmuro e rolo até ficar de peito para cima - e o que você quer?

- Você.

- Estou indisposta - resmungo - acho que por causa do sol.

- Deixa que eu cuido de você - ele beija meu queixo e então minha boca - adoro você molinha assim ... Preguiçosa.

- Kage ...

- Hum? - ele levanta a cabeça e olha nos meus olhos - eu te amo, tanto. Quer só ficar abraçadinha?

- Depois.

Kage me beija devagar, ele me toca e me faz sentir especial,  me faz sentir segura e amada com cada toque e sussurro. E eu o amo ainda mais quando deitamos juntos, suados e satisfeitos.

-------------

O dia de ontem foi maravilhoso, a noite não deixou para menos também. Luke dormiu bem e acordou de bom humor.

Estamos indo mais uma vez para a praia, dessa vez todos juntos, assim que Lili e Cole pararem de discutir por uma bobeira qualquer que está apenas servindo de apoio porque Lili está chateada com Cole por um motivo que ninguém sabe ao certo. Luke está impaciente, puxando minha mão para fora da casa.

- Mamain paia.

- Estamos indo, chama a tia Lili.

Ele corre até Lili sentada no sofá com cara de poucos amigos e se pendura em suas pernas, arrancando um sorriso da loira.

- Titia paia. - ele pede e faz um bico - vem.

- Ah que jogo sujo - Lili pega o menino e enche de beijos - a tia Lili não fica brava quando você chega.

- Bava não, feiz.

- A titia tá feliz ... Oh - Lili da um sorriso enorme e Luke beija seu rosto - gostoso.

Luke corre de volta até mim, sorrindo e pulando.

- Ukas gotoso.

- Eu não te aguento, Lukas.

Pego meu menino no colo e encho de beijos. Lili também levanta e vai até Cole. Decido sair de uma vez por todas, se alguém não sair primeiro não iremos sair nunca.

- Kage, vamos lá - chamo e ele aparece na porta da cozinha - o que está comendo?

- Nada. Vou pegar a bolsa.

- Espero lá fora.

Saio com Luke pendurado em mim, mexendo nos meus cabelos e falando sem parar sobre a praia, castelos, água e areia, ele fala mais a cada dia, está mais esperto a cada manhã, é maravilhoso.

Destravo o portão e saio para a calçada, a rua não está tão movimentada quanto ontem, ainda é cedo. Assim que chega na calçada Luke pede para descer para o chão, deixo ele escorregar e seguro sua mão, ele é dado a pinotes incríveis e não tem noção de perigo.

A cena toda parece um dejavu, Luke correndo animado enquanto esperamos o restante do pessoal sair. Mas dessa vez consigo ver Kage vindo em nossa direção, ele passa pela porta da casa rindo para mim, carregando uma bolsa de praia lotada de brinquedos.

Seu sorriso some quase ao mesmo tempo que sinto uma mão no ombro e algo gelado na têmpora.

- Você vem comigo, gata. - é uma voz rouca, sussurrada e abafada, mas que reconheço de imediato - sem gritar, sem tentar nenhuma gracinha.

- Cami - KJ grita.

- O pirralho também.

- Não - falo trêmula.

Kage deixa a bolsa cair ao seu lado,  ele avança alguns passos, mas o homem que me segura é mais rápido e me arrasta para trás, Luke tropeça comigo porque ainda estou segurando sua mão na minha, não posso ver seu rosto mas sei que está assutado.

- Kage - grito - Kage.

- Vem logo, porra - uma segunda voz fala com autoridade.

Meu corpo é levantado no ar, grito e faço a coisa mais difícil do mundo, jogo meu bebê para trás, fecho os olhos e rezo para que ele fique bem. Escuto seu choro, seus gritos acima do meu enquanto sou jogada em uma van qualquer, meu corpo todo dói ao bater no piso frio, mesmo assim tento levantar e sair, caio mais uma vez. Grito e bato no alumínio, mas o carro já está em movimento.

- Bem vinda de volta, Agatha. - o cara de capuz fala.

Quando ele tira o reconheço como sendo o mesmo cara do dia anterior, não o conheço, não sei quem é, mas ele sabe quem sou, sabe tudo sobre mim, posso ver isso em seus olhos.

Fechos os olhos e peço a Deus que me proteja  mais uma vez. Isso não pode acontecer de novo, não de novo.

E isso foi a dois dias, dois dias que eu luto e agradeço, agradeço e luto. Dois dias que estou trancada em um quarto escuro que trás se volta meus piores pesadelos, dois dias que agradeço por ter jogado meu bebê no chão, por ele não precisar estar passando por isso comigo, agradeço porque nada que eles possam fazer comigo já não fizeram antes, mesmo que até agora tudo que fizeram foi me deixar isolada, sem comida e pouca água, as agressões nem de perto são as piores que já sofri na vida, e tirando por isso não encostaram em mim de outra forma, apesar de falarem todo o tipo de coisa nojenta e asquerosa e das promessas, nada fizeram. E eu não permitiria, nunca, teriam que me matar primeiro.

E eu peço, peço que eu não sucumba as dores, a fome e ao medo, porque estou com medo, o mais puro e irracional pavor pelo que vai acontecer comigo, mas não vou chorar até que seja tarde demais, e talvez nem quando for, eles não vão me ver chorar. Também peço para que me encontrem, sei que estão a minha procura, ouvi isso em um momento de distração deles. Eles querem um resgate ou vão me entregar para alguém da Rússia. Mas o que eles não sabem é que não sou mais aquela menina de 16 anos, fraca e tão assutada que não podia lutar, e também não sabem que meu celular tem um rastreador que não pode ser desligado nem quando o aparelho desliga, nem memso quando a localização parece estar desligada, não está, e que por mais que tenhamos passado boa parte dos dois dias andando por aí, agora eles estão a tempo demais parados o que quer dizer que chegaram onde querem.

E vão ser pegos, mesmo que eu não esteja mais aqui, eles vão ser pegos.



Continue Reading

You'll Also Like

173K 7.5K 22
S/N Fogarty é uma garota de 17 anos,que se mudou para Riverdale faz um mês,S/N faz parte das vixens e dos serpentes, só seu irmão Fangs sabe que ela...
2.1M 178K 109
Os irmãos Lambertt estão a procura de uma mulher que possa suprir o fetiche em comum entre eles. Anna esta no lugar errado na hora errada, e assim qu...
134K 16.4K 21
A vida de Isabella Miller é um autêntico turbilhão: cursa direito por influência dos pais e divide o apartamento com uma amiga. No entanto, sua rotin...
61.1K 5.3K 70
Essa mina rouba minha brisa, Acelera o meu coração...