Capítulo 22 - Advice
|Shawn|
|🎸|
Nunca em toda a minha vida eu pensei que iria odiar tanto um ex-aluno como odeio o Lucca. Ele simplesmente se apoderou da minha casa e fica fazendo comentários de duplo sentidos em relação a Sam na frente de Megan, e eu nem podia quebrar a cara dele se não ela ficava irritada. Não acredito que alguém como a Júlia consiga aturar alguém como ele.
Depois de passar três horas na companhia deles, decidi que era hora de eu dar um tempo daquele ambiente. De alguma forma, Megan ficava encantada com as histórias que Lucca contava sobre a vida dele após se formar e eu nem podia me mexer porque qualquer movimento que eu fazia era considerado hostil por ela.
Fui para a casa de Cameron já que Sam e Anna estão na casa de Melanie, péssima hora para essa visita. Meu consolo é que logo estariam de volta.
Quando cheguei no prédio em que Cameron mora tive que esperar por alguns minutos até que ele atendesse a porta, me surpreendi com o fato de que ele estava horrível. Seu cabelo estava um ninho de rato completo, seus olhos tinham olheiras tão profundas que era como se ele tivesse levado um soco, além dos olhos vermelhos.
-Minha nossa, o que aconteceu com você? - Perguntei adentrando o apartamento e olhando em volta, o local estava uma bagunça como se alguém tivesse lutado com um leão selvagem lá dentro. - O que aconteceu aqui?
-Foi mal, cara. - Ele tentou passar os dedos pelos fios de cabelo, mas era impossível, então ele apenas deu um tapa na própria perna e colocou a mão na cintura olhando em volta. - Eu não estou em um bom momento.
-Quer dizer que só porque sua vida fica bagunçada, sua casa também entra na onda? - Ele deu de ombros e se jogou no sofá. - O que aconteceu, Cameron?
-Sam foi visitar a Mel, e eu vi umas fotos delas com o novo namorado da Mel. - Fiquei surpreso por ele ter o número da Sam, mas não por ele reagir assim ao novo relacionamento da Mel, ele nunca superou o que rolou entre eles.
-Você tinha esperanças de voltar com ela? - Perguntei tomando cuidado na hora de sentar no sofá, com aquela zona era difícil saber o que estava limpo e o que não.
-Nenhuma, - Ele soltou uma risada curta. - até você e Sam se reencontrarem. Pensei que poderia ter isso também, sabe?
-Se iludiu muito porque eu e Sam não estamos juntos, infelizmente. E se quer tentar de novo com a Mel, não vai conseguir se afogando no álcool. - Apontei para as garrafas e latas vazias de cerveja na mesa. - Sem falar que isso aqui tá parecendo um lixão. Como conseguiu fazer isso em menos de uma semana?
-O que você ta fazendo aqui? - Ele perguntou irritado para mudar de assunto e eu revirei os olhos.
-Não suporto mais a estadia de Lucca na minha casa. Pensei que poderia ficar aqui, mas já vi que terei que arrumar outro lugar.
-Poder, pode, mas se quer tudo arrumado você vai ter que se virar. - Ele levantou cambaleando e foi na direção do quarto. - Preciso curtir meu fundo do poço sem julgamentos.
-Como quiser... - Murmurei, mas ele já tinha trancado a porta do quarto.
Eu estava dando uma geral na sala quando meu celular tocou, dei uma olhada e vi que era o número da Sam. O que provavelmente queria dizer que era Anna. Minha filha.
-Oi, princesa. - Atendi contente, e escutei a risada de Sam.
-Me sinto lisonjeada, mas não sou tudo isso. - Ela diz em tom de brincadeira e eu sorrio.
-Você não pode ser a princesa porque é a rainha. - Falei e ela pigarreou, provavelmente corando. - Mas, para falar a verdade, eu pensei que fosse a Anna.
-Estou ligando por causa dela mesmo. - Fiquei preocupado.
-Ela tá bem? Aconteceu algo? - Sam soltou uma risada.
-Ela está bem. Na verdade, melhor que nós dois. - Respirei aliviado. - É que eu sei que vocês dois marcaram de se falarem esse horário, mas ela já está dormindo e eu não queria que pensasse que eu a proibi de te ligar. - A última frase sai em um tom amargurado e eu me sinto culpado.
Desde que descobri que Anna é minha filha estou paranoico, parece que a qualquer momento eu irei perdê-la. Qualquer coisa que Sam faz que envolve Anna é como se ela fosse tirar minha filha de perto de mim. De novo.
-Eu sinto muito por duvidar tanto de você, eu só... tenho muito medo de perdê-las novamente. - Confessei.
-Voltaremos amanhã cedo, você pode passar aqui no fim da tarde e levá-la pra fazer algo se prometer não deixar ela comer muita besteira...
-Prometo! - A interrompi com pressa e ela riu.
-Tá bom, até amanhã então... - Só que ao invés de desligar, nós dois ficamos em silêncio, com a chamada em andamento. Tínhamos tanto a dizer e os dois sabia disso, só que as palavras não podiam sair. Ela pigarreou. - Tchau. - Ela desligou antes que eu respondesse, apenas balancei a cabeça e me afastei do celular, voltando a reconstruir o que o furacão Cameron destruiu.
[•••]
Assim que a pizza chegou, fui até o quarto de Cameron o chamar, ele não tinha saído daquele quarto e eu estava começando a me preocupar.
-Dallas, a pizza chegou, sai daí. - Bati na porta do quarto, mas não houve resposta. Bati mais forte. - Cameron! - Forcei a porta, mas estava trancada. Quando eu estava quase cogitando arrombá-la, Cameron aparece arrumado. - Custava dar um sinal de vida?
-Ninguém nunca morreu de amor não, Shawn, e eu que não vou ser o primeiro. - Ele resmungou e eu revirei os olhos.
-Falou a pessoa que menos de 10 horas atrás estava com a casa uma bagunça e bêbada. - Fomos andando até a sala. - Comprei pizza, come.
-É isso que significa ser casado? Ter uma pessoa chata no pé?
-Pior, garanto. - Ele riu e eu o acompanhei. - Está se sentindo melhor?
-Já falei que de amor eu não morro. - Ele deu de ombros comendo. - Vai ficar quanto tempo aqui?
-Tá me expulsando?
-Não, é só curiosidade... sem falar que a qualquer momento a maluca da sua namorada pode bater naquela porta atrás de você.
-Não chama ela de maluca. - Pedi e me deitei no sofá. - Ela só tem medo de ser deixada, e agora ela tem praticamente ninguém.
-Isso não é desculpa. Na verdade, isso se chama chantagem emocional e você tá caindo direitinho.
-Eu não quero machucá-la. - Olhei para Cameron que deu de ombros.
-Então não bate nela, mas isso você não faz. - Revirei os olhos vendo ele se levantar depois de enfiar o segundo pedaço de pizza na boca de uma vez só. - Relacionamentos terminam, você não deveria estar com quem não ama por pena ou por medo de magoá-la, quanto mais adiar isso, mais ela vai se machucar. - Ele foi até a porta e eu franzi o cenho.
-Vai pra onde?
-Espairecer. Fez um bom trabalho com a arrumação daqui. - Ele saiu sem dizer mais nada e eu revirei os olhos, as palavras dele ecoando pela minha cabeça. Cameron tem razão, eu preciso acabar com esse relacionamento antes que isso vire uma bola de neve.
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Eu super me perdi nas minhas ideias e to estendendo essa fanfic mais do que eu queria, por isso logo vocês notarão uns saltos no tempo, isso é pra apressar o final que eu quero e não sair enchendo linguiça pq eu já estou achando a história super chata e cansativa.
Enfim, espero que tenham gostado e que estejam se cuidando. Até amanhã ❤