The Beast (Tradução PT)

By october_8

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A Rose sabia que este mundo estava repleto de mistérios, mistérios ainda por descobrir. Ela sempre sonhou com... More

The Beast
1. O começo de algo novo
2. Olhos no escuro
3. Acordar
4. Prisão
5. O sabor de um Anjo
6. Escrava do Diabo
7. Simplesmente uma chávena
9. Anjo caído
10. Diabo com um coração
11. Sangue, suor e amor
12. A beleza de uma rosa
13. Fugindo dos pesadelos
14. Falhando em ser sua
15. O Coração de Ouro Dele
16. Quem poderia amar um Monstro?
17. Sangue para Mim
18. Vou Sempre Tomar Conta de Ti
Férias
19. Bom Apetite
20. Mãe Natureza
21. Sonhos Malvados
22. O Amor Interfere
23. Passado
24. Assombração
25. A história de um monstro

8. Morte debaixo de nós

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By october_8

Eu estava de pé na sala de jantar com um rosto inexpressivo, a pensar na chávena lascada. Não podia ter desaparecido... Não é que pudesse haver magia neste quarto. Não. A chávena tinha sido levada e só havia uma pessoa que a podia ter levado...

O Mestre.

Porque é que ele haveria de levá-la? Tal como ele disse, era só uma chávena...

Eu fui interrompida dos meus pensamentos quando ouvi alguém a entrar no quarto. Eu senti os seus olhos a queimar a minha pele. Se olhares pudessem matar, eu já era uma mulher morta por agora.

"Limpa-te e usa outras roupas. Tu começas hoje."

Tudo bem... Isso foi até eu perceber que eu não tinha outras roupas; só aqueles vestidos lindos, mas eu não os podia usar para limpar e trabalhar. O Sr. Styles estava prestes a sair da sala de jantar, todavia, eu parei-o, sendo bastante cuidadosa.

"Uh... Mestre?" Eu perguntei, sabendo muito bem do perigo que eu me podia meter. Ele virou-se lentamente.

"Sim?" Ele perguntou. Deus, os olhos dele eram lindos. Tão verdes que quase pareciam como uma floresta mágica; a floresta mais bonita que eu alguma vez tinha visto. 

"Eu peço desculpa, Senhor... Mas, eu não tenho outras roupas..." Eu declarei. Ele olhou-me com uma expressão severa. Oh, não! Eu não o meti furioso, pois não?

"As roupas no guarda-fato não são suficientemente boas para si, Miss Fairchild?" Ele disse num tom duro.

"Não... Eu quero dizer, sim, claro, Senhor. Elas são bastante bonitas." Eu estou tão morta.

"Então qual é que é o problema?!" Ele questionou bastante irritado.

"B-Bem..." Eu comecei. "Você sabe, Senhor, aquelas roupas não são assim muito confortáveis para se trabalhar." Eu disse timidamente, olhando para o chão, tentando evitar os seus olhos verdes observantes. Esteve silêncio durante uns segundos, contudo, pareceram anos. Um pequeno sorriso apareceu no seu rosto, demonstrando-me as suas covinhas. Ugh, para de pensar nelas, Rose!

Finalmente, ele falou outra vez. "Ah, eu vejo... Tu claramente só queres usar roupas do teu século miserável?" Eu assenti, ainda mantendo a minha cabeça baixa.

"Eu já tinha pensado nisso," ele admitiu. "Vem comigo." Ele comandou.

Claramente, ele tinha tomado a sua decisão. Eu segui-o pela casa até chegarmos a umas escadas que nos levava até um dos lugares mais escuros do castelo. O Sr. Styles começou a descer as escadas, levando consigo uma vela, mas eu hesitei. Eu sabia  que iria ser escuro e frio ali embaixo; eu já conseguia sentir o vento a bater-me no rosto e eu não queria ir novamente para as masmorras.

Ele reparou que eu não o estava a seguir e virou-se, observando-me.

"Eu disse-te para me seguires." Ele disse, claramente chateado.

"M-Mas, Mestre... Eu..." Eu gaguejei, assustada. Num segundo ele estava diante mim, usando a sua velocidade vampira. Ele assustava-me tanto que eu quase caí para trás, mas a sua mão agarrou o meu braço.

Nós olhámo-nos nos olhos; os meus cheios de medo e os dele cheios de fúria.

"Se não estiveres lá em baixo dentro de segundos, eu irei arrancar-te o coração. Percebido?" Ele gritou.

"S-Sim, Mestre... Claro, Mestre." Eu disse com uma voz tremida.

Ele literalmente puxou-me das escadas, enquanto gritava: "Sua cobarde, feia e miserável! A mulher que te deu à luz deve ter vergonha de ti!"

Lágrimas começaram a correr pelo meu rosto abaixo; não só devido às suas palavras, mas também porque tudo o que ele tinha dito era verdade. Eu era feia, miserável e uma cobarde. O facto que a minha mãe estava envergonhada de mim e não queria saber de mim era um 'bónus'. Eu rapidamente limpei as lágrimas e continuei forte. Essa é uma das poucas coisas que o meu pai me ensinou enquanto estava vivo.

'Mantém-te forte, meu anjo, porque às vezes há coisas no mundo que te irão magoar, que te irão quebrar. Mas, não importa o quão forte eles são, tu serás sempre mais forte. Lembra-te disso, meu anjo.' Eu ainda conseguia ouvir as palavras do meu pai claramente na minha cabeça. Novamente aquele sentimento de culpa voltou a apoderar-se de mim, mas rapidamente despareceu quando o Sr. Styles acabou de descer as escadas.

Ele agarrou-me no braço e guiou-me por um corredor muito escuro. Se o Senhor não estivesse a assegurar uma vela, eu estaria mais que assustada. Não era que eu tivesse medo do escuro; era só que este lugar... Qualquer coisa poderia estar a acontecer aqui e eu não confiava neste sítio nem por um segundo. Também, o pensamento de estar no mesmo quarto que o Sr. Styles, no escuro, criava arrepios na minha espinha.

Ele apertou o meu braço com tamanha força, que certamente iria deixar no dia seguinte nódoas negras. Finalmente, ele parou à frente de uma porta de madeira velha. Ele tirou as suas chaves a abriu-a. O ar neste quarto era horrível; o quarto estava cheio de mofo e eu quis logo sair daquele lugar, todavia a forte mão enrolada à volta do meu braço não me permitia fazer tal coisa.

Não haviam janelas, então o quarto estava na sua máxima escuridão.

Ele guiou-nos até a um velho guarda-fato com pó de pelo menos duzentos anos e posou a vela na pequena mesa que também estava no quarto, abrindo de seguida o guarda-fato, mostrando-me algo que eu não estava à espera.

O guarda-fato estava repleto de roupas do meu século. Eu vi algumas calsas, T-shirts, pullovers e muito, muito mais. Ele tirou de dentro algumas roupas e atirou-as para mim, olhando-me nos olhos.

"Feliz agora?" Ele perguntou irritado.

"S-Sim... Obrigada, Mestre." Eu disse, assentindo com a minha cabeça ao mesmo tempo.

"Agora desaparece da minha vista e começa a fazer o teu trabalho!" Ele bufou, enquanto me dava a vela.

"Não vai vir comigo, Mestre? N-Não precisa de luz?" Eu perguntei numa maneira amigável.

"Eu consigo passar sem luz, Miss Fairchild. Eu não sou patético como tu. Agora vai!" Ele ordenou. Eu assenti e fui-me embora, andando pelo corredor escuro e depois subindo as escadas. Nunca me tinha sentido tão aliviada até entrar no grande hall, onde havia luz suficiente.

Eu primeiro fui até ao meu quarto e atirei as roupas para o guarda-fato, exceto uma, a que vesti na casa de banho, depois de ter tomado um banho na enorme banheira branca com a porta trancada (nunca se sabia se o Sr. Styles podia entrar...).

Enquanto estava na banheira, olhando-me no espelho... Eu vi que estava horrível; pálida e com olheiras debaixo dos olhos. Eu parecia cansada, embora o dia mal tivesse começado.

Enquanto na banheira, eu pensei no sonho que tinha tido; a primeira parte tinha sido bastante calma e eu estava feliz, e sentia-me forte como nunca antes.

Contudo, na segunda parte, o sonho foi diferente e horripilante. Eu jamais iria esquecer o olhar que o Sr. Styles tinha nos seus olhos enquanto me seguia. Um olhar cheio de desespero e tristeza. O que é que teria acontecido? Algo na minha cabeça dizia-me que eu nunca saberia... Mas também, nunca se sabia.

Depois de ter ficado na banheira por mais uns cinco minutos, eu levantei-me lentamente e decidi vestir-me com um par de jeans e uma T-shirt dos Rolling Stones, com pullover cinzento por cima. Eu pensei que não me fosse servir, mas estava enganada.

Eu olhei-me no espelho novamente e ali estava ela...

A escrava do vampiro.

Eu ainda não conseguia superar o facto de que iria morrer aqui. Que eu iria ficar aqui para sempre.

O Sr. Styles nunca me iria deixar ir embora. Nunca. Com o pensamento, lágrimas começaram a formar-se nos meus olhos, mas eu rapidamente limpei-as. 'Pensa nas palavras do teu pai! Pensa nas palavras do teu pai!' Eu repeti na minha cabeça.

Finalmente, eu lavei os meus dentes e saí da casa de banho. Com o que era que eu devia começar? Inúmeras possibilidades passaram-me pela mente, até que eu fui lá para baixo e passei por uma janela. Eu vi o sol a brilhar, embora estivessemos no meio do Inverno. Eu precisava de ar fresco desesperadamente, então eu decidi começar com o jardim.

Embora fosse Inverno, ainda havia muito que fazer no jardim. Eu devia admitir que este era enorme! O maior jardim que eu alguma vez tinha visto com pelo menos duas milhas de comprimento.

Eu comecei a ficar com frio e naquele momento desejei que tivesse levado comigo o meu casaco e cachecol. De qualquer forma, onde é que ambos estavam?

Parei de pensar neles e comecei a trabalhar. Um dia inteiro tinha passado até eu quase acabar o jardim. Eu sentia-me completamente cansada e o meu estômago não parava de roncar. Deus, eu já não comia há tanto tempo. Oh, perfeito! Bem, ao menos eu perco algum peso assim e as pessoas assim já não teram razão para me chamar de gorda.

Eu decidi que iria comer mais tarde depois de ver o jardim, mesmo bem. Haviam árvores muito altas e grandes arbustos que estavam cortados das maneiras mais estranhas de sempre. À minha direita, havia um arbusto com a forma de um leão e à minha esquerda havia um arbusto com a forma de uma águia.

Eu vi uma rosa vermelha no chão e peguei nela, mas arrependi-me logo.

Eu piquei-me num dos espinhos, o que fez com que sangue escorresse da pequena ferida e que caísse no chão com a rosa.

"Merda." Eu disse, antes de chupar o sangue com a minha boca, para que o limpasse.

Eu continuei a andar e vi muitas outras formas nos arbustos, até chegar ao fim do jardim. Havia uma enorme cerca à volta dele, contudo, aqui parecia que não havia, como se tivesse sido feito um grande buraco.

O que é que estava por detrás da cerca? Ou melhor... Será que eu podia escapar por ela? A curiosidade ganhou o melhor de mim e eu caminhei até lá; eu pensei que fosse ver a floresta, contudo, estava redondamente enganada.

Eu estava de pé à beira de um profundo buraco que estava cheio de coisas tão horríveis que só me queriam fazer vomitar.

Corpos nus enchiam o buraco, juntamente com insetos e vermes. Eles estavam uns em cima dos outros a apodrecer lentamente e o cheiro de centenas de corpos era completamente horrível. Eu conseguia ver que todos os corpos estavam cheios de sangue e todos eles tinham marcas de dentada nos seus pescoços. Como é que o Sr. Styles conseguia esconder tudo isto na parte de trás do seu jardim? Mas depois, eu comecei a perceber uma coisa...

As roupas que eu estava a usar... O Sr. Styles não disse de onde é que elas vinham.

Eram as roupas das pessoas mortas que ele tinha assassinado! Dos corpos diante de mim!

Eu estava a usar roupas de mortos!

Eu estava quase a hiperventilar e a tremer tremendamente, quando uma mão enorme cobriu-me os olhos, impedindo-me de ver toda aquela miséria... Eu fui virada ao contrário para me deparar com um peito forte. A pessoa pegou em mim e levou-me dali para fora, metendo-me de seguida no chão e quando eu olhei para cima, vi um par de olhos verdes.

"Não era suposto veres aquilo!" Ele gritou. Eu ainda estava a tremer e por muito que eu não quisesse, eu comecei a chorar e não conseguia parar mais. Eu estava em choque.

"E-Eu não s-sabia, Mestre! E-Eu não sabia m-mesmo! P-Por favor..." Eu implorei-lhe. Este incidente relembrou-me que tipo de monstro é que eu tinha perante mim.

As suas feições suavizaram, algo que eu não esperava. Eu vi... Compaixão...? A sua mandíbula estava cerrada e ele estava a franzir as sobrancelhas. Ele deu um passo na minha direção até estarmos a centímetros um do outro, comigo ainda a tremer de medo. Ele limpou algumas lágrimas, o que me confundiu. De onde é que estava a vir esta bondade?

"Está tudo bem..." Ele sussurrou, tentando-me acalmar. Era estranho, mas eu acreditei nele... Eu acreditei nele quando ele disse que tudo iria ficar bem. O que é que este 'monstro' estava a fazer comigo?

"Anda. Vamos para dentro." Ele disse e eu segui-o como um cachorrinho segue a sua mãe. A caminhada pelo grande jardim até ao castelo foi calma, nem sequer se ouvia pássaros a cantar.

"Sr. Styles?" Eu chamei.

"Sim?" Ele disse, sem me olhar.

"Como é que você sabia onde eu estava?"

"Bem, eu acho que perdeste algum sangue pelo caminho, não perdeste?" Imediatamente, eu pensei na rosa.

"Sim, eu acho que sim, Mestre..." Ele assentiu.

"E eu não te disse, amor, que te iria sempre encontrar?" Ele perguntou-me.

"Sim, você disse, Senhor."

"Bem, eu acho que o provei." Ele concluiu, olhando-me com um sorriso arrogante no seu rosto.

Eu assenti e vi que tínhamos chegado ao castelo. O Sr. Styles subiu as pequenas escadas e abriu-me a porta. Mesmo eu sendo a sua escrava, ele abriu-me a porta? Eu acho que são simplesmente as suas boas maneiras para com uma mulher... Ele fechou a porta atrás de nós e trancou-a, impedindo-me de sair.

"Eu acho que devias estar a preparar o meu jantar, Miss Fairchild." Ele ordenou-me de uma maneira súbtil.

"Claro, Mestre." Eu disse antes de ir na direção da cozinha. Eu iria começar a cozinhar logo após ter algo no meu estômago.

Eu rapidamente preparei uma sanduiche e comi-a, bebendo alguma água e de seguida, comecei a preparar a comida do Mestre que era uma salada com galinha e algum pão. Quando eu acabei, eu comecei a procurar por alguma bebida. Depois de procurar um pouco, finalmente encontrei uma garrafa de vinho tinto. Abri-a e tirei um copo, levando-a para a sala de jantar onde esperava que o Sr. Styles já estivesse sentado. E estava.

Ele estava sentado no seu lugar usual, brincando com o seu lábio como se ele estivesse nervoso com alguma coisa. Eu não me importei muito e entrei na sala. A sua cabeça imediatamente levantou-se na minha direção, olhando-me de cima a baixo.

Eu meti o prato à frente dele e o copo. "Tenha uma boa refeição, Senhor." Eu disse enquanto olhava para o chão.

"Obrigada, Miss Fairchild." Ele nisse num tom amigável, que eu não estava nada habituada. Normalmente, ele iria gritar para que eu saísse, mas agora... Nada. Ele até me agradeceu, embora ainda não tivesse começado a comer.

Eu decidi deixá-lo sozinho e comecei a caminhar em direção à porta, enquanto os olhos do Monstro seguiam-me.

_____________

Desculpem o atraso! Mas com o Natal foi díficil meter um capítulo. (Feliz Natal :p)

Também estou a traduzir: DARK AND DANGEROUS LOVE e ELITES. Passem por lá! :)


Tess :)

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