1095 dias sem você |Taekook|...

By Analuaautora

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[ NÃO PERMITO ADAPTAÇÕES E NEM TRADUÇÕES] 🌈 Jeon Jeongguk costumava ser um jovem soldado, cheio de sonhos e... More

Prólogo
Flower
But it's destiny
This Love
Sunset
Here i am again
Let us go
Beautiful goodbye
Hold me
Someday
Always
Give you my heart
Love Story
Broken
Friends
Only Then
Stay with me
Heart
Please Don't Cry
Maybe Someday
Marry You
Quiet Night
I Just Want To Say With You
Halleluja
Epílogo
Trailer: 1095 dias sem você
Nota de esclarecimento
Livro físico: 1095 dias sem você
Pré-venda de 1095 dias sem você!

Talk Love

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By Analuaautora

Essa estória também está disponível no spiritfanfics.

Não aceito adaptações desta obra.

Já dentro da viatura Jeongguk olhou ao redor, haviam quatro soldados na parte de trás consigo, dois ao seu lado e dois à frente, os homens mantinham as mãos próximo as armas que carregavam, o rapaz sentiu vontade de rir, em que situação havia se metido? Estava algemado então o que poderia fazer quando sequer sabia o que estava acontecendo? Suspirou, então seus pensamentos foram para o Kim e para seus olhos marejados, em seu íntimo desejava que o mais velho ficasse bem até descobrir como voltar para casa.

 O veículo percorreu por alguns longos minutos, pode observar pela pequena divisória mais soldados conversando na parte da frente, alguns minutos mais tarde as portas estavam sendo abertas e os soldados ao seu lado saltaram o puxando consigo. Uma outra viatura chegou um pouco depois quase cegando Jeongguk, olhou ao redor não reconhecendo nada daquele lugar, mas claramente era um quartel, engoliu a seco sentindo um de seus braços ser segurado e um dos soldados o levar para dentro. 

Os homens não disseram uma palavra até que chegassem a uma sala branca onde outros homens também estavam presentes. 

— Tire suas roupas e vista essas. — um deles ditou, apontando para uma roupa na coloração cinza. — Não tente nada. 

O homem retirou as algemas de Jeongguk, haviam vários homens armados ali. 

Impacientemente o Jeon levou as mãos até a camisa que usava desabotoando e deixando que caísse ao chão, de alguma forma não se sentia envergonhado no momento por estar se despindo na frente de vários homens, apenas levou as mãos a calça abrindo os botões e ficando apenas de roupa íntima, está ao qual, fora instruído a tirar também, ficando completamente nu. 

Alguns dos homens sorriram e cochicharam algo enquanto Jeongguk pegava uma espécie de macacão cinza e vestia. Havia um par de sapatos também, se livrou dos seus e calçou os que foram dados, fechando o macacão. Apenas abriu os braços e fitou os homens com uma expressão cansada. 

Logo dois homens ficaram ao seu lado o induzindo outra vez a andar. 

— Suas roupas e seus pertences ficaram guardados até que tudo se esclareça. — um dos homens disse, conduzindo Jeongguk para uma sala vazia. 

Havia apenas uma mesa que provavelmente seria de ferro, e um banco do mesmo material, havia uma parte de vidro nas paredes, o Jeon fora colocado lá dentro e a porta fora trancada logo em seguida. 

O rapaz levou as mãos até os cabelos e olhou ao redor, fechou os olhos praguejando baixinho, e logo ouviu passos do lado de fora, soltou os cabelos e observou pelo vidro alguns homens se aproximarem, dentre eles havia um outro com uma farda diferente dos demais. Jeongguk se sentou no banco frio antes que abrissem a porta, dois soldados ficaram parados próximo a porta enquanto um homem mais velho entrava no local, o da farda diferente.  

O homem se aproximou e parou a frente do Jeon que o encarava confuso. 

— Ora, ora. Vejam quem voltou dos mortos. — a voz grave do mais velho ecoou pela sala, um meio sorriso surgiu em seus lábios, enquanto os outros soldados o acompanhavam. — Talvez nossas preces tenham sido ouvidas, não é mesmo rapazes? — ele se virou para os homens, agora sorrindo abertamente. 

Jeongguk piscou os olhos totalmente confuso, mas lambeu os lábios e repousou uma das mãos sobre a mesma se arriscando a dizer. 

— O que está acontecendo? 

Sua voz trêmula ecoou também pela sala, fazendo o mais velho se voltar novamente. 

— Está brincando? — o homem falou. — Está mesmo perguntando o que está acontecendo aqui, sargento!? — desta vez o timbre do mais velho indicava irritação. 

— Eu não sei o que está acontecendo! — Jeongguk vociferou. E se levantou colocando as mãos sobre a mesa. — Eu sequer me lembro quem são vocês, nunca os vi na minha vida! 

Os soldados parados na porta rapidamente pararam ao lado do mais velho apontando suas armas para o Jeon. 

— Sente-se! — ordenaram mas recuaram quando o mais velho levantou uma das mãos, os parando. 

 — Ei, ei. Vamos, abaixem as armas. — ao pedido do mais velho os homens obedeceram, mas se mantiveram por perto. 

O homem desconhecido levou uma das mãos até o queixo, parecendo ponderar, e logo após balançou a cabeça em negativa. 

— Se quiser jogar este jogo nós iremos jogá-lo sargento. Mas para o seu bem seria muito melhor colaborar conosco. E explicar o simples fato de desaparecer por exatos três anos, e ressurgir depois de ter sido dado como morto, talvez seu companheiro o capitão Jung possa nos ajudar com isso, pense nisso. Vamos. — ordenou aos outros homens que o seguiram para fora da sala. 

Jeongguk se levantou mas a porta fora fechada em seu rosto, bateu contra ela, começando a se desesperar. 

— Hoseok está aqui!? — gritou, sem ser correspondido. — Ei! 

O Jeon apenas bateu contra a porta causando um grave barulho, E depois deixou que seu corpo fosse ao chão. O que faria? 

[...] 

Em outra sala um pouco mais a frente ao qual o Jeon se encontrava Hoseok observava calmamente os soldados entrando e também o capitão da polícia, repousou as mãos sobre o colo e fitou os homens tranquilamente, até que o mais velho entre todos se aproximou, puxando uma cadeira para se sentar a frente do Jung também o encarando fixamente. 

— Capitão, a quanto tempo. — O homem disse, sorrindo minimamente. — Soube que desde que deixou o exército vive uma vida pacata como agricultor, como está indo? 

Hoseok sorriu, e cruzou os braços em frente ao corpo.

— Muito bem, aliás, estava indo aproveitar minhas férias quando alguns de seus homens me abordaram amavelmente na rodoviária. 

— Oh, seu senso de humor não mudou Jung, gosto disso!

O mais velho riu, causando ruguinhas em seus olhos, mas logo suspirou, também cruzando os braços em frente ao corpo. 

— Será que amavelmente — utilizou o sarcasmo do Jung contra ele. — Nos explicaria a razão do sargento Jeon estar aqui entre nós? 

Hoseok conteve a vontade enlouquecedora de responder "Porque ele está vivo" e apenas permaneceu calado. 

— Sendo que fora dado como morto três anos atrás. — O mais velho continuou. — Creio eu que você saiba de algo, afinal, você o acompanhou na missão em que o avião explodiu no rio, teria você ajudado a forjar sua morte? 

Hoseok respirou fundo, havia entendido tudo desde que falou com o Kim na rodoviária, como pudera esquecer algo tão importante? 

— Jeongguk não forjou a própria morte. — respondeu. — Ele ficou em coma por um ano, e recentemente voltou para casa. 

O mais velho riu. 

— Ótimo. Certo, então… porque ao voltar ele não retornou ao quartel? Porque não fez questão alguma de alegar que estava vivo e não morto? Você sabe que há até mesmo uma biografia para ele com data de nascimento e morte? Sabe que há uma lápide e um túmulo, não? E principalmente os deveres como um militar, ou tudo isso ficou esquecido? 

— Ele perdeu a memória. — Hoseok respondeu, tentando manter a postura, já irritado com o outro. 

— Tudo isso é muito conveniente, não? — O homem perguntou. — Três anos atrás um soldado simplesmente desaparece sem sequer um corpo para ser enterrado, seu companheiro de equipe e que estava na mesma missão traz uma única prova de sua possível morte, apesar de diversas buscas o soldado jamais é encontrado. Três anos depois ele ressurge e temos que descobrir por terceiros este fato, ele está sem memórias e ficou em coma grande parte dos anos, eu gostei, bem criativo para um desertor. 

— Jeongguk não é um desertor! — o Jung se exaltou. — Não pode acusar as pessoas sem provas! 

— Certo, tem razão. Estou aqui apenas fazendo suposições, portanto, terão uma boa estadia aqui até que tudo se resolva. Mas, se quer um conselho, não acoberte seu amigo, será pior, para vocês dois. 

— Estamos dizendo a verdade, basta ao senhor confirmar. — O Jung por fim, se sentou, cruzando os braços novamente. 

— Homens, vamos deixar o capitão pensar um pouco. 

Ao dizer isso o mais velho se virou, saindo com os outros soldados da sala. Hoseok deixou que o corpo deslizasse no banco frio em que estava sentado, o problema havia se tornado uma bola de neve muito grande. Fechou os olhos por alguns minutos, quase pegando no sono, sequer teve tempo de avisar os pais que se atrasaria, acabou por adormecer por algum tempo, despertando pelo barulho da porta e por alguns soldados o avisando que era a hora do jantar. O Jung se levantou ainda atordoado e fora escoltado pelos homens. Chegando até o refeitório, pegou uma bandeja sem vontade alguma de comer e fora servido, não tinha saudades da comida do exército, mas ao julgar que passaria um bom tempo ali, aceitou e seguiu para um dos milhares bancos e mesas que haviam no local. 

Remexeu no prato e deu algumas colheradas quando ouviu alguns passos, logo visualizando Jeongguk com dois homens ao lado, os citados se afastaram assim que o garoto segurou a bandeja, e quando se voltou para frente pode observar que o Jung também estava ali, quase sorriu, não fosse pela situação, por encontrar alguém conhecido em meio a rostos tão estranhos. Os soldados não se pronunciaram sobre o Jeon estar seguindo em direção a mesa do Jung e se sentando com ele, mas permaneceram por perto, observando. 

— Hoseok, o que está acontecendo aqui? — Jeongguk despejou, assim que se sentou. 

— Você está bem? Não lhe fizeram nada? — O Jung devolveu, analisando o Jeon. 

— Não, estou bem. 

O mais velho concordou, mais aliviado. 

— Fomos muito imprudentes Kook, nos esquecemos da coisa mais importante, que perante a todos esses homens aqui você ainda é parte do exército. Me desculpe, depois de tudo… eu sequer me lembrei de uma coisa dessas… — O Jung levou as mãos ao rosto, suspirando. — Estão te acusando de ter desertado, e eu de ter sido cúmplice e ter lhe ajudado a forjar sua morte. 

— Mas isso é um absurdo! — Jeongguk vociferou. — Eu sequer me lembro desse lugar… — choramingou a última parte. — Taehyung deve estar tão preocupado. Quando vi aquele monte de soldados armados apontando para ele quase tive um infarto. — desabafou. 

— Imagino, somos treinados para matar, é compreensível… mas, precisamos de provas Kook, provas de que você esteve em coma, que perdeu suas memórias, que o acidente foi real e você apenas uma vítima, do contrário, nunca sairemos daqui. 

— E o que vamos fazer? 

— Bem, eles devem entrar em contato com seus pais, vão procurar provas, fazer investigações, então tudo deve acabar bem no final, já que estamos falando a verdade. — O Jung pegou uma cenoura do prato e comeu. 

Jeongguk apenas franziu a testa. 

— Como tem apetite em um momento desses? — questionou, fazendo o Jung sorrir. 

— Um homem precisa comer para se manter. E fique calmo, tudo ficará bem. 

Mas Jeongguk não confiava nisso, alguns soldados os observavam, se sentia intimidado somente com seus olhares. 

— É melhor comer, já comemos coisas piores em algumas missões. — O Jung insistiu para que o mais novo comesse. 

Jeongguk aceitou, comendo um pouco, mas estava sem fome, estava preocupado demais com o Kim e com Soobin para ter algum apetite. 

— Preste atenção, vão te interrogar outra vez, com certeza. Então apenas diga a verdade, eles podem querer te pressionar, te ludibriar, fazer com que você se perca em suas próprias palavras, mas apenas diga a verdade e tudo ficará bem. Me desculpe por não ter te orientado quanto a isso, se tivéssemos te apresentado aqui antes… mas com tudo o que estava acontecendo… bem, eu sinto muito. 

— Não precisa se desculpar, eu entendo. 

 [...] 

Jeongguk encarou fixamente o Jung, conversaram em silêncio apenas pelos olhares antes dos soldados que os vigiavam anunciarem que o jantar havia acabado, os induzindo até as salas novamente. Mas desta vez ambos não foram separados, ficaram juntos na mesma sala, e se encararam  confusos pela primeira vez, dividindo o mesmo sentimento. Foram orientados a sentar e o fizeram, pouco tempo depois alguns soldados pararam à porta curvados, e um homem adentrou o local, o homem obtinha cabelos negros mais longos que o padrão do exército, e várias estrelas em sua farda, rapidamente Hoseok se levantou, levando uma das mãos até a testa em uma continência.

Jeongguk o encarou confuso, mas ao ver isso, acabou se levantando e fazendo o mesmo. 

O homem os encarou com um olhar indecifrável, e prendeu seu olhar no Jeon, sorrindo minimamente. 

— Podem se retirar. — sua voz fora ouvida pela primeira vez, direcionada aos soldados ao seu lado. 

— M-mas senhor… o capitão… 

— Estão contrariando as vontades do seu coronel? — questionou, e os rapazes rapidamente negaram. — Ficarei bem, podem sair, esperem lá fora. 

Os homens o olharam mais algumas vezes antes de concordar, e sair batendo a porta. Quando estavam a sós, o homem colocou as mãos nas costas e caminhou a passadas lentas até parar de frente aos homens. 

— Sargento, capitão. — cumprimentou. — A quanto tempo. 

— Coronel. — Hoseok devolveu, sorrindo para o velho conhecido. 

E Jeongguk apenas encarou os dois homens totalmente alheio, até que o citado coronel se aproximasse de si e tocasse seu queixo com uma das mãos, o fazendo sobressaltar e se assustar. 

— Ah, olhe para você… — murmurou. — Em carne e osso Jeon, mais vivo do que nunca. 

— P-precisa me tocar para constatar isso? 

— Fique calmo Kook, ele é nosso amigo, nosso antigo capitão, Kim Seokjin. — O Jung disse orgulhoso. 

— Aqui sou seu superior senhor Jung. — O outro advertiu. — Mas bem… agora que as apresentações já foram feitas e já estamos familiarizados, vamos ao que interessa. 

O homem disse, com um largo e bonito sorriso no rosto. 

— Podem me explicar como puderam esquecer uma coisa tão importante quanto alegar que Jeon Jeongguk não estava morto!? — O homem falou, alguns tons mais altos. — Onde estavam com a cabeça? Uh? Acham que aqui é o primário? Esquecem de suas obrigações com a pátria? Olhem onde se meteram!? Isso tudo poderia ter sido evitado! Mas foram burros o suficiente para deixar isto chegar a esse ponto! — o homem bufou, e rapidamente se aproximou do Jung lhe dando um cascudo. — Esse acusado de ser cúmplice e esse… — Parou em frente ao Jeon também lhe dando um cascudo. — Acusado de forjar a própria morte! Eu não ensinei nada a vocês?

O homem soltou todo o ar dos pulmões, e puxou novamente, estava sem fôlego pela fala  corrida. 

— Por deus! Isso cansa minha beleza! — o homem levou uma das mãos até as têmporas. — E eu nem posso comemorar pela volta do meu soldado preferido, pois tenho que brigar com ele por ser tão irresponsável! — o homem voltou a bagunçar os cabelos de Jeongguk. — Bem vindo de volta Jeon, estou muito feliz. 

Jeongguk piscou os olhos totalmente surpreso com a reação do homem que antes parecia tão sério, levou as mãos aos cabelos os arrumando novamente. 

— D-desculpe… 

— Me expliquem o que está acontecendo pois não acredito nem um pouco que estão contra nós. 

O homem se sentou em frente aos dois soldados. Hoseok e Jeongguk explicaram tudo ao homem, partes por partes, e quando acabaram o Jeon recebeu um abraço apertado do coronel que parecia estar emocionado demais para um homem que aparentava ser tão rígido. 

— Vou apressar as investigações, logo provaremos a inocência dos dois. 

— Então teremos que ficar aqui? 

Seokjin apenas acenou positivamente para a pergunta do Jeon. 

— Só até as investigações acabarem, Kook. — O Jung tentou acalmar. 

— Estou preocupado com o Tae… 

— Sem problemas, mandarei alguns homens para explicar a situação dos dois e tranquilizar suas famílias. 

Jeongguk sentiu-se um pouco mais aliviado após isso, mas ainda sim, não era nada bom saber que passaria a noite ou dias na prisão. Ele foi interrogado mais duas vezes pelo mesmo capitão de antes, o citado desistiu de arrancar um argumento diferente do rapaz, apenas colheu informações e nomes para investigar, com o Jung fora o mesmo, e quando menos esperavam três dias já haviam se passado. O Jeon já não aguentava mais, e o pouco que conversava com Hoseok no almoço ou jantar não eram suficientes para tranquilizar seu coração, muito menos sua mente. 

— Eu juro! Aquela noite foi a mais assustadora… — O Jung disse sorrindo, enquanto levava uma das mãos em frente ao rosto, para cobri-lo. — Ficamos de vigia pela primeira vez e os veteranos resolveram brincar com a gente, me tremo todo só de lembrar. — O corpo do Jung estremeceu para demonstrar. — Então você disse algo assim: Fique tranquilo hyung, não vamos morrer de frio. E eu fiquei assim: Mesmo? Que garoto forte. — Hoseok imitou uma risada feminina, fazendo Jeongguk rir. 

— Ah, continue… — pediu, interessado. 

— Certo, então você ergueu as mangas da farda e se agachou disposto a preparar uma fogueira usando apenas galhos e pedras. 

— Eu consegui? — O Jeon perguntou animado. 

— Claro. — O Jung respondeu, tomando um gole do suco em seu corpo. — Fiquei em volta da fogueira bebendo um pouco, é mais fácil se aquecer assim. 

Jeongguk franziu a testa e olhou para o mais velho curioso. 

— Não é proibido beber em serviço? — questionou. 

— Você bebeu também, então nem pense em me denunciar. — Hoseok levantou um dos indicadores para apontar Jeongguk. 

O rapaz apenas sorriu balançando a cabeça e por fim, suspirando. 

— Parecem ter sido bons momentos. 

Era bom ouvir as histórias que o Jung contava, o ajudava a distrair e também o fazia se sentir bem. Hoseok também gostava de conversar com o Jeon em alguns momentos até chegava a sentir que nada havia mudado entre os dois, principalmente quando Jeongguk sorria ou o chamava de hyung sem sequer perceber, iria aproveitar ao máximo sua companhia. 

Mais dois dias se passaram até que o julgamento fosse anunciado. Jeongguk estava nervoso demais quando acordou aquela manhã, havia uma movimentação ainda mais no quartel quando dois soldados foram buscá-lo em sua cela. O Jung estava um pouco a sua frente e se virou minimamente para trás em uma tentativa de tranquilizá-lo, Foram conduzidos até a sala de julgamento e para surpresa do mais novo olhares conhecidos cruzaram com os seus, Park Jimin estava presente e também Kim Namjoon, os homens se levantaram e sorriram para Jeongguk antes de serem conduzidos à sentar novamente. 

Hoseok e Jeongguk ficaram lado a lado acompanhados por soldados atrás de si, enquanto do outro lado, Seokjin, o capitão de antes e vários outros oficiais os encaravam com atenção. Um dos homens anunciou o início do julgamento, dizendo em alto e bom som os crimes pelos quais ambos estavam sendo julgados e também anunciando o nome das testemunhas de defesa, outro desses homens segurava diversos papéis em mãos iniciando leitura. 

Ambos os médicos deram seus depoimentos assim que lhes foi solicitado, vez ou outra o Park trocava olhares cúmplices com Jeongguk, Jimin mostrou provas que comprovavam o estado de Jeongguk, sua perda de memória e também sua incapacidade para continuar na carreira militar, Namjoon também fez o mesmo como fisioterapeuta do Jeon por tanto tempo. 

O Park citou cada pino e placa colocado no corpo do Jeon durante as inúmeras cirurgias necessárias. Também citou seu coma e sua perda de memória detalhadamente para por fim, o Jung e o Jeon serem inocentados. 

Os homens suspiraram longamente e assim que se olharam sorriram cúmplices. 

— Jeongguk, meus parabéns. — Seokjin disse, enquanto alguns homens saiam da sala. E abraçou o Jeon. — Você é um guerreiro, um verdadeiro soldado, desejo a você toda a felicidade com sua família, você merece. Mas… quero deixar claro que fará falta para nós. — O homem se afastou do garoto, fazendo um sinal de continência. Jeongguk ainda desajeitado retribuiu sorrindo. 

O Kim se virou para o Jung ao lado e também lhe deu um abraço. 

— Você também, capitão. — disse, se afastando. 

Logo atrás do coronel, o capitão Lee Minho tomou um lugar ao seu lado olhando um pouco envergonhado para os dois rapazes que antes interrogou. 

— Gostaria de me desculpar.  — disse, ainda fitando o chão. — Fui muito duro com meus julgamentos, mas estive fazendo o que considerei o melhor para pátria. 

Jeongguk e Hoseok se encararam conversando mentalmente. 

— Certo, só quero sair desse lugar e tirar essa roupa, não é confortável. — Hoseok falou, dando alguns tapinhas no ombro do mais velho. 

Assim que se afastaram dos homens Jeongguk fora recebido por um abraço de Jimin, logo atrás Namjoon os observava também com um sorriso no rosto. 

— Kookie! Fiquei tão preocupado! — o Park revelou. — Quando fomos convocados pelo exército eu quase tive um enfarte agudo do miocárdio. — suspirou. — E toda essa aura pesada aqui, alguns desses homens me dão medo. — sussurrou a última parte. 

— Quanta frescura pra dizer que quase borrou as calças, Chim. — Namjoon respondeu sorrindo do rosto enfurecido do namorado. — Logo dando um passo a frente para abraçar o Jeon. — Que bom que está bem. 

— Hyungs, como vocês são bobos. — Jeongguk respondeu. — Vamos sair daqui, eu já posso ir embora, não posso, Hoseok? 

O mais novo se virou para o Jung que estava um pouco atrás de si, observando tudo, apenas assentiu dando alguns passos a frente e se apresentando. 

Antes de ir embora, Jeongguk assinou alguns documentos que comprovavam o fato de que estava vivo para legalizar sua volta de uma vez, e também sua aposentadoria já que não poderia e nem planejava servir o exército, subiu uma patente tornando-se 2° tenente e seus pertences de volta para se vestir e ganhar a esperada liberdade. 

Quando já estavam prontos foram acompanhados até a saída do quartel, se despediram mais uma vez e quando se voltaram para frente flashes atingiram seus rostos, haviam alguns repórteres, câmeras, e microfones sendo apontados principalmente para Jeongguk. 

— Mas que… quem foi o linguarudo! — Hoseok praguejou desviando de um repórter. 

— Por favor senhor Jeon! Uma palavrinha, nos diga como é voltar a vida depois de três anos dado como morto? — uma mulher com um microfone o incentivava a falar. 

Jimin e Namjoon também foram abordados. 

Jeongguk tentava se esquivar dos repórteres quando um pouco mais a frente pode visualizar a cabeleira castanha do Kim, seu coração sobressaltou no peito, e seus pés se moveram rapidamente no exato momento em que Taehyung também correu em sua direção com os olhos marejados. O Jeon empurrou algumas pessoas que estavam em sua frente para poder passar, as coisas ao redor perdendo pouco a pouco o foco, e quando finalmente seu corpo bateu de encontro ao do Kim e seus lábios se chocaram em um beijo apenas o flashes eram ouvidos, misturados aos murmúrios dos demais. 

Taehyung rompeu o beijo segurando o rosto do noivo, emocionado. Tratou de beijar-lhe o rosto repetidas vezes até que Jeongguk sorrisse. 

— Eu fiquei tão preocupado, amor. — Taehyung sussurrou com a testa colada a do Jeon. 

— Agora acabou, finalmente. — devolveu, afastando aos poucos o rosto de Taehyung. — Agora nada mais irá nos separar. 

Taehyung sorriu concordando, e antes que pudessem se beijar novamente ouviram flashes próximos demais e ao se virar para o lado notar que várias pessoas os encaravam atentamente. 

Rapidamente os dois se encararam, ouvindo a proposta de um dos repórteres. 

— O casal poderia nos dar uma entrevista? 

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