Intended

By itsbrunnalaynemiran

95.3K 8.4K 7.1K

A vida tem muitas surpresas que podem deixar alguns atordoados, ou felizes, ou tristes... Mas seja qual for o... More

Cap 1 -Lei da Recompensa
Cap 2 - Pista do Lobo
Cap 3 - Traçando Destino
Cap 4 - Força da Natureza
Cap 5 - Enfim, Nos Confins do Mundo
Cap 6 - Inverdades Revertidas
Cap 7 - Entre Paredes
Cap 8 - Indícios do Sentir
Cap 9 - Camomila - Parte 1
Cap 10 - Camomila - Parte 2
Cap 11 - Laços Iniciais do Último Desejo
Cap 12 - Goela Curada, Coração Partido
Cap 13 - Concretizando-se um Passo
Cap 14 - Promessas Vindo à Tona
Cap 15 - Chegando no Limite do Possível
Cap 16 - Partindo-se aos Poucos
Cap 17 - Quebrados
Cap 18 - De Mal, para Muito Mal
Cap 19 - Endireitando o Curso
Cap 20 - Dois Lados de um Percurso
Cap 21 - Selando Destino
Cap 22 - Despedindo-se da Despedida de Solteiro
Cap 23 - Recepção da Fonte
Cap 24 - Um Bravo Bardo
Cap 25 - Um Bruxo Desolado
Cap 26 - Corações Cheios, Bolsos Vazios
Cap 27 - Cantos de Dor
Cap 28 - Quase Afogados
Cap 29 - Surpresas do Último Desejo
Cap 30 - Fogo Enterno Duplicado - Parte 1
Cap 31 - Fogo Enterno Duplicado - Parte 2
Cap 32 - No Coração de um Lobo
Cap 33 - Mais um no Ninho
Cap 34 - Hormônios de uma Fera
Cap 35 - Fera Desfeita
Cap 36 - Ares Novos de Kaer Mohren
Cap 37 - Epicentro Revelado
Cap 38 - Falha na Restrição
Cap 39 - Crescendo
Cap 40 - O Caos
Cap 41 - Consequências
Cap 42 - O Fim
Cap 43 - Almas Perdidas
Cap 44 - Lar
Agradecimentos
Cap 46 - (Extra) - Susto em Dobro e à Galope

Cap 45 - Infindável

1.4K 111 36
By itsbrunnalaynemiran

Oláá novamente!

Yaaaa! Último cap!🤩✨
Estou muito feliz por ter conseguido chegar aqui. Vocês não sabem a força que me deram para poder continuar.

Passei por muitas coisitas não legais, mas não vou mencionar, pois o momento agora não é de tristeza, e sim, de alegria!

Pois chegamos aqui!
Sei que pode deixar saudades (para mim também muito mais, pois me entreguei de cabeça para criar e desenvolver essa aventura 🥰❤️).

Vou deixar os agradecimentos para mais tarde, pois ainda quero conversar com vocês 🙃.

Entonces...
Ler's Go peoples!

Divirtam-se my littles!

--------------------------

Assim como Oton tinha dito, o território das docas, nos cais, estavam cheio de Drowners vagando por ali em busca de vítimas distraídas para se alimentarem, mas dessa vez tiveram que lidar com um grupo muito preparado e sem nenhum pingo de medo.

Claro que no meio disso tudo, Jaskier teve que ficar de fora da "diversão", não podia deixar seus bebês sozinhos.

Até Ciri foi juntamente dos outros derrotar aqueles seres aquáticos e fazer a limpeza do local, que era bem extenso e perfeito para fundar a nova base de bruxos para combater o império Nilfgaardiano.

- Nossa, estou exausto. - disse Jaskier, deitado na cama do quarto de hóspedes de seu amigo Oton.

Por incrível que pareça, coube todos no lar do amigo do bardo. Afinal, Oton não era um plebeu, e também nenhum nobre como Jaskier era, mas tinha muitas posses, como aquele pequeno castelo que ele chamava de "casa". Era considerado mesmo quase uma casa, pois era até menor que os palacetes, e havia somente cinco quartos.

- Exausto? Mas você ficou aqui o dia todo sem fazer nada juntamente de Antonella. - disse Geralt, também se deitando na cama depois de ter feito os gêmeos dormir no cômodo onde dormiam todos os filhos de Oton, que montou um berço extra para Jaskier. E como os mesmo eram pequenos, coube os dois no mesmo espaço.

- Sem fazer nada? Geralt, eu cuidei deles dois! Nunca pensei na vida que duas coisinhas tão fofas davam tanto trabalho... E não sei que mágica usa para fazê-los dormir tão facilmente. Eu tentei fazer uma sesta verpertina com eles dois, mas ambos não me deixaram em paz! Kazmer é muito agitado, e Korin é um fofo, mas quado estão juntos... É o caos! Eu tenho medo em pensar o quanto esses dois irão aprontar com Ciri. Que também não é fácil... - disse, preocupado, enquanto passava uma mão na testa - Não sabia o quanto era difícil ser pai. O que foi? - perguntou, vendo a expressão divertida no rosto do bruxo, que tirou a camisa e subiu na cama - Ooo... Acho que não estou tão cansado assim.

- Vem aqui. - disse o bruxo se deitando, e rápidamente o bardo foi até ele e se aninhou, deixando sua cabeça perto da sua - Pra falar a verdade, eu também estou exausto.

- Tudo bem... - sorriu enquanto acariciava aquele peitoral lindamente trabalhado - Gosto de aproveitá-lo assim também. Mas para os beijos... Ainda tem energia?

- Sempre. - disse o bruxo, aproximando seus lábios nos do menor, que os atacou com muita vontade, mas com calma - O que foi Jaskier? Eu sinto que está um pouco tenso.

- Não é nada... - e se calou por alguns segundos, mas não se aguentou ficar em silêncio - Sabe de uma coisa...

- Sabia... - disse Geralt dando um pequeno riso breve - Vá em frente, continue. - deu um pequeno selar novamente, fazendo o outro sorrir, mas não com muita vontade.

- É sobre o que Oton me disse. Sobre minha mãe.

- Você sente falta dela?

- É claro que sinto. Apesar de ser muito mandona e me obrigar a fazer tudo o que ela quer só porque é uma duquesa e a mais rica de toda os domínios de Oxenfurt, eu ainda a amo. Mas... - respirou fundo - Geralt, ela nunca soube que eu... Que eu sou...

Se ela te ama, vai te aceitar. - rebateu o bruxo, surpreendendo-o.

- Acho que nunca vou me acostumar de vê-lo falando assim. - sorriu de canto e deitou sua cabeça no ombro do maior - Bem, acho que sabe que não posso chegar lá do nada e dizer "Olá mãezinha querida! Voltei! Lhe fiz passar o maior vexame no meu casamento, fugi com meu amante, tive filhos dele, morri e agora virei um bruxo!".

- É, tem razão, você não pode. - Geralt respirou fundo, e beijou sua testa, o mesmo suspirou se sentindo acolhido - Mas você tem que fazer.

- O quê?! Não!

- Tem que enfrentar seus medos. Essa é a primeira coisa para ser um bom pai. Vesemir me falava sempre isso... Tem que acertar suas pendências e receios. Ou então...

- Sofrerá de arrependimento por não ter tentado ou acertado as contas. - completou. Geralt olhou para ele que também subiu seu olhar para os do bruxo, que lhe mirava com todo o amor do mundo - Certo. Farei isso então. Prepare-se bruxo, para conhecer sua sogra. E já lhe peço desde já, não ouse dizer sobre sua aparência sem que não tenha um adejtivo que lhe não lhe valorize. Minha mãe é muito vaidosa. Ama tudo que é belo e exige que tudo seja no mesmo nível.

Geralt arqueou uma sobrancelha, olhando-o com graça no semblante.

- O que foi? Em que está pensando ein, senhor de Rívia? Ou melhor... - Jaskier sorriu arteiro e malicioso - Senhor Roger Eric du Haute-Bellegarde. - Geralt revirou os olhos dando um pequeno sorriso de canto.

- Eu já até sei o que está pensando, Jaskier. E minha resposta é não.

- Não? Porque não? Ah, pára de ser ciumento. Vamos lá bruxo, deixe-me experimentar cada um de seus nomes... Hoje vamos começar por Roger. Amanhã será Eric...

- Você não tem jeito...

- Vai, por favor... - pediu, mas Geralt não estava gostando disso - O ciúmes é tanto assim para odiar que eu o chame por outro nome?

- Gostaria que eu chamasse outros nomes enquanto eu estivesse lhe fodendo? - perguntou meio irritado.

- Desde que fossem só os meus... Veja, pode me chamar de Jullian, ou de Alfred... Essa é a regra. Somente os meus e os seus. De mais ninguém... - disse, enquanto se levantava lentamente e se posicionava montado em cima do bruxo - Quem vai querer hoje? - sua voz saiu mais suave, quase sussurrada.

Geralt que estava com uma carranca meio mal humorada pela idéia do menor, começou a achar aquilo Interessante.

- Quero o Jullian... - disse, pondo suas mãos no quadril do moreno, que soltou um pequeno gemido surpreso pelo aperto forte naquela região.

- Boa escolha... Porque o Jullian... É muito severo. Disciplinado. Não gosta de aprendizes rebeldes... Principalmente aqueles que não fazem as lições que manda fazer.

- Está dizendo que eu vou ter um menestrel hoje? - perguntou Geralt, arqueando uma sobrancelha sugestiva.

- Exatamente. - mordeu os lábios e se abaixou para a boca do maior - Então seja obediente, quero você fazendo tudo que eu mandar.

- Sim... Eu farei qualquer coisa Jaskier, o que pedir. - disse, já mergulhado naquele ambiente de lúxuria que o menor lhe colocou.

- Tem certeza? Tudo mesmo? - questionou muito empolgado em ouvir aquilo do bruxo, que sentiu a espinha se arrepiar diante daquele olhar mais predador do moreno.

- Depende. - respondeu, meio sério.

- Medroso... - sorriu malicioso - Tudo bem... Temos muitas outras coisas que podemos fazer... Mas saiba, bruxo, que agora também sou como você, o que significa que em questão de força, estamos agora em igualdade. O que quer dizer que...

- Que seja o que estiver pensando não vai acontecer. - disse, ficando nervoso diante daquela nova abordagem do menor, e tentou se levantar, mas Jaskier não deixou, pois o mesmo o empurrou para o colchão, pondo suas mãos no peitoral do bruxo.

- Se esqueceu que Jullian não gosta de ser desobecido? - disse Jaskier entrando em seu "personagem".

- Jaskier, isso não está sendo mais...

- Interessante? - o bardo riu brevemente - Como sempre, o que estou vendo em minha frente é o medo falando. - e se abaixou outra vez até que seu rosto ficasse bem perto do outro - Geralt, eu juro, que não vou fazer nada que lhe desagrade. Tudo será perfeito, eu sei disso. Confie em mim. Como confiei em você quando me entreguei na primeira vez.

- Jaskier... Eu não vou...

- Já disse que não vou fazer nada que lhe desagrade. Eu já não jurei?

- Mas a idéia ainda ficará na sua mente.

- Nisso você tem razão. Mas o que posso fazer? - disse, fazendo um bico tristemente fingido - Geralt, sabe, eu também sou homem, apesar de tudo... - deu um leve sorriso enquanto acariciava os lábios do maior com a ponta de seus dedos - Mas sei respeitar as vontades e "restrições" de cada pessoa. Afinal, tudo tem que ser feito com muito prazer e carinho, e amor. Mesmo que tudo seja muito forte às vezes... Mas se ambas as partes estão ok, então está tudo certo.

- Já pensou nisso antes sobre mim? Já desejou fazer isso em mim? - perguntou Geralt, muito apreensivo.

- Hm... Já. - Jaskier respondeu sem enrolações - Mas... sempre preferi que você me tomasse... Oh, isso é tão delicioso que já sinto minhas partes ferverem só de pensar. - disse, apoiando agora uma mão em cada lado da cabeça do bruxo - E então, vamos? Se não quiser mais... Eu vou compreender. Sei que devo ter cortado todo seu clima com esse meu desejo oculto... Mas é que... Agora que estou inteiramente junto com você, me senti mais à vontade de falar sobre isso. E... - sorriu de canto meio sem jeito - Me desculpe se te assustei.

Geralt não sabia o que pensar, mas era certo que aquela idéia de... De se entregar ao seu moreno lhe assustava muito. Nunca tinha pensado nisso, pra falar a verdade.

Mas de uma coisa ele tinha em mente do que Jaskier falou estar certo: ele era um homem também. Já tinha ficado com tantas mulheres... É claro que o desejo de possuir um corpo uma hora ia aparecer.

- Jaskier. - chamou-o, pondo uma mão em seu rosto - Eu farei qualquer coisa. - disse, determinado. Sentindo seu peito muito acelerado, mas tinha se decidido.

- Eu realmente me sinto muito tentado a aceitar agora... - disse, sentindo seu peito palpitar em ouvir aquilo do seu bruxo - Mas a minha vontade agora, para sua sorte, está sendo que você me tome... Que me invada deliciosamente, me obecendendo como um um bom aprendiz deve ser.

E novamente, como se Jaskier tivesse usando magia em suas palavras, Geralt entrou naquele clima luxurioso que estava antes daquela proposta inusitada do menor.

❃❃❃❃

Após dois meses de um trabalho árduo, os bruxos e as duas feiticeiras conseguiram arrumar todo o local do cais abandonado, mas claro, ainda não era lá aquelas coisas, pois faltava muitos recursos que nem as feiticeiras poderia conseguir só usando magia.

- Já tem quartos suficientes de frente para o mar. Eu e Triss fizemos esses espaços entre as rochas... Não está perfeito, para isso teria que ter mais de nós... - explicou Yennefer - Mas a melhor notícia é que... Eu dei um jeito desse lugar ficar seguro para vocês e seus filhos ficarem e terem uma vida mais tranquila criando-os aqui. - disse, enquanto mostrava para Jaskier e Geralt os dormitórios em que iriam ficar.

- Está realmente já muito bom. Até parece um pouco com o estilo rústico de Kaer Mohren. - comentou o bardo, olhando para tudo maravilhado, pois via o quanto de trabalho as feiticeiras tiveram - Muito obrigada Yennefer, e Triss. - disse para ambas - Apesar de termos tido algumas divergências no passado, eu as considero como parte de minha família agora. Pois sei que sem vocês, eu e Geralt, Ciri, e nem os bebês, estariam aqui.

- Isso é a nossa obrigação Jaskier. - sorriu Triss - É nossa função protegê-lo das garras de qualquer um que venha tentar levar você para as sombras.

- Sim. É verdade. Porque se não cuidarmos, aqueles desgraçados podem pegar você e Ciri novamente. Mas isso eu não vou deixar. Nós duas não vamos. - disse a de olhos violeta - E com isso, eu descobri em um livro que peguei "emprestado" da Universidade de Oxenfurt sobre "Magias Antigas e Práticas". E descobri uma coisa que vão gostar, mas, teremos um pouco de trabalho.

- Sim, sempre tem algum sacrifício... - bufou Jaskier, aninhando agora Korin em seus braços, enquanto que Kazmer estava no colo de Triss, já que Geralt tinha que ficar atento como o "guarda-costas" do bardo no caminho até ali.

- Sim, um sacrifício. Mas esse é só trabalhoso mesmo... - disse Yennefer - Temos que arrecadar trinta pessoas para pegar suas energias e fazer uma magia de espelhamento, ou melhor de camuflagem.

- Camuflagem? Mas... Mesmo que funcione, não acha que sempre haverá pessoas distraídas vindo aleatóriamente para cá? - perguntou o bruxo.

- É por isso que juntamente disso eu farei um feitiço de ilusão. - disse Yennefer.

- Está ficando boa com essas misturas de magia. - elogiou Jaskier, ainda olhando para tudo ao redor.

- Para quem será responsável por fazer mais bruxos... Preciso mesmo me especializar nisso. - disse Yennefer, percebendo algo entre Geralt e Jaskier - Hm, porque estou sentindo uma energia tensa vindo de vocês? O que houve?

Os dois se entreolharam.

- É que... Decidi que vou visitar minha mãe. - disse o bardo, um tanto nervoso com isso.

- E isso não é bom? - perguntou Triss.

- É claro que é. Ou talvez não... Penso que se eu for posso ser um risco para ela ficar sabendo de minha presença. Mas por um lado... Eu tenho que explicar-me para ela. Eu sinto tanto por minha mãe... Ela está sozinha, viúva novamente. E temo que deve estar enlouquecendo sozinha em um grande castelo. Eu não quero isso lhe aconteça. Me sentirei culpado o resto da vida se eu não for vê-la. - explicou.

- Eu posso ir com você. Posso ajudá-lo a se disfarçar juntamente de Geralt. - disse Triss, já que Yennefer tinha que ficar na base para finalizar seus feitiços.

Jaskier e Geralt se acenaram com cabeça em agradecimento.

❃❃❃❃

Jaskier sempre sentiu-se nervoso e receoso quando às vezes decidia ir contar para sua mãe de quem ele gostava, sempre foi assim desde a adolescência. Foi assim quando ele queria contar sobre Alec.

E agora não estava sendo diferente com Geralt.

Pois sabia o que sua mãe poderia fazer.

- Senhora Condessa Pankratz de Lettenhove, há visitantes querendo ver vossa pessoa. - avisou o criado assim que entrou numa sala bem ornamentada.

Havia uma mulher sentada de frente para a janela, bebendo vinho, e com um olhar longe, como se sua alma tivesse já ido embora e ali na cadeira só estivesse a casca.

- Senhora? - chamou-a novamente o criado, mas mesma continuou a beber. E quando o rapaz tentou insistir em chamá-la, a mesma jogou a taça na parede, assustando à todos.

- Mande-nos embora. Já disse, não estou em condições de receber ninguém! - esbravejou, muito aborrecida. 

O bruxo e o bardo se entreolharam mais receosos ainda.

- E além do mais, quem queria falar comigo? Cadê os modos? Como ousam não se intitularem para mim? Pensam que sou o que? Uma vendedora de hortaliças de final de feira?

- Fui eu quem pedi para não intitular, queria fazer uma surpresa, mamãe. - disse Jaskier, em tom sério, por estava muito nervoso.

A condessa retesou na cadeira, como se tivesse virado pedra.

E assustando um pouco Jaskier, ela se virou bruscamente com uma expressão extremamente enraivecida, pegando uma almofada, e Jaskier sabia que aquela ação era o início de uma surra que ele levaria, sempre começava assim, primeiro os objetos mais fofos, parando nas tiras de couro.

Mas assim que a condessa o viu acompanhado de um homem de cabelos brancos, e tanto ele como o maior segurando bebês, e mais, havia também uma menina de cabelos claros parada do outro lado com uma careta meio assustada pela a reação da mulher, a postura de ataque da condessa se quebrou, dando lugar para uma totalmente confusa.

- Olá, mamãe.

- O quê... O quê significa isso tudo?! - perguntou, numa mistura brava e atordoada pela cena à sua frente - Jullian, porque está com esse homem ao seu lado? E porque está com esses bebês? E quem é essa menina?! E porque está com esse cabelo? E esses olhos? Por Melitele, o que está acontecendo?! - questionou, sem parar uma única vez.

Geralt teve um pensamento engraçado sobre a origem da personalidade do moreno...

- Bem... Excelentes perguntas mamãe...

A condessa largou a almofada e foi se aproximando lentamente, parecendo hipnotizada por tanta informação e sugestões que se passavam em sua mente, mas nenhuma delas conseguia ser logicamente possível.

Ou ela pensava que não fosse.

- Fale. - ordenou, olhando para os bebês e a Ciri - O que significa isso tudo? Me explique como teve a cara de pau de voltar aqui como se não tivesse acontecido nada! Ou melhor, vejo que andou bem ocupado. Essas crianças são o que? Filhos de meretrizes? Assim como seu pai fazia comigo?!

- Mamãe, por favor, se acalme...

- Não ouse dizer para me acalmar Jullian! Se não tivesse usando esse bebê como se fosse um escudo... Eu juro que te arrastaria pelos cabelos e o arrastaria para seu quarto e te daria uma boa surra! Você levou nosso nome pra lama! Fugiu de um casamento importante! Perdi metade da fortuna porque ninguém queria fazer negócios com uma condessa viúva e de nome sujo! Sim... Tentei me casar para ver se melhorava minhas condições financeiras... Mas o destino quis levar de mim novamente a oportunidade de ser feliz!

- Mamãe... Eu realmente sinto muito por tudo que tenha passado. Mas saiba que eu também passei por muita coisa...

- Eu não consigo mais escutar... - se virou de costas, indo se sentar novamente em sua cadeira - Minha vida acabou Jullian, se pensa que vai tirar algo de mim para sustentar seus prazeres e prostíbulos, então perdeu seu temp... - e antes que chegasse à cadeira, Jaskier a interrompeu, jogando pro alto qualquer receio ou medo.

- Mamãe, essas três crianças são meus filhos, engravidei por conta de uma magia. E não, nenhum deles veio de uma mulher da vida, todos vieram de mim, e de meu grande amor, Geralt de Rívia, este que está aqui ao meu lado, o motivo de minha fuga aquele dia. - disse. E novamente sua mãe paralisou no lugar.

- O que, você, disse? - perguntou sem se virar.

- Eu disse que essas três crianças são minhas e...

- Não. Repete a parte do porque fugiu.

Jaskier ficou inquieto.

- Mamãe... - Jaskier respirou fundo, olhou para Geralt e Ciri, e depois pôs nos braços da princesa o bebê. E reunindo toda a coragem do mundo, caminhou até sua mãe até que parasse a três passos dela - Eu fugi naquele dia porque não queria me casar com uma pessoa que eu não amo. Fugi com um bruxo chamado Geralt de Rívia, que é este que estava ali. E eu o amo. Muito. Tanto que consegui ter filhos com ele, mesmo sendo estéril. - e nessa parte sua mãe se virou para ele, seus olhos estavam avermelhados - Pois é mamãe, eu era uma árvore infrutífera, por isso que todos esses anos eu nunca lhe dei um neto sequer. Mas agora aqui eis três. Tudo porque eu fui atrás do que eu realmente queria. E sabe de uma coisa? Não me arrependo nem um pouco. Pois estou muito feliz. Tenho filhos, eu amo quem eu quero e tenho uma pessoa que também me ama.

- Jullian... - sua mãe soluçou. Jaskier não sabia se era de raiva ou de uma decepção dolorosa por descobrir que seu filho era uma flor delicada.

- E bem, eu vou entender que não me aceite desse jeito. Sou uma Aberração? Sim! Eu sou! Mas sou muito feliz. E vim aqui lhe ver porque recebi notícias suas sobre seu estado. Isso me preocupou.

A condessa olhava chocada para Jaskier, suas lágrimas desciam agora sem parar, às vezes olhava para seu filho, depois para Geralt e revesava nas três crianças.

- Desde quando você é assim? - perguntou sua mãe lhe mirando atordoada.

- Desde sempre. - Jaskier respondeu tristonho, pois já sabia aonde aquelas perguntas iam dar.

- Então fui uma péssima mãe por não ter percebido isso... - enxugou os olhos - Então... Todas aquelas confusões com mulheres era tudo uma mentira? Era tudo inventado?

- Bem, não. - respondeu sem graça - Mas também era porque... - e então se virou e olhou para o bruxo, lhe dando um pequeno sorriso - Era porque eu nunca amei ninguém, na verdade... Eu me apaixonei quando eu era bem jovem por este homem de cabelos brancos a quem a senhora está vendo. E foi por isso também que virei um bardo, pois foi para buscá-lo porque meu coração já não aguentava viver amando um fantasma, uma paixão de adolescência, e foi por isso também que novamente abandonei tudo, por causa dele. Tudo foi por ele.

Sua mãe lhe escutava atônita.

Se Jaskier lhe contasse tudo... Com certeza caíria morta ali mesmo.

Mas o bardo decidiu deixar esses outros fatos para depois... Como o de ele ser um Epicentro e também de ter morrido e voltado a vida como um bruxo.

- Então tudo foi por amor? Não por vagabundagem?

- Exatamente! - afirmou, sem hesitação, afinal era mesmo verdade.

A condessa então passou pelo seu filho, e caminhou lentamente até Geralt e Ciri, ambos segurando cada bebê.

Os olhos da mulher brilharam ao ver o quão os gêmeos eram lindos, havia muitos traços de seu filho, principalmente o que olhava confuso para ela, Korin. Enquanto o outro era inquieto, e ameaçava o tempo todo chorar querendo ir para os braços do bruxo ou do bardo.

- Eles são a minha família mamãe. - disse Jaskier, receoso de sua mãe lhes falar algo ofensivo - E não admitirei se dizer algo que os...

- Cale a boca, Jullian. - ordenou, limpando seus olhos, ainda olhando para Geralt e as três crianças - Posso... segurar um?

Todos se olharam muito confusos para a condessa, que parecia estar mais calma depois de sua explosão de antes.

- Sim, claro. - disse Ciri, entregando Kazmer para a mulher.

E logo o bebê ficou quieto, olhando sorridente para a condessa, que não conseguiu conter um pequeno sorriso acompanhado de mais lágrimas.

- Qual é o nome desse? - perguntou.

- É-é Kazmer... E eles são gêmeos... - disse o bardo muito receoso, se aproximando com cautela - Mamãe?

- Ele é lindo. - disse, surpreendendo à todos - Me dê o outro. - ordenou, e logo Geralt também entregou à ela Korin, que ficou acuado e fazendo beicinho, com medo da nova presença - Deuses... Ele tem os seus olhos azuis! E esse aqui... - olhou para o bruxo - É iguais aos seus! - e novamente olhou para Ciri - Outra com olhos iguais aos de meu filho... É, temos o sangue forte. É claro que ganharíamos. - e sorriu minimamente.

Jaskier então sorriu muito emocionado para sua mãe, não aguentando segurar seus olhos ardentes que já estavam marejados de tanto segurar o choro.

E ouvir sua mãe dizendo "meu filho" foi mais que uma confirmação de que ela o aceitou.

- Esse outro é Korin, e ela, Cirilla, mas pode chamá-la de Ciri. - disse Geralt, se pronunciando pela primeira vez.

- Então você é o motivo das loucuras de meu Julian? - perguntou, deixando o bruxo sem jeito para falar - É bom que o faça feliz mesmo, meu filho é muito sensível... - e então olhou enfim para Jaskier - Hm, não era de se esperar menos. Sempre soube que meu filho tinha bons gostos. Sempre gostou do melhor. - analisou o bruxo dos pés a cabeça, como se ele fosse um cavalo premiado - Certo. Já que as coisas são assim... o que posso fazer? De qualquer maneira, você realizou meu sonho... Tenho netos agora! Três! Nem sua irmã conseguiu isso ainda.

- Eu te amo, mamãe. - disse o bardo, se derretendo em lágrimas pelas surpreendentes atitudes da condessa.

- Eu também te amo meu menino. - disse, indo para a cadeira ficar mais confortável para segurar os gêmeos - Mas ainda estou brava. De qualquer maneira, você fugiu! Me deixou aqui pensando que até morrestes!

- Ãh... Bem... Aqui estou. Vivíssimo! - disse, decidindo deixar pra lá esse assunto de sua morte. Pelo menos por enquanto.

- Sim, para seu bem! Eu então eu mesmo iria matá-lo! - disse, fazendo Geralt dar um pequeno sorriso, anotando e confirmando que o jeito sem sentido do bardo vinha mesmo de sua mãe - Hoje teremos um banquete! - e gritou, chamando uma criada e lhe ordenando os preparativos - Quero que me conte tudo, tudinho mesmo. Eis a condição para eu perdoá-lo por ter quase matado sua mãe de desgosto!

- Então... Não se importa comigo sendo um...

- Julian, eu prefiro ter uma flor como filho do que um filho de uma put... - se conteve por se lembrar de que havia crianças - Do que um canalha que somente fugiu para ter suas aventuras promíscuas. Um desordeiro perdido e machucando o coração de moças inocentes. Mas vejo agora que tudo o que fez foi por amor. E isso eu perdôo. Principalmente por essas três lindezas... Você é linda Cirilla. É claro que iria ser, não há como não puxar a beleza de meu Jullian. - disse, olhando para ela e depois para os gêmeos, já como uma "avó bobona" e apaixonada pelo descentes de seu sangue.

❃❃❃❃

Geralt e Jaskier voltaram para os cais bem tarde da noite. A condessa bem que insistiu em querer que eles dormissem no seu castelo. Mas logo lhe contaram que estavam sendo perseguidos pelos Nilfgaardianos, e só por isso ela deixou-os ir. Mas disse que queria ver seus lares e ficar com os netos por mais tempo assim que desse.

- Oh!? Onde está nossa morada? - perguntou o bardo, olhando para a entrada de um píer e não vendo nada.

- Está aqui. - disse Yennefer aparecendo ali de repente, tinha um semblante muito contente.

- Conseguiu as trinta pessoas? - perguntou Geralt, olhando também para aquela paisagem e também não vendo nenhuma construção ou janelas entre as pedras.

- Muito melhor que isso. Venham. - disse a feiticeira, fazendo mistério, e os deixando curiosos.

Era mesmo uma ilusão muito bem feita. Claro que Yennefer não ia deixar de caprichar nos mínimos detalhes, até os Drowners ao longe ela fez aparecer para deixar tudo "natural" como os residentes dali conhecem.

Mas assim que ambos passaram por uma parede que parecia ser vidro ao ar livre, tomaram um grande susto.

- Uau! Quanta gente! - disse Ciri, se impressionando pelo que via.

- Quem...? Quem são essas pessoas? - perguntou Jaskier, muito curioso ao ver uma multidão ali na frente da entrada para os alojamentos entre pedras.

- São bruxos. - respondeu Geralt, reconhecendo alguém deles, até que seu olhar parou em uma pessoa específica, e caminhou até ele, sendo seguido automáticamente por Jaskier Yennefer e Ciri.

- Geralt! - disse Coën, saindo dali do meio de Eskel e Lambert, que bebiam com ele.

- Coën... Como você...??

- Como escapei de quase morrer asfixiado por um veneno? Ou em como estou aqui? - sorriu e logo seu olhar desceu para os braços do bruxo e depois para os de Jaskier - Não acredito... Não me diga que esses são os gêmeos do Epicentro...?!

- Sim. - respondeu Geralt, muito feliz de ver o amigo, e também orgulhoso em apresentar seus filhos - Esse aqui comigo é Korin. E esse, Kazmer.

- Isso é incrívelmente... Eu não tenho palavras. - disse, admirando os dois bebês, pois ambos pareciam demais à Jaskier, mas as características físicas como cabelo e olhos eram do bruxo, pelo menos um deles, o que tinha as douradas orbes de um bruxo - Gostei dessa sua nova aparecência. Te deixa mais velho. O que significa que eu serei o bonitão da área agora. - brincou, recebendo um meio abraço do Lobo, pois no outro braço equilibrava o bebê.

O bruxo deu uma breve explicação de como ele conseguiu sobreviver. O que deixou Jaskier e Geralt muito intrigados.

Coën contou que uma senhora, uma sobrevivente do vilarejo que foi queimado, era uma curandeira, e também uma Versada. Estava indo para Kaer Mohren para pedir ajuda dos bruxos, mas se deparou com Coën morrendo envenenado e lhe deu uma de suas ervas para que pudesse pelo menos respirar e explicar o que que estava acontecendo na fortaleza. Ela o cuidou, por dias, já que não havia mais ninguém a quem recorrer em Kaer Mohren. E durante essa estadia com ela na floresta, a curandeira lhe disse uma profecia: que ele estava destinado a proteger as duas crias da Esperança.

E claro, obviamente, Jaskier e Geralt entenderam claramente a quem as profecias se referiam.

O que também significa que a profecia que tinha vindo de Ciri sobre a morte dele, havia mudado. Ou talvez adiado seu destino.

- E depois disso, eu fui atrás de outros bruxos através de uma feiticeira... Tissaia. Parece que a mesma estava também indo para Kaer Mohren falar para Yennefer sobre as negociações da ajuda de outras feiticeiras para guerra contra os Nilfgaardianos. Mesmo depois de Sodden... Mesmo assim eles aceitaram, viram que o avanço desses desgraçados não pode continuar. E agora aqui estamos todos nós! Bruxos e feiticeiras, e alguns magos, todos unidos nessa nova base para nos prepararmos e formarmos um exercíto! - disse com entusiasmo.

- Isso tudo é tão maravilhoso! Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer... - disse Jaskier, admirado em ver tantas pessoas ali reunidas por uma causa.

- Mas que merda é essa? - questionou Geralt de repente, franzindo o cenho ao ver uma figura de vestes negras ali no meio entre os bruxos.

- Geralt... É ele! O cavaleiro negro dos meus pesadelos... - disse Ciri, se encolhendo atrás de Jaskier.

- Calma, não se preocupem... - disse Yennefer - Ele... Está do nosso lado.

- O que?! Como assim? Mas eu vi ele trabalhando com aquele Rience! Ele o ajudou no meu sequestro! - disse o bardo, olhando-o também com cenho franzido e confuso, mas também muito temeroso.

E então Yennefer deu um sinal, chamando-o, e o mesmo logo veio de encontro àquele trio que lhe encarava com feições nada boas.

- Bem pessoal, este é Cahir.

- O que está fazendo aqui? - perguntou o bruxo de maneira rude, pois a sua vontade era de socá-lo na cara por tudo que fez a Jaskier e Ciri.

- Sei que minha presença não é muito bem vista. Eu compreendo. Mas meu trabalho com os Nilfgaardianos acabou.

- Acabou? Como assim? E pare de olhar para ela! Ou então eu lhe meto um punho nas fuças! - ameaçou o bardo, parecendo um leão, ou uma leoa protegendo suas crias.

- Sinto muito que tenha mágoas minhas. Mas era nescessário. - disse Cahir.

- Nescessário? De que merda está falando? - questionou o bruxo.

- Eu trabalhava para o imperador Emhyr, eu tinha uma dívida e gratidão por ter salvo minha vida... Mas era só. E saibam que... - e então Cahir olhou novamente para Ciri - Eu nunca lhe fiz algum mal, se é isso o que devem estar pensando.

- Não? Então porque ela tem pesadelos com sua pessoa? - perguntou Jaskier de maneira zangada.

- Porque eu era o seu perseguidor. Simples. Eu tinha que levavá-la para o imperador. E consegui.

Todos olharam confusos para ele.

Cahir então explicou que, tinha que mostrar que estava fazendo seu trabalho, tinha que levar Ciri e fazer todos verem que ele fez seu serviço. Que teve que cumprir as ordens, e que a essa hora, o imperador Nilfgaardiano estava se casando com uma Ciri falsa que ele levou, uma idêntica, feita por magia de mudança de corpos.

Jaskier ficou pensativo, e logo soube quem fez isso: Yennefer. E a mesma deu um sorrisinho orgulhoso de seu feito.

E quanto ao imperador querer o "Epicentro", Cahir relatou à ele de ter morrido no meio do ataque naquela base, e culpou Rience de tê-lo queimado vivo e o transformado em pó por simples impulso vingativo e instável que o feiticeito tinha. O que fez o imperador acreditar. Principalmente porque as provas todas disso ter acontecido estavam se mostrando verdade. Jaskier havia morrido mesmo, pois Fringilla analisou aquele lugar e somente viu uma áurea de morte naquele lugar onde aconteceu tudo.

- E agora estou aqui. Para cumprir um outro destino. - e então olhou novamente para Ciri, que ainda se mantinha atrás do bardo com medo do cavaleiro.

- Ah, já sei, foi também incubido pelo destino de protegê-la? - indagou Jaskier com ironia, e o cavaleiro fraziu o cenho um pouco irritado - É sério mesmo? Uau... Então meus três filhos já arrumaram seus próprios "guardiões"? Isso parece até um conto de fadas.

- Mas não é. É e por isso que estamos aqui. Para proteger as crias da esperança. Pode demorar, mas eles três tem um destino também a cumprir. E acho que sabem o quê. - disse Cahir, e logo o bruxo e o bardo entenderam.

É, isso significa que o futuro onde seus filhos não irão encontrar e lidar com os Nilfgaardianos está bem longe ou impossível de não acontecer...

❃❃❃❃

Meses se passaram como uma brisa suave e tranquila. Tudo estava indo conforme seus planejamentos.

Até Jaskier tinha começado seus treinamentos como um bruxo, afinal, mesmo que ele e Geralt tivessem decido não mais sair em viagens e fincar suas raízes ali em Oxenfurt, mesmo assim o bardo pedira para ser treinado, pois quando a hora de defender quem amasse chegasse, ele estaria pronto e agora não mais fugiria ou se sentiria um inútil.

Quanto a Geralt, aprendera a cuidar mais de seus filhos. Tanto Ciri como os gêmeos eram bem obedientes, claro, sua postura e trajeitos firmes e sérios lhes dava essa disciplina. Diferente do bardo, a quem os três faziam a festa com o mesmo sendo o líder de suas "artes".

Yennefer, juntamente de Triss, começaram a arrecadar meninos e agora também meninas para se tornarem bruxos. Claro, Geralt foi totalmente contra, pois sabia que nesse processo muitos morreriam, mas a feitceira lhe garantiu que isso não iria acontecer. Pois ela tinha seus próprios métodos, e os mutagênicos que aprendera a fazer eram menos agressivos.

Era preciso. Havia ainda muitos poucos bruxos para se equiparar ao grande e bem estruturado exercito de Nilfgaard. Poderia demorar anos, mas não iriam desistir de lutar.

- Ciri ama esses dois, estou vendo que ela será uma daquelas irmãs mais velhas super protetoras. - comentou Jaskier, ali sentado na areia, bebendo de um bom vinho Citrense que sua mãe lhe deu. A condessa estava mais feliz, até resolveu se casar novamente.

- E os dois serão dois pestinhas nos dando uma grande dor de cabeça. - Geralt sorriu, vendo os três brincarem, os gêmeos ainda não corriam muito, fazia somente três meses que aprenderam a andar.

- Serão dois pestinhas arrasadores de corações... - sorriu, bebendo mais um gole de vinho - Enquanto isso... Nós dois estaremos aqui para lhes ajudar a fugir de suas confusões.

- Creio que... não serão tanto como você. Podem dar trabalho. Mas não chegarão aos seus pés.

- Ah não? Em que base você tem tanta certeza disso? - perguntou, enquanto olhava para as crianças e depois para aquele pôr do sol de verão, estava um pouco abafado, mesmo com as brisas que vinham do mar.

- Na base de que você é e será o único a ser um cafajeste a ter aquele passado. - disse, enciumado, pois se lembrou dos vários contos que o bardo havia lhe contado por todos esses anos sobre suas aventuras amorosas.

- É impressão minha ou alguém aqui está com ciúmes? - riu, mas o bruxo fechou o semblante - Geralt... Eu era livre, mas meu coração já tinha sido roubado por um certo misterioso estranho de cabelos brancos. O que me restava então era meu corpo para o mundo aproveitar. Mas saiba que... - Jaskier então se virou para ele - Nem mesmo em minha primeira vez, com uma professora por quem eu tinha uma queda, nem com ela eu senti o que senti na minha "primeira vez" com você. - Geralt arqueou uma sobrancelha e sorriu - É sério! Com ela só foi... Uma coisa carnal. Mas com você... Oooo... Foi como se minha alma enfim tivesse sido completamente preenchida. Me senti completo. Um tanto dolorido no dia seguinte, mas, completo.

O bruxo pôs uma mão no seu rosto, acariciou e se aproximou, dando um pequeno e longo selar de lábios.

- Eu também me senti completo no dia em que lhe fodi. Seu corpo, seu olhar, sua voz, seu cheiro... Tudo se encaixou perfeitamente. E foi então que descobri que havia me fodido de vez. - disse, olhando de modo apaixonado para o bardo, que sorria bobo para ele.

- Você realmente... O dom das palavras não lhe foi dado um pingo sequer. - riu e bebeu mais um gole de vinho - Mas por mais que meus sentidos artísticos reprovem tamanha falta de tato em sua prosa, eu tenho que dizer que sem esse jeito grosso e... - e desceu seu olhar para a boca do maior, que parecia já esperar pelo seu ataque, olhando com desejo para o menor - Está flertando comigo?

- Agora que percebeu?

Jaskier soltou uma risada e balançou a cabeça em negativa.

- Vai ter que pelejar muito para chegar aos meus pés, Geralt. - disse, dando uma piscadela e mordeu os lábios de forma provocadora.

- Hoje estará de folga? - perguntou, já que o bardo esses meses havia voltado também a dar aulas na universidade, mas claro, novamente, sua mãe teve que interferir para que os reitores o aceitassem de volta.

É claro que também estranharam sua aparência, mas a desculpa foi de que ele tinha sido amaldiçoado por alguma feiticeira a quem ele seduziu e por vingança lhe deu essa estampa. E bem, confusões por conta da vida boêmia do bardo não era uma novidade, então nem se importaram tanto.

- Hmm... Ainda tenho uma pilha de papeladas para corrigir juntamente de Oton. Ele me chamou para auxiliá-lo.

- Hm. - grunhiu o bruxo, de modo desanimado.

- Mas isso não impede que possamos nos divertir mais tarde... Isso claro, se você conseguir colocá-los para dormir. E também que não esteja quase morto de cansaço. - e olhou para Ciri e os gêmeos, que pareciam ter energia infinita em sua corrida pelas areias e ondas, jogando conchas ou algas uns nos outros.

- Eu vou conseguir. Nem que eu peça uma poção de adrenalina para Nenneke. - disse, recebendo um breve sorriso do bardo.

- Ah Geralt, bem vindo à vida comum de nós, seres humanos mortais. Ops, ah, não sou mais humano... - sorriu e se aconchegou para mais perto do maior, pousando sua cabeça em seu ombro - Espero que não tenha se arrependido em ter virado uma "dona de casa".

- Não. Nem um pouco. - disse, e beijou a testa do moreno, que suspirou muito contente, se sentia leve, e plenamente feliz.

- Geralt, tenho que te falar uma coisa...

- É sobre Yennefer? - perguntou, e logo o menor se afastou um pouco surpreso, pois era sobre isso que ele iria falar - É, eu sei, ela veio falar comigo.

- E?

- E que por mim tudo bem se você também estiver de acordo.

Jaskier sorriu.

- Vou lhe dar a resposta então. Ela está muito anciosa para ter esse filho nesse ano... E penso que mais do que nunca, eu lhe devo isso. Ela ficará tão feliz... - e abraçou o bruxo de lado - Você é um bom homem Geralt, nunca duvide disso.

- Com você ao meu lado, nunca irei duvidar de nada. - disse, e pôs uma mão em seu queixo, erguendo-o lentamente para poder tomar seus lábios.

Mas antes que isso acontecesse, Jaskier se levantou abruptamente e correu para um local entre as pedras.

- Jaskier?! - chamou-o o bruxo um tanto assustado pela repentina ação do menor.

Quando chegou, viu o mesmo botando pra fora todo vinho que havia tomado.

- Jaskier... - disse, se abaixando para ajudá-lo enquanto o mesmo vomitava com tudo.

- Oh... Geralt... O que foi iss... - e logo seus olhos se arregalaram - Geralt! Oh meus deuses! Geralt eu acho que estou...

Geralt sorriu e limpou sua boca com a manga de sua camisa, o abraçando em seguida.

- Acho que... essa coisa de barriga de aluguel terá que ser deixada para o outro ano. - disse o bruxo olhando-o com alegria imensa.

- Estamos novamente ferrados?

- Sim, estamos. E te amo ainda mais por isso. - respondeu muito contente, pondo uma mão em sua barriga.

- Eu também te amo, Geralt. - disse, sentindo seu coração cheio de alegria e amor.




Fim.

-------------------------------

Gostaram?

Jaskier e Geralt novamente encrencados... Kkk🤭💕
Isso que dá ter tanto amor, como dizem, quando se tem muito, ele transborda e se transforma em frutos (muito fofos por sinal😍❤️).

Espero que tenham gostado desse final, fiquei um tanto pensativa quanto à alguns detalhes (como por exemplo, a Jaskier querer algumas coisitas a mais com seu bruxo. Kk🤭).

Tenho uma pequena surpresinha...

Inté de novo daqui à pouquinho my littles!👋😉
#peaceandlovealways✌️❤️✌️❤️✌️❤️✌️❤️

Continue Reading

You'll Also Like

60.5K 6.8K 60
O mundo é cruel para ômegas. Um pouco para betas, mas um paraíso para alfas... Geralt é contratado para resolver um problema importante na cidade de...
5.4K 558 10
Um evento inesperado fez com que Geralt e Jaskier se abrigassem em Kaer Morhen. Após um mês se assegurando de que tudo estava bem novamente, Geralt...
736K 50.2K 63
Calíope, uma jovem italiana determinada a realizar seu sonho de viver em Nova York, é enviada para um intercâmbio na casa dos Smith, uma das famílias...
21.6K 1.6K 18
vamos brincar um pouquinho??