Nosso Infinito

By Kesia_02

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Jason Wright é o tipo de cara mau humorado e ignorante; que por consequências, começou a odiar a vida e tudo... More

Informações e Avisos
P e r s o n a g e n s
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
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By Kesia_02


  
Já ouviram o ditado "Tudo que é bom dura pouco"? Foi exatamente isso que aconteceu. Estava tudo dentro do planejado em minha noite com a Lilly, até o idiota desse "amigo de infância" aparecer.

Outra coisa típica dos clichês, o que já está cansativo para um cara durão como eu.
    
       — Não acredito que você se jogou na bebedeira. Donald, você não era assim! — Lilly dá um sermão.

      — Só piorou… — Penso alto, e elas me olham sarcasticamente.

  Parabéns, Jason. Ainda não sabe controlar essa língua.

Cala a boca, pare pra pensar antes de falar alguma besteira.

      — Ajudou muito, Jason. 

      — Deixa que eu cuido dele. Vão e aproveitam o restante da festa. — Digo pegando Donald pelo o ombro. — Você vai me pagar por ter estragado meu momento. — Falo baixo pra ele ouvir. Tenho muitas contas pra acertar com esse desgraçado. Meu lado vilão sussurra. 

Levo-o até o banheiro masculino pra tentar amenizar o cheiro do álcool que ele exalava pelos arredores onde ia.

      — Cara, seu segundo nome deveria ser "problema", só isso você me traz. — Digo, com ele ainda apoiado no meu ombro.

      — Então eu sou o motivo de seus problemas, Jason? Assim eu me emociono... 

     — Desde que você nasceu, pra depois chegar na Lilly e-

    — E falar que você está se matando?

    — Não, não é dessa maneira que...

    — Pare de se enganar, Jason. Até agora você não quis fazer a hemodiálise, e você sabe que precisa disso. E com urgência, o tempo está passando...

    —  O meu tempo já acabou. 

    — Você ainda pode tentar, as tentativas são a base do sucesso. — Ele articula colocando suas mãos em meu ombro. — Agora, não se trata apenas de você.

    — Você bêbado é um grande poeta. — Digo o puxando pra fora,  já de saco cheio. — Agora é hora da criança ir mimir. — Termino direcionando-o para fora do espaço e rapidamente levá-lo ao carro pra sossegar o facho até terminar a festança.

   Ok, vamos colocar em prática o meu objetivo aqui sem o pateta interromper.

  Volto em um pulo para a pista de dança procurar Lilly Bennett e vou orando para que ela não estivesse bêbada também.

  Mas não foi tão difícil encontrá-la, já que ela era dona de meus olhos e de minha total atenção.

   Jason, você não era assim, seus olhos custam caro no mercado negro. Mas, quem era Jason Wright depois de Lilly Bennett?

  Não podia definir quem, mas era alguém bem melhor.

      — Onde estava? Demorou tanto...
  
      — Levando o pato Donald de volta pra Disney. — Digo sem disfarçar o sarcasmo, era inevitável.

    Poxa Jason, muda nunca?

       — Você não vale uma pipoca Jason.   — Diz ela rindo.

      — Mas posso te mostrar outras coisas que possam valer. — Pego sua mão e voltamos pra pista de dança, ainda tocava música lenta, era impossível não focar naquele momento, principalmente não deixar ela te levar...

      Tocava Dream a Little Dream of Me, uma bela junção com as vozes de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, que transformava aquele ar trazendo um misto de emoções, estação melífluo.

  "Estrelas brilhando acima de você
Brisas da noite parecem sussurrar eu te amo
Pássaros cantando na figueira
Sonhe um pouquinho comigo

Diga boa noite e me beije
Apenas me abrace forte e me diga que você sente a minha falta
Enquanto estou tão sozinho e triste quanto pode ser
Sonhe um pouquinho comigo

Estrelas desaparecem, mas eu permaneço, querida
(Oh, como você demora)
Ainda desejando seu beijo
(Como você implora meu beijo)
Agora estou ansioso para permanecer até o amanhecer, querida".

  
     — Sonhe comigo. — Ela diz sussurrando com seu rosto colado no meu.

    — Não precisamos sonhar, se podemos fazer acontecer agora. — Falo com minha mão segurando sua nuca, e a outra deslizando na sua cintura.

Brinco com seus lábios, pra provocá-la. Então ela me puxa até sua boca, numa intenção mistura de universos, que após o vôo, ela sorri, onde vejo e posso alcançar as constelações, e eu sou apenas uma cometa passando a admirá-la.

     Era o momento perfeito para selar o grand finale beijão de novela, das mexicanas que Lily tanto adorava. Mas...

  Ela nesse exato momento estava alimentando o dragão dentro de si, em questão de segundos ela já estava com a boca cheia de comida e segurava alguns salgados. Como pode ser tão rápida assim? 

    — Você não seguiu o roteiro, não perde tempo não né, Hobbit.

    — Estava romântico demais pra ser você, bandidão. — Ela fala de boca cheia, e rimos em sincronia.

    — Podíamos aproveitar o resto da noite em outro lugar, não acha? — Digo perto do seu ouvido, o que fez ela se engasgar escandalosamente na festa.

    Pronto, já vai ficar sem namorada por efeito de duplo sentido, poxa Jason.

     Tudo para e se volta na gente, como o centro de lá, ela nota que todos perceberam e fica vermelha como um tomate, mesmo assim segura sua risada. O auge do desespero é rir da própria desgraça.

        — Vamos fugir daqui! — A meia porção diz retirando seus saltos, pega na minha mão e puxa, e saímos correndo de lá soltando gargalhadas no ar.

  Dane-se a sociedade, eu só quero amar.

  Parecíamos duas crianças saindo desembestadas em busca de doce, em total descontrole. Porquê conter meu coração explodindo de adrenalina? Era o que me fazia sentir vivo, de verdade.

   Mas como nada dura...

Minha pressão caiu, meu peito apertou, o coração estava sangrando e o meu estômago se contraía como se fosse uma dor de parto... Talvez esteja exagerando, mas era uma dor TERRÍVEL!

     — Onde está Donald? — Pergunta Lily sem ver o paradeiro do desgraçado, que do nada sumiu.

     — ONDE ESTÁ MEU CARRO? — Entro em desespero no meio da rua, sem sinal algum do meu filho, ele estava aqui com... — Procuro as chaves no meu bolso, mas nada deles. — AQUELE PATO DEPENADO.

     — Meu Deus! Ele estava bêbado, e se aconteceu alguma coisa?

    —  SERÁ QUE ELE AMASSOU MEU CARRO? ALGUM ACIDENTE?

    — COM ELE? AI MEU DEUS.

    — NÃO, COM O CARRO!

    — NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO NO CARRO JASON. — Ela coloca as mãos na cintura, idêntica à uma xícara.

    — Vamos ter calma, bule de chá. — Falo sentando na calçada antes de minha pressão cair novamente.

    — Então lá vamos nós, ladeira abaixo. — Ela pega novamente na minha mão e tenta me levantar, pareço uma criança birrenta na persistência.

   Então eu a puxo, e ela cai em meus braços, analiso seu rosto, nas pequenas manchinhas que exaltava seus olhos, que sorriem junto ao seu riso. Coloco algumas de suas mexas por trás da orelha.

  — Já lhe disse o quão você é linda? O que te falta em tamanho é o que você tem de beleza. — Ela solta uma risada e volta seus olhos em mim. —  Era impossível não me encantar por você, Lily Bennett.

     — Eu amo você. — Ela me aperta abraçando forte, seu calor despertava o melhor de mim. 

  Uma sensação tão boa que me fazia esquecer das coisas ruins da vida, vulgo a perda do meu carro com aquele frango do Donald.

   Esquece isso, foca no momento.

Nos levantamos e saímos correndo de mãos dadas, sem rumo na calada da noite.

•••

Por fim pedi um táxi, o céu fechou e começou a chover. Lilly era açúcar que não podia pegar chuva, era essa sua desculpa pra não tomar banho. 

Ela olhava o tempo cair pela a janela, então começa a desenhar no vidro do carro; percebo sua pele arrepiada pelo ar frio que circulava, subitamente tiro meu terno e tento aquecê-la. Estávamos molhados, pelos minutos que ficamos esperando o transporte, e em silêncio. Mas ela continuava incrivelmente linda. Eu podia ficar a noite toda admirando-a e falando o quão belo é tê-la na minha vida, mas do nada senti medo. Medo de perdê-la.

Eu não podia perder.
Lilly não.
Nunca.

Eu tinha colocado minha vida no lixo, fazer ou não hemodiálise não ia fazer diferença alguma pra mim. Já estava incrédulo, desacreditado em mim.

A insuficiência renal me fazia sentir insuficiente pra mim mesmo.

Isso antes de conhecê-la.

Nunca temi tanto a morte como agora, porque não tê-la seria como morrer.

•••

A levei para um lugar especial, onde era apenas visitado por mim ou quem eu quisesse levar.

E ela seria a primeira pessoa a frequentar.

Meu pai tinha várias propriedades, ele era compulsivo em investir em novas empresas e novas formas de negócio. Uma dessas propriedades estava afastada da cidade, o terreno era alto, já que San Lorenzo ficava entre montes, e no mesmo lá estava o chalé. Sr.Wright não viu nada de proveitoso, já que não gerava lucro, então foi passado pro meu nome, e eu amava me refugiar pra lá.

Onde era meu esconderijo.

 Acima do monte dava pra ter a visão de toda a cidade, e tudo ficava mais lindo durante a noite. A luminosidade das casas pareciam estrelas, e pensando assim, eu estava tão perto daqueles pontinhos cheios de luzes, porém a graça disso tudo não eram elas, mas sim o sol que estava do meu lado.

   Quando chegamos ao nosso destino, caminhamos a longa estrada com blocos de pedra até chegarmos na entrada, ainda caiam pingos de chuva acompanhado de trovões. Giro as velhas chaves quase enferrujadas e adentro o chalé com Lilly, e rapidamente ligo o aquecedor e deixo uma temperatura estável.

— Que lugar lindo... — ela diz lentamente observando tudo ao seu redor. As luzes da casa eram quentes, e isso dava um charme especial pro lugar rústico.

 — Fico feliz que tenha gostado, eu mesmo que decorei tudo. — Digo em outro cômodo da casa, enquanto procuro algumas toalhas para nos secarmos.

   — Tem um ótimo gosto. — Ela se jogou no sofá cheia de convicção, e tinha toda razão.

   — Tanto que és minha — eu sabia exatamente quais palavras usar pra deixar Lilly totalmente sem jeito.

  Entrego-lhe uma toalha de rosto junto com um roupão branco, percebo suas bochechas vermelhas novamente, me perguntei se elas estavam quentes mas me contive e não me aproximei. Deduzi que pudesse estar com fome, claro que estava. Então imediatamente fui providenciar o alimento do meu dragão. Não tinha muita comida na casa, além de uma adega que era umas das minhas partes favoritas. Por fim, levo pão com queijo e uma garrafa de vinho. — Venha, vamos lá pra cima.

   Subimos a escada de madeira que rangia, logo em frente tinha o meu ateliê, e seguindo o corredor do mesmo andar tinha os quartos, e entramos no último. Havia uma varanda no quarto que estava envolvida pelas cortinas as quais o vento agitava freneticamente, e perto delas tinha uma pequena mesa onde íamos nos servir. Abro a rolha e enchi as taças, colocando uma quantidade menor pra Lilly.

       — Ei, isso não é justo. — exclama fazendo bico.

       —  Você está ao ponto de virar uma alcoólatra Lilly Bennett. — Digo olhando sua cara feia, escondendo um sorriso de lado. — Eu queria brindar.

      — Como quiser vossa excelência. — Ela se levanta junto a mim, na minha frente em volta da mesa

      — Um brinde a todas estrelas aqui presente, a essa corrente fria que nos enlaça e no calor que te encontro. Quero brindar as estações, nunca foi tão prazeroso atravessá-las com minha pequena mulher. Vamos celebrar o mais belo da vida, o simples que moldura o amor. Transformando numa obra inesquecível e talvez questionável, de tão inacreditável.

     — Um brinde de um antipático ao poeta! — Diz meia porção se esticando pra brindar, rimos e me aproximo dela rapidamente no impulso.

 Finalmente retorno a ela, tocando suas bochechas levemente, estavam quentes como pensei. Miro meus olhos nos seus e fico totalmente fora de órbita. Abracei indo de lá pra cá, como se dançávamos nas nuvens, com passos suaves e parecia que alguma música nos acompanha, talvez fosse o inaudível de dentro de nós. De seus doces lábios espalho beijos e mordidas pelo o seu pescoço e tudo vai ficando mais intenso.

 Ela sentia o mesmo, e nossos corpos suplicavam por um alívio, e assim foi concedido. Fomos um do outro, e nos pertencemos.

Só existia nós.

A margarida apareceu!!

Especial dia dos namorados, gostaram?
Acordei super inspirada e sem namorado KKKKKKKK.

Logo no início do capítulo deixei uma música que me ajudou a escrever, indico ouvir enquanto ler para melhor experiência!

Não desista desse livro
Até logo, amo vocês ♥️

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