A MORTE TEM COR

By amesparzas

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A MORTE TEM COR - Narra um assassinato de uma agente federal do governo americano - Nas Kamal, onde todas as... More

APRESENTAÇÃO
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capitulo 8
Capítulo 9
Capitulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capitulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48

Capítulo 26

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By amesparzas

     Anteriormente em A Morte Tem Cor.

     Jane e Kurt estavam voltando para casa quando um carro apareceu rapidamente acertando o veículo em que o casal estava. Imediatamente Jane foi levada ao hospital mais próximo para ser examinada, Kurt já tinha entrado em contato com Patterson para informar o ocorrido, queria saber se o tal jogo tinha notificado algo, mas não, não tinha nada a ver com o jogo dessa vez.

Tasha e Reade por morarem mais próximos foram os primeiros a chegarem no hospital, Kurt andava de um lado para o outro sem saber como ela estava. Jane tinha sido levada para ala cirúrgica e até agora o médico não tinha voltado.

- Ei, como ela está? — Perguntou Reade assim que chegou ao hospital.

- Ainda não sei, ninguém me fala nada. Estávamos tão felizes mais cedo. — Disse ele se lamentando.

- Ei Kurt, a Jane está nas mãos de uma das melhores equipes médicas. Vai dar tudo certo! — Tasha tentou ser positiva.

- E se acontecer algo com os bebês? Com a Jane? — Perguntou ele.

- Estamos todos aqui por vocês, só vamos torcer pelo melhor. — Tasha reforçou.

     Os três se sentaram próximos enquanto esperavam por notícias, e torciam para que Jane e os gêmeos estivessem bem. Logo Patterson chegou ao hospital, estava aflita pelo casal, alguns dias atrás eles estavam comemorando a notícia dos bebês, e agora vê a amiga naquele estado era difícil de mais para aceitarem.

- Patterson tem certeza de que o jogo não notificou nada? — Kurt quis saber. — Não me parecia um acidente.

- Não, eu e Rich estávamos no laboratório e nada de diferente aconteceu. — Ela respondeu.

- Por que você está perguntando isso? — Quis saber Tasha. — Não acha que foi um acidente?

- Não acho! — Respondeu ele gesticulando. — O veículo veio certeiro na Jane, ele nem tentou desviar do nosso carro e fugiu sem prestar socorro. Foi horrível ver a Jane inconsciente e eu não fazer nada para ajudá-la, eu não pude salvar a minha esposa e os meus filhos. — Disse ele visivelmente abalado.

- Sinto muito. — Respondeu Patterson.





- Como está lá no escritório? Rich tem novidades? — Reade perguntou apenas para que Patterson ouvisse.

- Até agora não, ele está tentando achar o veículo ou algo que possa revelar quem orquestrou tudo isso. — Explicou a loira.

- Roman? Acha que ele atingiria a própria irmã? — Ele questionou.

- O Roman normalmente avisa através daquele jogo idiota dele. Não sei realmente o que pensar, tenho medo de termos outros inimigos. — Disse ela conversando baixo com o amigo.

- Isso é muito estranho. — Confessou ele.



     Não muito longe Lorna estava na garagem na corregedoria, tinha ficado até mais tarde no escritório vendo relatórios e revendo as pistas do seu caso. Já era tarde quando ela decidiu ir para casa, enquanto ela se dirigia para o seu carro um de seus telefones tocou:

• Prince? — Atendeu ela vendo que o número não estava na sua agenda.

• Está feito! Sem rastros, não tem como localizar nada. — Falou a mulher do outro lado da linha.

• É sempre bom contar com a sua descrição e os seus serviços, eu posso precisar futuramente. — Lorna agradeceu desligando o telefone.

Entrou no seu carro para enfim ir a sua casa, o dia de hoje parecia ter sido escrito por roteirista de filmes de terror e suspense, tudo o que ela mais queria era chegar no hotel tomar um banho frio e relaxar a cabeça com uma boa dose de vodka.

Mas o seu dia estava bem longe de acabar, a morena já tinha saído do edifício garagem e circulava pelas ruas agitadas de NY, mesmo sendo próximo das 22:00, aquela cidade nunca dormia. Ela cantarolava uma música que tocava na rádio quando recebeu uma ligação de Tasha.

- Lorna, onde você está? — Ela parecia aflita na ligação.

- Estou indo para casa, Tasha aconteceu alguma coisa?

- Jane. Vem pra cá, por favor. — Tasha muito preocupada atualizou Lorna sobre as últimas informações, fazendo a morena usar o próximo retorno e ir direto para o hospital.

As duas nunca foram próximas enquanto Lorna esteve no FBI, mas sempre que ela precisou Jane esteve lá, ela se via no dever também de estar lá por Kurt e pelo time. Em poucos minutos Lorna cruzou o hall do hospital, se juntando ao restante do time.

- Kurt eu sinto muito pelo que aconteceu. — Disse ela lhe abraçando. — É uma perca irreparável, estamos todos aqui por você e pela Jane. — Kurt apenas assentiu com a cabeça.

- Obrigada por vir Lorna! — Disse Patterson.

- Temos alguma pista? O jogo notificou algo? — Quis saber a agente.

- Nada, o Rich está buscando as informações do veículo. — Explicou Patterson.

- Se precisarem de ajuda ou de algum acesso da NSA pode me avisar, estou aqui para ajudar. — Avisou ela.



- Ei Tasha, a Jane já acordou? — Perguntou Reade se juntando a ela, Patterson e Lorna.

- Ainda não, o médico precisou fazer um procedimento cirúrgico para retirá-los, infelizmente eles não sobreviveram. Nem sei como a Jane vai reagir a notícia dos bebês, ela estava tão feliz. — Explicou Tasha. — O Kurt entrou, vai ficar até ela acordar para dar a notícia. Eu e Reade vamos ficar por aqui para ajudá-los. — Finalizou a morena.

- Será uma noite longa por aqui! Eu vou pra casa, me liguem se precisarem. — Disse Patterson.

- Diga a Jane que eu desejo uma boa recuperação para ela. E sobre os bebês, eu nem sei o que dizer. — Lorna fez uma pausa. — É o pior momento para alguém que sonha em ser mãe. Ela é forte e tem o Kurt ao lado dela, vão passar por isso juntos. — Nesse momento Reade e Lorna se olharam, um olhar de culpa e ressentimento por parte de Reade. — Se cuidem, e me liguem se precisarem.

- Vocês duas também, se cuidem. — Disse Reade.

- Patterson você está dirigindo? — Perguntou Lorna enquanto as duas saiam do hospital.

- Não, eu vim de táxi. — Respondeu a loira.

- Posso te deixar em casa se quiser. É caminho pra mim. —. Disse ela.

Patterson concordou com a carona, e logo Lorna a deixou em casa, podendo enfim seguir para o hotel.

Ela estava exausta, sinceramente ela estava esgotada com tudo o que tinha acontecido. Soltou tudo na entrada do quarto e se permitiu chorar num banho longo. Um choro agonizante, de quem já não aguentava mais as peças que o destino estava pregando.

Ao sair do banho precisava fazer uma ligação importante, mesmo sendo 02:00 da manhã, a pessoa do outro lado da linha costumava estar acordado a esse horário. Após o terceiro toque ele atendeu do outro lado.

• Keaton? Obrigada pela ajuda. Está feito! — Disse ela.

• Elas estão bem no novo lugar seguro?

• Sim, totalmente sem rastros. Não tem como achá-las. — Respondeu ela.

• Fiquei sabendo que a noite foi um tanto agitada para sua antiga equipe. — Disse ele sugestivo.

• É, velhos hábitos nunca morrem, e ela está de volta. — Respondeu Lorna se jogando na cama. — É tudo um grande jogo de tabuleiro meu querido amigo, as vezes você precisa sacrificar o peão para que a rainha continue a jogar.

Eu poderia jurar que ouvi a Nas falando isso, você aprende rápido Lorna. Essa você venceu, eu quero só ver as próximas. — Disse Keaton.

Novas rodadas, novos jogadores. Por hoje eu aceito minha cama como grande prêmio. Boa noite, Jakie.

Boa noite Lori. — Ele respondeu encerrando a ligação em seguida.



     Lorna acordou um pouco mais relaxada, verificou as mensagens no celular, trocou algumas palavras com Tasha para saber como Jane estava, logo em seguida a morena se preparou para o trabalho, os investigadores de Washington prometeram novas pistas sobre o caso Nas, com isso ela concluiu que o seu dia seria bem agitado no escritório.

Ao entrar no carro ela observou um aparelho telefônico que não era dela, jogado no banco do passageiro. Decidiu passar no SIOC para devolver para Patterson, com certeza ela tinha deixado cair na noite anterior, ela já sabia o caminho e onde encontraria a loira.

- Olha quem resolveu aparecer! — Falou Rich ao ver a ex colega de trabalho.

- Sou eu, sentiu minha falta não foi? — Perguntou ela sendo simpática. — Patterson você esqueceu o seu celular no carro ontem à noite.

- Eu já iria ligar para perguntar, pensei que eu tivesse deixado no hospital. — Respondeu ela.

- Algum avanço sobre o motorista? — Lorna quis saber.

- Nada, um completo fantasma. — Respondeu a loira.

- Vamos encontrá-lo.

Lorna se despediu dos dois, cumprimentou alguns ex colegas de trabalho que encontrou pelo corredor e seguiu para o elevador quando encontrou Reade.

- Lori? Você por aqui? — Perguntou ele surpreso.

- É impossível eu passar despercebida nesse escritório, não é? — Perguntou ela com um pouco de humor. — A Patterson esqueceu o celular no carro ontem, vim devolver.

- Lorna sobre o que você falou ontem no hospital, sobre os bebês. Eu sinto muito que você tenha passado por isso sozinha, eu não... — Ele falava com pesar, mas Lorna o interrompeu.

- Reade não! Eu só vim mesmo devolver o celular da Patterson. Esquece isso.  — Falou ela entrando no elevador não dando chances para que ele rebatesse.



Tasha tinha acabado de chegar no sioc, e foi direto para o laboratório ajudar Patterson, a loira tinha algumas novas informações e precisava da ajuda dela.

- Foi a Lorna que saiu daqui? Passou feito um foguete pelo estacionamento. — Perguntou Tasha entrando no laboratório.

- Eu acho que fiz uma coisa não muito boa Tash. — Confessou Patterson.

- O que você fez? — Tasha perguntou preocupada.

- Eu acredito que não foi o Roman o responsável pelo acidente da Jane. Então eu deixei propositalmente o meu celular no carro da Lorna. — Tasha olhava para Patterson com uma cara de interrogação. — Ela veria o meu celular e iria conectar a algum aparelho dela, com certeza a curiosidade seria aguçada, e com isso eu teria acesso a tudo da Lorna.

- Por que você fez isso? É uma total invasão de privacidade! Espera, você tá achando que foi ela quem provocou o acidente? A Lori? — Perguntou Tasha sem entender o motivo das desconfianças de Patterson.

- Nós duas não confiamos nela, você mesma me disse isso.

- Patterson eu te falei que não confiava totalmente, mas isso não te dar o direito de fazer isso. A Lorna seria incapaz de machucar alguém aqui, principalmente num nível tão baixo, você está fazendo a coisa toda de forma ilegal.

- Eu quero saber quem é ela! — Explicou a loira.

- Mas não é desse jeito. Você conseguiu algo? — Tasha quis saber.

- Não! O celular ficou o tempo todo no carro.

- Viu! Ela não é culpada. Ela é tão vítima quanto nós. — Falou Tasha. — Estamos todos sob a mesma mira.

- Ou não viu o celular. — Rebateu Patterson.

- Vamos começar a analisar o que chegou, Reade quer informações sobre o caso Nas até o fim do dia. — Tasha interrompeu a sua amiga. Não queria dar chances para essa desconfiança.



     Lorna tinha acabado de chegar na corregedoria, o laboratório estava um entra e sai de técnicos, do pessoal da forense e o técnico da Equipe de Buscas Táticas – EBT. Ela não entendeu o porquê daquilo tudo, mas logo avistou Weitz que estava ao telefone.

- Que bom que chegou! — Disse ele ao vê-la. — Tentei te ligar várias vezes. Acho que conseguimos Lorna.

- Conseguimos o que Weitz? — Ela perguntou sem entender sendo praticamente levada para o laboratório.

- Vem aqui, o Phill do laboratório vai te colocar a pá de tudo, eu preciso me reunir com o pessoal de Washington, quero você lá até o final da reunião. — Disse ele rapidamente.

Lorna nem passou na sua sala, foi direto para a mesa do chefe do laboratório.

- Agente Phill? — Ela o chamou. — O que houve?

- Que bom que chegou agente Prince, tivemos um grande avanço essa madrugada.

- Isso explica essa correria aqui. — Pontuou ela. — O que aconteceu?

- Conseguimos acesso a uma câmera de segurança, ela estava bem na entrada do prédio onde a Srta. Kamal morava.

- E por que não tivemos acesso a isso antes? — Questionou ela intrigada. — Termina Phill! — Pediu ela.

- Sim, sim... Como eu ia dizendo — Ele falou bem atrapalhado. — Ela supostamente foi desativada após o ocorrido, então não sabíamos da sua existência. Agora estamos trabalhando nas imagens de segurança, já temos a imagem de uma van, ela estaciona no prédio e esses dois homens saem com esse volume que não identificamos ainda o que seja. Conseguimos a placa, o veículo passou todo esse tempo fora do radar. — Explicou ele.

- Já achamos essa van Phill? — Perguntou ela.

- Todos os meus técnicos estão nisso, a forense voltou ao apartamento para ver se deixamos passar algo, tudo está sendo revisto. — Explicou ele. — Você está bem? — Ele percebeu como ela parecia fora de si enquanto recebia cada informação.

- Estou, me avise quando souber de algo!



Ela saiu do laboratório sem acreditar, na realidade ela nem sabia como conseguiu chegar até a sua sala, após trancar a porta ela se permitiu chorar, todo aquele choro de desespero que estava sufocando-a. Se existia alguma esperança de que a Nas estivesse viva, naquele momento estava indo embora.

Lorna estava destruída, toda aquela mulher forte que todos eram acostumados a ver tinha se transformado em poucos instantes numa pessoa frágil e sem esperanças. Ela estava em pedaços e algo lhe dizia que o fim não seria bom, mas ainda assim ela queria insistir no pouco de esperança que restava.

Ao ouvir as batidas na porta ela logo se recompôs, era Weitz, ela já tinha até esquecido dele e da maldita reunião.

- Ei vamos? — Disse ele abrindo a porta.

- Claro! Me desculpe. — Disse ela se recompondo.

- Você tem certeza de que está bem? Eu consigo lhe dá com os lobistas se quiser ficar. — Ele segurou seu braço delicadamente, mostrando total preocupação.

- Eu estou bem, é só uma reunião. — Ela mentiu.

Lorna e Weitz seguiram até a sala de reuniões, lá responderam a várias perguntas sobre o andamento das investigações, sobre os suspeitos e como o escritório estava tentando solucionar. Lorna foi totalmente coerente na conversa, em nenhum momento se mostrou preocupada, por mais que tivesse, ela tentou afastar seus pensamentos.

A reunião de mais de quarentena minutos, terminou com promessas de uma rápida resolução do caso. Logo os membros de Washington foram embora deixando apenas os dois naquela sala.

- Lorna pode não parecer, mas eu realmente estou preocupado com você. — Disse Weitz.

- Não precisa se preocupar, eu já disse que estava bem.

- Eu sei que é difícil e vocês eram bem próximas. Vamos tentar imaginar que não seja nada com o caso. — Ele tentou animá-la.

- Weitz já fez um ano, ninguém some assim sem deixar rastros. O que? — Ela perguntou vendo a cara de preocupação dele. — Nunca lhe passou pela cabeça que ela pode estar morta? Porque a cada dia que eu acordo essa minha esperança de vê-la novamente diminui bastante. — Respondeu ela demonstrando toda a sua raiva.

- Vocês duas eram bem mais que amigas de trabalho, não é? — Weitz já sabia a resposta.

Lorna abriu a boca para responder a essa pergunta, talvez dizer que não era da conta dele, ou que isso não ajudaria o caso. Ao invés disso ela ficou paralisada, sua boca estava aberta, mas nada saia. Foram interrompidos com uma notificação de mensagem no celular.

- É o Phill, ele tem algo. — Disse ela saindo da sala o mais rápido possível, sendo acompanhada por Weitz.



   Momentos mais cedo.

     No laboratório do FBI Tasha e Patterson examinavam todas as informações que foram recebidas.

- Patterson como foi mesmo que você conseguiu essas informações? — Quis saber Reade.

- Já disse, um colega de Washington, ele sabia que estávamos investigando o caso. — Explicou ela.

- E por acaso esse seu colega sabe que o caso está em sigilo apenas com a corregedoria? — Perguntou Tasha.

- Talvez eu não tenha mencionado. — Disse ela. — Ele é amigo da Prince, foi ela que me deu o contato dele para um caso.

- Se o Weitz descobrir pode ter conflitos com a equipe e isso é tudo o que não queremos. — Falou Reade irritado. — Pensei que você tinha descoberto sozinha.

- Nem se eu tivesse bola de cristal Reade. — Falou a loira revirando os olhos, fazendo Reade deixar as duas sozinhas novamente.

- O que temos? — Perguntou Tasha.

- Uma van, a placa foi adulterada, eles pegam a Nas e a levam. Nesse percurso o carro desaparece. — Explicou ela. — E ontem à noite essa mesma van foi vista próximo ao píer do East por alguns minutos e ela novamente desaparece.

- Vamos fingir que o Reade não nos avisou que o caso é apenas da corregedoria. — Tasha respirou fundo. — Eu vou cometer novamente um delito. — Disse ela sem pensar.

- Do que você está falando? — Questionou Patterson.

- Não foi nada. Eu vou atrás a Van, com sorte eu descubro quem estava dirigindo, me mantenha informada. — Pediu a morena saindo do escritório.

No caminho para o estacionamento Tasha decide atualizar a sua parceira sobre os últimos acontecimentos, sem ter ideia de como ela estava nesse momento.

Ei Prince tenho novidades. — Disse Tasha por mensagem.

O que aconteceu? Preciso ficar preocupada? — Perguntou Lorna.

Encontramos um veículo ligado ao caso da Nas, estou indo atrás de informações, se você puder vir.

Tasha, por favor fiquem longe disso! — Pediu Lorna. — Weitz está aqui com o pessoal de Washington, isso não está cheirando nada bem. O pessoal do laboratório decidiu trabalhar hoje e também teve essas informações. Assim que souber de algo novo eu te aviso! — Ela finalizou.

Toma cuidado Lorna! — Pediu a morena.

As duas trocaram essas mensagens enquanto Lorna esperava a reunião finalizar. Mesmo nervosa ela não queria que a sua parceira se metesse em encrencas, o dia já estava complicado demais e ela não poderia resolver mais nada além do que já estava acontecendo.



     Após a reunião terminar ela e Weitz conversavam de forma jamais vista, eles nunca foram tão amigáveis assim desde quando se conheceram, os dois são interrompidos por um aviso de mensagem solicitando que fossem para o laboratório. Imediatamente a morena cruzou o corredor que dava acesso não laboratório.

- O que temos Phill? — Ela perguntou assim que entrou.

Ao ver o monitor com novas informações e a reconstrução da cena feita pela perícia, Lorna sentiu sua garganta fechar, uma vontade de gritar em desespero, seus olhos já estavam cheios de lágrimas, ela não sentia mais o chão abaixo dela. Ela fez o possível para se controlar e não desmoronar na frente deles, mas era difícil não deixar as emoções falarem. Ao observar o estado dela o chefe do laboratório ele tenta ajudá-la.

- Desculpe-me, pode continuar. — Diz ela tentando parecer mais calma.

- Lorna pode ficar fora dessa se quiser. — Weitz sugeriu de forma amigável.

- Eu estou bem. — Respondeu ela.

- Tem certeza? É melhor que você se acalme. — Disse Phill preocupado.

- Não Phill, eu estou bem! — Respondeu ela. — Sobre a van, continue.

- A van foi vista novamente ontem à tarde com dois homens, o veículo parou no píer do Rio East, na altura de Long Island. Ela não ficou cinco minutos e sumiu novamente. — Informou ele.

- Me diga que conseguiu rastrear a van dessa vez? — Pediu Lorna.

- Sim, conseguimos! — Disse ele, que logo aumentou as esperanças de Lorna, a sensação foi passageira. — A van foi encontrada carbonizada, três quarteirões depois do píer.

- Eu quero a equipe de busca marítima revirando o Rio East, equipe de mergulho, forense, guarda costeira, quero todos mobilizados, só vamos parar quando acharmos o que eles jogaram lá. — Disse ela dando as novas ordens.

- Acha que foi a agente Kamal? — Perguntou Phill.

- Só repasse as minhas informações Phill. — Disse ela nervosa. — Avise ao EBT (Equipe de Buscas Táticas) que eu vou acompanhar tudo no local.

- Eu vou também! — Disse Weitz lhe alcançando no corredor.

- Não precisa, eu sei me virar! — Ela falou em tom ríspido.

- Prince temos interesses destintos. Você não confia em mim, tudo bem! Porém precisamos estar juntos no caso se quisermos finalizá-lo. — Disse Weitz, fazendo Lorna o encarar por alguns segundos.

- Pode ir, mais o comando do caso é meu, e eu não quero você me ensinando a trabalhar lá entendeu? O caso da Nas não serpa degrau para você subir na política. — Ela falou arqueando uma das sobrancelhas.

- Como quiser agente Prince. — Respondeu ele.

Os dois seguiram no mesmo carro com Lorna evitando qualquer tipo de interação com Weitz, ela apenas olhava pela janela o clima frio e nublado da cidade trazia os céus cinza, e uma sensação péssima percorria Lorna, em uma hora chegaram ao píer em Long Island.

- Esse local está cheio de pescadores, eles não observaram nada? — Ela questionou.

- Se viram não vão querer ajudar. — Disse Weitz. — Vamos, o capitão da equipe de buscas está ali, vamos falar com ele.



Os dois se aproximaram e Lorna não parava de observar cada detalhe do local, cada pessoa que estava após a fita de isolamento, muitos curiosos já começavam a se aglomerar nas ruas geladas.

- Capitão Frankie? Sou o procurador Mattew Weitz, essa é a agente federal Lorna Prince. — Ele tratou de apresentá-los.

- É um prazer conhecê-lo! — Disse ela.

- Prazer é todo meu agente Prince.

- Capitão como estão as buscas? — Questionou ela.

- Agora mesmo um barco está cobrindo alguns pontos importantes. Se algo for encontrado, os nossos mergulhadores entraram em ação. — Explicou ele.

- Em quanto tempo vamos conseguir alguma resposta? — Perguntou Weitz.

- Eu duas ou três horas. Nós montamos uma tenda onde os nossos técnicos estão trabalhando, vocês podem esperar lá. — Falou o chefe do EBT os guiando até o local.

    

A tenda se tornou um local bem mais restrito, o frio e a ventania eram os maiores inimigos, foram avisados que se realmente houvesse a chuva que estava programada eles precisariam encerrar qualquer busca. Não tinham condições para mergulhar com aquele clima, sem falar do frio intenso, mesmo de calça, botas e sobretudo Lorna estava tremendo, ela não sabia se aquilo tudo era realmente pelo clima ou se pôr está tão nervosa.

Ela estava sentada ao lado de Weitz, os dois estavam atentos a cada informação nova ou movimento dos técnicos.

- Preciso de um café. — Disse Lorna quebrando aquele silêncio.

- Eu pego para você. — Weitz se ofereceu, se levantando logo em seguida. — Por que vocês mulheres acreditam que trabalhar com esses saltos enormes é divertido? — Perguntou ele olhando para as botas da agente Prince.

- Eu acho confortável! — Respondeu ela pegando o café. — Obrigada!

- O café está bom? — Perguntou Weitz e Lorna apenas acenou com a cabeça. Eles permaneceram em silêncio enquanto a equipe trabalhava.



Lorna sentiu o celular vibrar no bolso da calça, decidiu se afastar um pouco para responder à mensagem de Tasha.

Conseguiu algo? — Pergunta Tasha.

Estou com a equipe de buscas. Te mandei as coordenadas do local, se vierem não se aproximem do píer por favor. — Pediu Lorna.

Tudo bem, pode deixar. Só toma cuidado, eu não estou com uma sensação boa.

Eu também não. — Respondeu Lorna guardando o celular.



- Ei Lorna vem aqui, rápido! — Disse Weitz fazendo com que ela largasse o copo de café em algum lugar, e corresse até o encontro deles.

- O que houve? — Perguntou ela se aproximando dos técnicos, antes que ele pudesse responder, um dos agentes de resgate que estava no barco atualizou as informações.

- Comandante Frankie. — Falou ele pelo rádio. — Achamos algo próximo aos arrecifes, pedimos permissão para ultrapassar a barreira estabelecida.

- Um corpo? — Perguntou Lorna visivelmente abalada.

- Talvez. — Respondeu o comandante Frankie olhando para Lorna. — Equipe de buscas? Tem minha autorização para irem até o local.

- Meu Deus! — Lorna fechou os olhos balançando a cabeça várias vezes.

- Ei, vem aqui! — Weitz puxou para ela para si lhe abraçando. Nunca tinha visto ela tão vulnerável daquela forma. — Não vamos tirar conclusões precipitadas, me entendeu? — Weitz sussurrou próximo ao ouvido dela.

Nem a própria agente sabia o que estava acontecendo com ela. Em um dia ela era uma super-heroína, no outro dia ela estava totalmente vulnerável, chegando ao ponto de ser consolada com Weitz.

Mas Lorna realmente era tão vulnerável assim, ou tudo aquilo não passava de um teatro para que a sua missão de vingança fosse concluída?

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