Algo Perverso Está por Vir

By MariEleuterio

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O reino de LUNDYS é governado por dez famílias reais. Na aurora dos tempos, seres celestes - mimados e egoíst... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo III

Capítulo II

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By MariEleuterio


Lorde Storm? Isso explicava as vestes, e pensando bem, sua pele bronzeada. A família Storm fazia parte das antigas famílias reais, descendentes de mestiços celestes, mas após um evento que quase levara a família a desgraça, saíram da linha de sucessão para o trono. Diziam as histórias que eram ainda mais reclusos do que os Ambrose e este, cruzara todo o reino a fim de zombar às custas de Seren junto de Marcel.

- Você perdeu, por acaso, qualquer senso de juízo? - Gritou, furiosa, para Marcel, que ainda ria da situação. Andrei não havia levantado de sua reverência, era protocolo que somente o fizesse após a resposta da princesa. Oras, para isso, ele seguia protocolos de etiqueta. Ela lhe lançou um olhar demorado, furioso. Sequer conhecia o sujeito e ele tivera a audácia de a derrubar no chão. Bom, era verdade que, tecnicamente, ela quem o atacara primeiro, mas eles a intimidaram com todo aquele silêncio e.... Eles. Oh, pelos Deuses. Seren correu até o Sr. que estava prestes a desmaiar, com sua adaga ainda presa na mão.

- Marcel, olhe o que você causou. - Seren rasgou uma faixa de seu precioso vestido verde água, e tirou a adaga da mão do rapaz de forma precisa, suspirando xingamentos por seu vestido arruinado, amarrando a faixa com a pressão necessária no ferimento, que pingava sangue. - Eu poderia ter o matado, sabia? - Gritou para o pai. Mas Marcel parecia achar ainda mais graça da situação.

- Na verdade, minha querida filha, pude perceber que a senhorita estava perdendo. - Seren suspirou com toda frustração do mundo. Agora queria brigar com alguém. Ignorou a alfinetada de Marcel e se virou para o Lorde Andrei, agora de pé, que pelo menos, mantia uma expressão séria no rosto. A situação era bizarra, até mesmo para Seren.

- Imagino que esse aqui não irá me cumprimentar de maneira adequada. - Falou, presunçosa. Era um comentario infeliz, sabia, mas o orgulho estava ferido e viu a necessidade de frisar que não fora completamente um fracasso, mas o Lorde apenas assentiu em direção ao amigo. Ah, o amigo. - O veneno... Ele precisa de Judge. - Falou ao pai, encabulada. Marcel concordou, sorrindo.

- Claro, um criado irá levá-lo até Judge. Venham vocês dois, agora que foram apresentados, precisamos todos conversar. - O cabelo de Seren desafiava todo o trabalho de Immogen com cachos rebeldes desalinhados, e o vestido deveria parecer um desastre. Ela teria de voltar ao quarto, mas o pai antecipou seus protestos. - Pelo amor dos Deuses, Seren, não é momento de se preocupar com impressões, tenho certeza que o Lorde Storm já tem a sua formada. - Ele coçou sua barba escura e completou - Embora, devo concordar que você talvez queira limpar um pouco desse sangue.

Eles seguiram Marcel passando pelo salão de jantar, onde os criados começavam os preparos para a festividade as pressas. O trio entrou na aconchegante sala de bebidas, um dos maiores tesouros da ilha, e uma aia atenciosa limpou as mãos de Seren com panos molhados. Durante todo o caminho, Marcel fazia comentários mundanos sobre a vida na ilha, e Andrei assentia educadamente, não dizendo mais do que algumas palavras. Marcel se serviu de uma dose de vinho, dando de ombros quando Seren e Andrei se negaram a aceitar uma taça.

- Agora, meu querido pai, presumo que dirá sobre o que toda essa encenação se trata. - Não foi uma pergunta, e foi dito entre dentes, porque, agora que raciocinava melhor, faria sentido que Andrei viesse até Mandelah com segundas intenções, já que Seren estava na idade de se casar. Ela e o pai faziam piadas a todo momento, mas nunca discutiram sobre. Era um acordo silencioso e a deixava furiosa que ele estivesse prestes a quebrá-lo com palavras erradas. - Mas devo dizer Lorde Storm, de antemão, que não importa quais asneiras meu pai tenha lhe dito, eu não estou a venda. - Soou tão rude quanto ela se sentia. Andrei começou a dizer algo com uma voz gentil, como se fosse explicar algo a uma criança, mas Marcel, que jamais perdia a chance de irritá-la, disse aos risos:

- Minha querida, minha doce, minha única filha, temo ferir o seu ego um pouco agora, mas lembre-se que não teria acontecido se não insistisse em me interromper. - As bochechas de Seren queimavam como fogo. Droga. Que raios de noite era aquela? Marcel continuou, ignorando o constrangimento da filha. - O Lorde Storm não está aqui para pedir sua mão, e depois da demonstração ali fora, provavelmente teria pesadelos ao cogitar a ideia. - Se virou para Andrei, soltando um suspiro dramático - Sr. Andrei, você não sabe como eu sofro com o gênio dessa menina. Os lábios de Andrei se curvaram um pouco para cima, a fazendo enrubescer mais ainda.

- Pai!- Gritou Seren. - Diga logo!

- Sim, claro. Por favor, não me interrompa dessa vez, você verá como faz sentido o que ei de dizer. - Marcel fez uma pausa dramática, somente para provocá-la. Quando viu que ela não o daria o gosto de uma resposta atravessada, ele murmurou algo como "boa garota" e continuou - Apesar de todas minhas ressalvas, você insiste em deixar seu velho pai e ir para o reino. Hoje entendo que nao tenho meios para impedi-la, afinal, já é uma mulher feita. E claro, eu também sinto falta de Aurora. - Ele falava da amiga de Seren, Aurora Recee, que, no final das contas, seria o motivo de sua partida. - Elas, Lorde Storm, são unha e carne, entende o que estou dizendo? E francamente, tem sido muito difícil para mim lidar com o gênio de Seren sem a presença da doce Aurora para colocá-la nos trios.

- Pai! Você estava explicando - Seren agora estava curiosa, e esses rodeios poderiam durar por horas.

- Certo, certo. - Marcel esfregou as mãos - O que ia dizendo é que, como bem sabe, quando eu estava sozinho no mundo, e quase todas famílias do reino brigavam para decidir quem me mataria e tomaria Mandelah, tive sorte de ter protetores juramentados. Eles já morreram agora, exceto Judge, claro. - Marcel era filho único e perdera os pais ainda criança, de forma que o rei na época, para evitar que a linhagem Ambrose acabasse, ordenou que três Lordes jurassem protegê-lo com a própria vida. Era um costume antigo. - E esta é minha condição. É a única forma que poderei dormir a noite. - Um grito de surpresa surgiu na garganta de Seren, enquanto raciocinava.

- O que? Protetores? - Isso era demais. Se levantou de sua cadeira e avançou em direção de Marcel, pegando suas mãos. - Pai, apesar de todas suas excentricidades, acredite, não é um assunto leviano. E você - Se virou para Andrei. - Nós sequer nos conhecemos... Você... Espere, eles vieram em dois. Pai, você não está pensando. Todo mundo sabe que escolher dois protetores da azar. - Mas o pai não a deu atenção, estava com pensamentos longes.

- Eu pensei muito sobre, acredite, e Judge me auxiliou a cada segundo. - Judge sabia? Isso era uma tremenda traição, estivera com ele há poucas horas - É minha decisão, e é a melhor decisão, Seren. O juramento ainda não foi feito, acredito que devam passar certo tempo juntos antes de ser concretizado. - Ela fez um beicinho, pensando no que responder, mas foi a vez de Marcel pegar suas mãos. - Eu juro por todos os Deuses, filha, não estou fazendo isso para lhe tirar do sério. Você é tudo que me resta e não conseguirei protegê-la quando sair de Mandelah. Isso me mata, sabia? Se eu pudesse, prenderia você em uma torre e a manteria segura. Mas eu conheço minha menina. Deixe que eu faça pelo menos isso. - A seriedade em sua voz, tão rara para Marcel, apertou seu coração. Ela entendia, ele perdera quatro filhos no instante em que deixaram a ilha, em um verão ensolarado, que prometia felicidade eterna. Ela afagou o rosto do pai. Iria se esforçar para que desse certo. Marcel sorriu, compreendendo a vitória. - E são três. O Sr. que você me deu o prazer de assistir nocautear veio apenas acompanhando o Lorde Storm. Você conhecerá os outros dois no jantar, prometo. Agora, se me derem licença, vocês dois devem conversar - Apontou para Andrei. - Boa sorte com isso. - E deixou a sala.

...

Seren esperou até que os passos do pai desaparecessem em direção ao salão de jantar, e se virou para Andrei, que lhe dirigia um olhar curioso. Agora teria de deixar qualquer irritação de lado e lidar com ele, faria isso por Marcel. Pôde observar, afastando a confusão que os cercava, o quanto era belo. Não de uma forma escancarada, como o homem que o acompanhou exibia, mas era peculiar o jeito que sua estatura forte e profundos olhos negros o faziam parecer feroz, contrastando com seus modos educados e demasiadamente contidos. Não o ouvira dizer mais do que algumas palavras, e era algo que pretendia mudar.

Seren fechou os olhos e prendeu a respiração por um minuto, se recompondo ao que Aurora chamava de "modo princesa", indicando quando Seren deveria se portar bem, com todos os modos que a mãe ensinara, há tantos anos.

Sentindo os olhos pretos ainda a encarando, se virou para a adega e escolheu um dos melhores vinhos, servindo duas taças.

- Lorde Storm, acho que acabamos por nos conhecer com o pé esquerdo. - Disse, sorrindo calorosamente. Era o sorriso que guardava para os vassalos da ilha, membros da realeza e as vezes até para o pai, quando precisava que ele cedesse a seus desejos. Fez um gesto despretensioso apontando as taças - Veja só, meu pai desistiu muito fácil, não poderíamos deixar que passasse por Mandelah sem experimentar um de nossos vinhos.

Andrei fingiu hesitar enquanto levava o líquido aos lábios, e bebeu um longo gole, franzindo o cenho, fazendo Seren sorrir de verdade. O vinho da ilha era excepcional. Havia até mesmo canções sobre.

- Honestamente, espero que a princesa não tenha colocado gotas de Nish aqui. - Disse Andrei, divertindo-se de uma maneira que Seren duvidaria ser possível. Ele também estava se esforçando e... Nish. Mais surpresa do que assustada, sentiu os olhos se arregalarem. Ao que se lembrava, não dissera qual veneno estava em sua adaga. Ele respondeu a pergunta silenciosa que seu olhar transparecia:

- Sou de Crater, Srta. Ambrose, estudar venenos faz parte de nossa educação. - Ele não disse de forma presunçosa, como Seren provavelmente faria. - Me intriga como teria conseguido, imagino que não seja possível cultivar aqui na ilha.

Seren odiava quando seus "segredos" eram tão facilmente desvendados. Tudo aquilo só faria sentido se continuassem ocultos. Viu que Andrei esperava uma resposta e disse, ainda gentil.

- E não é, de fato.

- Contatos ? - Questionou ele.

- Não meus, especialmente. Acho que teria dificuldade nesse sentido se não fosse por Judge. - Admitir aquela dependência a deixou inesperadamente com a sensação de fragilidade, então logo mudou de assunto, despistando - Desculpe, que grosseria a minha. Você conhece Judge? Judge Recee?

- Já fomos apresentados. Recee. A Srta. Aurora Recee, que seu pai mencionou, é sua filha?

- A primeira neta. Ambos vieram para a ilha há quase treze verões. Crescemos juntas, como irmãs. - Falou, com um pouco de pesar.

- Deve sentir saudades. - Ponderou ele. Não foi uma pergunta.

- Sim, certamente. Aurora e eu ... Você teria de ver para compreender, Lorde Storm. - Sua voz morreu e um silêncio confortavel pairou no lugar.

- É por isso que irá a seu encontro? - perguntou Andrei, verdadeiramente curioso. Não atoa, provavelmente lhe parecia que Seren, mimada e egoísta, estava torturando o pai por puro capricho.

- Não somente, é o empurrão que eu precisava. - Não era exatamente verdade, ela sabia que não deixaria a ilha enquanto Aurora estivesse com ela. Mas admitir era um pouco triste, já que Andrei não compreendia o quanto estar longe a custava. E para além, ela também aproveitaria para ir até a rainha, de forma que não era uma mentira tão grande. - As coisas que fazemos por amizade, não? - concluiu, em um suspiro resignado. Que soasse egoísta então. Mas Andrei a olhou profundamente, ela poderia jurar ter visto certa compreensão. O que mais ele sabia? Teria Marcel contato sobre a conexão que havia com Aurora? Pareceu que Andrei dizer algo, e ela esperou ansiosamente, mas ele decidiu por não, somente concordando

- Sim. As coisas que fazemos por amizade.

O silêncio voltou e dessa vez, Seren definitivamente queria sair dali. Se sentia exposta e confusa.

- Se me der licença, Lorde Storm, creio ter de voltar a meu quarto antes do jantar. - Apontou para o cabelo e vestido - Não é uma impressão adequada, não é mesmo?

Seren não esperou uma resposta, fez uma pequena reverência e deixou a sala, andando até seus aposentos. Parecia uma eternidade desde que passara por ali, e estava, igualmente amedrontada. Ansiava para contar Aurora sobre tudo aquilo, mas não havia tempo para isso agora. Deu uma olhada para ver como se aparentava no espelho. Não havia qualquer vestígio de sangue visível e seu cabelo parecia... Na verdade, se parecia muito com ela, no geral. Confuso. Não teria tempo de replicar a perfeição de Immogen, então amassou as mechas para que os cachos desmanchados parecessem propositais. Já o vestido estava arruinado, procurou por algo mais descontraído. Estava subitamente preocupada com a aparência, e não queria admitir estar se esforçando tanto. Procurou por um vestido que soava despretensioso, ainda na cor verde água - oras, era a cor da ilha, e por sorte, destacava seus olhos. Não se permitiu olhar no espelho antes de ir ao salão e enquanto voltava para o jantar, lhe ocorreu que esquecera de pegar uma adaga. 

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