KJ POV
Lukas vai ganhar uma nova decoração de quarto e uma cama. Seu quarto todo de bebê vai abrir espaço para o quarto de um garotinho que começa a crescer rápido demais.
Apesar de Lukas estar chegando apenas a 1 ano e 6 meses de idade, ele é um espertinho muito danado e começou a sair do berço sozinho. Não importa quanto eu abaixe o estrado ele ainda dá um jeito de sair, não sabemos como ele faz isso já que sempre estamos dormindo ou ocupados quando acontece. Mas ele sai. Nunca caiu, é verdade, mas depois do susto que tomamos a alguns dias não estamos interessados em outro tão cedo. Aliás, só faz dois dias que o levamos para tirar os pontos e ainda tem um machucado lá, Deus me livre se cair e abrir aquilo de novo.
Enfim, dado a situação e o medo de Cami, e meu, de Luke cair do berço e se machucar de forma mais séria, saímos por aí a procura de uma cama que tenha grades mas que ainda permita que ele saia sem correr o risco de rachar a cabeça.
Achamos, mas para montar a cama o quarto precisa passar por algumas mudanças, nada demais só arrastar alguns móveis, trocar uma coisa aqui e outra ali. Para isso vou ter ajuda do meu pai, Lukas acha que vai ajudar também já que esta mexendo em tudo.
Cami saiu para resolver suas coisas com Mads, ela sente que precisa fazer mais pelas vítimas de tráfico humano, que apenas falar sobre isso em algumas reportagens não é suficiente. Cami decidiu abrir uma fundação para oferecer diversos serviços de apoio as mulheres e crianças vítimas de qualquer tipo de abuso ou violência, fico preocupado mas apoio todas as suas decisões.
Assim sendo, eu e meu pai somos os únicos responsáveis pela distribuição dos móveis seguindo o mapa que Cami deixou é claro.
Meu pai chegou cedo com sua caixa de ferramentas, pelo visto pronto para uma contrução e não apenas para montar uma cama, arrastar móveis e pintar uma única parede. Tomamos café todos juntos, Lukas comeu seu favorito que essa semana é panquecas de banana, mamou e Cami saiu em seguida. Assim sendo o menino ainda está de pijama correndo por toda a casa e arrastando coisas para todo lado.
Meu pai já está abrindo a caixa onde estão os pedaços da cama, não queria dizer nada mas não acho que essa seja a dinâmica certa da coisa.
- Pai, melhor abrir isso por último.
- Quero ver se está tudo certo ou se falta algum parafuso.
- Se abrir isso agora vão faltar todos os parafusos porque o Luke vai pegar o que puder e dar sumiço.
- Mas estamos de olho.
- Pai, acredita e mim, deixa pra abrir isso depois - aviso, o cara suspira e concorda.
- Certo. Vamos começar então. - ele fala e sai do quarto.
- Papai oh - Luke chama minha atenção para mostrar a chave de fenda que segura - meu.
- Não, essa não pode, Luke.
- Xim - ele bate o pé.
- Não - falo firme - essa é do vovô, vem com o papai pegar a sua. - tiro o objeto da sua mão e ele grita - para com isso.
- Meu, meu.
Luke grita e se estica sobre meu ombro com os braços em direção a caixa de ferramentas, mas com isso ele não vai conseguir nada, se ele corre e aquela chave de fenda faz se quer um arranhão eu morro do coração e depois Cami me ressuscita pra poder me matar. Nem fodendo.
Entro no quarto de brinquedos e procuro pela caixa no meio de toda aquela bagunça, encontro escondida entre alguns bonecos e a pego.
- Pronto, aqui está a sua.
- Naum - ele grita e empurra a caixa - Dada - ele grita chamando meu pai - Dada.
- Lukas, não pode e acabou - falo sério - essa é igual a do Dada, ele vai usar aquela e você usa a sua.
- Naum - ele faz bico e cruza os braços.
Nesse momento eu olho para o meu filho e não vejo mais o meu bebezinho, ele parece tão mais velho com essa postura firme e decidida. Será que passaram 5 anos e não percebi? Seja como for ele não pode brincar com uma ferramenta pontuda de ferro e como não quer a de plástico vai ficar sem nenhuma das duas. Largo a caixa de lado e saio do quarto com o menino emburrado no meu colo.
Entro no quarto ao lado e encontro meu pai já está a postos misturando a tinta, pincel na pronto para o trabalho e chão todo forrado, o berço já foi empurrado para a parede oposta.
- Qual era o motivo da gritaria pelo Dada? - meu pai pergunta.
- Luke queria a chave de fenda se verdade e não a de plástico.
- Faz dodói, filho - coloco Luke no chão - fura o dedo e tem que ir para o hospital.
- Papai bigo - o menino fofoca - Naum podi. - Luke balança o dedo indicador em um não rápido.
- Pode sim - meu pai responde - papai tem que brigar quando o Luke não obedece. Agora já passou e vamos arrumar esse quarto logo. Quem ficou rapaz e ganhou uma cama nova?
- Ukas - ele grita e levanta os braços no ar - Ukas, Ukas - começa a cantar.
- Ah certo, agora ele está super animado.
- Que gênio ein?! - papai me cutuca - se prepara.
- A cinta tá pronta pra bater na bunda dele. - Lukas se pendura em minha perna e puxa minha bermuda.
- Papai Ukas nana.
- Isso quer dizer que ele quer ir para o berço - falo para meu pai que começa a rir.
- Ah a fase que começam a formar frases sem sentido é a mais gostosa.
- É sim, só demora alguns dias até conseguirmos entender o que eles querem dizer.
Pego Luke do chão e o coloco dentro do berço, ele fica todo animado porque lá dentro está cheio de brinquedos, incluindo um carrinho bem barulhento. Começo a ajudar meu pai a pintar a parede, cada um com a sua metade mas com ele dizendo o tempo todo como devo fazer.
Já estamos bem adiantados com a pintura quando escuto barulhos de coisas caindo atrás de mim, viro devagar e vejo Luke jogando algumas coisas para fora do berço, paro e observo já que ele não parece estar prestando atenção em mim, tiro o celular do bolso e começo a gravar a arte que deve estar para vir. Depois que parece satisfeito com o que jogou para fora o garoto começa a empilhar o que ficou lá dentro, travesseiro, coberta, almofadas e seu elefante de pelúcia, por fim ele segura na grade, sobe sobre toda a pilha de coisas amontoado de coisas, sem medo algum Luke passa uma perna sobre a grade e a estica até encontrar apoio e então a outra perna que já está quase para fora do berço também sai e ele simplesmente se solta e aterriza de bunda no chão.
Estou tentando não rir dessa traquinagem que poderia ter resultado em um acidente sério, mas sou vencido quando Lukas vira e me vê e então começa a rir.
- Papai Ukas ... Upa.
- Papai viu. Você acha isso bonito, cara?
- Xim. - ele sorri com seus quatro dentes a mostra - upa upa. - ele começa a pular e recolher as coisas do chão.
- Vou mostrar pra mamãe. - aviso, ele abre a boca em um O perfeito e cobre com a mãozinha.
- Mamain biga.
- A mamãe é brava, Luke? - meu pai pergunta - a Cami não é brava.
- Mamain biga - ele cruza os braços e faz um bico enorme com cara de bravo - Mamain biga.
- Porque você apronta - meu pai brinca com o neto e faz cosquinha em seu pescoço - a mamãe bate Luke?
- Ti oh - Luke bate na bunda e ri.
- Ele é mais inteligente que você nessa idade, Kage.
- Esse carinha me espanta - falo para meu pai - chega de papo, ao trabalho senhor.
Com alguma demora, bom, muita demora terminamos de pintar a parede e então paramos para almoçar, Luke sempre foi bom de boca e ultimamente anda melhor ainda. O garoto não recusa nada e 90% do dia está mastigando alguma coisa ou mamando, para onde vai tudo isso não faço ideia, mas as fraldas andam bem recheadas pelo menos 3 vezes ao dia.
Depois do almoço Luke não dorme como é seu costume, ele permanece acordado e vai ficando de mal humor com o passar do tempo. Enquanto eu e Tupai montamos a cama com facilidade já que a montagem, não é nada completa, Lukas choraminga, pede colo e em alguns momentos parece que vai mesmo pegar no sono, mas desiste, ele luta bravamente com o cansaço.
Estamos os dois adultos admirando nossa obra prima, quadros pendurados na parece, luzes ao lado da cama, lençol arrumado, tudo em seu deviso lugar.
- Está uma beleza - papai comemora e bate nas minhas costas - fizemos um trabalho e tanto, garoto. Isso merece algumas cervejas e hambúrguer.
- Papai - Luke choraminga com a voz abafada pela chupeta - nana.
- Vai indo pai, já subo. Vou tentar colocar essa ferinha pra dormir.
- Certo. Mas porque não tenta dar a mamadeira pra ele? Acho que o Luke está acostumado com leite antes da soneca. - sugere e faço uma careta.
- Não sei não. Luke, cara, quer um tetê? - ofereço e ele se anima todo.
- Tetê - ele levanta os bracinhos pedindo colo e o pego - Mamain.
- A mamãe não está, mas o papai pode te dar mamadeira. - ele me olha como se não entendesse nada - certo. Quer tirar foto pra mamãe?
Ele se anima mais ainda ao ouvir a palavra "mamãe" coitado, estou começando a ficar com dó.
- Onde está o leite? Enquanto você faz essa coisa se foto vou preparando a mamadeira. - meu pai avisa.
- No armário sobre a pia, uma lata enorme que está cheia desde que ele nasceu.
- Está estragado, Kage.
- É brincadeira, tem só 15 dias.
- Ok. Ele toma a mamadeira cheia?
- Pai, ele não toma mamadeira nenhuma, nem cheia nem vazia. São apenas tentativas.
- Ah tá - meu pai parece em dúvida - não custa tentar né.
Mostro a cama para Luke e ele fica animado com a novidade, mas sua carinha ainda é de cansado. Coloco Luke no chão e a primeira coisa que ele faz é sentar sobre o tapete e cuspir a chupeta, ele gira e olha a cama, depois levanta e caminha com curiosidade até ela. Com cuidado Luke tenta subir e consegue, ele fica animado com isso, senta na cama e olha tudo em volta, mexe nas lâmpadas, testa o espaço e me olha encantado. Durante todo o tempo bati fotos e mais fotos para mandar para Cami.
Luke por fim desiste e deita sobre o elefante, boceja e estica a mãozinha para mim.
- Tetê - choraminga.
- Dada foi fazer.
- Mamain - ele choraminga e coça o olho - Mamain Ukas.
- Sua mamãe já chega, carinha, mas o papai está aqui. Vem no copinho. - o pego da cama, ele deita a cabeça em meu ombro e choraminga - não chora assim, filho, posso aguentar os berros mas esse choro sentido não aguento.
- Aqui está - Tupai aparece na porta com a mamadeira azul e gordinha na mão - empelota um bocado essa bosta.
- Nem me fala - pego a mamadeira e sento na poltrona no canto - olha, filho, toma o tetê.
- Vou assar os hambúrgueres - papai avisa com um sussurro - estou torcendo por você.
Dou um sorriso forçado em sua direção e meu pai sai rindo. Ajeito Luke no colo e coloco a mamadeira perto da sua boca, ele me olha desconfiado mas aceita a mamadeira. Aceita, mas não siga, o bico da mamadeira fica apenas na boca sem que ele faça qualquer movimento.
- Mama, filho. - Luke faz uma careta e chupa - hum que gostoso. - Luke cospe a mamadeira e o leite que chupou - Não faz isso, Luke.
- Eca - ele resmunga e cospe - caca.
- Não é caca, é leite. Você não quer tetê? - aproximo a mamadeira mais uma vez e ele trava os lábios - Luke, é gostoso.
- Naum queio. - ele balança a cabeça com tanta força q a touca que enfiou na cabeça escapa e cai - eca.
- Tá gostoso. Oh o papai vai tomar pra você ver. - coloco o bico da mamadeira na boca e tomo um pouco do leite, é mais forte que o de galão e bem gostoso até - que delícia, mais gostoso que o tetê da mamãe.
- Caca. Queio mamain.
- A mamãe não está. Mas esse tetê aqui é muito gostoso. Experimenta você. - coloco a mamadeira na boca de Luke ele cospe, segura a mamadeira e empurra para mim - já estou satisfeito, toma você.
- Naum - ele nega.
Insisto mais uma vez, coloco a mamadeira na sua boca, ele aceita suga e então começa a fazer ânsia de vômito. A ameaça de vômito também vem seguida de uma crise de choro, então, mais uma vez eu desisto.
- Tá bom, tá bom. Não precisa tomar, tudo bem. Não chora tá bom?!
- Mamain - Luke coça os olhos molhados - queio mamain.
- Olha que tal, vamos mandar foto pra mamãe?
- Xim - ele choraminga e funga - Mamain Ukas.
- É sua mamãe. Pronto, não chora tá?!
Limpo seu rostinho molhado, o sento em meu colo e pesco o celular do bolso, tem várias mensagens de pessoas que vou ignorar no momento. Corro até minha conversa com Cami, abro e ela está a horas sem me mandar nada, deve estar mesmo muito ocupada. Depois clico no ícone para adicionar as fotos e mostro para Lukas.
- Qual foto vai mandar pra mamãe?
- Ukas - ele aponta para sua imagem na tela - Ukas, Ukas - ele aponta.
- Sim, só as suas. Espertinho - beijo sua cabecinha - certo, vamos mandar o Lukas para a mamãe. - ele bate uma palminha e boceja.
Seleciono todas as fotos e envio para Cami.
"Lukas amou a cama (novidade), mas não quis dormir ainda. PS.: Estamos com saudades"
Eu não esperava mas ela recebe todas de imediato e então vejo Cami ficar online.
"Aí que saudade do meu bebezinho, e sua também. Mas se ele não dormiu porque ainda está de pijama as 4:00 PM?"
"Nossa já tão tarde? O dia passou voando" - brinco mas sei que ela vai entender o sarcasmos - "muito trabalho por aqui, angel"
"Sim, imagino. Vai trocar ele, Kage, é sério"
"Ok, mandona."
"Banho, escovar os dentes e vestir uma roupa de verdade. Hoje não é sábado do pijama"
"Sim, senhora. Isso é chato, quero dizer que estou com saudades e você fica me dando ordens e brigando. Por isso o Lukas te imita brava"
"Ele sabe quem manda" - parece que ela não vai mandar mais nada, mas parece que está digitando - "também estou morrendo de saudades de vocês. Como estão as coisas, Luke se comportou?"
"Tudo bem. Ele está se comportando como ... Ele, então está tudo bem. Como estão as coisas aí?"
"Tudo ótimo, amor, maravilhoso. Tenho tantas coisas para te contar. Mas preciso ir, então se cuide e troque a roupa do Lukas"
"Ansioso pelas novidades. Mas volte logo porque já tive que tomar mamadeira e Lukas que peito. Te amo"
"Não devo demorar muito mais, talvez umas duas horas. Meus peitos também querem o Lukas. Amo vocês, até logo"
- Mamain - Lukas aponta o telefone e olha pra mim - dê?
"Manda um áudio para o Lukas ou ele vai me deixar louco"
Cami manda um áudio bem sussurrado e rápido, Lukas sorri, depois chora quando acaba. Então ligo meu telefone no YouTube e coloco vídeos para ele assistir um pouco enquanto corro para preparar a banheira. Lukas não dá muito trabalho para tomar banho e trocar de roupa, está com sono e preguiçoso. Depois subo e encontro meu pai já com a mesas pronta no terraço, cheia de hambúrgueres assados, garrafas de cerveja e algumas frutas que são lada Lukas comer de lanchinho.
As horas passam, Lukas não dorme e começa a chorar por tudo. Ele chora porque quer a fruta, depois porque não quer mais. Tudo vira motivo, eu e meu pai não somos capazes de satisfazer suas vontades.
Eu me acomodo no sofá da sala com Luke no colo, estou exausto, doido por um banho bem longo, um filme que não seja desenho infantil em português. Agora eu sei bem o que Cami passa quando está sozinha com esse garoto. Estou quase dormindo no sofá com Luke deitado a minha frente, ele parece estar esperando por algo e se recusa a dormir sem. Então ficamos os dois acordados até que o dia lá fora começa a se tornar noite.
Estou quase dormindo quando a porta do elevador abre com um barulho que ecoa por toda a casa. Estranho porque não ouvi nada, mas tenho certeza que não estou sendo assaltado. Luke levanta a cabeça do meu peito se uma vez e deixa a chupeta cair. Já até sei quem chegou e sorrio para o meu menino.
- Mamain. - ele grita e começa a tentar descer - Mamain Ukas.
- Oi, ursinho - deixo Luke escorregar até o chão e sento - sentiu falta da mamãe?! Que saudade.
- Mamain Ukas - ele grita mais animado ainda e depois começa a chorar.
- O que foi? - Cami fala calma - O que foi, amorzinho?!
- Cóio - Cami larga a bolsa no chão - cóio Mamain.
- Tudo bem, a mamãe vai pegar, não precisa de choro.
- Esta uma manha só - me espreguiço - preciso de um banho quente e um relaxante muscular. - anúncio - que bom que chegou, angel.
- Estou faminta.
Cami já está com Lukas no colo e o ajeita melhor para poder olhar o rostinho de perto, ela seca as lágrimas do bebê e o beija do jeito que só uma mãe pode beijar, aquele jeito que faz a dor passar e o choro cessar na mesma hora. A morena sorri para o bebê em seu colo e conversa baixinha, aos sussurros, e a mim resta admirar.
- Vocês são lindos juntos. - babo e levanto em busca do meu celular perdido - o que quer comer?
- Qualquer coisa, Kage, mas se possível comida japonesa. Uma barca bem grande e dois litros de Coca-Cola bem gelada.
- Seu pedido é uma ordem, angel.
- E enquanto isso vou resolver o problema desse molequinho aqui - Cami vai até o sofá - tomou mamadeira, Luke?
- Naum - ele nega - Mamain queio tetê.
- O papai te deu.
- Papai Naum ... Eca. - o menino faz uma careta - caca.
- Tem que tomar a mamadeira também, filho.
- Naum. - ele nega e começa a buscar uma brecha na blusa de Cami - tetê Mamain.
- Ok, ok. Calma, mamãe da. - Cami tira o cachecol, a jaqueta quentinha e levanta a camiseta - Hum ... O que tem aqui?
- Eite - o menino responde animado.
- Isso. Você é muito esperto, tá moço já e não tem mais que tomar o tetê - Cami fala devagar enquanto abaixa o sutiã, Lukas a olha sério e balança a cabeça em negação - tem que tomar o tetê da mamãe?
- Xim.
- Você é muito esperto, bebê, tá ficando mocinho demais. - Cami beija o menino e o deita no colo - isso, pronto. Viu, a mamãe da.
- Tetê Ukas - o menino fala abafado, já mamando - hum.
- Não te aguento, Luke. - Cami ri e beija o menino.
- Ele tá tão esperto, Cami. Parece que acordou e começou a falar tudo de uma vez, isso é assustador.
- Um pouco não é?! - Cami concorda - mas ele ainda é um bebezinho que precisa da mamãe e do tetê dele.
Luke levanta a mão e toca o rosto de Cami, sorri para ela e pisca de forma preguiçosa. Ele parece que vai dormir e então abre os olhos de novo, como se não quisesse perder Cami de vista nem por um segundo.
- Angel, já pedi a comida. Vou tomar banho enquanto não chega.
- Tudo bem, vou demorar aqui. Se Deus quiser ele vai mamar tudo.
- Ele vai dormir logo, tenho esperança.
- Meus peitos estão pegando fogo - ela geme - agora, cadê meu beijo?!
- Ah isso - bato na testa e Cami ri - Luke monopolizou a minha garota.
Me aproximo de Cami, me curvo e a beijo lenta e demoradamente, aproveitando para curtir em alguns minutos todos os beijos que não demos durante o dia. Claro que não dá, nunca há tempo suficiente para matar a vontade de todos os beijos que quero dar em Cami, mas me sinto satisfeito pelos próximos minutos.
- Vai para o banho logo - ela diz em meus lábios - Luke vai dormir e então sou toda sua, e melhor ainda, você vai ser todo meu.
- Falando em Luke dormir ... Será que ele não cair pelo vão?
- Não, sabe o travesseiro comprido que colocamos para ele não enfiar as pernas na grade? - aceno concordando - é só colocar no vão.
- Você pensa em tudo.
- Sim, o que seria de você sem mim?!
- Um cara muito confuso - brinco e a beijo mais uma vez - já volto.
Deixo os dois ali, curtindo o momento deles e vou tomar meu banho longo e confortável. Agradeço por ter Cami comigo, por nosso filho perfeito, lindo, esperto demais e muito danado, e peço muitos anos de vida para poder ver tudo que ainda temos a viver e construir. Mas por hoje apenas estarmos juntos já está bom, nada pode ser mais perfeito que isso.