once upon a plug {l.s}

By infactIarry

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Na qual Harry e Louis transam e não se lembram de nada depois, Louis acorda com um plug e Harry tira uma foto... More

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Trailer OUAP!
OUAP is back!
Um Milhão de Pequenas Coisas
trilogia Um Milhão de Pequenas Coisas
capítulo extra final

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By infactIarry

LOUEH

espero que tenham gostado do capítulo anterior hihi amei os surtos de vocês e acima de tudo amei que estão mais interativos do que nunca, é muito bom ver os comentários voltando e o número de votos subindo, sempre gosto de receber os feedbacks e com certeza estamos tendo isso de novo yay!

seguinte, me pediram os nomes das fics que estou lento/li, com a temática abo, então aqui vai algumas que mais chamaram a minha atenção: Do Me a Favour (a autora atualiza super rápido e é uma leitura gostosa demais), Alpha Delivery (é um enredo ótimo), Cause You're Too Hard To Forget (quem não ama um clichê?) e eu também comecei Begin mas ainda estou lendo então...

me indiquem fics ok? thanks eihdskjnxxkd

outra coisita para se prepararem hihi, estou escrevendo muuuuuito, quando digo muito quero dizer muuuito porque o trabalho e a faculdade estão absurdamente corridos e estou aproveitando os feriados de quarentena pra adiantar capítulos, tenho mais alguns escritos (cada um de mais de 10.000 palavras só pra terem uma noção rs) porque não quero deixar vocês sem att, então já sabem o que fazer sim?

esse cap ta...

tá mesmo, sugiro que leiam com a pulga atrás da orelha, e outra coisa sobre o capítulo: o elemento mais importante da fic fará uma aparição, conseguem adivinhar o que é? rs

estamos entrando na fase que mais fiquei ansiosa da fic inteira aaaa agora que fica bom

espero que gostem e boa leitura

amo ocês

ps.: não é uma att de OUAP sem uma nota gigantesca da Nathalie não é mesmo? hahahahaha

- Olha só. – sua voz ecoou no quarto silencioso e Louis sentiu todas as células de seu corpo arderem. – Eu reconheceria esses olhos azuis de longe.

Louis engoliu o excesso de saliva que se acumulou na boca, seus olhos captando todos os movimentos do rapaz à sua frente, que erguia a garota de forma gentil pelos ombros e a ajudava a se arrumar, educadamente.

Bem diferente de quando se pegaram contra a parede, brusca e eroticamente, quase transando na escada com um movimento considerável de universitários bêbados. Ou de quando suas mãos apertaram a bunda de Louis, coberta apenas pelo maiô fio-dental vermelho, fundindo seus quadris como se fossem um só. Ou de quando mordeu diversas vezes os lábios finos de Louis e quase arrancaram sangue, apenas para ouvi-lo grunhir contra os seus próprios.

Era ele, o que tinha contado para as garotas quando ainda estavam no andar de baixo, o cara que pegou na festa à fantasia do começo do ano.

- Hm, - Louis coçou a nuca, sem graça. Se xingava mentalmente por ter entrado naquele maldito cômodo e mais ainda por estar se relembrando daquela noite. – Foi mal ter... entrado assim. Não sabia que estava, hm, ocupado.

- Nós, literalmente, te avisamos, idiota... – Barbara resmungou baixo atrás de si, ainda para fora do cômodo.

A ignorando, Louis apenas observou, estático e mudo, enquanto a garota que antes pagava um boquete se recompunha e sussurrava algo com o rapaz alto, que parecia acalma-la. Ele tinha cabelos lisos em um topete e olhos incrivelmente castanhos, quase laranjas, que insistiam em manter contato visual com o de olhos azuis mesmo enquanto falava com a garota.

Louis não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Rezava para ter escolhido a porta mais aleatória da fraternidade e a confundido com a sala do dono – porque isso significaria que aquele rapaz só estava ali para utilizar o espaço como facilitador da sua transa e nada mais.

A garota saiu da sala, desviando de seu corpo petrificado, e fazendo uma força absurda para ao menos dizer desculpas para ela, Louis se xingou mais uma vez por ter sido incapaz de reagir àquela situação ridícula.

Agora sozinhos na sala, mesmo que a porta esteja aberta e Barbara, Eleanor e Bebe possam ver e ouvir tudo perfeitamente, Louis não pôde evitar em conter um ofego. Ele recebia atenção demais de alguém que aparentemente estava muito satisfeito em vê-lo ali, e isso fazia seu estômago revirar.

Que ele não seja o dono da fraternidade...

Que ele não seja o dono da fraternidade...

Quer dizer, e se ele fosse?

A mente de Louis trabalhava rapidamente para tentar se recordar daquela noite, nas primeiras semanas de aula do terceiro ano. Ele se lembrava de estar em sua versão total e completamente inconsequente, ainda na época em que escondia suas dores e mágoas sob camadas e mais camadas de sensualidade e provocações – e poucas peças de roupa, simplesmente porque queria e isso o fazia feliz.

Em sua fase mais rebelde, pós-Ryan, que se recusava a se apegar emocionalmente à qualquer um que cruzasse seu caminho, se permitindo apenas aos prazeres do sexo. Transava com qualquer um e em qualquer tempo e lugar, sem se importar com nada além de sua satisfação.

Se lembrava da festa à fantasia. Tinha ido de salva-vidas e Niall havia ido de cadeira. Disso tinha plena consciência. Se lembrava de ter salvado um cara que caiu na piscina, heroica e milagrosamente. E também de ter beijado o rapaz que estava parado em sua frente, separados apenas por uma mesa.

Se lembrava de estar subindo para o terraço pelas escadas cobertas por carpete velho e logo em seguida estar pressionado contra a parede do lado de fora da sala em que estavam naquele mesmo momento. O rapaz usava uma máscara – obviamente, por ser uma festa à fantasia – mas ainda assim conseguia ver aqueles olhos incrivelmente claros.

Os mesmos que o encaravam naquele mesmo momento.

Lembra ainda de passar os dedos pelos fios castanho-escuro macios de seu cabelo, para só então cortar o beijo. Era um beijo bom, muito bom, lento mas intenso, Louis podia sentir as sensações daquela noite voltando a reverberar por seu corpo. Muito bom.

Mas, se ele havia de fato gostado do contato, por que os separou? Se seu objetivo era satisfação sexual, e aquele cara apresentou todos os sinais e faróis verdes para transarem, por que Louis cortou o contato?

Lembrava perfeitamente da expressão de surpresa e confusão que o rapaz apresentou quando separou seus corpos.

Batia o pé incessantemente no chão, se esforçando ao máximo para recordar, mas sua mente simplesmente não funcionava propriamente. Quer dizer, havia passado tanto tempo daquilo, quase sete meses... Ele havia construído tantas paredes ao redor dessa época de sua vida que tinha dificuldades em recuperar algumas memórias que tão bem trancou no baú.

Ele só queria se recordar...

Com um estalo, como se o baú tivesse cedido e finalmente aberto, Louis arregalou os olhos. Se lembrava de olhos verdes intensos e cachos volumosos, completamente diferentes das características do rapaz que ainda o encarava confuso.

E esse parecia ser justamente o problema – ele estava procurando alguém, especificamente com aqueles traços, que por acaso, não eram um match com os do rapaz do outro lado da mesa.

Louis havia cortado o beijo porque, mesmo que bom, ainda não era o encaixe dos lábios que procurava.

Mas o que sua mente ainda não compreendia ou propriamente recordava era: onde ou como havia encontrado com olhos verdes e cachos tão incrivelmente marcantes para o convencer a recusar toda e qualquer pessoa que não tenha aquelas características?

Afinal, o Louis de antigamente só se importava com uma coisa: uma boa foda. E se ele havia de fato transado com alguém com aqueles descritivos, quando? Onde? E, mais importante, com quem?

Ele não conseguia encontrar essa memória em seu baú.

Sua linha de pensamento foi cortada ao ouvir um baque. Piscando os olhos e procurando a origem do som, encontrou Bebe, Barbara e Eleanor entrando, finalmente, na sala e fechando a porta atrás de si. O rapaz sorriu gentil, acenando para as garotas e recebendo olhares e cumprimentos confusos em retorno.

Louis retribuiu o olhar atordoado de Bebe – ele parecia segurar um grito na garganta. Por que, subitamente, sua mente decidiu cavar acontecimentos do passado?

Ele pensou ter superado essa fase de sua vida, juntamente com todas as coisas ruins que estavam envolvidas – mas aparentemente, ainda havia algo para se lembrar e resolver, e o universo estava usando todas as suas ferramentas para força-lo a descobrir. Mas o que seria?

O que ele estava deixando passar?

Ele havia ficado com um cara aleatório em uma festa e depois mudou de ideia. O que deveria descobrir com isso?

O que sabia de fato era que, claramente, todos os seus planos iriam para o lixo porque, além de ter ficado com o rapaz na festa à fantasia, ainda tinha descartado suas investidas simplesmente por não ser... quem estava procurando, e isso se isso for verdade e o rapaz ter guardado ressentimentos, as chances de aceita-los na fraternidade haviam caído consideravelmente.

O antigo Louis era meio... direto. E se ele tinha alguém em mente e estava tão determinado a encontra-lo como o Louis atual se recordava, não deixaria que ninguém entrasse em seu caminho.

Será que ele havia sido mal-educado com o rapaz? Grosso? Rude?

Por que o rapaz iria aceitar alguém que uma vez fez descaso de si em sua própria fraternidade?

A mente de Louis dava loopings eternos, o deixando tonto e cada vez mais confuso. Tentava se lembrar exatamente do que havia acontecido naquela maldita festa à fantasia, mas tudo que conseguia se lembrar era de estar se pegando com um rapaz de olhos castanhos na escada – aquele que estava em sua frente – e especificamente de transar com um de olhos... eram brancos?

Louis nem ao menos se recordava direito dessa situação. Quer dizer, por que ele estava procurando alguém no começo do ano? E por que aquele cara da fraternidade não foi o escolhido, mas o de olhos brancos (??) foi, aparentemente? Porque, seguindo a lógica e considerando que sua mente não estivesse o pregando uma peça, se o objetivo principal era encontrar olhos verdes, transar com alguém de olhos brancos e dispensar alguém com olhos castanhos não faria muito sentido.

Certo?

Por que brancos e não os castanhos?

Por que verdes?

Por que?

Louis queria bater sua cabeça na parede. Por que o Louis do começo do ano tinha que ser tão... irracional e inconsequente?

E por que ele sentia tanta falta dele?

Por que, subitamente, ele estava questionando todas as suas decisões de vida?

- ... nosso amigo, Louis. – a voz de Barbara o despertou da confusão de pensamentos. Tinha todos os olhares em si. – Ele não está se sentindo muito bem hoje...

- O que está acontecendo com você? – Eleanor sussurrou em seu ouvido, entrelaçando seus braços e disfarçando para que o olhar do rapaz não os pegasse no ato.

Louis balançou a cabeça, se obrigando a focar. Conseguir o convite da fraternidade. Harry. Fraternidade e Harry. Convite.

- E-eu... – ele piscou confuso. – Só estava tendo um dejavú, eu acho.

- Bem, então trate de colocar esse seu traseiro de volta aqui. Precisamos conseguir esses convites. – Eleanor parecia ansiosa e isso fez Louis suspirar.

- Nem ao menos sabemos se ele é o dono. – tentou manter sua voz baixa, mas agora o rapaz já os encarava, Bebe falando para a parede. – Só escolhemos a porta e entramos.

- Você entrou. – revirando os olhos para Eleanor, Louis se ajeitou nos calcanhares, o olhar castanho queimando em si. – Não se entra assim nos lugares, garoto, e se foss—

- Então – o rapaz sorriu em um suspiro, claramente desconfortável e até mesmo envergonhado, Louis diria, cortando-os da conversa nada discreta e também o monólogo de Bebe. – Eu peço desculpas. Aquela não foi a maneira mais agradável de encontrar o dono de uma casa da universidade, eu acho. Com certeza pega mal pros negócios. Por favor, não contem pro reitor.

- Oh – Louis ergueu as sobrancelhas, se forçando a estar presente naquela conversa. – Então você é mesmo o dono da fraternidade?

O rapaz dançou nos calcanhares, sorrindo orgulhosamente.

E lá se foram os planos de Louis em fazer com que Harry seja convidado para a Alpha Phi Omega. Tudo graças à sua incrível habilidade de não controlar seus hormônios – boa Louis do começo do ano.

- Sou eu, Zachary. – ele respondeu, e então indicou com uma das mãos o corpo de Louis parado na porta, ainda. – E você é o rapaz de incríveis olhos azuis na qual tive o prazer de encontrar na festa à fantasia. Do começo do ano, lembra? Acho que as Rockets ainda tinham a liderança da irmandade ao lado. – abrindo a boca e a fechando diversas vezes, Louis sentiu as bochechas arderem. O rapaz pareceu se divertir com suas reações. – Acho que não foi tão satisfatório pra você quanto foi pra mim, considerando que, hm, meio que me dispensou depois.

Louis fechou a boca em um som audível. Suas amigas o encaravam mais curiosas do que confusas.

- Eu, hm.. – encarando a ponta de seus Vans, Louis enrolou a língua. – Sabe o que aconteceu... – ele ergueu o rosto e juntou as mãos em uma palma barulhenta. – Eu meio que estava procurando por alguém e... – ele fez um bico exagerado, pausando dramaticamente para ganhar tempo e organizar os próprios pensamentos.

- E esse alguém não era eu. – Zachary o completou, ainda sorrindo. Louis mordeu o lábio enquanto assentia lentamente, sua expressão denunciava pura e simplesmente vergonha.

- Foi mal..? Eu acho... – Louis começou e logo foi interrompido.

- Nah. – o rapaz sorria, ainda. – Não se desculpe. Não era e continua não sendo obrigado a ficar comigo, Louis, não é?

Barbara assentiu, afinal, ela quem havia dito o nome de Louis em voz alta.

Respirando fundo e digerindo aquela situação, Louis recebeu tapas sutis nas costas, feitos por Bebe – claramente um sinal para relembrá-lo do real motivo por estarem ali.

Tendo ficado ou não com ele, e o dispensado ou não, ainda tinham negócios para cuidar.

- Oh, então. – ele começou, se crucificando por ser tão cara de pau assim. O Louis do passado sentiria orgulho. – O motivo pela qual, hm, atrapalhamos sua...

- Foda. – Eleanor murmurou, mais alto do que o intencional, causando olhares desesperados de seus amigos e uma risada divertida do rapaz de olhos castanhos. Ela cobriu a boca imediatamente. – Eu... desculpa, sou meio, hm, instável com essas—

- Eu já gostei de vocês. – Zachary não havia tirado o sorriso do rosto por um segundo sequer.

- Hm, certo. – Louis tentou de novo. – Nós, er, gostamos muito de fazer as festas na sua fraternidade... – buscou apoio nas amigas, mais nervoso que o normal. Aquela situação havia o desconcertado. Bebe direcionou um joinha e o fez sorrir aliviado, gradualmente sentindo as confusões mentais de antes se esvaindo. Ele precisava ser confiante, então, sorriu como tal. – A fraternidade e as festas. Tem sido uma parceria muito boa e, tanto os alunos como nós da própria organização concordamos que a Alpha Phi Omega combina perfeitamente com a imagem que queremos passar e a vida que imaginamos na uni.

Bebe e Barbara trocaram um olhar satisfatório. Louis estava de volta no jogo.

- As festas realmente subiram o nível. – Zachary deu de ombros. – Acho que estou entendendo aonde querem chegar.

O que antes era apenas uma provocação sedutora, tornou-se uma conversa de negócios. Louis sentiu o sorriso de Zachary esfriando e os olhos castanhos assumindo a postura de dono da fraternidade – o que significava um desafio extra mas se havia alguém capaz de conseguir algo naquele campus, esse alguém era Louis Tomlinson.

O mesmo que ficou com o rapaz e o dispensou sem nem pensar duas vezes. E que provavelmente o faria quantas vezes for preciso apenas para garantir que Harry consiga o que tanto sonhou.

- Está enganado. – Louis ecoou, a voz certeira. Zachary ergueu uma sobrancelha, o sorriso vacilando. – Não chegamos nem no começo do que queremos.

Eleanor limpou a garganta.

- Hm, vamos sentar? – apontou para os sofás arrumados no canto direito da sala, virados para uma porta dupla de madeira que dava acesso à sacada.

Louis estava sentado entre as amigas, exprimidos no sofá maior enquanto Zachary ficava na poltrona. A porta dupla estava aberta, fazendo o vento frio entrar com um barulho sutil na sala. Conseguiam até mesmo ver a área central da feira acontecendo enquanto falavam, as diversas barracas e stands lotados de alunos e não-alunos ao que a tarde caía lentamente.

A voz de Zachary tirou a atenção de Louis do que acontecia no lado de fora.

- Agora que já ficamos confortáveis, será que poderia me dar o prazer de saber o real motivo da visita de vocês? – estava levemente impaciente e isso só fez Louis sorrir. – Esse é um dia muito cheio pra fraternidade e não posso perder muito tempo.

- Já começamos concordando em alguma coisa. Isso é um bom sinal. – Louis umedeceu os lábios, sentindo os olhos castanhos queimarem em si. – Imagino que recebam muitos interessados hoje.

- A próxima leva de novos membros está mais promissora que a do ano passado. – Zachary esfregou as palmas das mãos. – É bom para os negócios. Muitos dos nossos membros atuais são veteranos, precisamos substitui-los antes do final do ano letivo, senão perderemos os patrocínios e incentivos da central.

- Tem alguns meses pelo menos. – Louis piscou os olhos lentamente, o assunto chegando exatamente aonde queria. – O movimento da casa aumentou com as nossas festas então imagino que isso ajude bastante.

Zachary respirou algumas vezes antes de responder.

- Sem discussão em relação à isso. – ele se reclinou na poltrona, o braço repousando no encosto e as pernas se abrindo lentamente ao que se ajeitava de forma relaxada. – As festas sempre foram a principal atração.

- Mas as festas não estavam sendo tão lucrativas, né? – Louis sorriu ladino. – As suas festas, é claro.

- Perdão?

Louis suspirou audivelmente, apenas para irritar o rapaz.

- Vou te contar exatamente o que aconteceu, sim? – ele balançou a cabeça, como se estivesse falando com uma criança. Zachary travou o maxilar. – Eu estava vivendo a minha vida inconsequente, perfeita e digna de filmes universitários, indo em cada uma das festas, bebendo todos os tipos de bebidas disponíveis nas casas e pegando quem eu quisesse, como você mesmo deve se recordar. Então, decidi fazer uma viagenzinha de autoconhecimento por alguns meses, e imagine a minha surpresa quando voltei pro campus e descobri que o espírito selvagem da UAL estava quase enterrado sob a fonte?

- Mas—

- Ainda não terminei, gatinho. – Louis ergueu o dedo indicador, puxando ar para então prosseguir, o pescoço de Zachary tornando-se vermelho. – Eu demorei algumas semanas pra compreender que o problema não eram os alunos, e sim as organizações acima deles. Quer dizer – Louis se virou para Barbara, que sorria orgulhosa. – Se nem as casas responsáveis pelas festas organizam essas tais comemorações, o que resta pros alunos? Vou te dizer o que resta – e voltou o olhar presunçoso pra Zachary. – Nada. Não resta nada.

- Você não sabe do que está falando, Louis. – Zachary já não tinha a pose de relaxado. Seus cotovelos estavam sobre os joelhos, as mãos entrelaçadas firmemente a frente do rosto tenso. – Muitas coisas não dependem das casas, o reitor barra as nossas ideias antes mesmo de conseguirmos coloca-las em prática.

- Eu não apenas sei como vivi isso, Zachary. – Louis deu de ombros. – Mas não vou ficar aqui sentado, criticando o seu trabalho como dono da fraternidade, até porque fiz isso antes e não adiantou em nada. Assim como também acho que não deveria colocar a culpa no reitor. Todos temos as nossas obrigações, a dele é garantir que o campus funcione como deve, e a sua é convencê-lo que as festas são o caminho para isso.

- Mas—

- Sem desculpas, Zachary. Nós tivemos o total apoio do reitor, desde sempre, e da mesma forma como tomamos a iniciativa de organizar nossas próprias festas, e devo ressaltar que essas transcenderam os limites da UAL e chegaram até Manchester, coisa que – Louis limpou a garganta falsamente. – A sua fraternidade nunca conseguiu, você deveria ter tido essa visão com os seus recursos. A casa tem potencial demais para ser desperdiçada assim, e nós sabemos como aproveitar isso. – Zachary abriu a boca mas nada disse, então Louis prosseguiu. – Achamos que a melhor opção para todos seja juntarmos esforços.

Houve um silêncio conturbado na sala, Bebe sorrindo tanto que denunciava já saber que Louis havia conseguido o que tanto queriam – o convite para participarem da Alpha Phi Omega. A expressão no rosto de Zachary denunciava imponência, Louis havia atado suas mãos e ainda o fizera gostar disso.

- Juntar esforços?

- Foi o que eu disse. – Louis fez um bico contemplativo. – Além de várias outras coisas mas, de forma resumida, sim, juntar esforços.

- A maior fraternidade da UAL e uma das melhores de todo o Reino... – Zachary apontou para o seu peito e em seguida para os quatro amigos sentados no sofá. – Juntando esforços com... o anão que se acha a própria Cinderela e as três fadas madrinhas?

Eleanor abriu a boca para responder em uma velocidade tão impressionante que sua namorada a segurou pelo pulso. Foi Bebe quem respondeu.

- Pode caçoar o quanto quiser, sabe que precisa de nós.

Zachary riu.

- Desde quando, docinho?

Agora foi Louis quem segurou Bebe.

- Escute aqui. – ele tentou não xingar, seu nariz se contorcendo com o esforço. – Não precisamos provar nada pra você, o próprio campus faz isso diariamente. Movimentamos mais universitários nos últimos dois meses do que essa fraternidade fez em quase três anos. Até mesmo a rixa ridícula que tinham com as garotas da casa do lado foi superada graças a nós. Metade das pessoas no andar de baixo estão pedindo pra entrar na sua fraternidade por causa das fotos das nossas festas que estão penduradas nas paredes.

- Isso não é verdade—

- Ah, não? – Louis sentou mais para frente no estofado sofá e Barbara o segurou pelo ombro. – Se tem tanta certeza disso, por que não fazemos o seguinte... – seus olhares estavam tão conectados que Louis sentiu suas bochechas ficarem dormentes. Zachary nem piscava. – Nós vamos tirar as nossas festas da sua fraternidade, assim consegue provar pra todo mundo que pode se virar sozinho. Veremos se vai continuar sendo a maior fraternidade da UAL e a do Reino sem novos membros e com a maior parte do seu grupo de universitários saindo no ano que vem.

Louis levantou do sofá, caminhando em passos curtos até a porta e tendo a plena certeza de que todos os olhares estavam em si. Sentiu seu estômago reagir à isso e logo um sorriso floresceu em seus lábios. Ele gostava de ser o centro das atenções, tinha isso em comum com o Louis do passado.

- Louis. – Zachary chamou, os olhos fechados e um xingamento preso na garganta. Louis o encarou sob os ombros. – Vamos conversar melhor.

Seu sorriso se alargou para o canto esquerdo.

- Achei que tivesse certeza do que estava dizendo, Zachary.

O rapaz revirou os olhos na poltrona.

- Não estou brincando, Louis.

- E por acaso algo no meu tom te fez achar que eu estou?

Barbara, Eleanor e Bebe se levantaram, sorrindo orgulhosas e presunçosas para o rapaz que agora ameaçava levantar da poltrona e implorar de joelhos.

- Louis...

- Eu sinto muito ter te dispensado no começo do ano. Realmente sinto. – Louis piscou um olho. – Se tivéssemos essa conversa naquela época, com certeza teríamos tido um resultado mais satisfatório.

E foi o suficiente para fazer Zachary se levantar, alargando os passos até chegar no corpo imóvel de Louis.

- O que você quer? – Louis fingiu confusão. – Ah, qual é, Louis. Eu sei que você está querendo algo com tudo isso. Não se daria ao trabalho de vir até aqui só pra jogar na minha cara que a casa depende das suas festas pra sobreviver.

Louis suspirou entre um sorriso, enfiando as próprias mãos nos bolsos traseiros de seu jeans.

- Já admitiu que precisa da gente, agora tudo que tem que fazer pra ganhar a minha atenção é pedir desculpas.

Zachary abriu a boca algumas vezes antes de falar. Barbara, Eleanor e Bebe ficaram atrás de Louis, com expressões nada além de pura convicção.

- Pedir desculpas? Pelo que exatamente?

Bebe respondeu, a mão firme na maçaneta.

- Me chama de fada madrinha mais uma vez pra você ver se eu não espremo as suas bolas com a unha, docinho.

Ironizando o apelido que foi usado contra si há apenas alguns minutos atrás, Bebe girou a maçaneta audivelmente em provocação. Zachary passou uma mão pelo rosto e subiu os dedos pelos fios de seu cabelo, puxando-os para trás em irritação.

- Me desculpe. – encarando Bebe nos olhos, ele suspirou, virando-se para Barbara e Eleanor, que estavam abraçadas de lado. – Me desculpem. Prometo não chamar vocês de fadas madrinhas de novo.

Louis limpou a garganta, atraindo o olhar do rapaz para seus olhos.

- Acho que me deve uma dessas também.

- O que? – Zachary ergueu a sobrancelha. – Por ter te chamado de Cinderela?

- Você sabe muito bem do que me chamou. – Louis queria esfregar a cara dele no chão.

Zachary riu seco.

- Quantos anos vocês têm? Oito?

Bebe abriu a porta.

- Tudo bem, tudo bem. – Zachary se desesperou, os olhos castanhos buscando os azuis de Louis. – Desculpa, eu prometo não te chamar de anão, nem de Cinderela.

Louis o encarou por alguns instantes antes de sorrir satisfeito.

- Eu gosto de Cinderela.

Bebe fechou a porta.

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- Deixa eu ver se entendi. – Zachary massageou as têmporas. – Querem que eu convide todos os jogadores dos Wolves para serem membros da fraternidade?

Estavam na sacada da sala, espalhados pelo ambiente e encostados no parapeito. Louis tirou os olhos dos stands que estavam abaixo de si para focar em Zachary, podia ouvir a risada de Niall dali e isso o fez sorrir.

- E em troca continuamos com as festas aqui.

- Mas como isso me ajuda? – Zachary resmungou e Barbara o encarou irritada. Era como se ele não estivesse ouvindo nada do que estavam falando pelos últimos trinta minutos. Ele notou o olhar incisivo da garota e ergueu as mãos em rendição. – Eu entendi, as festas aumentam o movimento e fazem as pessoas quererem entrar na fraternidade mas... e quando vocês saírem? Em questão de alguns meses os jogadores não estarão mais nos Wolves, pelo menos não no time do campus, e vocês já estarão formados. Como isso vai me ajudar? Eu ainda preciso de novos membros pra manter a casa.

Louis mordeu o lábio inferior, os olhos novamente vagando pela feira que acontecia ali perto. Niall saltitava pelos stands de artesanato e gritava para chamar a atenção de algumas pessoas que estavam passando, cativando-as para dar uma olhada nos artesanatos que seus colegas haviam feito, e então, fingia estar dando um tour pelas redondezas e apresentava cada um dos outros stands, divulgando o trabalho dos outros universitários simplesmente por ser uma pessoa incrível.

- Coloca os rapazes na sua fraternidade – Louis virou o olhar para Zachary mais uma vez, o azul brilhando como nunca antes. – Que vai ver o significado de família. Confia em mim. Alguns meses são mais do que suficientes para todo o campus da UAL estar implorando para participar.

- Como pode ter tanta certeza disso? Está me pedindo pra arriscar uma das casas universitárias mais tradicionais de Londres por causa de... – Zachary seguiu o olhar de Louis, observando Niall correndo para os braços de Zayn, que trazia uma garrafa de refrigerante para o amigo. Ambos caíram nos paralelepípedos. Podiam ouvir as risadas da sacada. – Uns garotos? O que eles têm de tão especial assim?

Louis sorriu escorado pelos cotovelos no parapeito.

- Por que não vê com os próprios olhos e me diz?

%%%

- Eu te amo, Louis Will.I.am Tomlinson!

Louis revirou os olhos teatralmente para os gritos exagerados de Eleanor, que pulou em suas costas segundos após descerem os últimos degraus da fraternidade Alpha Phi Omega. Ele segurou a amiga pelas coxas conforme andavam pelos paralelepípedos em direção aos stands, tendo a certeza absoluta que Harry os ouvira do outro lado da uni, no campo de futebol.

- Nah. Zachary nem nos convidou pra fraternidade, no final das contas.

- Ainda! Não nos convidou ainda, Lou-louly! – Bebe saltitava ao redor de seus corpos enquanto tagarelava feliz. – Você encurralou ele direitinho. Teve um momento que eu sinceramente duvidei do seu potencial mas depois que pegou confiança, tadinho, ele não teve nem chance. Você começou a falar e falar e falar e, tinha tanta tensão sexual ali e—

- Inclusive – Barbara cortou Bebe e a segurou pelos ombros, impedindo-a de dar mais uma volta. Já estavam ficando tontos. – O que aconteceu quando entrou na sala? Parecia em transe ou coisa do tipo.

Louis xingou ao derrubar Eleanor no chão, quase fazendo-a torcer um tornozelo. Reclamando de dor nas costas e recebendo um tapa na nuca, deu de ombros.

- Eu... eu acho que esqueci de uma coisa muito importante que aconteceu no começo do ano. – suas amigas o encararam confusas. – Pode parecer besteira, e provavelmente é, mas sabe quando você acha que sabe de tudo e do nada percebe que ainda tá faltando um pedaço?

Bebe deu de ombros.

- Será que é tão importante assim?

- As coisas estão finalmente dando certo, Lou. Pra todos nós. – Eleanor murmurou enquanto fingia mancar, apenas para irrita-lo. – Depois de tanto tempo atolados, parece que finalmente estamos progredindo nessa droga de vida.

- Inspirador. – Barbara reclamou pra namorada e recebeu uma língua esticada como resposta. – O que as meninas estão tentando dizer é que talvez isso seja um mecanismo de defesa, Lou.

- Como assim? – ele piscou os olhos, confuso.

- Você passou por tanta coisa que agora que as coisas estão se encaixando, sua mente está tentando de tudo pra... encontrar um problema.

Houve uma pausa antes de Louis responder, as mãos enfiadas nos bolsos do moletom que usava debaixo da jaqueta jeans.

- Acha que estou me auto sabotando?

Agora foi a vez das garotas ficarem em silêncio. Haviam chegado no stand de música e assumindo seu turno mais uma vez, Louis e Bebe foram para dentro da estrutura do Shake Shack.

- Ok, esquecendo essa hipótese... – ele começou, incapaz de esquecer das perguntas que rodearam sua mente na fraternidade. – Vamos considerar que eu esteja certo e vocês erradas...

- Qual a chance disso acontecer? – Eleanor ironizou e Louis pressionou os olhos para ela.

- Eu sinto que estou deixando algo passar, sinto de verdade. Nos meus ossos.

Barbara encostou na estrutura, abraçando a namorada e se perdendo em carícias conforme falava.

- Ok, vamos tentar ver pelo seu lado. Mas tem que nos contar tudo, todos os detalhes.

- Começa a contar, Zuko. – Bebe provocou, empurrando o amigo pro lado enquanto arrumava os panfletos na mesa.

Louis trocou o peso dos pés.

- Foi nas primeiras semanas de aula, no começo desse ano. As Rockets fizeram uma das maiores festas que a irmandade Beta Tetha Pi já viu, e como era tradição, foi à fantasia.

- Salva-vidas e cadeira. – Eleanor revirou os olhos. – Você já contou essa parte mais ou menos umas trinta vezes só hoje, Tomlinson. Troca o disco e agiliza pra parte que realmente interessa: a foda.

Louis apoiou as mãos na mesa, encarando um ponto fixo.

- Ai que tá, Els. É justamente sobre isso: a foda.

As garotas se entreolharam.

- Hm, alguém aqui entende grego? Porque eu simplesmente boiei no que ele disse. – Eleanor estava impossível nas provocações e recebeu uma repreensão de Barbara ao que Louis mal se moveu.

- Ok, Louis, qual a parte do contar todos os detalhes que não entendeu? Estamos no escuro aqui. – Bebe tentou.

Louis esfregou as mãos no rosto.

- Eu não lembro direito mas, tinha esse cara. Olhos verdes, alto, musculoso e com cabelos curtos e bem cacheados. Eu provavelmente transei com ele, só pode ter sido, e aparentemente foi a melhor foda da minha vida porque eu enlouqueci e comecei a procurar por ele em todos os caras da uni. Acontece que eu devia estar bêbado, chapado, sei lá, extremamente fora de mim quando transamos, porque simplesmente não consigo me lembrar de muita coisa além disso.

- Não tem a menor ideia de quem ele seja? Nada?

Louis negou para Barbara.

- Só sei que transamos e que foi muito bom.

- Por isso dispensou Zachary? – Louis assentiu e Bebe continuou a falar. – E não encontrou ele na festa?

- Então, se a minha mente estiver certa... – Louis afundou a cara na estrutura do Shake Shack. – Eu transei com um cara naquela noite, e não foi o Zachary.

- E também não foi esse cara misterioso.

- Não. Ele tinha olhos brancos.

- Brancos? – Eleanor se exaltou. – Estou começando a achar que você está fora de si agora. Quem tem olhos brancos, pelo amor de deus?

Louis revirou os olhos.

- Eram lentes de contato. Estávamos em uma festa à fantasia.

- Você também é muito inteligente, né. Decide procurar alguém justo em uma festa em que todos querem qualquer coisa, menos serem encontrados.

Louis mostrou a língua para Bebe.

- Mas pode nem ter sido esse cara. O de olhos verdes. Vai ver foi só um cara aleatório que eu transei em mais uma festa.

- A foda foi boa? – Eleanor sorriu sugestiva, e quando recebeu olhares inquisitivos, principalmente da namorada, ergueu as mãos. – O que? Vai que ele sentiu algo familiar? Pode ser uma pista, eu hein.

- Eu não lembro muito da foda...

- Lembra do seu nome pelo menos? – Barbara o cutucou. – Acho melhor diminuir na maconha, cara.

Quando Louis abriu a boca para responder, Niall e Zayn chegaram, e com eles, o barulho.

- Qual o tópico sendo discutido hoje? – Niall murmurou, enfiando sua cabeça na roda que fizeram inconscientemente. Louis mostrou o dedo do meio pra ele. – Educação não é, pelo visto.

Antes de Louis pular pelo Shake Shack e esfregar a cara de Niall nos paralelepípedos gelados, Bebe os interrompeu.

- Louis transou com um cara na festa das Rockets e não consegue se lembrar dos detalhes.

Niall e Zayn trocaram um olhar.

- A das fantasias?

Louis sentiu o fôlego falhar.

- Vocês sabem de alguma coisa?

Os amigos deram de ombros.

- Niall, Zayn... – Barbara cruzou os braços para os rapazes, que arregalaram os olhos. – Comecem a falar.

Niall foi o primeiro a gaguejar.

- Eu não lembro de muito. Isso foi meses atrás, eu não lembro nem o que comi ontem. – o olhar de Louis estava desesperado e ao mesmo tempo ameaçador. – Mas posso fazer um esforço, é claro. – Niall sorriu alarmado. – Mas não sei se posso ser de muita ajuda.

- Louis acha que transou com um cara no começo do ano. – Bebe tentou contextualizar a situação. – E que foi tão bom que isso o fez procurar pelo cara pra...

- Repetir. – Zayn e Niall disseram junto com a garota.

Louis arregalou os olhos.

- Vocês se lembram disso?

- Não tínhamos escolha. Você não calava a boca sobre isso. – Zayn revirou os olhos dramaticamente. – Fazia questão de comentar o tempo todo que foi a "melhor foda da sua vida desde que inventaram o dildo".

Louis quase pulou de ansiedade.

- O que mais? O que mais?

Niall parecia assustado mas sorria divertido, como se gostasse daquela situação mais do que deveria.

- Sei lá, Lou, você não nos contou muita coisa. – batucou os dedos no Shake Shack em busca de lembranças. Tinha tantos olhares arregalados naquela roda que Niall ofegou como se estivesse correndo uma maratona. – Acho que foi na festa do Mike.

Zayn estralou os dedos.

- Foi sim, verdade. Você chegou atrasado na aula do dia seguinte. Estávamos te esperando na sala de ensaios e quando decidiu dar o ar da graça, parecia ter sido atropelado por um caminhão.

- Ok, não precisamos de tantos detalhes assim. – Louis se defendeu, já que as garotas pareciam entretidas demais para fazê-lo.

- Shhi, cala a boca. Tá atrapalhando a história. – Bebe o provocou antes de puxa-lo pra um abraço. – Prossigam, em detalhes, por favor.

Niall sorriu animado, quase como um locutor.

- Foi a primeira festa do ano então, obviamente, extrapolamos todos os limites de bebidas, drogas e sexo, mas você... – Niall compartilhou uma risada com Zayn. – Lou, você superou todas as expectativas.

- Te perdemos quase no final. Só restaram algumas pessoas, até o Mike que era o dono da festa já tinha vazado, mas estávamos tão loucos que acho que nem se quiséssemos, conseguiríamos ir embora. – Zayn se balançava para frente e para trás, lembrando dos detalhes e os cuspindo conforme falava. – Acho que só ficaram os de sempre. – buscou apoio em Niall. – Nós três, os jogadores dos Wolves e os rapazes de publicidade.

- Os babacas? – Barbara murmurou. Ela não gostava de Nick, Josh e Sandy.

- Nick inventou de jogar verdade e desafio...

- Quantos anos vocês rapazes têm? Doze? – Eleanor seguiu os passos da namorada em reclamar e fez Niall rir. Ele estava mais confortável perto do casal lésbico, considerando os incontáveis ménages que fizeram no passado, e isso não passou despercebido pelos olhares ansiosos de Louis.

Ele só queria saber de uma vez por todas com quem havia transado.

- Verdade e desafio... – Louis incentivou Niall a continuar, sua mente puxando algumas lembranças conforme ouvia os amigos.

- Isso. – Niall prosseguiu. – Você foi desafiado a responder alguma coisa, não lembro exatamente o que... – Zayn deu de ombros, também sem ter a resposta. – Mas lembro de ter mudado para desafio porque não quis falar, e aí...

- Bateu uma pro Sandy.

- Bati uma pro Sandy. – Louis ecoou junto com Niall e Zayn, se recordando de algumas coisas.

- Vocês costumam fazer isso nas festas? – Bebe parecia assustada.

- Costumávamos. – Niall se defendeu. – Era bem mais legal, devo admitir.

- Mas foi só isso? – Eleanor parecia confusa. – Não estou vendo nada demais, além de excesso de testosterona, mas até ai nada novo debaixo do sol. O que isso tudo tem a ver com a foda misteriosa de Louis?

Niall e Zayn pensaram por um instante.

- Louis chegou na aula como quem havia transado bem na noite anterior. E sabemos que não foi com o Sandy, porque ele estava na frente de todo mundo quando isso aconteceu...

- E depois que ele sumiu, Sandy ainda estava lá. – Niall complementou Zayn.

- Vocês não disseram que poucas pessoas ainda estavam na festa? – Barbara deu de ombros. – Vamos por eliminação.

Os rapazes se entreolharam. Quem ainda estava na festa naquela noite?

- Sandy, Nick e Josh estavam. Sandy está fora. – Zayn começou, contando nos dedos os três amigos e logo abaixando um por desconsiderar Sandy. Niall o encarou e abaixou os outros dois.

- Nick e Josh voltaram comigo pro dormitório, eles também estavam lá quando Lou sumiu.

Louis se questionou por um segundo se Niall não teria feito algo com Nick e Josh naquela noite, considerando o histórico do amigo com ménages, mas não teve muito tempo pra desenvolver o pensamento ao que continuaram.

- Então não temos nada.

- Aqueles amigos do Mike... – Niall tentou, olhando para Zayn.

- Eles estavam lá também.

- Ok, que tal falar quem não estava lá no final da festa? – Bebe disse, ansiosa. Aquela estratégia não estava funcionando, claramente.

Zayn e Niall pareciam pensar por mais um instante, se olhando.

- Alguns jogadores dos Wolves já tinham ido embora, se não estou enganado. – Niall tinha as sobrancelhas franzidas.

Louis arregalou os olhos. Sua mente trabalhava a mil e ao mesmo tempo parecia estar travada na informação que acabara de receber, e então, seu olhar encontrou o de Niall e Zayn. Os amigos pareciam à beira de um grito coletivo.

Foi Barbara quem se pronunciou, todos juntando as peças do quebra-cabeça em silêncio, incapazes de dizer em voz alta seus resultados e conclusões.

- Quais jogadores? – os olhares se voltaram para a loira. – Porque, não sei se todos chegaram à mesma conclusão que eu mas, jogador dos Wolves, de olhos verdes e cachos... só tem uma alternativa possível, correto?

Louis parecia prestes a cair no chão, fazendo Bebe segurar seus ombros apenas por precaução. Niall e Zayn tinham seus olhos fixos no amigo.

- Quais jogadores? – ele murmurou, baixo. Zayn e Niall se entreolharam.

Houve uma pausa longa enquanto os rapazes discutiam mentalmente, decidindo se iriam adiante ou não, e isso fez a ansiedade de Louis o incentivar a bater suas cabeças juntas em vingança, até que pareceram finalmente ter chegado a um acordo.

Niall quem falou.

- Carter e Dan. – Louis deu um passo em falso, Bebe o segurando. – Os jogadores dos Wolves que não estavam no final da festa eram Carter e Dan.

Alguns minutos se passaram com nada além de silêncio. Ninguém ousava dizer uma palavra sequer. Bebe guiou Louis até que ele estava sentado, a bochecha direita apoiada na estrutura do Shake Shack e seus lábios partidos em ofegos altos. Ele tentava processar aquelas informações e chegar em alguma conclusão mas nada fazia sentido em sua mente.

Por um segundo, uma mísera fração dele, teve a certeza absoluta de que havia transado com Harry naquela festa. E não o surpreendeu ter ficado extremamente feliz e aliviado porque, porra, ele amava Harry e não ligava nem um pouco se antes se odiavam e tinham todas as suas desavenças – eles haviam transado antes mesmo de tudo começar. Haviam transado na primeira festa do começo do terceiro ano.

E mentiria se dissesse que não havia criado expectativas quanto à isso, desde o início levantando o debate e procurando motivos para chegar à conclusão que tanto queria. Olhos verdes, cachos e músculos: ele conhecia alguém assim, e era Harry. E talvez seja influenciado e nem um pouco imparcial pelo fato de que ele queria muito que fosse verdade mas ele podia jurar que havia transado, de fato, com o jogador, naquela festa.

Não lhe assusta nunca ter pensado nisso antes, ou nunca ter conectado as características a Harry, sequer cogitado ter transado com ele. Se odiavam mortalmente, as paredes que haviam construído, principalmente por causa de Ryan e tudo que o envolvia, fez com que ele ficasse cego quanto àquela possibilidade. Louis não queria enxergar que Harry tinha olhos verdes e cabelos cacheados assim como o cara com quem transou porque fazer isso significava admitir que sempre teve sentimentos pelo rapaz.

Sua mente se lembrou de todas as conversas estranhas com Nick e em como aquilo mexeu consigo, em como tinha a sensação de já ter sim transado com Harry, mesmo que não tenha dado muita importância para o assunto porque não tinha provas que havia de fato acontecido. A familiaridade. Pensou em como fazia sentido Nick saber de tudo isso, pois também estava lá naquela noite e deve ter visto ambos saindo juntos. Pensou em tanta coisa.

Mas apenas por um segundo.

O que seguiu foi algo confuso. Ele não conseguia encaixar as peças, não importava o quanto pensava sobre o assunto. Ele ainda sentia como se estivesse faltando algo. Olhava para o quebra-cabeça e ainda sentia que havia uma peça faltando.

Estava na sua cara e ainda assim não conseguia descobrir o que era.

Então, ergueu a cabeça, chamando a atenção de todos na roda, e fitou Niall, bem no fundo de seus olhos.

- Ainda não faz sentido. – disse, simplesmente.

Niall franziu o cenho.

- O que?

Bebe esfregou as mãos nas costas de Louis, tentando acalmá-lo.

- Não faz sentido. – se levantando rapidamente, Louis se agitou. – O cara que eu transei tinha olhos verdes. Eu tenho certeza disso. E – apontou para Niall. – Você me disse que Carter e Dan sumiram no mesmo momento que eu. Mas nenhum deles tem olhos verdes. – ele se virou para Zayn. – Não faz sentido.

Os amigos se encararam por algum momento, afinal, Louis tinha um ponto válido.

Não fazia sentido. Eles estavam deixando algo passar.

- Acho que estamos deixando algo passar. – Eleanor murmurou, pensando no mesmo que Louis. Ele assentiu veemente.

- Ou – Barbara deu de ombros. – Estamos procurando coisa aonde não tem. Até onde sabemos, Louis pode ter saído da festa e encontrado literalmente qualquer outro cara da uni que tenha essas características. – Niall ergueu uma sobrancelha. Barbara também tinha um ponto. – Qual é, pessoal! Era o primeiro dia da uni, todo mundo estava em alguma festa. Pode ser qualquer um.

Zayn não estava convencido e encarando Louis, podia perceber que o amigo estava no mesmo barco. Suspirando, deu de ombros.

- Eu ainda acho que foi alguém da festa. – Zayn sentiu o olhar de Niall queimar em si. – Mas não temos nenhuma prova então... acho que ficamos sem saída.

Bebe não parecia convencida de nada.

- Zuko – Louis a encarou, os olhos azuis confusos. – Tem certeza que não lembra se mais nada? – ele balançou a cabeça negativamente. – Nenhum detalhe, do cara, da foda... Nada?

Louis encarou o chão, forçando sua mente a pensar e pensar e pensar. Ele precisava lembrar. Nada. Bufando e olhando para o céu, agora, mentalizou uma reza silenciosa aos deuses lá em cima. Ele sentia que precisava saber daquilo e pediu para que se lembrasse.

Foi então que arregalou os olhos, segurando Bebe pelo braço com força.

- Um plug.

Bebe abriu a boca várias vezes mas quem conseguiu dizer alguma coisa foi Eleanor.

- Perdão?

Louis piscou tantas vezes que uma lágrima deixou o canto de seus olhos, ele literalmente tremia, e não era pelo frio. Mal ouvia os amigos direito, o coração acelerado.

- No dia seguinte... da foda. – ele chacoalhou o braço de Bebe ansiosamente. – Eu acordei com um plug. – seu olhar encontrou o de Niall e Zayn. – Eu acordei com a porra de um plug rosa na bunda.

- Ok... – Barbara murmurou, não querendo entrar no detalhe da situação mas também extremamente preocupada com o estado do amigo, que parecia prestes a explodir em fogos de artifício. – Então precisamos achar o plug?

- Não!!! – Louis deu alguns pulos no chão. – O plug está comigo. – Eleanor ergueu uma sobrancelha. – Não comigo agora, obviamente. Está guardado, eu lembro de ter guardado... deve estar em algum lugar nas minhas coisas.

- Precisamos achar o dono do plug. – Bebe ergueu as mãos. Louis assentiu.

- Fácil. – Eleanor deu de ombros. – Podemos colar uns cartazes pelo campus. Procura-se dono do plug rosa. Um dia deve ser o suficiente pra... – ela enfiou o dedo na cara de Louis. - ... sermos expulsos da porra da uni. Não podemos sair perguntando uma coisa dessas pras pessoas, até eu que sou meio sem noção sei que isso é apenas demais.

Louis mordeu o interior da bochecha, encurralado. Seu corpo reverberava aquela informação – ele sentia que era aquilo. Era tudo que precisava saber: encontrar o dono do plug significava encontrar o dono da foda da sua vida.

E então, seu peito afundou em arrependimento.

Barbara, Eleanor e Bebe debatiam a melhor forma de encontrar o tal brinquedo sexual e, apenas ouvindo, ele sentiu seu olhar sendo atraído para Niall e Zayn, que o encaravam significativamente.

Ele conhecia aquele olhar.

- Não.

As garotas pararam de falar para encará-lo. Louis deu de ombros, o corpo esfriando de toda a excitação sobre aquela situação, quase que automaticamente.

- O que foi? O que aconteceu com a caçada à foda misteriosa? – Louis fitou Barbara com as bochechas caídas.

- Eu não posso fazer isso.

- Por que não, Lou-louly? – Eleanor parecia confusa.

Louis se mexeu nos calcanhares.

- Eu tenho Harry agora. – e sorriu, orgulhoso de poder dizer aquilo em voz alta. Niall e Zayn trocaram um olhar discreto.

Bebe gaguejou.

- Mas... achei que quisesse muito descobrir com quem teve a melhor foda da sua vida...

- E já descobri. – ele encarou a amiga ainda com um sorriso largo no rosto. – Harry é a melhor foda da minha vida. Não preciso encontrar um maldito plug pra ter a certeza disso.

As garotas se encararam por um momento. Elas sabiam que Louis estava certo mas toda aquela discussão e ansiedade que exalou para descobrir com quem havia transado no começo do ano... simplesmente havia desaparecido tão rápido quanto o vento. Louis tinha ficado tão desconcertado com aquela situação que parecia estranho ele ter desistido de tudo em questão de segundos.

Mas ele tinha. O arrependimento de simplesmente ter cogitado ir atrás de uma informação como aquela enquanto estava namorando Harry estava o corroendo de dentro pra fora. Ele não podia continuar com aquilo.

- Então – Eleanor começou, a voz baixa. – Não quer mesmo descobrir com quem transou?

Louis ponderou por um instante.

- Não tem mais importância. Não pra mim, não agora. – ele tinha todos os olhares em si. – O que vou fazer com essa informação? Terminar tudo com Harry pra ir correndo atrás de um cara que supostamente transei há sete meses atrás? Ele nem deve se lembrar de mim. E além do mais – ele deu de ombros. – Não posso fazer isso com Harry. Imagina como ele vai ficar se descobrir que eu estou revirando transas do passado. Eu não ia gostar se fosse o contrário.

Niall se pronunciou pela primeira vez em um tempo, os olhos amenos para o amigo.

- Está fazendo o certo, Lou.

- Eu realmente não me importo com aquela foda. – Louis murmurou, chutando um paralelepípedo. Sua voz denunciava vergonha, mas também sinceridade. – Não mais. Harry é a minha melhor foda. – ele encarou Bebe. – Ele realmente é. Não preciso de mais nada, só ele. Nem sei porque decidi ir atrás dessa besteira, em primeiro lugar.

A amiga sorriu, o abraçando de lado.

- Sua palavra é ordem, Zuko. – beijou sua testa carinhosamente.

- Poderiam, hm, não contar que isso aconteceu? Nem pro Harry, pro Liam ou... pra ninguém. – Louis disse, tímido. Ele havia se desesperado por sólidos trinta minutos sobre uma transa antiga e estava envergonhado por sequer cogitar aquela ideia enquanto tinha Harry ao seu lado. – Por favor.

Niall e Zayn trocaram mais um olhar.

- Relaxa, Lou. – Zayn sorriu. – Ninguém vai contar nada.

- Morre aqui. – Barbara pegou a mão do amigo afavelmente.

Assentindo, Louis tentou encerrar aquele assunto em sua mente. Sem mais plugs. Ele tinha Harry e isso bastava.

%%%

- O que fizeram de tarde? – Harry perguntou assim que chegaram na área da fonte, que agora estava escondida debaixo da árvore de natal consideravelmente grande.

Louis trocou um olhar com Niall, Zayn e as garotas e dando de ombros, puxou Harry pelas mãos que tinham entrelaçadas para que pegassem um lugar antes que fosse tarde demais.

Conforme a noite caía, os stands foram fechados e os portões da uni permaneceram abertos para quem quisesse entrar. Faltando apenas uma semana para saírem de férias, todos estavam sentindo-se melancólicos e emocionais, além de todos aqueles sentimentos que o natal e o ano novo faziam emergir, por isso, a área central da UAL encontrava-se repleta de alunos, não-alunos e londrinos que estavam de passagem e ouviram a música, agora já alta e ao vivo.

As luzes natalinas penduradas em intervalos junto com os outros enfeites de natal, e que rodeavam os postes de luz espalhados pelo campus, brilhavam naquela noite fria de seis graus. O cheiro de chocolate quente estava em todos os lugares e como mosquitinhos atraídos pela luz, todos estavam ao redor da árvore de natal, que já estava iluminada. Em sua base, um coral ecoava canções natalinas lindamente – eram colegas de Louis, do curso de música, o que tornava tudo extra especial.

Ele acenou para Bebe de onde estavam sentados e recebeu um sorriso em retorno. Harry seguiu seu gesto e depois voltou o olhar para si, juntando seus narizes extremamente gelados pelo vento em um beijo de esquimó.

- Senti sua falta hoje, gatinho.

- Eu também, Hazz.

Escondendo suas mãos nas mangas do moletom, Louis esticou os braços até enrola-los na nuca de Harry, juntando seus lábios gélidos em um beijo extremamente urgente.

Niall pigarreou.

- Vão pro quarto, por favor, tem crianças aqui.

Revirando os olhos, Louis os separou, distribuindo diversos beijinhos pelo rosto de Harry, gastando um tempo extra necessário em suas covinhas, até ousando lambe-las discretamente. Rindo, Harry o puxou para um abraço desengonçado, já que estavam sentados no chão.

No final das contas, Louis sentou-se atrás de Harry, abraçando-o dentro de suas pernas. As mãos do jogador faziam um carinho gostoso em suas coxas e os cachos contra seu rosto cheiravam bem.

- O dia de vocês também pareceu ser o mais longo do mês? – Liam resmungou enquanto brincava com os dedos de Zayn, ambos sentados um de frente para o outro, as pernas se entrelaçando.

- Definitivamente. – Louis respondeu com tanta convicção que Harry ergueu uma sobrancelha. – Mas, sinceramente, espero que essa semana demore também.

Niall bufou, o que chamou a atenção dos amigos.

- Nem me fala. Meu professor disse que não vamos ter aula essa semana, só fechamento de notas e correção de provas. Vai ser um tédio. Eles podiam pelo menos deixar a oficina aberta.

- O estúdio já está fechado. – Zayn disse, roubando alguns goles do chocolate quente de Louis, que apenas encarou o movimento, aconchegado demais para ligar. – Só temos que ir por algumas horas, acho, pra orientação dos projetos.

- E os treinos? – Liam e Harry bufaram com a pergunta de Niall, que se surpreendeu com a reação.

- Só clandestinos. – Liam apertou o dedo de Zayn com força demais, fazendo o namorado xingá-lo. – Foi mal, amor. O treinador não pode nos colocar no campo, não oficialmente pelo menos.

- Não sei do que estão reclamando. – Louis disse. – E eu que vou ter que fazer todas as provas que perdi.

Harry ergueu o tronco do peito do namorado para encarar seu rosto.

- Eles finalmente decidiram as datas?

Louis mordeu o lábio inferior, assentindo.

- Espera. – Zayn franziu o cenho. – O que aconteceu? 'Tô perdido.

- Eu perdi muitos meses de aula, Zee, quando, hm, sumi da face da UAL. – Louis deu de ombros. – Se não fosse pela srta. McGregor eu provavelmente teria reprovado o ano.

- Quem é esse mesmo? – Liam sussurrou pra Zayn, que riu.

- É a professora do musical, amor.

- Aah.

- Eles podem fazer isso? – Niall tinha uma sobrancelha erguida. – Te reprovar no meio do ano letivo? Sem mais nem menos?

Louis teve o corpo aconchegado por Harry, agora de frente, beijos sendo depositados em sua mão como se tivessem todo o tempo do mundo.

- Eu meio que sumi sem mais nem menos, né. – Niall ainda encarava Louis com afinco. – Não tive nem como argumentar. Já tive sorte o bastante de ter uma segunda chance então nem pedi muito mais do que isso.

- Então vai ter que fazer todas as provas de novo? Do trimestre inteiro? – Zayn disse, já tomando a caneca de chocolate quente para si e jamais devolvendo para Louis, igual fazia com os baseados.

- Não. – Louis sentiu Harry entrelaçar seus dedos. – Cada professor fez uma prova, que conta como a do trimestre. E vou fazer todas essa semana.

- Todas?

- No mesmo dia. – Louis acrescentou. Harry apenas o encarava, atento.

- Quando?

- Quarta.

- Podemos estudar juntos, se quiser. – e Louis sorriu pro namorado, o puxando pelas mãos entrelaçadas para colar seus lábios em um beijo intenso e sem línguas.

- Eu também posso te ajudar a estudar, mas não vou te beijar assim, já vou avisando. – Zayn disse, a atenção de Liam subitamente mais intensa sobre si.

- Por que não? Já beijou uma vez. – Niall caçoou.

Louis e Zayn se encararam significativamente, enquanto Harry e Liam desconversavam a situação, ora pigarreando ora mudando de posição no chão, claramente desconfortáveis com o assunto.

A gargalhada de Niall ecoou, atraindo atenção suficiente para serem repreendidos pelo barulho, afinal, o coral ainda estava cantando e muitas pessoas estavam realmente ouvindo e não papeando como eles.

- Qual a boa, Irlanda? – Louis apontou o nariz para Niall, que tinha as bochechas vermelhas, tanto pelo frio quanto pela vergonha da bronca. – Foi trocar o disco e ficou engasgado?

- Fi tricir i disci i fiqui igisgidi? – Niall revirou os olhos, caçoando do amigo.

Harry segurou Louis pela cintura para evitar que ele esfreguasse a cara de Niall contra o chão gelado.

- Ei, comportem-se. – Harry parecia sério e ganhou olhares interessantes de Louis, que aproveitou do contato para juntar ainda mais seus corpos em um carinho provocativo. – E você, guarde isso pra mais tarde. – Harry deixou seu pescoço ser beijado enquanto olhava ao redor. – Tem muitas crianças aqui, Lou, não iguais vocês, mas tipo, crianças de verdade.

Mordendo o pescoço do jogador com força, Louis só os separou quando Harry xingou baixinho, esfregando a região logo em seguida.

- Vocês estão insuportáveis hoje. – Liam resmungou enquanto ria.

- E eu acho que talvez seja a hora de Zayn comer você de novo, mas eu não fico falando isso na sua cara, ou fico? – Niall retrucou, fazendo Zayn engasgar com o chocolate quente e cuspi-lo em Louis.

- Oh, porra.

Piscando atordoado, Louis tentou se desviar do chocolate que pingava de seus cílios, lambendo algumas gostas que escorriam em seus lábios. A atenção de Harry se fixou ali e, murmurando palavras desconexas, esticou os dedos para as bochechas do namorado, ajudando a limpar o leite.

Niall rolava no chão enquanto ria, provavelmente irritando muitas pessoas, Zayn tinha as bochechas vermelhas e Liam estava completamente petrificado – jamais iria admitir que a cena de Zayn esguichando no rosto de Louis o tivesse excitado de alguma forma.

%%%

- Festa no corredor, vadias. – Niall gritou assim que viraram a esquina nas alas dos dormitórios dos jogadores dos Wolves, esticando as mãos para os lados e apertando os mamilos de Zayn e Louis antes de sair correndo multidão adentro.

- Esse... - Zayn começou mas se interrompeu quando viu que Niall já estava longe.

- A palavra que está procurando é puto. – Louis murmurou enquanto sentia sua cintura ser puxada por Harry.

As festas nos corredores dos dormitórios era tão tradição da UAL como a festa da árvore de natal no centro do campus, por isso, assim que o coral parou de cantar e as luzes foram apagadas, todos os alunos migraram para seus dormitórios – não para dormir, claramente. E os dormitórios dos Wolves eram especialmente lotados pois cada um dos jogadores conhecia ao menos trinta pessoas do campus, e logo a maior parte dos universitários estavam concentrados naqueles largos e longos corredores.

Desviando das pessoas com habilidade, Harry logo chegou na frente da porta de seu próprio dormitório, destrancando a porta e deixando que os amigos mais íntimos entrem no espaço. Em questão de minutos as narguilés foram montadas e as bebidas começaram a serem distribuídas de mão em mão sobre suas cabeças.

A caixa de som do dormitório de Chad ecoava YUNGBLUD quando Louis encostou na parede para acender seu baseado, longe dos diversos corpos que ali dançavam e se pegavam.

- Odeio admitir mas acho que tinha razão.

Procurou pela voz e não se surpreendeu quando encontrou a origem dela. Zachary estava se aproximando, desviando de alguns universitários bêbados demais considerando há quanto tempo estavam ali, até que finalmente parou em frente ao corpo de Louis.

- Tenho certeza de que está certo, mas sobre o que exatamente está se referindo? – Louis deu um longo trago no baseado em seus dedos. – Eu tenho razão em tantas coisas que até me perco as vezes.

Zachary riu enquanto observava ao redor, mal conseguindo ver o começo ou o final do corredor onde estavam, tantas músicas ecoando que o deixava atordoado, mas ainda assim, emanava uma sensação boa de diversão em seu estado mais puro.

- Dos rapazes. Dos jogadores. De tudo. – Zachary se encolheu no moletom vermelho queimado que usava, o emblema da Alpha Phi Omega estampado no peito direito. – Eles realmente são o espírito da festa.

Louis perdeu seu olhar em Harry e Liam, que já estavam sem as jaquetas dos Wolves pelo calor que emanava de tantos corpos em um só lugar. Eles riam de alguma coisa que Patrick falava, até serem interrompidos por um Niall de cabeça para baixo, andando pelas mãos. Ele gritava mas o som ficava perdido em tantos outros naquele corredor. E atrás dele, Zayn gravava com o celular, pronto para gravar o momento o exato da queda, que inevitavelmente viria. Não demorou para a maior parte dos universitários ali puxarem um coro incentivar para Niall cair.

- Sim, eles são. – assim que Louis terminou de proferir as palavras, Niall caiu, uma salva de palmas ecoou sobre os gritos e comemorações, abafando também o resmungo de Zayn, que foi atingido pelo irlandês, que claramente caiu para trás, ao invés de para frente.

Se Niall havia se machucado, disfarçou bem. Zayn no entanto, não teve a mesma sorte e logo foi consolado por um Liam risonho.

Louis definitivamente iria querer ver aquela gravação depois.

- Então – Zachary chamou a sua atenção, e tragando seu baseado mais uma vez, Louis deu de ombros. – Pensei na sua oferta.

- Não tinha muito o que pensar. Era bem óbvio. – sorriu contra o baseado.

- Será que era mesmo?

- Lógico que sim. E você sabe disso. – Louis fitou os olhos castanhos do rapaz. – Só não aceitou a proposta enquanto estávamos lá porque queria fingir que não tinha nada a perder. – impulsionando seu corpo para frente com o pé apoiado na parede, Louis respirou fundo, de frente para Zachary. – E nós dois sabemos que tem tudo a perder.

Pigarreando, Zachary desviou o olhar do corpo de Louis, ganhando tempo ao encarar a multidão.

- Quer ouvir a minha resposta ou não?

Louis fez uma careta para o baseado que segurava, já consideravelmente menor.

- Sinceramente?

- Ah, qual é. – Zachary se irritou e isso fez Louis sorrir. – Você foi até a minha fraternidade pra encher o meu saco com as suas ideias e agora nem quer ouvir o que tenho a dizer?

- Bem, se serve de consolo, você também veio até aqui.

Seus olhares permaneceram conectados por um momento, até que Zachary suspirou.

- Eu desisto.

Antes que pudesse realmente se virar e ir embora, Louis o chamou.

- Tudo bem, tudo bem. Eu vou ouvir o que tem a dizer.

Se virando, Zachary assentiu com a cabeça, provavelmente contando até dez antes de prosseguir a conversa.

- Eu até posso convidar os seus amigos para a fraternidade. – Louis ergueu uma sobrancelha.

- Mas...

- Mas preciso que me ajude a arrecadar fundos pra casa. – Louis ponderou por um instante e Zachary logo emendou sua fala, receoso que fosse ser dispensado. Não podia culpa-lo, afinal, Louis já havia o feito uma vez e não duvidava de sua capacidade de fazer de novo. – Você tem uma voz bem ativa com o reitor e sei que se trabalharmos juntos podemos conseguir alguns incentivos.

Louis tragou algumas vezes antes de responder.

- Pra quem tirou sarro do juntar esforços, trabalharmos juntos parece meio forçado, não acha?

Zachary estalou a língua na boca.

- É sério, Louis, você mesmo disse mais cedo. O reitor confia em você, e a casa poderia se beneficiar dessa confiança.

- Então – Louis ergueu o baseado quase no fim. – Se eu te ajudar com o reitor, você coloca meus amigos pra dentro?

- Sim.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Como posso saber que confio em você?

Zachary fitou Louis com tédio nos olhos e, suspirando dramaticamente, Louis fez como se fosse embora, e logo sentiu uma mão em seu pulso.

- Ok, ok. – soltando do aperto do rapaz, Louis voltou a fita-lo. – Leve seus amigos na fraternidade que eu formalizo o convite.

Louis mastigou a carne da bochecha por um instante, o baseado dançando em seus dedos enquanto pensava.

- Tem mais uma coisa.

- O que? – Zachary disse, já angustiado.

- Meus amigos não podem saber que foi um acordo nosso. – as sobrancelhas erguerem sobre os olhos castanhos de Zachary. Louis estava o mais sério desde que se apresentaram no começo do dia. – Eles precisam pensar que é genuíno, que você está convidando eles porque quer.

- Mas...

- É isso ou não tem acordo. – Louis travou o maxilar. – É o sonho de muitos deles, e não quero que pensem que é uma fraude.

Era o sonho de Harry e não queria que Harry pensasse que é uma fraude, era o que Louis iria realmente dizer, mas não iria dar esse gostinho para Zachary.

- Tudo bem. – o rapaz disse, estendendo a mão para Louis.

Assim que a mão de Louis largou a de Zachary, Harry se aproximou, os olhos atentos em Zachary mas as mãos em Louis, delicadas.

- Oi, Lou. – selou seus lábios, o olhar ainda no rapaz de olhos castanhos.

Louis quase revirou os olhos para a demonstração de possessão, mas não podia negar que a expressão no rosto de Zachary foi no mínimo engraçada quando viu os dois se beijando.

- Oi, babe.

- Zayn estava te procurando. Quer mostrar o vergão que Niall fez nas costas dele quando caiu. – ainda encarando fixamente Zachary, Harry fez Louis rir.

- Por que não vai comigo? – Louis o puxou pelas mãos, os olhos de Zachary sobre si, sem dar muita importância para o ciúmes de Harry.

- Aham. – Harry finalmente olhou Louis nos olhos, ainda sem se mover. – E esse é quem? – voltou a olhar para Zachary, parado no lugar que estava desde o início enquanto um sorriso crescia em seus lábios.

Antes que pudesse falar, Louis já havia se apressado.

- Esse é Zachary. Ele é o dono da Alpha Phi Omega. – Harry ergueu as sobrancelhas, ainda desconfiado. Louis o puxou pela manga do moletom, obrigando-o a colar seus olhares mais uma vez. – Ele estava se apresentando. Nos convidou pra ir na fraternidade essa semana, não é legal?

Harry olhou de Louis para Zachary e de Zachary para Louis algumas vezes antes de suspirar e estender a mão para o rapaz.

- Prazer, Zachary. Sou Harry.

Zachary aceitou o cumprimento de bom grado.

- O famoso quarterback dos Wolves. – Zachary sorriu educado, surpreendendo Louis, que por um segundo não conseguiu disfarçar a expressão em seu rosto. – Parabéns pelo sucesso do time nessa temporada. Fiquei sabendo que temos chances reais de vencer o campeonato no ano que vem.

Harry sorriu genuinamente feliz. Ele amava quando elogiavam sua performance no time e Louis o encarou orgulhoso. Sabia o quão difícil era para ele aceitar comentários.

- Espero que sim. Meu futuro depende disso. – rindo nervoso, o jogador puxou Louis para seu peito, inconscientemente.

Louis beijou a bochecha de Harry, se erguendo na ponta dos dedos. Zachary limpou a garganta, desconfortável.

- Bem, vou deixá-los para curtir a festa.

- Por que não fica mais um pouco? – Harry disse, educado, mas Louis sabia que no fundo ele estava quase mostrando a saída para o rapaz.

Zachary dispensou com a mão.

- Eu tenho algumas coisas pra resolver na casa, estamos com uma comemoração lá também. Só passei mesmo pra convidá-los.

- Muito obrigado por isso, inclusive. – Harry beijou os cabelos de Louis após dizer.

- Espero vê-los lá essa semana.

Foi Louis quem respondeu.

- Pode deixar.

Acenando antes de sumir pela multidão, Zachary encarou Louis significativamente. O acordo estava de pé.

eitcha

Imaginem o Zachary como o Dylan O'Brien ok?

o que acharam? feelings sobre o Zachary? feelings sobre a situação no geral? feelings sobre o plug?

calma calma que o plug terá seu momento de destaque, até porque ainda está faltando um elemento nessa história inteira que ninguém descobriu ou lembrou ainda, o elemento mais importante talvez, conseguem dizer o que é?

bem

já tem outros caps escritos rs e estou escrevendo mais

vejo vocês no próximo

insta: nathaliemach_

tt: ohnanathalie

amo ocês

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