Timeless Souls | TAEKOOK

Od vminsure

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A regra era clara: caçadores de sombras e seres do submundo não se misturavam, mas Jungkook se viu desacredit... Viac

Voyance
Understanding
Strength
Vision
Sure-striking
Quietude
Prosperity
Mnemosyne
Equilibrium
Action
Courage in combat
Enlighten
Persevere
Epílogo

Transmission

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Od vminsure


Mais ou menos um mês depois da mordida na coxa de Jungkook — e aguentando seu parabatai e Namjoon no seu ouvido por ele ter sido irresponsável demais —, Jungkook negou um chamado. Era a primeira vez que ele fazia aquilo. Normalmente, ele amava sair durante a noite para atender aos chamados feitos ao Instituto.

Jimin achou que ele ainda estivesse meio traumatizado pelo que aconteceu e não quisesse voltar tão cedo daquele jeito para às ruas, por isso, não pegou tanto no pé de seu parabatai. Bem, Jimin estava errado e isso foi comprovado quando, pela tarde do dia seguinte, o mais novo deu um jeito de sumir do Instituto.

Jungkook fitou a porta grande com alguns vídeos desenhados e os números 1306 presos logo embaixo do olho-mágico. O caçador suspirou e abriu a porta, as escadas a sua frente não eram tão longas e ele logo chegou no andar que queria. Ele sabia que aquilo tudo era apenas um disfarce e que existia apenas uma casa naquele local, mas a magia era muito boa.

Antes que ele pudesse tocar a campainha, a porta se abriu sem fazer barulho. Jungkook piscou algumas vezes e se questionou várias vezes se deveria estar fazendo aquilo mesmo.

— Você planeja ficar aí parado como uma estátua, Jungkook? Eu sei que você está aí. — A voz do Alto Feiticeiro chegou aos seus ouvidos e ele adentrou o apartamento.

O nephilim não sabia o que esperava, mas ficou espantado com a beleza daquele lugar. A aparência era totalmente rústica, como se tivesse saído do século dezenove, mas ao mesmo tempo com traços modernos e alguns quadros antigos pendurados próximo das janelas.

— Como você sabia que eu estava aqui? — Jungkook perguntou umedecendo os lábios quando Taehyung apareceu logo atrás de si. Usando um robe de cor preta com algumas flores transparentes como estampa nas costas, seu cabelo vermelho parecia mais vivo do que nunca. E ele estava descalço.

— Vocês podem ter suas runas, querido, — Jungkook se virou e o feiticeiro lhe encarava com um sorriso retangular —, mas eu tenho a minha magia. E ela é excelente em detectar caçadores de sombras desesperados.

Taehyung caminhava pela sala de seu apartamento e tirou uma garrafa de vinho de dentro de um freezer. Uma taça surgiu do nada em sua mão. Taehyung tinha uma aura grande, era difícil não perceber.

— Ah, que falta de educação a minha, — o feiticeiro virou seu rosto para o nephilim — está servido?

— Não, obrigado. Não gosto de beber no meio do dia.

O ruivo juntou os lábios e deu ombros, despejou o líquido roxo em sua taça e encarou Jungkook novamente, o nephilim tinha os olhos escuros meio assustados e curiosos, fingindo que não tinha escutado o "Que pena", que saiu dos lábios do mais velho.

— Agora me diga, o que trouxe uma coisinha bonitinha como você até aqui? — Taehyung questionou terminando seu vinho um pouco mais rápido que o recomendado.

Taehyung gostava de vinhos caros e principalmente daqueles que tinha mais gosto de uva do que de álcool. O feiticeiro sempre foi fã de coisas doces.

— Eu tenho um problema.

— E não temos todos?

Jungkook revirou os olhos e fez algo que deixou Taehyung meio encucado; colocou as mãos sobre os botões de sua calça jeans preta e a abaixou, deixando as coxas a mostra. Taehyung quase se engasgou com o vinho e tentou não olhar para o corpo de Jungkook com segundas intenções.

— Essa coisa não cicatriza. — Apontou para a grande cicatriz desenhada em seu corpo, como se estivesse novíssima.

O feiticeiro largou seu copo em cima do gabinete e a garrafa de vinho sumiu numa fumaça roxa junto com o móvel. Feiticeiros, sempre excêntricos.

— Deixa eu olhar isso. — Taehyung murmurou e Jungkook suspirou constrangido, sentou-se ao lado do feiticeiro no sofá e o mais velho tocou sua coxa com delicadeza.

Os dedos de Taehyung eram longos e gentis, Jungkook conseguia perceber os olhos analisando a marca dos dentes do licantropo que havia lhe mordido.

— Ainda dói? — O feiticeiro perguntou sem levantar seus olhos do ferimento.

— Mais ou menos. Água morna alivia a dor.

Taehyung mordeu o lábio inferior e encarou o rosto de Jungkook. Ele não tinha considerado essa opção. Murmurou um feitiço para mascarar a dor e Jungkook soltou um muxuxo de alívio logo em seguida.

— Acho que foi o líder da alcatéia que te mordeu e, mordidas de um líder são mais persistentes e ruins de curar. Basicamente, a ferida está se revoltando contra seu corpo.

Ótimo, aquilo era a última coisa que Jungkook precisava era ter sido mordido pelo líder de uma alcatéia que, mesmo na baixa luz que estavam, parecia ter vários centímetros a menos que ele. Taehyung levantou-se e procurou algo dentro de uma caixinha que antes estava dentro do armário.

— Aqui, — o feiticeiro entregou um potinho transparente com um líquido azul dentro — beba uma gota por dia no mesmo horário e a ferida deve sumir. Se você juntar isso com uma iratze por cima do machucado vai funcionar mais rápido ainda.

E Jungkook aceitou o frasco. Percebendo que estava com as coxas a mostra ainda, o nephilim arrumou suas roupas e encarou o feiticeiro meio encabulado.

— Como você sabe sobre tudo isso?

— Eu tinha um amigo idiota que gostava de brincar com perigo. Isso junto com bastante tempo livre para pesquisar. — Taehyung deu ombros e guardou a caixinha novamente. — Se isso não funcionar, bem, diga olá para sua nova amiga que vai ser essa mordida de lobisomem na sua coxa. Eu, particularmente, acho que é bem sexy.

Jungkook engasgou com a própria saliva e agradeceu o feiticeiro — que tinha um sorriso suspeito entre os lábios — pela poção. O nephilim não queria ficar andando por aí com marcas de uma mordida de lobisomem.

— Ei, nephilim, — Jungkook virou-se, já estava próximo da porta e a dois minutos de sair correndo daquele apartamento — você sempre faz isso?

— Seu eu sempre tiro as minhas calças para caras bonitos?

É, isso saiu sem pensar e Jungkook se arrependeu no segundo seguinte que disse, principalmente depois que viu a expressão nada inocente surgindo no rosto do feiticeiro.

— Não, — o feiticeiro franziu o nariz e sua expressão mudou — aparecer sem avisar. Não gosto e meu cachorro também não. Me mande uma mensagem antes, seu parabatai tem meu número.

Taehyung deu as costas e um cachorrinho menor que o pé de Jungkook apareceu do nada e seguiu seu dono. A porta abriu-se sozinha e Jungkook ficou se perguntando o que diabos tinha acabado de acontecer ali.

No momento que pisou na calçada fora do apartamento de Taehyung, Jungkook percebeu o que ele tinha feito. Taehyung agora sabia que Jungkook o achava bonito e, com toda certeza, pensava que o nephilim era um pervertido. A reputação de Jungkook foi para as alturas naquela hora e ele tinha certeza que suas orelhas estavam vermelhas. Que ótima impressão ele havia dado para o novo Alto Feiticeiro.

Não estava usando a runa de invisibilidade, então todo mundo dentro do metrô conseguia vê-lo. Jungkook sentia que todo mundo sabia o que ele tinha feito — e olha que não havia sido nada demais.

Suspirou apoiando sua cabeça no banco do metrô, desejando que a estação chegasse logo para que ele pudesse se jogar em sua cama e xingar a si mesmo. Por sorte, pelo menos a companhia de trem estava ao seu favor e o metrô não deu problema, chegando exatamente no horário certo na estação.

Gostava de se perder no meio dos mundanos, alguns lhe encaravam por causa de suas runas — que eles viam apenas como tatuagens —, mas a grande maioria nem ao menos prestava atenção. Era bom se sentir só mais um na multidão de vez em quando, tirar todo o peso do trabalho de suas costas.

Se arrastou até a grande igreja gótica que ficava nos arredores do centro de Seul e abriu a porta da mesma, alguns caçadores o cumprimentaram e ele seguiu para seu quarto. Tirou o frasquinho que Taehyung havia lhe entregado e lembrou do recado do feiticeiro de tomar no mesmo horário sempre.

Taehyung, o novo Alto Feiticeiro de Seul, era diferente. Jungkook ainda não sabia dizer se era um diferente bom ou ruim.

O antigo parecia um velho de sessenta anos — não na aparência, mas no jeito ranzinza de ser —, o caçador entendia que seres do submundo não eram muito amigáveis com os nephilim e entendia isso, mas aquele feiticeiro era o pior dos piores e até hoje Jungkook não entendia como ele havia se juntando com uma das vampiras mais desejadas de toda a Coreia e ido morar na Itália com ela.

O novo feiticeiro tinha um ar mais jovial e menos ódio na voz ao falar com os filhos do anjo — claro que ele havia soltado uma bela patada em Jungkook, mas o culpado havia sido o próprio nephilim que apareceu na cara de Taehyung sem nem ao menos avisar. Feiticeiros gostavam de ser avisados.

Jungkook deixou o remédio dentro de sua gaveta e pensou em beber pela manhã, já ele que tinha um horário marcado para acordar e não tem um horário para voltar para casa depois das rondas com Jimin pela cidade.

Resolveu tomar um banho para ver se a dor em seu machucado se aliviava com a água quente, já que ele imaginava que ninguém fosse o chamar para alguma ronda naquele dia. E quando saiu do banheiro enxugando os cabelos e já vestido, encontrou Jimin sentado na ponta de sua cama. Aquilo não era novidade.

— A sua perna ainda não melhorou. — Jimin piscou várias vezes vendo a coxa de seu parabatai a mostra. — Foi por isso, não é? Que você não aceitou sair ontem?

Jungkook suspirou e sentou ao lado, Jimin o conhecia bem demais. Ou talvez era apenas o instinto desconfiado do mais velho.

— Não se preocupe, hyung, eu... Fui ver o Taehyung-ssi hoje mais cedo e ele me deu uma poção para eu tomar todos os dias e disse que isso vai fechar a ferida. — O nephilim deixou a toalha em cima de seu colo. — Mas eu não acho que você esteja aqui pra falar sobre a minha perna machucada.

As orelhas de Jimin ficavam vermelhas como se ele tivesse sido pego no flagra em alguma coisa. Jimin queria contar alguma coisa.

— Então, eu 'tava falando com o Joonie e ele queria se mudar pro Instituto de Ilsan... — Jungkook abriu a boca para começar a falar, mas seu parabatai o interrompeu — Eu sei, Jungkookie, eu sei. Nós conversamos muito sobre isso e eu também não quero deixar o Instituto daqui. Entendo que ele sente falta da família dele e eu falei que ele sabia do que tinha que abdicar para se tornar um de nós. Nem a gente que nasceu aqui dentro vemos nossos pais o tempo todo, graças ao anjo por isso, inclusive.

— E vocês brigaram por causa disso? — Jungkook juntou as sobrancelhas.

— Não, — Jimin mordeu o lábio inferior — ele entendeu que eu estava certo. Ele sabia no que estava se metendo quando começou a me namorar.

— É, Park Jimin sempre está certo.

O nephilim mais velho deu risada e apoiou as costas na parede do quarto de Jungkook, cruzou as pernas e fitou o teto. Jimin estava feliz, era nítido isso.

— Ele cresceu mundano, sabe? Com aquela mentalidade de que iria casar, ter filhos e se mudar para uma cidade pequena e viver o resto dos seus dias ali e mesmo já fazendo vários anos dele aqui, aquele sentimento ainda está ali. É chato ter que adaptar seus sonhos a sua atual realidade.

— Talvez não, — Jungkook falou do nada — vai que ele fosse infeliz desse jeito? Às vezes nosso destino não é aquele que a gente quer, mas o que precisamos.

— Quando foi que você ficou tão inteligente assim? — Jimin bateu com o cotovelo na costela de Jungkook, que gargalhou com aquilo. — Enfim, a gente vai ficar aqui. Vamos tirar uns dois meses de lua de mel, mas o Instituto de Seul vai ser a nossa casa. Ah, eu mal posso esperar pra casar com aquele homem e quem sabe ter alguns filhos no futuro? Imagina só um mini Park correndo e quebrando todos os vasos. Seokjin hyung ia ficar louco!

— Park? Namjoon vai pegar seu sobrenome? — Jimin assentiu, com um sorriso.

— Até dei o anel da família Park pra ele. E... falando no meu casamento, você aceita ser meu padrinho?

— E precisa perguntar, hyung?

Jimin sorriu e abraçou seu parabatai, era bom ver alguém sendo feliz daquele jeito. Jimin tinha apenas vinte e três anos — quase vinte e quatro, já que seu aniversário é em outubro e eles estavam em agosto.

Era normal que os Caçadores de Sombras se casassem nos seus vinte e poucos anos. Antes era porque morriam muito cedo em batalhas ou por doenças sem cura e queriam aproveitar o máximo que podiam enquanto havia tempo, agora estavam num tempo de paz e sem grandes guerras; os nephilim viviam por mais anos, porém a tradição se manteve.

O casamento seria apenas em Novembro, mas os dois noivos estavam a todo vapor o planejando — Jungkook perdeu as contas de quantos ternos provou para receber a aprovação de seu parabatai que dizia que "Tem que ser perfeito, deixar você bonito, mas não mais bonito do que eu, se é que isso é possível. E tem que combinar com o meu e o do Joonie!".

Era impossível não notar a inquietude de Jimin através da runa que os ligava, tanto que Seokjin não os mandava para patrulhar com tanta frequência, até porque a mente de Jimin não iria desligar do tal casamento.

A mordida em sua coxa havia melhorado severamente, quase não dava mais para enxergar a cicatriz e Jungkook fez questão de pegar o número de Taehyung com Jimin e agradecer ao feiticeiro várias vezes pela poção. Jungkook provavelmente não deveria ter feito isso, Taehyung estava só fazendo seu trabalho, mas mesmo assim o nephilim quis.

Durante todos aqueles meses, Jungkook quis falar para seu parabatai tudo que sentia, quis falar quem ele realmente era, mas não conseguia. Era como se algo o prendesse no lugar.

E, na noite antes do dia do casamento, Jungkook se enfiou embaixo de seus cobertores meio tonto por causa da despedida de solteiro de Jimin e Namjoon — que Seokjin insistiu em fazer! — pensando que amanhã seria um outro dia e talvez tudo fosse mudar.

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