CAMI POV
A paisagem passando do lado de fora da janela passa uma paz enorme, uma energia maravilhosa. Aliás, desde que iniciamos nossas pequenas férias meu ânimo está renovado, São Paulo é maravilhosa com todos seus sabores, todas suas culturas e pessoas diferentes convivendo em um mesmo ambiente. Claro que nem tudo são flores e tivemos nossas dificuldades, mas na soma geral as coisas boas ganham. Lukas ama tudo, principalmente nossos passeios matutinos pelo calçadão da Avenida Paulista.
Ficamos 10 dias na capital, agora estamos partindo para o litoral norte, onde vamos ficar alguns dias e depois partimos para o interior e então de volta para casa porque nosso bebê faz um ano em breve.
Kage está dirigindo com a ajuda do GPS é claro, Luke está preso no banco de trás em sua cadeirinha, olhando todo o movimento do lado de fora, ele conversa sozinha e ri, e algumas vezes chama a mim ou Kage. No geral, Luke adora andar de carro, então a maior parte do tempo ele vai tranquilo, se for uma distância longa e ele começar a resmungar só precisamos parar e descer um pouco, ele come, ou mama, ou precisa de uma troca de fralda e tudo volta ao normal.
- É meio louco estar calor quando estamos no inverno. - Kage fala chamando minha atenção.
- Não está o tempo mais quente do mundo, amor, é só um clima gostoso e ainda bem que decidimos viajar de última hora até a praia. - sorrio e Kage rola os olhos - ei.
- Está ficando muito mimada e a culpa é minha. - mando um beijo e ele sorri - assim não vale, quero um beijo de verdade. - me inclino até ele e beijo sua boca de leve.
- Olho na estrada. - ordeno e me afasto, deixo o braço sobre seus ombros e acaricio sua nuca - Luke vai gostar tanto da praia.
- As crianças sempre chorar na praia.
- Quantos filhos você tem mesmo, Kage?
- Até onde eu sei, um só. - bato em seu ombro e ele ri - mas tenho o Kauri e ele não pisava nem na areia e nem na grama. Aliás, ainda não pisa na areia.
- Vai pisar na areia, Luke? - chamo sua atenção - Luke? - ele desvia os olhos da janela e me olha sorrindo - eu tô muito feliz hoje, mamãe.
- Mama. - ele ri e balança as mãozinhas.
- Da tchau para os carros, amorzinho, tchau carro.
Viro para poder ver a festa do meu bebê, Luke se entretém abanando a mão para os carros e mandando beijos babados até cansar. Quando cansa e começa a bocejar coloco a chupeta na sua boca, escolho uma música calma na playlist e coloco para tocar. Em poucos minutos o menino pega no sono e a viagem segue apensas comigo e Kage trocando alguns beijos e conversando sobre todo tipo de assunto aleatório que surge.
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Chegar até a cidade praiana e depois até a pousada não foi uma tarefa difícil, com o GPS e a ajuda de alguns moradores locais. Fizemos o check-in passado a hora do almoço, o dono boa deu um indicação de restaurante que disse ser ótimo e é para lá que vamos agora mesmo.
Quem liga para as malas abertas pelo quarto ou para todo o resto que já espalhamos pelo ambiente? Ninguém, estamos de férias e não é hora de se preocupar com coisas como essas. O importante é que já estamos.prontos para ir almoçar e depois até a praia.
Mas estou preocupada com o humor de Luke que já passou do horário de comer e está impaciente como nunca. Por sorte encontrei no aplicativo um lugar que faz comida para bebês e entrega quantas marmitas congeladas você quiser, trouxe o suficiente para alguns dias, Kage foi esquentar uma delas, mas parece não vai dar tempo de esperar não. Luke que estava simplesmente resmungão mas ainda dando para ser distraído com carrinhos, larga os brinquedos de lado e vem até mim que estou sentada na cama, ele bate em meus joelhos.
- Mamã.
- Oi, baby. - arrumo seus fios ralos de cabelo - o que foi?
- Dada mamã.
- O que, baby?
- Mamã. - ele choraminga e agarra a barra do meu vestido - Tetê.
- Agora não ... Olha só, o papai foi buscar um papazinho bem gostoso.
- Tetê mamã. - choraminga.
Seus olhinhos enchem de lágrimas e seu lábio inferior tão pequeno se projeta pra frente em um bico enorme. Não posso resistir a isso, que se dane. Luke sempre come e mama em seguida, dessa dez vai ser inverso e tá tudo bem.
- Tá bom, bebê, mamã vai dar tetê. Vem cá ... Up. - resmungo e o puxo para o colo - não chora que a mamãe não gosta do bebê chorando.
- Dada. - ele coloca a mão dentro do meu vestido e pede dengoso.
Beijo sua bochecha macia enquanto libero meu seio pra ele, Luke como todas as vezes não perde tempo e pega sem erro. Sua mão gordinha descansa em meu peito e seus olhos ficam nos meus, ele sorri como se o que fiz é a melhor coisa do mundo, ele está satisfeito e mal mamou, mas ao de ter o que deseja já vale a pena.
A porta do quarto abre, Luke arregala os olhinhos e levanta a mão com o dedo indicador apontando para cima. É muito fofo, e muito esperto também.
- Cheguei. - Kage anuncia.
- É o papai. - respondo sua pergunta muda - mas o papai demorou muito né, filho?! Não deu pra esperar.
- Demorou de descongelar. - Kage para a minha frente com o potinho sobre uma fralda de pano - e agora? Larga o tetê pra papar, cara. - ele cutuca a bochecha do bebê que ri - larga o tetê. - Luke balança a cabeça em um não curto e rápido.
- Não tem problema, amor, só coloca na bolsa pra levar. Quando sentarmos para comer ele vai querer também.
- Certo. - concorda - carinha, você é muito apressado.
Eu rio do tom de Kage, Luke não dá a mínima só vira seus olhinhos e continua mamando. Como precisamos sair logo, peço que Kage pegue o carrinho a mochila e tudo mais que vamos precisar e coloque no carrinho, eu vou com Luke pendurado no peito mesmo já que não tem outra escolha.
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Para alegria dos meus pobres braços o restaurante fica perto da pousada, foi fácil e rápido chegar lá. E assim que chegamos Luke aceitou sair do peito e ir para o cadeirão, enquanto esperávamos nossos pedidos chegarem aproveitei para dar a comida do menino e depois podemos comer tranquilos.
E agora já estamos no calçadão procurando um melhor lugar para instalar nossas coisas. O sol está na temperatura certa, não está ardendo na pele mas também não está escondido a ponto de sentirmos frio. A temperatura também está ótima e Luke já tem as bochechas coradas e vai toda animado em seu carrinho.
- A comida estava uma delícia mesmo. - Kage murmura - Comi tanto que me sinto estufado.
- Tem certeza absoluta que não é alérgico a camarão, Kage? Porque me lembro bem de ler sua ficha médica onde dizia "alergia a camarão".
- Quando eu era criança, angel, não tenho mais alergia a anos. E se tivesse já estaria morto com o tanto que comi.
- Certo. - concordo.
- Não sou alérgico.
- Tá bom, amor. - concordo de novo - aqui acho que esta bom. Vem cá, filho. - tiro Luke do carrinho e o acomodo no colo - olha quanta coisa linda, filho.
Caminho até a areia com Kage logo atrás de mim, ele reclama que é um pouco difícil empurrar as rodas do carrinho na areia, mas ele está rindo enquanto reclama. Lukas está maravilhado com tudo, quando chego no ponto exato em que parece bom, nem muito perto do mar e nem muito longe, coloco Luke no chão seu pezinho afunda na areia fofa e os grãos entram entre seus pequenos dedos, sua primeira reação é ficar desesperado e pedir colo.
O pego de volta, nessa altura Kage já estendeu minhas cangas no chão e posso me sentar com Luke no colo. Deixo ele apenas com a fralda de praia e a bermuda, o sento a minha frente. Ele fica meio desconfiado e quando Kage senta o menino corre para seu colo.
- É só areia, cara. Tá tudo bem. - Kage pega um pouco de areia na mão e mostra para Lukas - pega.
- Cuidado pra ele não colocar na boca - aviso.
- Shiu, fica quietinha, angel. - fala brincando.
Kage continua mexendo na areia, enchendo a mão e deixando os grãos caírem devagar, o movimento da areia deixa Luke curioso e ele decide que já que vai fazer igual ao papai. Sem jeito ele enfia a mão na areia e quando a levanta está fazia, mas mesmo assim ele ri da textura. Kage me olha com o sorriso mais orgulhoso do mundo e volta a brincar com o bebê.
A farra está feita, depois que Luke tocou na areia a primeira vez parece que desligou uma chave. Luke simplesmente está amando a praia, ele quer andar na areia, chutar e encher os baldes com nossa ajuda. Ver ele descobrindo mais uma coisa é contagiante.
Faz mais de uma hora que estamos brincando na areia e já apliquei de novo o protetor no pequeno, não quero ele vermelho e ardendo. Luke reclama um pouco porque precisa ficar parado e ser lambuzado, mas no fim da certo.
- Vamos no mar? - Kage chama sorridente - preciso sentir a água do mar batendo na minha pele.
- Amor, as vezes você diz umas coisas tão filosóficas. - provoco e ele sorri.
- Você não pode me provocar hoje, querida.
- Tenho certeza que até de noite consigo. - ele ri e fica de pé - calma aí, vou pedir para alguém olhar nossas coisas.
- Vem, Luke. - Kage das as mãos para o bebê que fica de pé - pula. - ele da um pulinho e Kage o puxa para o colo - upa ... Upa.
Luke ri e pula no colo, peço para um grupo de meninas ao lado olhar nossas coisas, seguro a mão de Kage e vamos para o mar.
Por sorte a água está calma hoje e muito fria, nem tudo pode ser perfeito. Luke adora o mar, mas se assusta todas as vezes que a água fria bate nele, se assusta e depois ri conosco, afinal ele é filho de KJ, não poderia ser diferente.
Não dá pra ficar no mar para sempre, depois de alguns minutos saio com Lukas e deixo Kage na água. Tiro sua roupa e fralda molhadas, o enrolo em uma toalha seca e macia e embalo seu corpo. Até KJ sair da água.
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A tarde na praia cobrou seu preço e estamos todos exaustos, só deu tempo de tomar banho quando chegamos da praia antes de cair na cama e dormir o restante do dia.
Agora Kage está jogado na cama com o menino deitado em seu peito, os dois assistindo um tipo de desenho barulhento, em português, porque Luke vai saber suas duas línguas natais desde pequeno. E assim Kage também aprende um pouco.
- Qual o programa da noite. - a voz rouca do meu noivo quebra o silêncio - estou cheio de fome.
- Podemos sair pra comer pizza. - falo e desvio meus olhos do meu próprio celular - depois voltar pro quarto ... - chego bem perto de Kage e sussurro em seu ouvido - fazer amor a noite toda.
- Não estou mais com fome.
- Está sim. - beijo sai boca e Luke fica espremido entre nós dois.
- Mamã - reclama e me empurra de leve - aí ai.
- Ah desculpa. - beijo suas bochechas e ele ri - te incomodei, senhorzinho?! - Luke ri e vira para o pai - ok, vou deixar os meninos em paz e me vestir.
- O show vai começar. - Kage brinca e rio dele - fique mais linda, angel.
- Só pra você amor. - pisco.
Saio rebolando até minha mala aberta no chão.
A noite está tão gostosa quanto o dia, andar pelas ruas com Kage ao meu lado e Luke em seu carrinho admirado com tudo está sendo a melhor parte do meu ano. Não estamos correndo, ou com medo de algo, ou preocupados com o que vem a seguir, essa viagem serviu para nós fazer relaxar mais e ver o lado bom de estarmos juntos. Todo o resto, todas as dificuldades não importam porque temos um ao outro para se apoiar.
Luke chega ao quarto dormindo depois de brincar muito na pizzaria. O coloco no berço e a noite é apenas minha e de Kage até a lua começar a dar lugar ao sol.
camimendes sumidos porque estamos de férias. Até logo.