Vida longa às barreiras que atravessamos
Todas as luzes do reino brilhavam só para mim e você
Eu estava gritando: Vida longa a toda a magia que fizemos.
Louis e Noah levaram alguns dias para que pudessem ensinar a população, disposta a lutar, algumas coisas básicas sobre batalhas. O que não foi fácil, visto que a maioria daquelas pessoas nunca estiveram em uma batalha de verdade, porém, eles tinham uma das coisas mais importantes, que era o instinto de sobrevivência, eles sabiam se virar em diversas situações para sobreviver.
O treinamento era escondido no meio da floresta, visto que Simon e Thomas estavam loucos procurando os três fugitivos. Os homens de Simon haviam revirado quase todas as vilas das redondezas, apenas naquele curto período de tempo. A sorte era que grande parte da população via Louis como uma figura real, alguém que deveria ocupar o trono a qualquer custo, e eles jamais o trairiam.
Harry passou os últimos dias tentando aprender uma ou duas coisas sobre batalhas, ficava escutando de canto enquanto Louis ensinava e tentava assimilar tudo que podia, mesmo que Louis tivesse batido o pé firme e dito que ele não participaria da batalha. Styles praticamente ignorou todos os protestos de Louis e toda vez que o príncipe tocava no assunto, o cacheado fingia que não sabia do que ele estava falando. Noah, sem o conhecimento de Louis, tinha dado uma espada a Harry e o estava ensinando algumas coisas enquanto o outro príncipe não estava por perto.
Passar um tempo com Noah fazia Harry sentir saudades dos dias no castelo, jogando xadrez, olhando o sol se pôr e correndo pelo jardim. Ele pôde ouvir as risadas de Alexander ecoando por sua cabeça, o sorriso enorme enquanto o sol brilhava em seu rosto e fazia seus olhos azuis reluzirem. Toda vez que Harry via o quarto príncipe, ele tinha essa sensação de que havia alguém faltando, alguém que sempre esteve entre eles.
Styles suspirou cansado com esses pensamentos, ele sentou-se em uma pedra e observou Louis ensinar aos camponeses alguns movimentos com a espada. Já devia passar das quatro da tarde e todos continuavam lá firmes para aprender suas lições. Ao que o cacheado foi recostar sua cabeça na árvore atrás dele, ele ouviu barulhos vindo da floresta e quando olhou na direção de onde o som vinha, Harry viu um monte de soldados do castelo saindo do meio das árvores.
Os olhos de Louis rapidamente procuraram por Styles de uma forma desesperada. Todos ficaram surpresos com a aparição repentina.
– Harry, corra! – Louis falou, apontando para as árvores atrás de Harry.
– Príncipe Louis! – Disse um dos soldados. Harry o reconheceu como um dos homens que sempre acompanhava Louis em todas as missões que ele ia.– Não estamos aqui para capturá-los.– A expressão de Louis se tornou confusa naquele momento. Harry levantou-se da pedra e caminhou para mais perto, tentando ouvir a conversa.– Nós desertamos. Estamos tentando te encontrar há algum tempo.– O homem falou, os outros homens atrás dele concordaram.
– Por que desertaram? – Louis não abaixou sua espada em momento algum. Ele sabia que não podia baixar sua guarda, ainda mais porque ele tinha Harry, que estava logo atrás de si, para proteger.
– Você nos treinou. Você é o nosso general, o seguiremos aonde quer que for.– De repente, todos eles se ajoelharam no chão, abaixando suas cabeças para Louis.– Qualquer que sejam suas ordens, iremos segui-las até o fim.– Styles encarou Louis para observar sua reação e o cacheado abriu um sorriso ao ver o quanto o príncipe estava surpreso. Louis não sabia o quanto seus soldados o admiravam mais do que tudo. Harry o admirava da mesma forma.
De primeira, Harry achou o grupo de soldados um pouco pequeno, porém, um dos soldados, que o cacheado descobriu se chamar Ethan, informou que havia um grupo muito maior esperando em algum lugar da floresta.
Agora que haviam muito mais pessoas treinadas, a batalha começava a ficar mais fácil. Mas Harry sabia que um banho de sangue ainda viria por aí.
-x-
Harry saiu da casa devagar, sem fazer muito barulho, com a espada que tinha ganhado de Noah em suas mãos. Ele tentava nem respirar para que Louis não o escutasse. Ele decidiu que iria treinar sozinho quando ninguém estivesse olhando, já que todos haviam recebido o recado de Tomlinson de que se vissem Styles perto de uma espada, ou fazendo qualquer coisa suspeita, era para reportar diretamente para ele.
– Aonde pensa que vai? – Lá estava Louis, encostado na lateral da casa, no meio da noite. Ele estava de braços cruzados e olhava para Harry de cima para baixo.
– Eu ia observar as estrelas. Olha só que lindas! – Styles escondeu a espada atrás de suas costas e abriu um sorriso falso. Louis olhou para cima e depois para o rosto de Harry, com as sobrancelhas franzidas.
– Não tem estrelas no céu hoje.– Ele disse. Harry finalmente olhou para cima e viu que o tempo estava nublado naquela noite, não havia nenhuma estrela para ser vista.– Me dê isso, Harry.– Tomlinson tentou alcançar a espada que Styles escondia, porém, o cacheado se esquivou.
– Nem tente! Ou eu vou dizer a todos que você está tentando pegar na minha bunda. Já pensou se descobrem que o príncipe bonzinho é um tarado? – Harry falou a primeira coisa que veio em sua cabeça. Louis pareceu surpreso de primeira, mas acabou abrindo um sorriso.
– E se eu estiver? – Então, de repente, Tomlinson virou Harry de costas, lhe deu um tapa na bunda e tomou a espada de suas mãos, tudo em questão de segundos.
– Aí, caralho! – Styles reclamou. Quando olhou para o príncipe, Harry viu que ele analisava a espada em suas mãos e tinha um olhar sério.
– Por que Noah te deu isso? – Louis questionou. O cacheado queria saber como o príncipe sabia que havia sido Noah. E como se lesse sua mente, Tomlinson falou: – Essa espada é dele. Todos nós, eu e meus irmãos, ganhamos uma espada quando fizemos 13 anos.– O príncipe mostrou as iniciais na lâmina da espada, N.J.T, que Harry nunca tinha visto até aquele dia.
– Por que ele me daria a espada dele? – Styles questionou.– Eu achei que era uma espada qualquer como todas as outras. Vou devolver para ele.– Harry deu de ombros tentando pegar o objeto das mãos de Louis, que não deixou que ele pegasse.
– Eu mesmo devolverei para ele.– Foi sua vez de colocar a espada atrás de suas costas, para tira-la do alcance do cacheado.
– Por favor, não brigue com ele. Fui eu que fiquei implorando para que ele me ensinasse alguma coisa.– Harry tentou limpar a barra do quarto príncipe, sabendo que Louis provavelmente lhe daria um sermão mais tarde.
– Por que você insiste tanto em querer participar disso? – Louis questionou.
– Porque você está participando. Você ainda não entende que se você for para o inferno, eu irei atrás de você? – Harry falou, os olhos de Louis se focaram totalmente nele.– Nós deveríamos fazer isso juntos. Sabe, de onde eu venho, tem um filme...espera, você não sabe o que é filme...tem um livro com imagens, que diz o seguinte "Se você pular, eu pulo" aí o navio afunda e todo mundo morre, mas isso não vem ao caso. Isso quer dizer que qualquer coisa que você for fazer, eu farei também. Nós estamos nessa juntos.– Tomlinson ouviu atentamente o que o cacheado tinha a dizer, seu coração amolecia toda vez que Harry começava a falar sem parar, como um idiota inocente. Louis puxou o cacheado para dentro de seu abraço, deixando a espada cair no chão, e o segurou firme.
– Eu entendi, Harry. Vou deixá-lo participar, mas tem que me prometer que vai fazer tudo que eu mandar. Eu não gosto de soldados indisciplinados.– Louis beijou o topo da cabeça de Styles, que o olhou mostrando um sorriso enorme em seus lábios.
– Eu te amo.– Murmurou enquanto deixava o abraço de Tomlinson o envolver.
– Eu também...Para sempre.
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Noah estava sentado perto do lago, o sol brilhava acima de sua cabeça, e ele observa o reflexo das árvores na água. Ele ouviu alguns passos se aproximarem de onde estava e lá estava Louis logo atrás dele. O príncipe mais velho estava carregando sua espada, aquela que ele tinha dado a Harry, e Noah soube naquele momento que estava ferrado.
O quarto príncipe esperava que Louis começasse a gritar e reclamar por ter dado a espada a Harry, mas nada disso aconteceu. Louis lhe ofereceu a espada, e quando Noah a pegou meio sem graça, o mais velho sentou-se ao seu lado.
– Em alguns dias invadiremos o castelo...Aquele lugar costumava ser a nossa casa.– Noah se pronunciou, tentando evitar o silêncio que se instalou entre os dois.
– Humm...– Louis murmurou, encarando seu reflexo na água do lago.
– Nós tivemos momentos muito bons lá.– O quarto príncipe disse, um pequeno sorriso sorriu em seus lábios ao se lembrar das brincadeiras de quando eram crianças.– Você se lembra de quando Robert me deu Alexander para segurar pela primeira vez, e então, ele ouviu Alexander chorar desesperadamente e viu que eu estava o segurando pelos pés? – O sorriso de Noah se tornou ainda maior se lembrando daquela história.
– O choro dele era tão alto que todo o castelo conseguia ouvir.– Louis falou, dessa vez ele também não conseguiu conter o sorriso.
– Eu sinto falta do que nossa vida costumava ser.– O quarto príncipe suspirou cansado. Louis o olhou, conseguindo ver no homem que estava parado ali ao seu lado a criança que Noah costumava ser.
Havia tantas coisas que os dois queriam dizer um para o outro, mas não disseram. Novamente o silêncio se instalou entre eles, mas dessa vez deixaram o silêncio continuar. Eles não precisavam dizer nada para que o outro soubesse, afinal, havia um laço muito forte de sangue os unindo. Mesmo que não tenham sido próximos a vida toda, agora eram a única família um do outro.