Capítulo 64-
Ponto de vista do Yoongi:
Meu coração estava na boca, Nari olhava para mim mas sua expressão contra a luz ainda era um mistério.
Será que ela falará não?
"Yoongi" ela disse se aproximando de mim, ela cobriu sua boca e nariz com a mão, e quando ela chegou bem próximo percebi que ela estava chorando.
Eu engoli em seco, de repente meu corpo estava dormente.
"É claro que eu aceito" ela finalmente sorriu e se ajoelhou para me olhar nos olhos.
Eu amo tanto essa mulher.
"Eu quero poder te fazer feliz todos os dias da sua vida, te ajudar e dar apoio em tudo que você precisar, eu te amo Nari e eu quero ser seu parceiro pelo resto das nossas vidas."
Ela assentiu e jogou os braços em meu pescoço para me abraçar, a aliança quase cai no chão.
Nós dois ríamos como duas crianças.
Eu peguei o anel e coloquei no dedo dela, era a coisa mais importante para mim naquele momento, saber que ela disse sim, saber que tinha alguém que me amava e provou isso.
***
Duas semanas depois...
Eu tinha marcado um jantar com a minha mãe, irmã e tentei chamar meu pai, mas como sempre, um home ausente com sua família. Nari estava espetacular como sempre, e nem digo pelas roupas elegantes que agora vestia, para mim ela sempre foi perfeita, pois apesar dos traumas se permitiu me amar, e deixar outro homem entrar em sua vida.
Começou uma nova carreira do zero e nunca teve medo de fazer o bem mesmo que isso lhe doesse por dentro.
Mulheres não são feitas de roupas ou aparência, então nunca foi o vestido que me deu tesão, é muito fácil gostar de coisas básicas como roupas, mas isso muda, vai embora, enjoa, é só a superfície, o difícil é permanecer ao lado da pessoa que já foi machucada mas ainda está disposta a se deixar amar e a mudar.
Dificil é permanecer com os nãos na relação, pois nem sempre tudo é facil, e nem sempre as pessoas vão dizer sim para tudo, nem sempre as pessoas são compradas e assinam contratos com você para sexo.
Nari me mostrou muitas coisas, uma delas é que eu não posso me afastar para não me machucar, pois isso me torna fraco.
O importante é entender a situação como um todo, e eu olhando para ela enquanto ela dirigia até a casa dos meus pais, eu via ele como um todo, como o meu todo.
***
"Você sabe que eu ainda não aprovo esse seu relacionamento." Minha irmã disse sussurrando.
Eu estava na cozinha com ela preparando um chá enquanto Nari e minha mãe conversavam na sala de estar.
Eu tinha convidado elas para conhecer nosso apartamento, sim, nosso. Nari agora estava morando comigo já faziam três semanas e eu não podia estar mais feliz.
"Eu não ligo, mas a Nari sim, então por favor seja boa com ela" Eu disse deixando a chaleira de lado e a encarando.
"Porque ela?" Minha irmã perguntou.
"Porque sim, eu a amo, eu conheço coisas dela que ninguém conhece, ela me entende e me ama do jeito que eu sou, e me fez querer ser uma homem melhor, Isso não basta? Ver seu irmão feliz?" Perguntei sem me exaltar, mas agora encarando o olhar de reprovação dela.
Ela inspirou fundo e fechou os olhos por alguns segundos.
"Você tem razão, eu não quero ser a vilã da sua vida" ela disse e eu sorri.
"Viu? Não foi tão difícil" toquei na cintura dela fazendo cócegas.
"Mas só porque eu te amo, e percebo que ela te faz bem" ela disse, mas eu sabia que minha irmã e Nari se dariam muito bem se passassem mais tempo juntas.
"Ao contrário do seu marido que te deixou amarga" eu disse.
"Ex marido" ela me corrigiu.
Meus olhos se arregalaram, eu não esperava por aquilo.
"Preciso da sua ajuda pra contar para a mamãe que eu me separei" a voz dela agora estava insegura como eu nunca tinha visto.
Eu soltei uma risada e minha irmã me encarou confusa.
"Pode ficar calma, quando a mamãe souber que meu noivado com a Nari era fake esse tempo todo, ela vai esquecer sua notícia rapidinho."
Minha irmã estava boquiaberta.
"Me explica isso direito Yoongi!"
Eu dei de ombros.
"Então, tudo começou quando eu fui pra boate com o Namjoon..."
***
Ponto de vista da Nari:
"Saia do celularr" Pierre disse chegando na loja segurando dois cafés, uma para mim e outro para ele.
"Eu quero ir no meu antigo trabalho." Eu disse desligando o celular, eu estava em contato com o meu advogado.
"Fazer o que?" Pierre perguntou.
"Eu tenho contas a acertar" eu disse séria, o que eu senti aquele dia que me demitiram pela minha aparência me causou nojo só de lembrar.
"Então você tem que ir um escandalô, entrarr pela porrta da frent chutand a porrta" ele disse com o sotaque francês carregado.
"Como assim?"
"Tenho a roupá perrfeita"
***
"O senhor ... Já está te esperando na sala dele" a secretária baixinha, bonitona disse, pelo visto eles tinham "reformado" o escritório para uma casa de modelos. Eu não conseguia reconhecer ninguém ali, parece que eu não tinha sido a única a ser mandada embora.
Eu dei três passos na direção do escritório e as portas se abriram num baque. Era Sara minha antiga chefe, eu nunca mais tinha a visto, desde de que seu marido tinha me demitido.
Ela passou chorando sem me reconhecer.
Eu lembro que dois dias depois da minha demissão ela tinha tentado me ligar, mas eu não queria falar com ninguém, então ela me enviou um e-mail explicando tudo.
Sara me explicou aquele dia que ela estava doente e teve que faltar o trabalho, seu marido então se apossou de seu lugar na empresa, começou a fazer mudanças e quando ela viu já não tinha seus funcionários de confiança e ele tinha dominado tudo.
Fazendo a sara que era chefe virar praticamente uma assistente do negócio que ela montou e criou.
Desde que sara me ligou explicando a sua situação, meu sangue ferveu, eu queria vingança não só por mim, mas por ela agora.
Aquilo me deu a raiva que faltava pra acabar com aquele merda.
Entrei de cabeça erguida sala dele.
O homem imenso de gordo, a cadeira mal podia sustentar seu peso, ele me analisou dos pés a cabeça, e ajeitou o cabelo falhado e mal cubria toda a careca.
Lamentável, e ele julga as pessoas pela aparência.
Nunca entendi porque a Sara estava com aquele sujeito.
Mulheres com autoconehcimento e autoestima baixa são um prato feito para homens inseguros e machistas. Eu entendo bem disso.
Respirei fundo.
"Olá docinho" ele disse assim que me viu, seu olhar era de desejo e eu me senti enojada.
"Se alguém tivesse me avisado que uma beldade dessas estava me esperando, eu tinha expulsado Sara daqui há muito tempo."
Meu sangue ferveu, como ele se atrevia falar daquele jeito com a Sara, uma mulher tão boa para mim, quase uma mãe, sempre me ajudou, me deu meu primeiro emprego.
"Você não merece a Sara" eu vociferei, tentando não perder a calma.
"Ah você conhece a minha esposa?" Ele disse com cara de desdém.
Pelo visto ele não tinha me reconhecido, se bem que ele ne chegou a olhar para o meu rosto, seus olhos pararam nos meus seios.
Eu me virei e fui andando pela sala.
"Bom, pelo menos ta conservada" eu analisei a bagunça que estava ali, mas tudo ainda parecia novo, só algumas reformas bastavam.
"Quem é você e o que você quer?" O tom dele endureceu quando ele percebeu que eu estava ignorando as tentativas patéticas dele em me conquistar.
Eu me aproximei da mesa dele, ele ainda sentado na cadeira que um dia foi da melhor chefe.
"Eu só quero te dizer uma coisa. Você é o ser mais desprezível e inútil que essa empresa poderia ter, depois que você forçou a Sara a entregar o poder dela para você mandar em tudo isso aqui começou a decair"
"Diria até que está em processo de falência, seu escroto vagabundo, não faz nada de melhor na vida, e leva dinheiro facil" toda a minha raiva saiu naquela fala, mas eu não levantei a minha voz, não valia a pena.
"Você pensa que ta falando com quem?" Ele se levantou ferozmente e bateu as duas mãos gordas e enormes na mesa.
"Com a pessoa patética que inveja a própria mulher." Respondi.
"Ex mulher, Sara agora só trabalha para mim" ele disse em tom de orgulho.
Eu revirei os olhos e me segurei para não vomitar na cara dele.
"Você é aquela pateticazinha, feia, mal amada que trabalhava aqui ne? Agora me lembro, era boa, mas era mau cuidada, brega, nada gostosa, me espantava. Então tive que te demitir, meus olhos são muito sensíveis pra ver você vestida de Betty a feia"
"Eu sou o dono dessa porra, e eu fiz bem em te demitir, sua nojentinha pobretona, se acha que com essa fantasia alugada aí você me mete medo? Não!" Ele aumentou o tom de voz, estava gritando.
Eu soltei um riso de desprezo e tirei da minha bolsa um envelope que deixei na mesa dele.
"O que é isso?" Ele perguntou já abrindo.
"Isso meu caro babaca, é o contrato que você assinou achando que estava vendendo parte da empresa da Sara para um comprador anônimo, mas essa é a sua parte, porque a parte sara eu já tinha comprado."
"Você é tão burro que não sabe ler e vendeu a sua parte da empresa, e agora eu sou dona total da companhia."
Ele ficou branco na hora, a cor parecia que tinha fugido de sua boca.
"Isso significa que agora Sara trabalha pra mim e estará de volta ao cargo de chefe deste departamento de publicidade."
"Mas e eu?" Ele perguntou me olhando com medo. Seu tom agora era baixo.
Eu dei um leve sorriso.
"Você não se adequa aos padrões da empresa, sabe como é ne? Aqui não aceitamos machistas e homens misóginos que ligam mais para a aparência ao invés da competência."
"Então você está demitido!" eu disse e sorri cruzando os braços.
Ele sentou de volta na cadeira com a mão no coração.
"Acho que vou ter um infarto"
"Deve ser so gases do mc Donald's que você comeu de café da manhã" eu disse apontando para o saco de comida em cima da mesa.
"Agora anda, sai da minha sala"
Ele não respondeu nada, só parou de fingir que estava doente e se levantou lentamente. Ele parou na porta e se virou para me olhar.
"Você comprou o que exatamente?"
"Tudo, todo o prédio de puplicidade é meu."
---------
A/n: não lembro o nome do cara, então não coloquei kkkkkk mas ngm se importa tbm