Algemas de Diamantes

Da Alanmartins78

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O diamante Brandizi pertence à família Hyuuga há gerações. Mas agora está nas mãos de Tenten Mitsashi, e Neji... Altro

Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05 - Últimos Capítulos
Capítulo 06 - Últimos Capítulos
Capítulo 07 - Últimos Capítulos
Capítulo 08 - Últimos Capítulos
Capítulo 09 - Anti-penúltimo
Capítulo 10 - Penúltimo
Capítulo 11 - Último (Epílogo)

Capítulo 01

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Da Alanmartins78

Um inconfundível som de passos ecoava pelas antigas escadas de pedra que desciam até o sótão do museu.
Tenten Mitsashi tirou os olhos de suas anotações, distraída pela perturbação inesperada. No andar de cima, o museu começava a encher, mas ali embaixo havia um silêncio quase reverenciai, criado pelas grossas paredes de pedra e pelo objetivo acadêmico dos pesquisadores e cientistas que trabalhavam nos bastidores.
Tenten ficou ligeiramente surpresa quando viu Ino Yamanaka aparecer à porta. Como curadora do museu, Ino, àquela hora do dia, estava normalmente ocupadíssima com o público, e a surpresa de Tenten tornou-se consternação quando viu a expressão aflita de sua colega.

- Você está bem, Ino? Aconteceu alguma coisa?
- Não sei como dizer. - O rosto de Ino estava ligeiramente mais pálido do que o normal e o coração de Tenten disparou, antecipando o problema.

Obviamente tinha alguma coisa a ver com sua mãe. Mei Mitsashi estava tão traumatizada com os eventos dos últimos seis meses que Tenten, às vezes, ficava com medo de deixá-la sozinha em casa.

- O que aconteceu?
- Tem alguém lá em cima querendo ver você.

Suspirando, Tenten guardou os fragmentos de cerâmica antiga que estivera examinando e levantou-se, ainda segurando a caneta.

- Se é a minha mãe novamente, então peço desculpas - disse ela, ajeitando seu jaleco branco e os óculos no rosto enquanto se levantava. - Ela achou os últimos seis meses muito difíceis, e continuo explicando que ela não pode aparecer aqui sem ser anunciada...
- Não é sua mãe. - A curadora tossiu, nervosa, um gesto que não ajudou a acalmar a crescente preocupação de Tenten.

Se não era sua mãe, então devia ter a ver com fundos. Os postos de pesquisa eram sempre precários e o dinheiro era sempre curto. Ela sentiu um repentino pânico. Como ela e a mãe sobreviveriam sem o seu trabalho? Tenten abriu a boca para receber outra mulher, mas os passos fortes nas escadas distraíram-na.
Ela olhou em direção à porta e viu um homem entrar na sala sem esperar ser convidado.
Por um breve instante, Tenten observou-o, a atenção voltada para a perfeição e a força de seu rosto. Ele assemelhava-se a um desses deuses gregos, pensou ela, a mente vagando enquanto examinava a per feita estrutura óssea, o maxilar masculino e o corpo atlético. Todos os mitos gregos sobre os quais lera passaram por sua cabeça e, por um momento extremamente inquietante, ela imaginou-o nu da cintura para cima, os músculos bronzeados brilhando de suor.

- Dra. Mitsashi? Tenten! - O tom de Ino foi Incisivo o suficiente para atrapalhar a imaginação de Tenten e ela sacudiu-se mentalmente, lembrando-se de que doadores não esperavam que arqueólogos fossem sonhadoras. E aquele homem era obviamente extremamente importante. Tinha um ar autoritário inconfundível. Ela voltou seu olhar para os dois sujeitos plantados atrás dele. Os modos deles eram respeitosos e atentos, o que aumentava a sensação de importância do visitante; estava provavelmente considerando fazer uma grande doação para o museu. Embora preferisse ser deixada em paz com suas pesquisas, sabia que trabalhos como os dela só existiam por causa de organizações ou indivíduos financeiramente generosos. Certamente Ino Yamanaka estava esperando que ela causasse uma boa impressão, então colocou sua timidez de lado, ignorou sua crença de que homens tão glamourosos e sofisticados como aquele nunca olhavam duas vezes para mulheres como ela, e seguiu adiante.
Não importava não ser bonita ou elegante, disse a si mesma com firmeza. Ela se formara em Oxford como a melhor da turma. Falava fluentemente cinco idiomas, incluindo latim e grego, e seu histórico acadêmico era excelente. Se ele estivesse interessado em fazer uma doação para o museu, essas eram as qualidades que o interessariam.

- É um prazer conhecê-lo. - Ainda segurando a caneta, Tenten ofereceu a mão.
- Tenten, este não é... quer dizer, eu deveria apresentar você... - começou ela, mas o homem deu um passo para a frente e pegou a mão que Tenten estendera.
- E você é a srta. Mitsashi? - A voz era forte e com um leve sotaque. A força de seus dedos more nos combinava com o poder de seu físico. Com que deus ele mais se assemelhava? Apolo? Ares? Tenten sentiu sua mente distanciar-se novamente quando ou viu Ino ao fundo.

- Este é Neji Hyuuga, Tenten, o presidente da Hyuuga Investimentos.

Um nome grego? Dada as comparações que vinha fazendo, Tenten quase sorriu.
Neji Hyuuga.
O nome ficou suspenso no ar como uma profunda ameaça e subitamente a realidade explodiu na cabeça de Tenten. Ela puxou a mão de volta e deu um passo para trás, um choque tão grande que a caneta que estava segurando caiu com estrépito no chão.
Ela nunca ouvira falar da Hyuuga Investimentos, mas ouvira falar de Neji Hyuuga. O nome dele estivera nos lábios de sua mãe pelos últimos seis meses.
Claramente ciente do repentino aumento de tensão na sala, Ino pigarreou e acenou para a porta.

- Talvez devêssemos...
- Deixe-nos. - O olhar misterioso fixou-se em Tenten. - Quero falar sozinho com a srta. Mitsashi.
- Mas...
- Tudo bem, Ino. - Tenten pronunciou as palavras com dificuldade. Estava longe de estar tudo bem já podia sentir os joelhos tremendo. Não queria ser deixada sozinha com aquele homem. Que ele fosse grosseiro, não era surpresa alguma. Ela já deduzira que ele era um homem a quem faltava decência. Um homem sem moral ou ética. Agora ela sabia com que deus grego ele mais se parecia. Ares, ela pensou, o deus da guerra. Bonito, mas trazendo a morte e destruição.
Não era hora para ser patética. Devia à sua família enfrentrá-lo. O problema era que odiava conflitos, Sua irmã não implicava continuamente com ela por que sempre escolhia o caminho mais tranqüilo? A única discussão na qual se interessava era a acadêmica, Tudo o que realmente queria era ser deixada em paz com suas pesquisas.
Mas não tinha opção.
Encarando-o, ela percebeu que ele era cada centímetro tão intimidador quanto sua reputação sugeria e, de repente, tudo o que tinha vontade de fazer era correr. Mas depois se lembrou da irmã quando criança, tão perfeita, sempre sorrindo. E lembrou-se da mãe soluçando. E de tudo que decidira dizer para Neji se algum dia o encontrasse pessoalmente.
Por que deveria ter medo de ficar sozinha com ele? O que ele poderia fazer para a sua família que ainda não fizera?
O olhar dele permaneceu fixo nela.
Ele somente falou quando teve certeza de que Ino Yamanaka estava fora do alcance dos ouvidos.

- Em primeiro lugar, gostaria de apresentar meus pêsames pela morte da sua irmã.

A maneira como ele foi direto deixou-a chocado, tanto com sua hipocrisia quanto com sua declaração. O tom era grave. A frieza dele conseguia transformar votos de simpatia em insulto.
Ela inspirou fundo e a dor lançou-se sobre seu corpo.

- Seus pêsames? - A boca de Tenten estava tão seca que mal conseguia falar. - Na próxima vez em que você der seus pêsames, pelo menos tente parecer sincero. Diante das circunstâncias, sua simpatia fica um tanto descabida, não acha? Depois do que você fez! - Era a primeira vez que ela falava com alguém desse jeito.

Ele franziu o cenho, como se não estivesse acostumado a receber críticas.

- A morte de sua irmã na minha casa foi um extremo infortúnio, mas...
- Extremo infortúnio? - Ela, que nunca levantava a voz, que sempre preferia a lógica, levantou-a agora. Uma imagem da irmã apareceu em sua mente. A irmã que nunca conseguiria abraçar novamente. - Infortúnio? É assim que justifica para si mesmo o que aconteceu, sr. Hyuuga? É assim que deixa sua consciência leve? Como consegue dormir à noite...

Alguma coisa perigosa cintilou naqueles olhos.

- Não tenho dificuldade em dormir à noite.

Uma vontade repentina de agredi-lo a invadiu, mas ela teve de controlar-se, pois os dois homens à porta deram um passo à frente, prontos para intervirem.
Tenten percebeu que tinha esquecido a presença deles.

- Quem são eles?
- Minha equipe de segurança. - Neji Hyuuga dispensou-os com um gesto impaciente e eles deixaram Tenten sozinha com um homem que preferia nunca conhecer pessoalmente.
- Posso entender porque um homem como você precisa de uma equipe de segurança, se trata todo mundo da maneira como tratou a minha irmã! Você certamente não tem consciência! - Ela colocou as duas mãos na mesa. Era aquilo ou dar um soco nele.
- Minha irmã caiu da varanda de sua casa e você fica aí dizendo que está com a consciência limpa?

Linhas de tensão apareceram em volta da boca de Neji.

- Houve uma investigação policial completa e o veredicto foi morte acidental. - A declaração dele não continha traço algum de emoção, e a raiva dela aumentou para níveis perigosos. Ela não fazia idéia de que era capaz de fúria tão intensa. Era porque não tivera a chance de expressar seus sentimentos, disse a si mesma. Estivera tão ocupada cuidando de sua mãe... Só à noite tinha a chance de parar para pensar, e então sua mente inundava-se de lembranças da irmã, a pessoa que mais amava no mundo.
As lágrimas brotaram em seus olhos e ela pestanejou para afastá-las.

- Morte acidental. É claro. O que mais? - Ela não conseguia evitar o sarcasmo. - Você é uma pessoa muito importante, não é, sr. Hyuuga?
- Não tenho certeza do que está sugerindo, srta. Mitsashi, mas devo adverti-la para tomar cuidado.

Havia algo no tom de voz dele que a fazia tremer, embora não entendesse exatamente por que ele ainda não tinha levantado a voz.
Ela lembrava-se de ter lido um artigo em uma revista de negócios que descrevia Neji Hyuuga como um homem frio, implacável e intimidador, e ela pôde entender por que um jornalista chegaria a tal conclusão.

- É doutora Mitsashi. - Ela ergueu o rosto e corrigiu-o no tom de voz que reservava para os alunos mais arrogantes aos quais ensinava na universi¬dade. - E você não me amedronta.
- Doutora, é claro. Dra. Tenten Mitsashi. E o objetivo da minha visita não é assustar você. - Ele deu um leve sorriso que sugeria que se ele quisesse assustá-la, seria fácil.
- Prefiro que me chamem de Tenten, como você saberia se soubesse o mais importante em relação a mim.
- Sei muito sobre você. Tem um diploma em Arqueologia Clássica e se especializou em arte e cerâmica dos gregos clássicos. Histórico acadêmico impressionante para alguém da sua idade. Diga-me, dra. Mitsashi... - A ênfase sutil em sua posição foi impossível de ignorar -- Você normalmente acha necessário se esconder por trás de suas qualificações?

Ainda se recuperando do choque de descobrir o quanto ele sabia sobre ela, Tenten apertou as mãos na mesa.

- Somente quando acredito estar sendo tratada de forma paternalista.
- É assim que pensa? - Ele observou-a atenta-mente, os olhos percorrendo seu jaleco. - Você não se parece nada com sua irmã, não é?

Intencionalmente ou não, ele usara sua arma mais contundente.
Ela sabia que não era nada parecida com Yukata. Havia muito que aceitara serem completamente diferentes, diferenças que não afetavam a ligação que tinham. Saber que tinham pouca coisa em comum não diminuía a dor pela morte da irmã. Pelo contrário, a fazia sentir que não tentara com mais afinco influenciar a caçula. Persuadi-la a modificar seu comportamento. E a culpa não era amenizada pela obsessão de sua mãe com o "se". E se Tenten não desaprovasse tanto o desejo de Yukata por diversão? E se Tenten não fosse tão obcecada pelo trabalho? E se ela estivesse com a irmã na noite do acidente?
Torturada por esses pensamentos, Tenten levantou uma mão e esfregou a sobrancelha, tentando aliviar a dor. Estava quase começando a acreditar que tinha tido um papel na morte de Yukata, permitindo que sua irmã continuasse no caminho da autodestruição, sem tentar afastá-la de homens como Neji Hyuuga.

- Você leu o relatório? - Fria e implacável, a voz dele continuou a torturá-la, e ela acabou compreendendo o significado da pergunta.
- Se você está me perguntando se eu sabia que ela estava bêbada, então a resposta é sim - disse ela calmamente, percebendo a surpresa nos olhos dele. - Você achava que eu não sabia? Ou que eu negaria?
- Como você evidentemente me considera responsável pelo acidente, apesar de o relatório isentar minha família de culpa ou responsabilidade, pensei que pudesse ter lhe escapado.

Ela encarou-o sem acreditar.

- Yukata era jovem, sr. Hyuuga. Ela comemorou seu aniversário de 18 anos apenas dois meses antes de começar a trabalhar no seu hotel. A maioria dos jovens de 18 anos fica bêbada em um momento ou outro; faz parte da passagem para a vida adulta.
- Você ficou, dra. Mitsashi?

Ela enrugou a testa.

- Não consigo ver a relevância dessa pergunta.
- É mesmo? - Ele parecia estar querendo fazê-la dizer alguma coisa que o absolveria da responsabilidade.
- Se está sugerindo que o estado ligeiramente embriagado de Yukata de alguma maneira o exonera da culpa, não vejo dessa maneira. Era com você que ela estava bebendo aquela noite! A culpa foi toda sua!

Aparentemente indiferente às acusações dela, Neji levantou uma sobrancelha.

- Pensa que levei a garrafa aos lábios dela?
- Acho que pode muito bem tê-lo feito. Em circunstâncias normais você e minha irmã nunca teriam se cruzado, mas o destino infeliz colocou os dois juntos.
- Destino? - O sarcasmo dele irritou-a ainda mais. Ela não sabia o que ele estava sugerindo, mas era claramente derrogatório.
- Minha irmã era uma garçonete! Tinha um contrato de dois anos com o seu hotel! A única função dela era servir champanhe para pessoas como você!

A voz dela ecoou nas paredes de pedra do museu e ela forçou-se a diminuir o tom. Já havia fofocas suficientes na família. Não precisava de mais.

- Yukata era jovem, e você se aproveitou. O senhor estava totalmente fora da realidade dela, sr. Hyuuga, e deveria ter reconhecido. Deveria ter ficado com as modelos, atrizes e outras mulheres que entendem as regras do seu jogo. Mas não conseguiu resistir à minha irmã, conseguiu? Aproveitou-se da inocência dela e magoou-a.

Houve um longo e tenso silêncio. Um silêncio durante o qual ele examinou o rosto dela com perturbadora concentração.

- Não é minha intenção difamar o caráter da sua irmã - ele respirou -, mas temos uma opinião bem diferente em relação aos acontecimentos e à personalidade dela.
- É claro! Você conseguiu se convencer de que não tem culpa alguma! Mas a verdade é que Yukata nunca tinha tido um namorado até ir para a Grécia e, no entanto, você... - Ela interrompeu o que dizia, com a face queimando. Ele inclinou seu rosto orgulhoso e charmoso em uma interrogação.
- Eu o quê? Por favor, esclareça-me em relação ao meu comportamento com sua inocente irmã. Confesso estar fascinado com sua visão alternativa do mundo. Você certamente passou uma parte significante da vida trancafiada em museus e universidades.

Por que as mulheres o achavam tão atraente? Era o ar de perigo? De ameaça?
Era como se confrontar com um tigre.
Verdade, ele era extraordinariamente bonito, mas tinha uma frieza que a fazia tremer.
Tenten pensou em tudo que sua mãe dissera sobre Neji Hyuuga. O orgulho da mãe com a nova ligação amorosa da caçula enchia Tenten de horror e frustração.

- Ele é no mínimo quinze anos mais velho que ela - ela ressaltara, mas a mãe simplesmente dera de ombros sem dar importância. - E por que um homem como Neji Hyuuga se interessaria por Yukata? - Tenten amava sua irmã, mas o amor não a cegava para a verdade.

Sua mãe irritara-se com a pergunta.

- Yukata é extremamente bonita - disse ela na defensiva -, e um grego tradicional valoriza a beleza em uma mulher, não o cérebro. Não espero que você entenda, pois sua idéia de uma boa noite é ficar com o nariz enfiado nos livros.

Tenten perguntou-se por que homens brilhantes viravam verdadeiros babacas frente a uma mulher bonita. Sua mãe estava certa. Era algo que nunca entenderia.
Olhando para ele agora, não havia dúvidas sobre onde estava a responsabilidade da morte de sua irmã. Yukata era muito inocente. Talvez fosse um pouco tola. Você acha? Ela detectou perigo nos olhos dele.

- Você deveria ser um homem sofisticado. Não posso entender como não viu o que havia sob aqueles cabelos loiros. Nem posso acreditar que não sabia a verdade sobre ela.
- Eu sabia tudo sobre ela. Mas estou começando a me perguntar se você sabia.
- Sei que o modo como minha irmã sempre se vestia e agia sugeria que fosse mais velha. Mas ela era uma criança. Não sabia as regras do seu jogo e você deveria saber! Nunca deveria ter feito falsas promessas.
Ele respirou fundo e semicerrou olhos.
- Que promessas?

Tenten balançou a cabeça, incapaz de acreditar que ele tivesse coragem de negar o que fizera.

- Você prometeu se casar com ela e nós dois sabemos que nunca aconteceria!

Houve um longo silêncio.

- O que a faz pensar que prometi me casar com ela?
- Ela me disse! Tenho certeza de que você esperava que ela mantivesse segredo. Que inconveniente para você ela não ter mentido! - Com as mãos tremendo, Tenten pegou o celular de sua bolsa. - Ela me mandou uma mensagem duas semanas antes de morrer. Duas semanas antes de cair da sua sacada, sr. Hyuuga.

Ele permaneceu imóvel.

- Mostre-me.

Ela buscou a mensagem de Yukata.

- "N vai casar comigo. Estou tão feliz!" Ela estava viva quando mandou esta mensagem... - Tenten apertou a mão no telefone e engoliu em seco. Não iria chorar. - Ela estava apaixonada. A mensagem seguinte foi mandada na noite em que caiu. Por que não lê?

- "Descobri a verdade sobre N. Eu o odeio." - Ele leu em voz alta, olhando fixamente para o aparelho na sua mão, sob visível tensão. - Então era verdade. Ela realmente esperava casamento.
- E por que é um choque para você? Por que ela não deveria acreditar na sua promessa? Yuka era jovem e, como todas as jovens, sua mente estava repleta de histórias com finais felizes. Ela não era para um homem como você e você a magoou! Era provavelmente por isso que estava bêbada aquela noite. Descobriu o homem que você realmente era!

Algo perigoso cintilou nos olhos dele.

- Você não sabe nada sobre mim, dra. Mitsashi.
- Sei que minha irmã não deveria ter se aproximado de você! Sempre que abro os jornais, está com uma mulher diferente. Uma mulher linda e glamourosa, É óbvio que vê o sexo oposto como diversão. Nada além.

A tensão dele aumentou significativamente.

- E você sempre acredita no que lê nos jornais?
Não em todos os detalhes, é claro. Não sou idiota. Mas as histórias têm de vir de algum lugar.

- Realmente?
O que nos faz voltar à pergunta sobre o que um homem como você estava fazendo com uma garota como Yukata.

- Tenho certeza de que pode me dizer, já que sabe tanto sobre mim por meio de fontes tão confiáveis.

- Não faça joguinhos e não brinque com a morte de minha irmã!

- Acredite, não considero nada em relação à sua irmã engraçado, muito menos a morte dela. Ela despencou na cadeira e esfregou as mãos sobre o tecido das calças.

- Por favor, vá. - Ela tirou os óculos do rosto e encarou o. - Não sei por que veio até aqui, mas quero que vá embora agora. E que prometa não se aproximar de minha mãe.

O olhar frio dele permaneceu no rosto dela. - Por que usa óculos? - Desculpe? - A irrelevância da pergunta pegou-a de surpresa e ela olhou para ele. Ela percebeu, pela primeira vez, que os cílios dele eram muito grossos e escuros, suavizando suas feições. - Preciso deles para perto, para ver os detalhes, mas não entendo por que...
- Você deveria usar lentes de contato. Deixaria sua aparência mais feminina.

Ela ficou mortificada com a natureza pessoal do comentário. Não deveria se importar. Durante toda a vida, sua mãe fizera comentários similares. Tenten, use um vestido. Tenten, corte o cabelo. Tenten, ponha maquiagem. Ela parecia não entender que não fazia diferença. Sua filha mais velha era comum. Não nascera e nunca seria especial. E para ela não tinha importância. Tudo que lhe importava era que tinha perdido sua irmãzinha.
Sentindo emoções que não entendia completamente, ela imediatamente colocou os óculos de volta.

- Não estou interessada em sua opinião, sr. Hyuuga. - Sua voz tremia tanto quanto seus dedos. - A única coisa que me interessa é a razão de sua visita. Você claramente não veio se desculpar. Então, por que veio? Sente prazer em ver a aflição dos outros?

Houve um longo silêncio enquanto ele a examinava, silêncio durante o qual ela foi ficando cada vez mais desconfortável. Por que ele olhava para ela daquele jeito? Em algum momento falaria?
Finalmente, ele respirou e ela instintivamente teve a sensação de que não iria gostar do que ele estava prestes a dizer.

- Por que veio aqui?
- Já ouviu falar no diamante Brandizi?

A pergunta dele foi tão inesperada que ela franziu o cenho.

- Por que teria?

Ele acenou para a sala onde ela trabalhava, gesticulando para os vários objetos que estavam à sua volta.

- Porque você se interessa por história e lenda, dra. Mitsashi, e o diamante Brandizi está envolto por ambos.
- Como já fez questão de ressaltar, minha especialidade é a arte grega e a cerâmica da era clássica, sei muito pouco sobre jóias. - Ela endireitou os ombros. - Não consigo entender a relevância da sua pergunta.
- O diamante Brandizi é uma das pedras mais valiosas já documentadas. A idade exata da gema é desconhecida, mas acredita-se que foi o presente de um príncipe indiano para sua primeira esposa. Um símbolo de amor eterno. Ele aparentemente acreditava nossas coisas. - O sorriso cínico revelou sua opinião sobre o assunto. - Uma grande superstição espreita por trás do diamante.

Embora preferisse caminhar em brasa a admitir que algo no jeito frio dele chamava a sua atenção, o olhar de Tenten voltou-se para os pedaços de cerâmica sobre sua mesa.

- Mito e lendas estão sempre ligados a objetos antigos. Muito pode ser descoberto sobre a crença de um povo com o estudo da arte de seu tempo.
- A pedra chegou à minha família há varias gerações. Tem um valor monetário e sentimental incalculável.

O coração de Tenten começou a bater mais rápido e ela sentiu a excitação que sempre sentia quando falava sobre o passado. Mas então se lembrou de que ele não era um acadêmico e que ela não podia se dar ao luxo de conversar com aquele homem, embora o assunto fosse estimulante.

- Não consigo ver o que isso tem a ver com minha irmã.

Ele olhou-a por um longo momento e depois caminhou até um armário e examinou uma das cerâmicas expostas, deixando Tenten olhando para seus cabelos brilhosos e seus ombros largos com uma crescente frustração.
Ela respirou fundo e tentou novamente:

- O que esse diamante tem a ver com a minha irmã?
- Tudo. - Ele virou-se. - A sua irmã estava usando o diamante Brandizi na noite em que caiu da sacada, dra. Mitsashi. Acredito que estava entre os pertences dela quando devolveram a vocês. E agora eu o quero de volta.

Continua...

Eita gente, que capítulo de estreia foi esse 🔥 forte revelações logo de cara kk!! Coitada da Yukata 💔😔 e esse diamante em kk vai da oq fala na fanfic 😂 será que o diamente ta nos pertence de Yukata que foi devolvido pra família!? Será que Tenten ira devolver!? Não percam o próximo capitulo de Algemas de Diamantes!! Espero que vcs tenham gostado e ate o próximo capitulo ❤

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Fanfiction

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