𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗲𝗽𝘁𝗶𝗼𝗻 ❪...

Por inlouie

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❛ Ao mudar-se para uma nova cidade, Harry Styles já imaginava que sua vida mudaria drasticamente; A faculdade... Más

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𝖾𝗉𝗂́𝗅𝗈𝗀𝗈

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Por inlouie

𓄶 📭 𖦹 sejam todes bem-vindes a the exception! espero que gostem dessa neném, pois é uma das minhas fanfics favoritas que contém muita putaria entre inimigos se comendo

se você é novo por aqui, não se esqueçam de deixar aquele votinho de apoio nos capítulos, okay? aproveitem e boa leitura, vidinhas! <3

Harry lembra bem do pedido que sua mãe fez antes que ele entrasse no avião que o transportaria para a cidade de Londres: "Me promete que vai ser feliz, príncipe", e ele prometeu, com um sorriso sincero no rosto, em seguida selando as bochechas de sua progenitora assim como fez com as de seu pai.

Viu Holmes Chapel se distanciar aos poucos quando o avião iniciou vôo, ficando cada vez menor, e com um breve aceno se despediu do local onde viveu durante toda a sua infância e adolescência.

Harry estava feliz, porém assustado. Nunca em sua vida havia sido independente dessa forma, sempre morou com os pais e dependeu do dinheiro dos últimos para comer ou se vestir, mas a partir de agora isso tinha acabado. Era ele por ele mesmo.

Tudo isso se dava ao fato de que há algumas semanas o jovem de vinte e um anos passou em uma das melhores faculdades do Reino Unido, localizada em Londres, onde cursaria jornalismo, e é claro que por mais que ele fosse sentir falta da vida que levava em Cheshire, nunca desperdiçaria uma oportunidade como aquela, além de que ansiava por uma vida mais pessoal e individual, longe das asas dos pais que sempre o protegeram de tudo. Não que fosse ruim, mas ele precisava desesperadamente sair do ninho e voar, e sentia que estava preparado para isso.

Não foi difícil conseguir moradia em sua nova cidade. Assim que soube do resultado sobre a faculdade, imediatamente lembrou-se de uma noite aleatória que havia ocorrido há um ano em uma das boates que frequentava em Holmes Chapel, quando cantou e dançou com toda a força em frente à banda Green Roses, junto a sua melhor amiga Gigi. A garota ficou completamente encantada ─── ou melhor, quase obcecada ─── pelo guitarrista bonito de cabelos verdes, e no fim da noite não perdeu tempo ao ir falar com ele. Zayn Malik era seu nome, e para a sorte de Gigi, seu fascínio e encantamento eram totalmente recíprocos, o que resultou nos dois transando loucamente no banco traseiro do carro do mais velho.

O relacionamento de Gigi e Zayn infelizmente não pôde se estender por tanto tempo, já que depois de um mês o guitarrista teve de voltar para Londres pois havia terminado a turnê com sua banda, mas deixou bem claro que se Gigi quisesse visitá-lo em algum momento, teria lugar de sobra para ele ficar no apartamento que dividia com seus dois amigos.

Gigi acabou nunca vendo Zayn novamente, mas ficou com seu número, e às vezes tinham o costume de trocar mensagens sobre o clima, tempo ou qualquer bobagem do tipo. Harry sabia que sua amiga nunca tinha esquecido o guitarrista de Londres, mas quando dizia isso a loira ela apenas negava com uma careta, soltando um "pffff" estourado pela boca, como se o que o moreno estivesse dizendo fosse a maior bobagem do mundo. Harry decidiu parar de insistir no assunto em certo ponto, mas sempre que Gigi mencionava algo relacionado ao de cabelos esverdeados ─── o que acontecia de uma vez em sempre ───, Harry fazia questão de debochar da sua cara fazendo gestos românticos e recebendo várias reviradas de olhos em resposta.

"É claro que vou te visitar! Uma vez por mês, no mínimo!", Gigi exclamou se jogando em seus braços ao saber que o melhor amigo iria para Londres, e no momento que Harry contou onde ficaria hospedado, quase conseguiu ouvir o coração da loira batendo de forma desenfreada e apaixonada. Agora ela não teria mais desculpas para não visitar Zayn.

O guitarrista aceitou prontamente hospedar Harry em seu apartamento, alegando que tinha um quarto sobrando e que ele não precisaria ajudar com o aluguel nem com a comida. Harry insistiu para retribuir de alguma forma e Zayn brincou dizendo que se o mais novo queria tanto ajudar, seria bom se comprasse algumas cervejas às vezes. O mais novo riu e concordou, dizendo que levaria cervejas logo em sua chegada.

E foi exatamente isso que fez com que a primeira parada de Harry em Londres fosse o supermercado. Um local enorme e cheio de pessoas com carrinhos e cestas de um lado para o outro.

Ele demorou um pouco até achar as cervejas, e depois, demorou ainda mais até que a fila do caixa diminuísse e finalmente fosse a sua vez de ser atendido.

O piercing discreto de duas bolinhas na sobrancelha do atendente no caixa chamou a atenção de Harry. O dava um ar de atrevimento e tédio ao mesmo tempo, ou talvez, julgando pela expressão preguiçosa e o cabelo castanho bagunçado, era como se ele realmente fosse atrevido e estivesse entediado.

─── Eu não tenho o dia todo. ─── A voz sarcástica e de fato entediada do caixa chamou a atenção de Harry, que havia passado tanto tempo olhando a jóia da sobrancelha do rapaz que nem ao menos lembrou que tinha de entregar as cervejas.

─── Foi mal. ─── Falou depois de pigarrear, entregando finalmente as garrafas ao atendente e vendo esse passá-las pela máquina com rapidez.

Harry entregou a quantidade de libras equivalente ao preço das cervejas e ficou encarando o atendente enquanto esperava que ele empacotasse as garrafas. O atendente o olhou de volta, erguendo a sobrancelha que tinha o piercing e fazendo um olhar questionador.

─── Não sei se você viu, mas tem uma fila enorme atrás de você. Vai mesmo ficar aí parado? ─── Indagou com um tom de voz grosseiro.

─── Você não vai empacotar? ─── Apontou para as garrafas à sua frente, lembrando-se de todas as vezes que foi em supermercados em Cheshire. ─── essas que foram poucas já que na maioria das vezes era sua mãe quem ia ─── e que o atendente empacotava todos os produtos sem reclamar.

─── A sacola está na sua frente, perdeu a mão por acaso? ─── O caixa perguntou sem qualquer constrangimento, fazendo Harry abrir a boca em espanto por seu atrevimento.

─── Você costuma ser rude dessa forma com todos os seus clientes? Não tem medo de ser despedido não? ─── Harry questionou claramente ofendido pela forma que foi tratado, mas o caixa apenas deu de ombros, despreocupado.

─── Se você acha que fui rude, o problema é seu, mas na realidade só fui sincero. A sacola está na sua frente, se quiser, é só pegar. ─── Falou simples, por fim dando um falso sorriso e fazendo sinal para que o próximo cliente se aproximasse.

─── Você não tem vergonha?! ─── Harry sentiu o sangue esquentando em suas veias e cerrou os punhos.

Tudo bem. Ele poderia sim apenas colocar as garrafas na sacola, ir embora e acabar com isso. Mas Harry era muito, muito orgulhoso, além de odiar que o tratam com desdém sem motivo algum. Ele com certeza não deixaria aquela história passar em branco.

─── Qual foi a parte do "tem uma fila enorme para ser atendida" que você não entendeu? ─── O atendente indagou ao ver que Harry ainda estava ali, firme no mesmo lugar.

─── Não vou sair até que você se desculpe pela grosseria e coloque as cervejas na sacola. ─── Falou com os braços cruzados em frente ao peito.

O atendente bufou e revirou os olhos.

─── Quem você pensa que é para me dar ordens, garoto? ─── Perguntou espremendo os olhos.

─── Sou seu cliente! ─── Ele bateu o pé no chão ao exclamar, e antes que o atendente pudesse rebater, um senhor de uniforme social chegou.

─── O que está acontecendo aqui? ─── Perguntou com as duas mãos atrás do corpo e a postura ereta, olhando fixamente para o caixa com uma raiva evidente no olhar e na fala.

Harry engoliu em seco e se calou. Ok, não era para tanto, ele definitivamente não queria ter como primeira ação importante ao chegar a Londres, ser o culpado pela demissão de alguém.

─── Eu... Me alterei com o cliente. ─── O atendente falou, colocando as garrafas na sacola como antes lhe havia sido pedido. ─── Desculpe, não vai se repetir. ─── Ele disse, não para Harry, mas sim para o homem que era provavelmente seu chefe.

─── Eu espero mesmo. ─── O rapaz disse com dureza, se retirando em seguida.

Harry não quis ficar nem por mais um segundo ali, pegou suas cervejas e saiu do local com rapidez, desejando nunca mais em sua vida ver aquele atendente outra vez. Se bem que seria muito azar se isso acontecesse.

[...]

Harry decidiu deixar de lado o incidente desagradável no supermercado e simplesmente fingir que sua chegada em Londres foi depois disso, ou seja, perfeita como ele tem idealizado há semanas.

O bairro onde iria morar não era de classe alta, e ele já imaginava mesmo que não fosse, mas nunca daquela forma, já que na realidade estava mais para um bairro boêmio, cercado de bares e algumas boates noturnas que no momento por ser fim da tarde ainda não funcionavam.

Ele demorou para achar o número de seu apartamento, já que esse não tinha uma entrada muito chamativa. Era apenas uma discreta porta vermelha entre alguns bares grandes com nomes em neon. Harry conseguia identificar o local que moraria exatamente como aqueles lugares que quase ninguém percebe a existência até que alguém chegue lá e mostre.

Após ter sua entrada liberada por Zayn, que falou com ele pelo interfone, adentrou a porta vermelha vendo uma longa escada que dava para alguns corredores com várias portas que deveriam ser a de outros moradores.

O número do seu apartamento era o cinquenta e nove, e foi ali que ele bateu após ajeitar a mochila nas costas, sentindo a expectativa e ansiedade sobre como seria sua nova moradia percorrerem seu corpo.

O de cabelos agora não mais esverdeados como há um ano ─── e sim desbotados num tom quase grisalho ─── abriu a porta exibindo seu sorriso simpático o qual Harry teve que aguentar tantas vezes Gigi elogiar por horas e horas.

─── Bem vindo, Harry! ─── Ele se aproximou e pegou gentilmente a mala que tinha na mão do mais novo, entrando no apartamento e sendo seguido por Harry. ─── Como foi a viagem?

─── Foi bem, obrigado!

Harry olhou em volta e notou que não tinha muito o que ver. Um sofá para quatro pessoas em frente a uma TV, a cozinha quase no mesmo cômodo que a sala ─── separada apenas por um balcão ───, uma porta rente à sala que deveria ser um dos quartos e um pequeno corredor próximo com outros três quartos.

─── Ei! ─── Uma garota de cabelos loiros médios e um sorriso bonito surgiu de um dos quartos do corredor. ─── Você é nosso novo caçula?

─── Pelo jeito sim. ─── Harry riu.

─── Prazer. ─── Ela esticou a mão. ─── Meu nome é Taylor, espero que goste de morar com a gente. Somos quase normais. ─── Brincou dando uma piscadela.

Harry riu e retribuiu o aperto.

─── Bom, como você pode ver, aqui é a sala e ali a cozinha. ─── Zayn mostrou, apontando para os locais referentes ─── O quarto que não fica no corredor é o meu. Vem cá.

Eles caminharam até o pequeno corredor de três portas.

─── Esse primeiro quarto aqui é o da Taylor, depois do dela o do Louis, que no momento está no trabalho, mas... ─── Ele olhou o relógio no celular rapidamente. ─── Pelo horário ele já deve estar chegando, enfim. E aqui na frente do quarto dele, é o seu.

Zayn empurrou a porta branca de madeira, revelando um quarto de tamanho médio com uma cama de casal revestida de lençóis brancos. A direita um guarda roupa de duas portas e do outro lado uma janela. Havia também um pequeno banheiro na lateral.

─── Eu dei uma arrumada porque fazia bastante tempo que ninguém vinha... Mas, ele está bem sem graça, pode arrumar ao seu gosto se quiser. ─── Zayn sugeriu.

Harry largou a mochila na cama e olhou em volta com um sorriso no rosto.

─── Está ótimo, Zayn, obrigado. Nem sei como agradecer... ─── Ao falar isso se lembrou de algo que tinha em sua mochila. ─── Ah! Olha, eu trouxe as cervejas.

─── Harry, eu estava brincando! Não precisava. ─── O guitarrista falou negando com a cabeça, apesar de rapidamente ter pego as garrafas na mão assim que Harry as ergueu em sua direção.

─── Eu fiz questão.

─── Tudo bem, vou guardar na geladeira. Se você quiser dar uma descansada por causa da viagem, fique à vontade. Mais tarde nós conversamos melhor.

─── Eu acho que vou fazer isso mesmo, estou meio exausto. ─── Ele disse, alongando os braços.

─── Beleza então. Qualquer coisa é só chamar.

Harry agradeceu mais uma vez e Zayn se retirou do quarto, fechando a porta em seguida.

O garoto deitou-se na cama de colchão um pouco duro e desconfortável, porém suficientemente macio para que não tivesse dor nas costas daqui algumas semanas. Mandou mensagem a seus pais avisando que ocorreu tudo bem em sua chegada e também para Gigi, assegurando que seu amado seguia bonito como há um ano, e aparentemente solteiro, então recebeu um emoji de dedo do meio de volta já que a loira fazia questão de insistir na ideia de que não era apaixonada por Zayn.

Ao fechar os olhos e relaxar seu corpo, notou que de seu quarto conseguia ouvir um pouco o som que vinha da sala, e no momento o que ouvia era o som das panelas e a voz de Taylor reclamando que o filme "As Branquelas" iria passar pela décima vez na televisão. Zayn rebateu falando que nunca iria cansar de assisti-lo porque é muito bom, mas Taylor continuou reclamando, dizendo que já sabe até as falas.

Um tempo depois Harry já estava começando a pegar no sono quando ouviu a porta da sala se abrir e fechar em seguida, e uma voz masculina que ele tinha a impressão de já ter ouvido antes começar a resmungar que quase foi despedido por causa de um tal cliente nojentinho. Harry nem conseguiu refletir sobre o que foi dito, pegou no sono alguns segundos depois.

[...]

Harry tomou um banho rápido após acordar, sentindo o ranço da viagem descer por seu corpo cansado. Escovou os dentes, vestiu bermuda e camiseta para ficar a vontade, e então saiu do quarto, seguindo o som da televisão que vinha da sala e encontrando Taylor atirada no sofá com os pés no colo de alguém que até então Harry ainda não tinha conseguido ver o rosto, mas sabia que provavelmente se tratava do tal Louis, e enquanto isso Zayn arrumava algumas coisas na cozinha.

─── Taylor! Hoje a louça é com você. ─── Exclamou o guitarrista, abrindo um sorriso ao se deparar com Harry ali. ─── Já acordou? Achei que dormiria mais.

─── Imagina, já dormi por umas duas horas, se dormisse mais iria passar a noite em claro. ─── Falou, apesar de saber que era muito provável que isso acontecesse mesmo que não tivesse dormido tanto.

─── Louis, vem cá, quero te apresentar nosso caçula.

Harry riu ao ouvir novamente o termo "caçula" sendo dirigido a ele, imaginou que enquanto morasse lá ele com certeza seria chamado assim por todos, e sinceramente, isso não o incomodava.

─── Vem você aqui! Tô vendo o filme. ─── Aquele tom de voz emburrado e mandão não foi estranho para Harry, e isso apurou a sua curiosidade, fazendo com que ele mesmo desse a volta no sofá para ver Louis, e no momento que o mais novo pôs os olhos naquele rapaz, teve a surpresa mais desnecessária que poderia ter. E pela forma que Louis o encarou de volta, ele também não gostou nem um pouco.

─── Louis, Harry. Harry, Louis. ─── Zayn os apresentou com uma formalidade forçada que fez Taylor rir.

Harry ficou esperando que o mais velho citasse algo sobre o acontecimento de mais cedo, no supermercado, preparado para rebater ao seu favor, mas tudo que Louis disse foi um "eaí", em seguida pondo os olhos na TV novamente.

─── Bom, a comida está pronta! ─── Zayn avisou.

A refeição daquela noite era massa carbonara, e isso foi o suficiente para distrair Harry um pouco do climão que havia se criado entre ele e o atendente, já que o mais novo simplesmente amava aquele prato e, sinceramente, o macarrão de Zayn estava especial.

─── Você gostou, Harry? ─── Indagou o de cabelos platinados, vendo o mais novo comer sem conseguir disfarçar sua fome e o quanto tinha gostado da comida.

─── Está uma delícia, Zayn. Você cozinha muito bem. ─── Ele elogiou.

─── Ai, como ele é fofo! Que vontade de apertar! ─── Taylor exclamou com uma voz infantil direcionada a Harry, fazendo-o corar e soltar uma risada constrangida.

─── Não assusta ele assim, Taylor, o garoto chegou hoje! Deixa para apertar daqui algumas semanas. ─── Zayn brincou.

Harry deu uma breve olhada para Louis, querendo saber como ele estava reagindo aquele mimo todo para cima de si, e notou que o moreno fitava a cena de soslaio, tendo um sorriso sarcástico no rosto.

─── Zayn. ─── Ele se manifestou, levando o tronco para frente. ─── Já explicou para o Harry como as coisas funcionam por aqui?

─── Em relação ao quê?

─── Cozinha, limpeza, louça... ─── Ele listou despreocupado.

─── Louis, o Harry acabou de chegar, não vou encher ele de tarefas!

─── Ué ─── Ele pôs os olhos em Harry, e o último sentiu como se aquele olhar pudesse ver até sua alma de tão penetrante. O mais novo não gostava disso, o intimidava de certa forma. ─── Ele tem que saber que não tem como ter tudo de mão beijada. Tudo bem morar com a gente, mas vai ter ajudar também.

─── Céus, Louis! ─── Taylor exclamou, largando os talheres no prato e encarando o moreno com os olhos arregalados.

─── Tudo bem. ─── Harry disse antes que continuassem aquela discussão. ─── Ele está certo, e eu me sentiria até mal se ficasse morando com vocês e não ajudasse em nada.

─── Bom, é o seguinte. ─── Louis começou a explicar, olhando mais uma vez daquela forma intimidadora para Harry. ─── Nós costumamos revezar. Por exemplo, hoje, o Zayn cozinha, Taylor lava a louça e eu limpo a casa. Mas amanhã eu vou cozinhar, Zayn vai lavar a louça e Taylor vai limpar a casa.

─── Entendi... E o que eu posso fazer?

─── Bom, podemos incluir você no revezamento. ─── Ele explicou.

─── Certo... Eu não cozinho muito bem, mas posso aprender.

Louis abriu um sorriso satisfeito de lado e Zayn negou com a cabeça.

─── Imagina Harry, se você não sabe cozinhar não precisa...

─── Eu acho que precisa sim. ─── Louis o interrompeu, recebendo os olhares repreendedores dos amigos em resposta. ─── O quê? Harry, você disse que não cozinha bem porque nunca tentou ou porque tentou e não deu certo? ─── Indagou, erguendo a sobrancelha como se quisesse comprovar algo.

─── Eu... ─── Ele engoliu em seco. ─── Na verdade, minha mãe sempre cozinhou para mim.

─── Viram? ─── Louis sorriu convencido. ─── Talvez o garoto seja um mestre cuca e a gente não saiba! Temos que descobrir.

Zayn e Taylor acabaram dando de ombros e concordando, assim como Harry que seguiu comendo um pouco desconfortável. Sentiu de cara que talvez pela personalidade de Louis, eles não se dariam muito bem, e isso o assustava um pouco já que tudo que ele não queria era arranjar problemas para si, então decidiu que apenas manteria distância e não responderia qualquer provocação, apesar de para si isso ser bastante difícil por conta de seu orgulho, mas ele precisava se segurar, a sua nova vida em Londres não era para ser conturbada, e sim pacífica.

[...]

Como Harry já imaginava, ele não conseguiu pegar no sono cedo naquela noite. No dia seguinte ele teria tanta coisa para resolver, era a faculdade, o início da procura por um emprego já que ele precisava se sustentar, e ainda por cima tudo que envolvia sua nova moradia. Sua impressão é que não sobraria tempo nem para si mesmo e isso o apavorava de certa forma, mas no momento sentia que conseguiria dar conta de tudo.

Respirou fundo mais de cinco vezes com os olhos fechados, no objetivo de relaxar e conseguir dormir ─── já que deveria ter passado das duas da manhã ─── mas foi inútil, quanto mais ele pensava nos seus compromissos e no medo que estava de passar o dia com sono e não conseguir fazer nada com êxito, uma ansiedade crescia em seu peito e tirava seu sono.

Sentou na cama subitamente e decidiu parar de se torturar com aquilo. Torcendo para que ninguém o ouvisse, ele levantou e acendeu a luz do quarto, saindo de lá e indo até a cozinha do apartamento. Só de imaginar-se acordando alguém sentia vergonha de si mesmo, mas ele realmente precisava dar um jeito de dormir, e foi isso que o levou até a geladeira, onde pegou uma caixa de leite e encheu uma xícara, em seguida levando até o microondas e o ligando.

Ao virar-se para esperar que seu leite quente ficasse pronto, sentiu seu coração ir até a boca e voltar a ver a silhueta de alguém ali. Pôs a mão no peito e soltou um ar aliviado ao reconhecer Louis, apesar de que talvez ele preferisse que fosse um espírito ou algo do tipo.

─── Você me assustou. ─── Ele murmurou, sentindo só agora sua respiração voltando ao normal.

─── Jura? Nem percebi. ─── Falou num tom irônico enquanto se agachava para pegar uma garrafa de refrigerante e servia em um copo.

Harry até poderia puxar assunto ou perguntar o porquê dele estar acordado aquele horário, mas levando em conta os pequenos conflitos que ele tinha se metido com Louis mais cedo, preferiu apenas ignorar sua presença e esperar que o leite ficasse pronto.

─── Você também é do tipo que troca o dia pela noite? ─── A voz inesperadamente veio de trás de Harry. O mais novo se virou e viu o outro apoiado no balcão enquanto bebia seu refrigerante de forma despreocupada e relaxada.

─── Na verdade não. Acho que estou apenas ansioso. ─── Respondeu, dando de ombros.

─── Leite te ajuda a ficar menos ansioso?

─── Um pouco.

─── Hm.

Ficaram se encarando por alguns segundos sem dizer qualquer coisa. Um clima estranho e desconfortável no ar. Louis bebendo seu refrigerante sem tirar os olhos de Harry, e o último engolindo em seco e tomando coragem para dizer alguma coisa que quebrasse aquele gelo.

─── Então... ─── Ele pigarreou. ─── Eu sinto muito por hoje cedo... Não queria que você arranjasse problemas com seu chefe ou algo do tipo.

Louis terminou de beber o refrigerante, levou o copo até a pia, o largou e voltou até o balcão, encarando Harry novamente.

─── De boa. O chefe do supermercado é meu tio, ele não teria coragem de me despedir. ─── Falou com simplicidade.

Harry separou os lábios em surpresa, entendimento e um pouco de indignação. Apertou os olhos encarando Louis e negou com a cabeça num ato de reprovação.

─── Então é por isso que você é tão grosseiro com os clientes, você tem privilégios lá dentro! ─── Ele disse como se estivesse apontando uma injustiça.

Louis revirou os olhos e soltou uma risada debochada.

─── Eu acho que você deveria se desacostumar com essa vida em que o seu papai e a sua mamãe te tratavam como um príncipe e te davam tudo que você queria sem reclamar. Aqui as coisas vão ser bem diferentes. E eu não estou sendo grosseiro, apenas sincero. ─── Falou diretamente, em seguida caminhou até a saída da cozinha e antes de sair se virou para o mais novo e disse: ─── Boa noite.

Harry ficou ali, sozinho e sem conseguir nem ao menos formular uma resposta para dar a Louis. Ele apenas sentia raiva e indignação pela ousadia do mais velho de falar consigo daquela forma, quem ele pensa que é? Quanta soberba e arrogância! Harry odiava pessoas assim, que tratavam os outros como lixo sem qualquer motivo. Ele definitivamente manteria distância de Louis daquele dia em diante...

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