Justin Bieber
Arlington, Virginia.
4 am
Da minha varanda observo o sol começar aparecer no céu. Solto o ar do meu cigarro e observo a fumaça em minha volta.
Fazia um bom tempo que eu não fumava. Diria que faz anos.
Eu não via ela fazia cinco dias. Eu estava pirando. Meus avós e minha mãe não foram embora ainda, mas meu pai foi.
Minha família estava chateada comigo, meu pai me deu um sermão daqueles e até Jaxon foi embora sem falar comigo. Kylie se tornou uma pessoa importante para todos e todos se colocaram no lugar dela. Eu fui um filho da puta e eu queria poder voltar no tempo e não ter escutado Cathy.
Eu já estava alterado, bebi e misturei muita coisa. Quando chamei Kylie para pista de dança, o olhar que ela me deu foi estranho. Eu deixei para lá, ela já estava estranha esses dias mesmo, continuei bebendo com os meninos e o tempo foi passando.
Comecei pensar nela, ela não tinha voltado e eu não estava a vendo pelo jardim. Vou para dentro da casa e quando estou prestes a subir as escadas uma ex ficante minha me segura pelo braço.
Eu ficava com ela antes da Kylie aparecer e mudar minha vida.
— Cathy? O que está fazendo aqui?
— Você convidou o Kian e eu vim com ele.— Ela sorri e eu retribuo.— Vim te desejar feliz ano novo. Já estamos indo.
— Obrigada Cathy.— a abraço todo desconcertado e ela retribui. Claro que ela não perdeu a oportunidade e deixa um beijo no meu pescoço.
Na mesma hora afastei ela.
— Tenho namorada. — Falo e vejo ela cruzar os braços.
— Sério? Achei que vocês tinham terminado.
— Não? De onde tirou isso.— gargalho e bebo mais um gole da minha bebida.
— É por que eu e alguns convidados vimos algumas coisas... quer saber deixa quieto.— Ela ri e vira às costas, puxo ela de volta.
— Como assim?
— Ela entrou em casa e puxou um cara levando ele para o banheiro.
— Deve ser o irmão dela.
— Ah o Dylan? Acho que não, eu conheço ele pelo instagram.
— Deve ser o pai.— Falo achando essa história muito estranha, ela ri debochada o que me irrita mais.
— Não sei Justin, só sei que ele é alto, cabelo castanho. Eles ainda estão no banheiro se você quer saber.
Meu coração começa acelerar e se essa pessoa estiver fazendo algo com ela? Mas foi ela que levou esse homem para lá.
— Eles não saíram de lá faz uns 30 minutos. E eu já tentei ir lá bater e abrir a porta e está trancado. Só escutei uns sussurros, na verdade não deu para escutar quase nada por que o som está alto.
Sinto que minha cara já está vermelha. Kylie não é capaz de nada disso eu conheço ela. Mas mesmo assim, eu já começava a ficar irritado.
Eu lembro de ter empurrado Cathy para o lado e ido logo em direção ao banheiro. Quando eu abri a porta Kylie estava próxima de Matheus, à mão de Matheus estava uma no ombro nu da Kylie e outra em seu rosto.
Que agora sei que ele estava limpando suas lágrimas. Que babaca eu fui.
Eu fiquei cego e simplesmente estourei. E ela estourou também afinal eu mereci cada soco dela na minha cara e mereci também receber aqueles socos na frente de todos.
Eu não estava pronto para ir embora sem que ela me perdoasse.
No natal eu tinha recebido uma notificação do exército que me deixou abalado e eu não tinha conseguido contar para ela até agora. Eu fui convocado como coronel para liderar um grupo de sargentos na Síria. Eu aceitei por que eles disseram que eu era o único com mais experiência e mais não sei o que.
Eu tinha medo de deixá-la e não voltar mais. Eu sei que lá é tudo perigoso e que poderia acontecer alguma coisa comigo. Mas eu teria proteção, afinal eu era o coronel.
Eu precisava ver ela. Sentir seu cheiro e ouvir ela dizer que me amava.
Kylie Ziemann Toloza.
Virginia, Arlington
Limpo minhas lágrimas com a cena que eu vejo. Eu já estava chateada e ainda insisti em assistir um amor para recordar.
Desligo a tv e cubro minha cabeça com o cobertor. Hoje pela manhã eu fui em uma consulta com a doutora Cadge e eu estava com um misto de emoções.
Realizei o exame de sangue e estou realmente grávida. De bem pouco tempo, mas estou. Cadge foi bem sincera comigo, ela estava feliz por eu ter conseguido engravidar, já que eu sempre tive um problema no útero que dificultaria esse processo, mas por outro lado, ela disse que minha gravidez era de risco.
Era meu primeiro filho, além dos problemas que eu tinha. Eu teria que ir em seu consultório toda semana e não aprontar.
Mas eu estava segura que tudo daria certo. Quando eu cheguei do consultório logo contei para minha mãe. Não queria esconder mais nada dela. Eu nunca a vi tão feliz, mas ao mesmo tempo via seu olhar preocupado, eu sei que é por causa do Justin.
Meu celular começa tocar e eu desconheço o número.
— Quem fala?
— Senhora Ziemann? É o West.
— Olá West! Como vai? Feliz ano novo.
— Obrigado senhora, feliz ano para a senhora também. Queria fazer uma fofoca para a senhora.— Ele dá risada e eu rio junto.
— Pode falar West.
— Fiquei sabendo aqui que um grupo de soldados estão sendo convocados para Síria. Como a senhora deve saber, agora vai ser a nossas últimas idas para lá e esse é o último grupo.
— Entendi, você não pode me passar essas informações West.
— Eu sei senhora. Só estou avisando, pois seu namorado foi convocado e aceitou.
— O Justin?
Desligo na cara do West e ligo para Justin que atende no primeiro toque.
— Eu já ia te ligar mesmo.— é a primeira coisa que ele fala.
— Que história é essa de você ir servir na Síria? Por que não me contou!
— E que história é essa de que você está grávida de mim e não me contou?!
— Como sabe disso?
— Acabei de ver na internet. Você não ia me contar?
— Quem te garante que eu estou mesmo? E outra por que está tão confiante que o filho é seu? Não é você que acha que eu sou uma traidora?!
— Kylie, não fala assim. Vamos conversar pessoalmente? Já se passaram cinco dias. Precisamos resolver algumas coisas.
— Onde você está?
— Na minha casa.
— Tudo bem, me encontra no apartamento pode ser?
— Tudo bem, te encontro em 30 minutos.
Desligo.
Problema dele, só vou sair daqui uma hora.
Olho no instagram de fofocas e alguns paparazzi tiraram foto de mim saindo da clínica de embriologia onde fui fazer meu exame de sangue. Que ódio.
Entro no apartamento, sei que Justin está lá, pois todas às luzes estavam acesas.
— Justin?— Chamo ele e escuto ele me gritar da varanda onde fica nossa piscina.
Vou até ele sentindo meu coração bater mais rápido. Ficar apenas alguns dias sem ver ele me trás essa sensação.
Está ventando um pouco e me encolho assim que passo pela porta de vidro, o observo e vejo que um lado do seu olho ainda está marcado pelo soco que eu dei.
— Oi.— falo me sentando na espreguiçadeira do seu lado colocando minha mãos dentro do casaco que eu uso.
— Pedi para você.— Ele me entrega uma caixa com meus donuts favoritos, reviro os olhos, mas não nego a caixa. — Não faz essa cara. Não estou querendo comprar suas desculpas.
— Até por que nem com uma ferrari você conseguiria, só estou aceitando por que estou grávida.— mordo um pedaço do donut enquanto ele me encara, seu pequeno topete balança para lá e para ca assim como meu cabelo.
— Então você está mesmo? — Ele pergunta animado, mas ao ver minha cara ele murcha um pouco.
— Estou. De pouco tempo. Você não precisa assumir se não quiser. Eu serei uma bela mãe solteira.
Seus olhos me encaram indignados e eu respiro fundo para não chorar, enfio o donut goela a dentro.
— Como assim não precisa assumir? Kylie era algo que nós dois queríamos.
— Você não queria agora.
— Certo, mas eu estava acostumado com a ideia de você sempre voltar no assunto de ter um filho e nós dois imaginávamos juntos como seria. Mesmo que tenha acontecido agora é claro que eu quero um filho com você.
— Você está se aproveitando do pretexto de ter um filho só para voltar comigo.— Cruzo os braços.
— Quem disse que terminamos? — ele me olha desafiador.
— Todo o contexto leva a isso Justin. Como teremos uma relação sendo que você não confia em mim?
Ele desvia o olhar do meu me deixando mais magoada.
— Eu não queria que tivesse acontecido aquilo, foi um mal entendido. Eu duvidei de você por alguns segundos eu juro. Eu confio inteiramente em você, mas olha você tem que me entender, já tinha acontecido aquilo com o seu psiquiatra, tudo bem, eu te perdoei mas eu não esqueci tá legal? E outra você acha que eu não sei que você ainda está conversando com ele?
— Você mexe no meu celular?!
— Não eu não mexo Kylie, mas eu vi você conversando com ele.
— E qual é o problema? Eu não converso nada demais com ele.
— Se vocês não conversam nada demais por que você falou aquele dia que era a cathe no celular e na verdade era ele?! Eu vi o nome dele escrito quando você desligou.
— Eu não sei! Eu estava com medo do que você iria falar se soubesse que eu estava falando com ele.
Ficamos em silêncio por um minuto e nos encaramos novamente.
— Eu não acredito que você vai para Síria.
— Eu sei, nem eu. Vou daqui duas semanas. Eu recebi a notícia no natal, não queria estragar seu fim de ano.
— Por isso que você estava chorando?— Pergunto e ele concorda.
— Não queria te deixar sozinha aqui. Mas agora você tem uma companhia com você. — Ele dá um sorriso e eu retribuo.— Nem acredito que vamos ter um bebê.
— Nem eu.—observo ele cabisbaixo.— Justin.— chamo e ele me encara.— Eu não estou pronta para terminar com você. Eu não consigo terminar com você.
— E eu não quero que termine comigo. Você sabe, o erro foi meu eu não confiei nem em você e nem em nosso relacionamento, mas eu peço que você deposite em mim mais um voto de confiança, eu prometo que nunca mais vou desconfiar de você. Nós dois vamos ter um filho, olha que incrível? Eu não quero ficar longe de você.
Dou um abraço nele. O abraço que só nós dois temos, o nosso abraço que só nós dois entendemos.
— Obrigado. Eu estou com muita vergonha pelo o que eu fiz me desculpa.— Ele fala afagando meus cabelos enquanto eu sinto seu perfume.
Depois de ficarmos mais um tempo abraçados, decidimos contar para seus avós e sua mãe. Passamos na mesma loja que o Justin comprou meus donuts e mandamos fazer alguns de letras.
Parabéns bisa e parabéns vovó.
Chegamos na casa do Jay e está tudo em silêncio, caminhamos de mãos dadas até a área da piscina e encontramos eles lá. Junto de Jazmyn que estava na piscina.
Diane abre um sorriso ao me ver.
— Kylie! — ela grita assustando o avô do Justin que cochilava na cadeira ao lado. Ela me abraça acolhedora e me espremendo também.— que bom que está de volta.
Dou um beijo na Pattie que me encara sem muita expressão. Ferrou. Vejo Justin conversando com Jazmyn na beira da piscina e ela fala toda animada, prevejo que já sabe da notícia.
— Trouxe algo para vocês três.— Falo sem graça e os mesmos me encaram. Entrego a caixa para Pattie e seus pais se juntam a ela. Justin me abraça por trás dando um beijo no meu pescoço enquanto observamos à reação deles.
— Meu Deus. EU VOU SER BISAVÓ? — Diane grita animada enquanto seu marido e Pattie ainda encaram a caixa. Ela agarra nós dois desejando parabéns.— Eu estou tão feliz por vocês, o meu menino vai ter um bebê eu não acredito nisso.— Ela beija a bochecha do Justin diversas vezes.
Pattie abraça eu e abraça Justin. Eu percebo que ela não está muito animada, pois seu sorriso demonstrava isso.
— Juízo vocês dois.— Ela bate na cabeça do Justin.
Depois de toda euforia. Justin vai tomar um banho e eu fico na sala vendo meu celular tocar sem parar em cima da mesa.
— Posso conversar com você?— Pattie chega se sentando ao meu lado e eu concordo.— Eu não quero que tire conclusões de que eu não gosto de você Kylie. Eu gosto e muito. Eu estou feliz pelo bebê que está vindo e crescendo em você, eu sempre esperei para ser avó, mas você e o Justin estão muito precipitados. Eu sei que vocês já conversavam em ter um filho, o problema não é esse. Vocês tiveram uma briga feia no ano novo e isso assustou todos nós, tanto nas atitudes do meu filho com você e tanto nas suas atitudes. Eu sei que às vezes um perdão resolve tudo, mas e se não resolver? E se vocês decidiram voltar só por causa do bebê? Eu entendo que você não quer passar uma gravidez sozinha, mas você é capaz entende? Olha a mulher que você é. Às vezes é necessário tirarmos um tempo para nós mesmas.
— Você quer eu separada do Justin?— A interrompo.
— Eu não disse isso, eu acho que você precisa de um tempo afastada dele.
— Eu já vou ficar um tempo longe dele e é o suficiente.
— Como assim?
— Justin vai ir servir na Síria. Por um mês e meio.
— Ele não pode.
— Ele pode sim, é o serviço dele Pattie. Eu não vou deixar o Justin só por que você acha que a nossa situação é a mesma que você viveu com o seu ex marido.— Ela me encara chocada e eu me levanto.— Somos diferentes. Alguns conflitos só acontecem conosco por que eu tenho alguns problemas pessoais, se não fosse por esse motivo eu e o Justin nunca teríamos nos "separado". Não vai ser uma briga idiota que vai nos separar.
Gente todos os meus vestibulares estão chegando, não sei se conseguirei voltar aqui em novembro, mas farei um esforço. Comentem o que estão achando. Kiss