Capítulo 51-
"Levante suas mãos" a polícial ordenou para Mark. A faca dele ainda encostada em minha pele, me machucava.
Percebi que sem querer eu que tinha levantado os braços de medo.
"Mark por favor" eu disse tentando parecer firme. Mas eu só queria chorar.
"Você não tem saída, você está cercado, anda, machucar a moça só irá aumentar sua pena na prisão"
Quase desejei que ele me machucasse para ficar mais tempo.
Mark afroxou a faca das costas mas só para mudá-la de posição para o meu pescoço, apertando o objeto contra a minha pele até um filete de sangue sair.
Sem esperar mais um dos policiais que estava mais ao lado, deu um tiro na coxa do Mark, derrubando ele no chão.
O susto foi tão grande que gritei e me encolhi. Minha respiração pesada era tudo que eu conseguia sentir, mal vi quando alguém me guiou para dentro da delegacia e me levou para uma salinha que continha apenas uma mesa, cadeira e um ventilador velho de teto.
"Senhorita?" A voz estava distante. Eu tremia sentada na cadeira.
"Senhorita!" a voz chamou mais alto e mais perto dessa vez.
A polícial que me ajudou estendeu um pano para que eu limpasse o sangue que tinha escorrido para o meu vestido.
"Aceita água?"
Eu assenti devagar, ainda em choque.
"O pior já passou. Você tem familia?" Ela perguntou.
"Não, quer dizer, eu tenho a minha mãe, mas nós não nos falamos há anos, então não" minha voz saiu fraca, mas audível.
A polícia assentiu e escreveu no papel o que eu falava.
"Eu preenchi a queixa, é meu trabalho, pegamos ele em flagra e vi também que havia já uma queixa feita há 1 ano e meio."
"Sim" respondi.
"Ele vai ser preso dessa vez, mas vou ser sincera, a lei não funciona da sua melhor maneira, e ele vai ser solto, em pelo menos 5 anos por bom comportamento"
Eu olhei desesperada pra ela.
"Eu vi aqui que você faz parte do programa a testemunha, nem todas tem essa sorte de conseguir mudar os documentos, sugiro que dessa vez você mude seu nome e mude novamente de cidade"
Eu assenti. Meus dedos mexiam um com os outros, ansiosos em cima do meu colo.
"Agora, eu vou preencher sua papelada, nós avisaremos tudo sobre o caso dele conforme as coisas forem andando"
"Eu vou saber se ele for solto?"
"Sim, nós entraremos em contato. A polícia será a única a saber onde você está, e se precisar de algo pode me ligar, te darei meu número"
"Obrigada" eu disse agora mais calma, porém minhas outras preocupações começaram a aparecer.
Yoongi, minhas amigas.
"Eu posso falar com os meus amigos?"
A polícial negou com a cabeça.
"Sinto muito, mas só o núcleo familiar mais proximo pode saber, e como a senhora diz que não fala com sua mãe, imagino que não quer que nós avisemos a ela."
"Não precisa. Demora muito para tudo isso ficar pronto?"
"Amanhã mesmo" ela respondeu ainda preenchendo os documentos.
"Um policial ficará de guarda com você"
"Eu não tenho casa"
Ela me olhou confusa.
"Ok, nós iremos providenciar um local em nosso abrigo de mulheres.
É só por essa noite"
Eu engoli em seco.
Uma lágrima escorreu.
"Nosso bombeiro irá cuidar do seu ferimento."
Eu me levantei junto com o bombeiro e saí da salinha mal ventilada, quando passei pela sala de espera lotada, eu pude ver o yoongi, haru, yeri e jungkook discutindo com um dos policiais.
"Eu preciso ver a minha namorada" Yoongi gritou.
De repente tudo parecia passar em câmera lenta, e eu senti tudo mais pesado. Meu corpo parecia feito de chumbo.
***
"Nari?"
"Nari?"
A voz do Yoongi me chamava. Eu grogue olhei em volta, eu estava em um hospital, algum medicamento ligado em minha veia, e o som de aparelhos apitando lentamente.
"Yoongi?" Eu disse ainda tonta.
Ele me abraçou e começou a chorar. Eu nunca tinha visto ele chorar, ele soluçava e mal conseguia falar.
"Você tá bem, obrigada por você ta bem" ele disse com a voz trêmula.
Seu rosto branco agora tinha um tom avermelhado em seu nariz.
"Eu te amo tanto, não sei o que eu faria se te perdesse"
"Eu também te amo" eu sorri ainda abraçada com ele.
Finalmente Yoongi me soltou e segurou a minha mão, seu olhos preocupados encaravam os meus.
"Assim que você sair daqui, que o médico te der alta, a gente vai para casa" ele disse com felicidade.
"Me desculpa por ter te magoado" eu disse com vergonha.
"Eu te entendo, eu sei que você não queria falar aquilo."
"Não, não queria, me desculpa"
Ele me beijou, um beijo simples nos lábios.
"Tudo bem, já passou"
"A gente vai embora Jajá" ele disse com a testa colada na minha e segurando a minha nuca.
"Creio que não meu rapaz" um homem com distintivo de delegado entrou no quarto.
"Ela irá com a gente, temos assuntos de segurança para resolver"
"Quem é você?" O delegado perguntou .
"Eu sou o namorado dela"
O delegado olhou para mim buscando confirmação.
Eu assenti.
"Bom, sinto muito mas precisaremos que você saia, eu irei te explicar o que puder quando terminar aqui com a senhorita Nari."
"O que, o que está acontecendo?" Yoongi agora segurava forte a minha mão.
"Por favor se retire, conversarei com você mais tarde." O delegado ordenou.
Yoongi olhou para mim e eu sorri.
"Pode ir, eu falo com você daqui a pouco"
Quando Yoongi saiu eu olhei para o delegado.
"Eu não quero me mudar, não participar desse programa."
O delegado se encostou na porta.
"Não é uma opção, uma vez que a queixa está feita, ela não pode mais ser retirada, justamente porque muitas mulheres retiravam e seus maridos saiam em liberdade sem punição, a lei mudou."
"Você que já fazia parte do programa, precisa estar segura, ainda mais depois do que aconteceu. Se você fosse morta, nós seríamos processados"
"Mas..."
"Sinto muito" ele disse e ele parecia sentir mesmo.
"Não sinta" eu disse amargurada. "Use essa energia de pena para ensinar teus amigos e conhecidos homens que eles não tem poder sobre uma mulher, nunca"
Eu estava com muito ódio.
Ele assentiu envergonhado.
"Irei explicar tudo com sua permissão ao seu namorado, mas ele não poderá saber mais que o básico"
"O médico te dará alta em algumas horas. Se despeça dos seus amigos, não é o aconselhado, mas vou deixar dessa vez." ele disse saíndo do quarto.
Minha cabeça doía.
"Nari?" Yeri entrou no quarto com olhos tristes e inchados, me indicando que ela tinha chorado.
"Você já sabe de tudo não sabe?"
"Sim" ela disse.
"Preciso que você faça um favor"
"Sim, claro"
"Eu tenho um plano yeri."
Yeri me interrompeu.
"Você não vai fugir da polícia" ela me repreendeu.
"Não, não vou. Eu vou ter que me mudar e já estou aceitando a ideia."
"Eu odeio aquele o Mark, minha vontade é de esganar ele até a mor-"
"Yeri! Não suje suas mãos nem seus pensamentos. Ligue para esse número que vou te falar e diga que eu preciso de uma mudança urgente."
Ela me olhou confusa. Eu dei o número e ela já estava de saida do quarto para ligar.
"Com quem eu vou falar?" Ela disse se virando para mim.
"O nome dele é Pierre"
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A/n: prometo que as coisas vão melhorar haha, fic né, não desistam da história e votem nela, obg. 🥰