Las Vegas (Jikook) | Concluída

By AlmtkA

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Jungkook faz uma viagem para Las Vegas para a sua despedida de solteiro. O que ele não imaginava era que bast... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capitulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítudo 56
Capítulo 57
Capítudo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Final | Parte 1
Final | Parte 2
Pré-venda do livro fisico!
Valores, brindes e mais!
O livro está lançado!
SEGUNDA EDIÇÃO

Capítulo 52

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By AlmtkA

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🎰 Boa leitura! 🎲

♠️♦️♣️♥️♠️♦️♣️♥️♠️♦️♣️♥️

— Hyung, preciso ir para Beijing! Jimin desapareceu.

Jungkook sempre ligava para Namjoon quando precisava. Seu amigo de infância estava sempre pronto para ouvi-lo e aconselhá-lo.

— Como assim desapareceu?

— Já liguei para o hotel, para o meu irmão, mandei inúmeras mensagens e nenhum sinal dele, hyung! Ele tentou entrar em contato com o Jin nessas últimas horas?

— Acho que não, Jungkook. O que disseram no hotel?

— Que ele havia saído logo após o almoço e não tinha retornado ainda. Jimin disse que iria tentar se encontrar com Junghyung e desde então, não deu mais notícias. E esse desgraçado do meu irmão também não atende o telefone.

— Ok, Jungkook. Me escute. Acalme-se... Não temos muito o que fazer neste momento. Não existem voos de madrugada para Beijing, de qualquer maneira, você precisaria esperar até amanhã de manhã. Talvez você esteja apenas se precipitando um pouco. Vá dormir... aposto que Jimin entrará em contato em breve.

— Até parece que você não me conhece, hyung. Como você acha que eu vou conseguir dormir enquanto não tenho notícias dele?

— Eu sei que está nervoso e preocupado, mas racionalize. Vamos esperar amanhecer. Amanhã cedo, vá para a empresa e nós discutimos o que podemos fazer. Se Jimin ainda não tiver feito contato, entramos em contato com a embaixada e compramos a sua passagem para a China.

Namjoon ouviu um longo suspiro do outro lado da ligação, indicando que Jungkook estava cedendo aos seus conselhos.

— Está bem, hyung. Esteja bem cedo na empresa.

— Estarei lá. E qualquer coisa me avise, ficarei atento ao celular.

— Obrigado, Namjoon. Boa noite.

— Boa noite, Kookie. Tente dormir.

E então, a ligação foi encerrada. Jungkook apoiou os cotovelos sobre o balcão da cozinha, encostando a testa no celular que ele tinha em mãos. O moreno tentava respirar profundamente, para acalmar um pouco o coração acelerado.

Talvez realmente estivesse se precipitando. Talvez Jimin apenas estava sem acesso à internet ou seu celular estava sem bateria.

Jungkook voltou para o seu quarto, mas não quis deitar na cama. Com o celular sempre em mãos, foi até a varanda daquele cômodo e sentou-se ao relento na poltrona que havia ali.

A noite estava estrelada, e o moreno passou os olhos pelo céu iluminado, até encontrar um ponto específico.

Era a Sírius, ou Nochu, como foi batizada carinhosamente por Jimin e seu pai.

Jungkook fixou seu olhar no ponto luminoso, que se destacava entre as outras infinitas estrelas. Como em um filme, repassou todas as cenas que tinha vivido com Jimin. Desde as primeiras palavras desajeitadas trocadas em Las Vegas, até o último beijo no aeroporto.

Sentiu o peito apertar quando se lembrou dos momentos em que fez Jimin sofrer, mas seu coração batia forte quando o via sorrir, até que seus olhos se fechassem por completo.

Jungkook olhou para Nochu novamente. E apesar de agora ser chamado daquela mesma maneira, percebeu que, na verdade, a grande estrela de seu céu era Jimin.

[...]

Jungkook acordou assustado, havia dormido na varanda de seu quarto. Procurou pelo celular entre as almofadas, esperando ter notícias de seu amado.

Nada.

Tentou mandar mais algumas mensagens, mas elas, se quer, chegavam até ele. Ligou também para seu irmão, mas obteve o mesmo resultado da última vez.

Já passava das 7 horas da manhã. Jungkook correu para o banheiro para se preparar para sair. Em pouco mais de 20 minutos, estava entrando em seu carro na garagem, rumando o mais rápido que podia até a empresa.

Mal cumprimentou as pessoas que encontrava no caminho até a sua sala, passando por sua secretária que tentou dar-lhe um aviso, mas foi ignorada.

Ao abrir a porta de seu escritório, Jungkook deu de cara com seu pai, que o aguardava sentado no sofá.

— Appa?!

Bom dia, filho. — Jihoo tomou o restante do café de sua xícara. — Por que o espanto?

— Aish... — Jungkook passou a mão no rosto, se recompondo da corrida até a sua sala. — Bom dia, me perdoe. É que eu tinha um assunto urgente para tratar com Namjoon. Não esperava que você viesse hoje aqui.

— Preciso avisar quando quiser visitar minha própria empresa?

— Não! Não foi isso o que eu quis dizer, eu apenas...

Nesse momento ouviram-se três toques na porta, que se abriu logo em seguida. Era Namjoon, que também não conseguiu esconder a surpresa de ver o senhor Jeon ali, àquela hora.

— Bom dia, senhores. Interrompo?

— De maneira alguma, Namjoon. Entre por favor. — Jihoo o convidou educadamente. — Vamos aproveitar para conversarmos um pouco. Preciso que vocês me atualizem sobre o que anda acontecendo por aqui.

O advogado sorriu um tanto constrangido, fechando a porta atrás de si e se sentando no estofado de couro.

— Appa, me desculpa, mas temos alguns assuntos importantes para resolver imediatamente.

— E que assuntos são esses?

— Bom... é que...

— São alguns problemas com funcionários, senhor. Estamos fazendo substituições no departamento de atendimento ao consumidor. — Namjoon interrompeu. — Nada com que o senhor precise se desgastar.

— E por que você está tão alarmado com isso, Jungkook? Selecione melhor as suas prioridades. — Jihoo repreendeu o filho. — E onde está o Jimin? Gostaria que ele me atualizasse sobre a questão do desvio de dinheiro.

— Jimin? — Jungkook olhou apreensivo para Namjoon. — Ele... ele viajou.

— Viajou? No meio da auditoria? — O senhor Jeon pareceu ficar aborrecido com aquilo.

— Não, não é isso que está pensando. Ele foi até a China, a trabalho, tentar recuperar os documentos que...

Jungkook então interrompeu a sua própria fala. Namjoon suspirou, esfregando a testa, desacreditado.

— Que documentos são esses? — Jihoo questionou perdido no assunto.

O CEO esfregou o rosto, soltando o ar pelas narinas com força. Tinha deixado escapar, talvez, a melhor pista do desvio de dinheiro, e com certeza, para a pessoa errada.

— Senhor, eu...

— Espere, Namjoon. Meu pai precisa saber.

— Saber do que? Dá para abrir o jogo de uma vez? — Jihoo ficava cada vez mais irritado.

— Appa... encontramos alguns documentos, comprovantes de transações bancárias internacionais. São transferências feitas da nossa empresa para contas no exterior, principalmente uma conta específica na China.

— São pagamentos referentes à que?

— Não tem uma identificação muito clara, Jimin estava trabalhando nesses papéis quando eles sumiram de seu escritório.

— Sumiram? — Jihoo arregalou os olhos.

— Sim, aparentemente foram roubados. Temos um suspeito, mas prefiro ter mais informações antes de contar para você.

— Mas quem foi o responsável por essas transações? Quem permitiu que o dinheiro saísse de nossas contas sem explicação, Jungkook?

O CEO olhou apreensivo para Namjoon, que parecia segurar a respiração por causa daquela situação tensa.

— Ande logo, Jungkook! — O senhor Jeon bateu o punho na mesa de centro.

— Appa... bom... nós não sabemos ainda como, mas quem assinou as transferências foi o Junghyung.

Jungkook quase não conseguiu pronunciar o nome do irmão, que saiu de sua boca raspando dolorosamente pela sua garganta. Não sabia como o pai reagiria ao saber que seu filho mais velho estava roubando a própria família.

O silêncio reinou naquela sala. Namjoon olhava para os pés, não querendo fazer muito contato visual com os outros dois. Assim como seu amigo de infância, estava apavorado com aquilo. Jungkook mal respirava, sentia as batidas do coração ecoarem em seus ouvidos.

— Junghyung? — O pai do CEO disse com dificuldade, incrédulo. — Meu Junghyung?

— Sim, appa. Eu sinto muito...

O pai de Jungkook se levantou do sofá, um tanto desnorteado com a notícia. Poderia esperar qualquer outro nome ser dito, menos o de seu primogênito. Não era assim que ele havia criado os filhos. Ele pensava que todos os princípios éticos e morais tinham sido repassados aos dois.

— Onde estão esses documentos? Eu preciso ver com meus próprios olhos.

— Como eu disse, appa... Jimin foi até a China para conversar com o presidente do banco e tentar conseguir mais informações.

— Quando ele volta?

Aquilo fez o coração de Jungkook falhar uma batida. Toda a preocupação voltando a inundar o seu corpo.

— Eu não sei bem, appa... Faz algumas horas que Jimin não entra em contato. Na verdade, o assunto urgente que eu tinha para discutir com Namjoon era exatamente este. Park não dá notícias desde que me disse que iria atrás de Junghyung. Já tentei ligar para ele, mas ele não me atende.

Jihoo perdeu a cor do rosto. Um pouco trêmulo, tirou o celular do bolso, discando alguns números e colocando o aparelho em seguida no ouvido.

Mais silêncio.

— Ele também não me atende. — O senhor Jeon disse ao ouvir a mensagem da caixa postal de seu filho. — Jungkook, eu... eu preciso ir para casa.

— O senhor está bem? — O CEO segurou no braço do pai, que naquele momento parecia alguns anos ainda mais velho. — Quer que eu te leve em casa?

— Não... não precisa, filho. Meu motorista está me esperando na garagem. Fique e tente achar Park.

Jungkook acenou com a cabeça, agora também preocupado com seu pai. A notícia havia caído em seu colo como uma bomba, e ele sentia as dores da decepção de seu progenitor.

Acompanhou seu pai até a porta, sem tirar os olhos dele até que sumisse de sua vista.

Voltou para dentro de sua sala, fechando a porta lentamente, e apoiando a testa na madeira.

— Namjoon, ligue para a companhia aérea. Eu preciso encontrar o Jimin.

O advogado tirou o celular do bolso, ligando para contato da agência que emitia passagens aéreas para a empresa. Jungkook se quer ouvia a conversa de seu amigo no telefone, os pensamentos faziam barulho o suficiente para que não conseguisse prestar atenção em mais nada.

— Jeon. — O outro chamou, fazendo-o desencostar da porta. — Temo que teremos que esperar um pouco mais. Me disseram que todos os voos para Beijing foram cancelados por causa do mau tempo na cidade chinesa.

— Mas não é possível! — Jungkook urrou, chutando a porta à sua frente. — O que mais vai dar errado?

— Acalme-se, Jungkook. Sei que está frustrado, mas não adianta ficar assim. Eu vou entrar em contato com a embaixada da Coréia na China e ver o que pode ser feito. Eu sei que é fácil dizer, mas precisamos ter paciência. Tudo vai se resolver. Tente se ocupar com alguma coisa, talvez a pauta da próxima reunião de diretoria que está se aproximando.

Jeon se jogou no sofá, já exausto do dia que mal havia começado. Estava aflito por não poder fazer nada.

— Está bem... estamos com as mãos amarradas. Por favor, me avise quando tiver algum retorno da embaixada.

— Sim, é claro. — Namjoon deu dois tapinhas no ombro no amigo, tentando reconfortá-lo antes de sair da sala.

As horas passavam devagar. Jungkook tentava ao máximo se concentrar no trabalho, mas sua mente voava para longe de tempos em tempos. Ligou mais umas duas vezes para ver se algum voo para Beijing tinha sido liberado, mas o único que ficou disponível estava lotado com os passageiros que tiveram os voos cancelados.

Normalmente, Jungkook apreciaria estar naquele silêncio. Gostava quando nada o interrompia. Mas naquele dia, a ausência de sons, com exceção de seus suspiros altos e constantes, o incomodava profundamente.

Recostou-se em sua cadeira de espaldar alto, fechando os olhos e tentando relaxar um pouco. Mas quando estava quase cochilando, seu celular vibrou alto em cima da mesa.

Alarmado, quase derrubou o aparelho tentando atendê-lo às pressas. Olhou na tela e não reconheceu o número que chamava, parecia ser uma ligação internacional.

— Alô?

🎲🎰

24 horas antes

Jimin saiu do banco com um sorriso satisfeito no rosto. A conversa com o presidente da instituição, a princípio, não tinha sido muito agradável. O homem sério e autoritário parecia não querer entender a situação, mostrando pouquíssimo interesse em ajudá-lo. Mas Park tinha o dom do discurso, e com algumas explicações gentis, conseguiu o que queria: A autorização para ter acesso a todas as transações bancárias feitas entre o banco e a empresa dos Jeons. Ainda não estava com os documentos em mãos, mas saiu de lá com um protocolo que garantia que eles seriam mandados para o seu endereço eletrônico.

Antes de sair caminhando pelas ruas do distrito de Xicheng, onde ficava a sede do China Construction Bank, Jimin escreveu algumas mensagens rápidas para Jungkook, lhe informando sobre o sucesso da reunião.

Só de ver que Jungkook estava a postos, respondendo suas mensagens imediatamente, fez seu coração bater um pouco mais rápido. E mesmo com a crise que tiveram recentemente, Jimin começou a sentir saudade.

Depois de dizer para o namorado que tentaria encontrar com o Junghyung, Park checou o endereço de seu apartamento, tentando memorizar o caminho que deveria percorrer. Decidiu ir caminhando, já que não parecia muito longe. Aproveitaria para conhecer um pouco o movimento da cidade.

Sentido o estômago reclamar de fome, Jimin procurou por algo que pudesse comer enquanto caminhava. Passou por diversos estabelecimentos, tentando decidir o que queria experimentar. Parou em uma espécie de lanchonete, mas parecia um local para pegar e levar, já que não havia lugar para sentar.

Com seu vocabulário muito limitado, Jimin tentou pedir algo para o atendente, e depois de muita mímica e risadas, saiu do local com uma espécie de sanduíche, que o loiro entendeu ser feito com carne de porco, chamado ròujiamó. Estava gostoso, e serviria para que ele aguentasse até a hora do jantar.

Caminhou por pouco mais de meia hora, checando, vez ou outra no mapa salvo no celular, se estava na rota certa. Parou de frente a um bonito prédio residencial. Conferiu novamente a numeração, confirmando que aquele deveria ser o prédio do irmão de Jungkook.

Tocou o interfone uma, duas vezes, até ser atendido por uma voz masculina. Mais uma vez, Jimin se martirizou por não ter estudado mais mandarim na universidade quando teve a oportunidade. O homem falava muito depressa e o loiro tinha que pedir várias vezes para ele repetir o que dizia.

Depois de algum tempo de conversa truncada, Park entendeu que Junghyung não estava no prédio naquele momento. Tentou perguntar se ele sabia se demoraria muito para que ele voltasse, mas o senhor não quis revelar mais nada para ele, além de que não o via a alguns dias.

Jimin agradeceu pelas informações e se afastou do prédio. Infelizmente não tinha conseguido falar com o irmão de Jungkook. O jeito era voltar para hotel e descansar.

E então, o loiro se deu conta que não havia salvado o mapa com o caminho de volta para o hotel. Sabia que seria mais uma longa caminhada, mas também não queria ter que entrar em um táxi e ficar longos minutos tentando explicar o seu destino para o motorista.

Decidiu que faria o caminho por onde veio, pois se lembrava bem como ir do banco até o hotel onde estava hospedado.

Andou a passos lentos pelas ruas, pensando no que faria daqui para frente. Talvez tentaria visitar Junghyung novamente amanhã, antes de deixar o país. Sua intenção não era abrir o jogo de uma vez, queria sondar a atitude do irmão de Jungkook quando o assunto era a empresa. Talvez, poderia arrancar alguma intenção suspeita.

Jimin estava imerso em pensamentos, mal prestava atenção por onde passava. Quando se deu conta que já tinha caminhado tempo demais, olhou ao seu redor e não reconheceu onde estava.

Tinha certeza que não tinha passado por aquela rua anteriormente. Tinha em mente que só havia caminhado por avenidas largas e movimentadas. Como é que teria parado em, aparentemente, um bairro residencial, com ruas estreitas e mal pavimentadas?

Tirou seu celular do bolso, na esperança de conseguir identificar o local onde estava. Olhou ao redor e não viu nenhuma placa que pudesse lhe dizer o nome daquela rua. Também não havia nenhum sinal de wi-fi disponível. Talvez teria sido mais inteligente comprar um chip de alguma companhia chinesa assim que pousou no país.

Não tinha muito o que fazer, voltou a andar, tentando encontrar algum caminho para uma rua mais movimentada. 

Quanto mais andava, mais se perdia. Já não tinha noção para que sentido ia. Tentou pedir informações para as poucas pessoas que encontrou, mas nada tinha ajudado muito.

O sol estava se ponto, e a luz natural começava a se extinguir. As ruas estreitas ficavam ainda menos convidativas e Jimin começou a ficar com medo.

Virou à direita em uma das ruelas e enquanto a percorria, percebeu que uma pessoa vinha em sentido contrário. Era um homem, vestido de preto e com uma jaqueta marrom. Vez ou outra olhava para os lados, como se quisesse se certificar do que estava ao redor.

O coração de Jimin soltou um alerta, algo dizia para ele não seguir mais naquela direção. Deu meia volta e apressou os passos. Mas parece que essa atitude não passou despercebida pelo outro homem. Park percebeu que ele também havia apressado o passo, se aproximando cada vez mais de si.

Olhou para trás e viu que a distância diminuía a cada segundo. Seu instinto de sobrevivência aflorou, e então decidiu sair correndo dali. Jimin virava aleatoriamente nas ruas escuras, mas seu perseguidor jamais o perdia de vista.

Correndo o máximo que podia, começou a sentir dor nas pernas, e por azar, não viu um buraco que estava coberto por água suja.

Seu pé direito afundou, espalhando o líquido escuro para os lados, fazendo-o perder o equilíbrio e cair no asfalto gasto. Conseguiu colocar os braços a frente, a tempo de não deixar que seu rosto batesse com força no chão.

Ainda não querendo se entregar, levantou-se e tentou correr, mas foi alcançado pelo homem estranho. Jogado contra a parede de uma casa, Jimin levantou os braços rendido.

O rapaz aparentava cerca de 25 anos, era mais ou menos da altura de Jimin, com cabelos escuros. Ele falava baixo, querendo não chamar muita atenção, mas o loiro não conseguia distinguir nenhuma palavra do que ele dizia. Mas não havia dúvida, era um assalto.

O homem, começando a ficar irritado pela falta de ação de Jimin, começou a vasculhar os seus bolsos. Park nem se mexia, mas não deixou de observar os movimentos do outro. Ele parecia não estar armado.

Quando o bandido encontrou o seu celular no bolso de trás da calça, Jimin aproveitou a pequena distração dele ao olhar para o aparelho e o chutou entre as pernas com o máximo de força que conseguiu. Ao receber o golpe inesperado, o outro curvou o corpo em dor, deixando o celular que estava em sua mão cair, estilhaçando a tela.

Jimin correu, contando com algum preparo físico que tinha. Virou à direita na próxima rua, mas logo percebeu que tinha sido uma péssima escolha. O local era ainda mais estreito, muros de casas dos dois lados, e ainda por cima, era sem saída.

Gritou por socorro, mas algo lhe dizia que ninguém naquele lugar, mesmo que estivessem escutando seu chamado, não iriam ajudá-lo. Jimin virou-se e avistou seu agressor vindo em sua direção. Não havia mais o que fazer, a não ser enfrentar a situação.

O rapaz mal encarado parecia não ter pressa. Se aproximava a passos lentos, como se estivesse no controle. Jimin se encostou em um dos muros, engolindo a saliva presa na garganta e sussurrando um "alguém me ajude" para si mesmo.

Não conseguiu fazer mais nada, pois assim que o bandido ficou de frente a si, desferiu um soco em seu rosto.

Com a força do golpe, Jimin foi ao chão, sentindo a pele do rosto queimar e uma dor se alastrar pelo lado esquerdo. Desnorteado, ouvia o outro gritar consigo, e pode claramente entender alguns palavrões. Sim, os palavrões em mandarim ele tinha aprendido.

Park apoiou as mãos no chão e tentou se levantar, mas sentiu ser golpeado novamente, agora um chute abaixo das costelas. Seu corpo sentiu a textura do asfalto novamente e a visão ficou turva por causa das lágrimas de dor, o ar lhe faltando nos pulmões.

Achou que se fosse acertado novamente, perderia os sentidos. Mas não era a sua hora de morrer, não ali, no meio da sujeira da rua deserta.

Percebeu que o bandido parou de se mexer e em seguida ouviu uma sirene ao longe. Jimin ergueu a cabeça, conseguindo enxergar dois policiais que corriam na direção deles.

O homem tentou pular um dos muros, mas foi agarrado pela jaqueta quando estava prestes a alcançar o outro lado. Um dos policiais o jogou contra o chão, dando voz de prisão enquanto o algemava habilmente.

Depois de ser dominado, o outro policial veio até Jimin. Fez algumas perguntas, mas tudo que o loiro conseguiu dizer foi:

— Sou coreano, não falo mandarim.

O policial falou algo em seu rádio, e depois, passou um dos braços de Jimin pelos seus ombros, dando suporte para que ele levantasse do chão. Uma dor aguda se espalhou pelo lado direito de seu corpo e o loiro sentiu sua visão escurecer.

[...]

Ao abrir os olhos, Jimin percebeu que não estava mais jogado na rua. Aquele lugar parecia ser uma enfermaria de hospital. Cerca de 10 leitos estavam distribuídos simetricamente pela grande sala de paredes brancas. Enfermeiros e médicos passavam de um lado para o outro, anotando coisas nos prontuários ou levando medicação para os pacientes.

Park ergueu um pouco o corpo, acomodando-se melhor no travesseiro. Logo depois, uma enfermeira se aproximou ao vê-lo desperto.

— O senhor se sente bem? — Disse em coreano.

— Acho que sim. Onde estou?

— Está no hospital Jishuitan. A polícia trouxe você desacordado.

— Por quanto tempo fiquei assim?

— Pouco mais de três horas. — Ela respondeu, sempre muito paciente. — Mesmo tendo chegado desacordado, seu estado não era grave. O senhor, provavelmente desmaiou por causa da dor. Fizemos todos os exames possíveis, e parece que tudo está em ordem. Nada foi quebrado e nenhum dano aos órgãos foi detectado.

— Que alívio... — Jimin suspirou, relaxando um pouco mais o corpo.

— Demos alguns remédios para que não sinta dor por um tempo. O médico já está vindo te dar alta. O senhor vai poder sair em alguns momentos.

— Muito obrigado, senhora... — Jimin pausou, procurando a identificação da enfermeira. — Senhora Kim Dahyun. — Ela sorriu simpática. — Você é coreana, então?

— Sim, estou aqui em Beijing a pouco mais de um ano.

— Finalmente encontrei alguém que eu consiga entender todas as palavras... — Os dois riram.

— Bom, aguarde mais alguns instantes. O médico já virá te dar alta.

Jimin acenou com a cabeça, acompanhando com os olhos a enfermeira que se afastava.

Levantou-se da cama, sentindo um pouco de dor na lateral do corpo. Park queria sair daquele lugar o quanto antes, precisava dar notícias a Jungkook, que a essa altura, já deveria estar preocupado.

Revistou as suas roupas que estavam em uma cadeira ao lado, procurando pelos seus pertences. Achou sua carteira, aparentemente com tudo dentro. Mas seu celular não estava ali. Começou a vestir-se, até que ouviu uma voz conhecida se aproximando.

Era Dahyun novamente, mas agora acompanhada de um homem alto e grisalho, o médico, certamente.

— Senhor Park. — A enfermeira ia traduzindo as palavras ditas pelo médico. — Aqui está a receita para os remédios que deve tomar pelos próximos 3 dias. As dores devem ir diminuindo com o passar do tempo. O senhor já está liberado. Basta assinar aqui e o policial o acompanhará até a delegacia.

— Delegacia? — Jimin arregalou os olhos. — Como assim?

— Bom... — Dahyun se esforçava para passar as informações do médico corretamente. — O senhor foi vítima de um assalto. O bandido foi pego em flagrante e o senhor precisa dar o seu depoimento.

Jimin suspirou frustrado, fechando os olhos. Aquilo iria demorar mais do ele imaginava. Assinou os papéis do hospital e guardou a receita no bolso da calça, continuando a se vestir.

Dois policiais surgiram na enfermaria, prontos para o acompanhar até a delegacia.

O caminho até lá foi silencioso. Jimin tentou trocar algumas palavras com os policiais, mas eles não entendiam coreano, e muito menos o mandarim que o loiro tentava dizer.

Assim que chegaram, Park foi encaminhado para uma sala, vazia naquele momento. O relógio de parede marcava meia noite e Jimin já desconfiava que assistiria os ponteiros darem muitas voltas até poder sair daquele lugar.

[...]

Jimin estava prestes a arrancar os próprios cabelos. Já estava naquela sala a, pelo menos, 3 horas, sem que nada acontecesse. Provavelmente nem havia delegado durante a noite, por isso que ninguém veio tomar o depoimento de Jimin até aquele momento. 

Pediu, implorou, para que o deixassem usar o telefone, mas ninguém parecia estar disposto a atendê-lo. Pelo menos, haviam trazido uma refeição para ele por volta das 2 da manhã, estava faminto.

Às 6 horas da manhã, Jimin percebeu alguma movimentação dentro da delegacia. Parecia ser a troca de turnos, pois os policiais que estavam ali durante a madrugada estavam se despedindo, enquanto outros pareciam chegar para substituí-los.

Meia hora depois, um homem baixo, um tanto atarracado se aproximou. Pelo seu distintivo, ele deveria ser o delegado. Fez algumas perguntas para Jimin, e bufou irritado ao ver que ele não havia entendido nada. Ele chamou um outro rapaz e o loiro entendeu algo como "vamos ter que esperar".

Park explodiu, não queria esperar mais nenhum segundo.

— Eu exijo ser atendido agora. — Gritou com os dois homens. — Eu não sou o ladrão, eu sou a vítima. Vocês estão me mantendo em cativeiro. Exijo ser tratado com mais respeito. Eu sou advogado e conheço meus direitos.

Os dois homens se entreolharam, sem entender o que ele dizia. Jimin ficou ainda mais irritado. Passou pelos dois, indo em direção à porta, andando apressado. Não iria mais prestar nenhum depoimento, aquilo não valia um celular.

Mas antes que conseguisse abrir a porta, um dos homens o segurou pelo pulso. Jimin puxou seu braço com força, e no movimento desajeitado, acabou acertando o rosto do outro ao se soltar.

Mal teve tempo de se desculpar e teve o corpo jogado contra a parede pelo delegado, sendo algemado em seguida.

🎰🎲

— Alô? — Jimin pode finalmente ouvir a voz que tanto sentia falta.

— Jungkook....

— Jimin! Onde você está? Eu estava morrendo de preocupação.

— Me escute, Jungkook. Eu tenho pouco tempo. Em primeiro lugar, está tudo bem comigo. Eu fui assaltado e...

— Assaltado?

— Por favor, Nochu. Não me interrompa. Eu tenho apenas dois minutos de ligação.

— Coração, o que está acontecendo?

— Resumindo, fui assaltado quando estava voltando da casa do seu irmão. O cara roubou meu celular, mas eu acabei reagindo. Ele me perseguiu e acabei apanhando. — Jimin podia ouvir a respiração de Jungkook se alterar do outro lado da ligação. — Minha sorte é que uma viatura estava passando pelo local e eu fui socorrido. Levaram o cara preso. Tive que vir até a delegacia dar meu depoimento, mas aconteceram alguns imprevistos e eu acabei sendo preso por desacato a autoridade.

— Jimin, o que você fez?

— Te explico depois. Bom, sendo advogado, eu poderia defender a minha causa, mas a barreira da língua está dificultando. Eu preciso que você encontre um advogado para mim, alguém que fale coreano e mandarim. Talvez Namjoon saiba de alguém. Esta é a única ligação que poderei fazer, então preste atenção: Estou na delegacia do distrito de Xicheng. Peça para o Jin a cópia da chave do meu apartamento. No armário do quarto, dentro da primeira gaveta, está uma pasta com documentos. Entre eles há uma cópia do meu passaporte. Repasse para o advogado. Não comente isso com ninguém além do Namjoon, por favor, nem mesmo com Jin.

— Mochi... o que está acontecendo? Estou assustado... Vou até aí para te ver.

— Não! Jungkook, por mais que eu queira te ver, não é o momento certo. Eu preciso de um advogado, o quanto antes.

— Está bem. Vou providenciar tudo. Me prometa que irá se cuidar.

—Eu prometo...

E nada mais foi dito. A ligação ficou muda. Jungkook não sabia se Jimin havia desligado ou se cortaram a chamada.

O CEO levantou-se rápido de sua mesa, correndo em direção à sala de Namjoon. Sem nem bater na porta, entrou em seu escritório, assustando o amigo que estava no meio de uma ligação.

— Hyung, Jimin ligou.

— E ele está bem? — Namjoon dispensou rapidamente a pessoa com quem falava ao telefone.

— Aparentemente sim, mas está com problemas. Precisamos mandar um advogado que fale mandarim e coreano até a delegacia do distrito de Xicheng. Jimin foi preso por desacato.

— Aish.... — Namjoon se levantou da mesa, passando uma das mãos pelo rosto, pensando em alguém que atenderia aos requisitos. — Jungkook! Eu tenho a pessoa perfeita.

E então, os dois amigos se dividiram nas tarefas. O mais velho foi procurar o advogado enquanto Jeon ia pegar a cópia do passaporte de Jimin. Precisavam agir rápido, nenhum dos dois queria que Park ficasse um minuto mais do que o necessário preso.

[...]

Jimin estava sentado no chão da cela que dividia com mais uma pessoa. Era provisória, dentro da própria delegacia. Abraçava os próprios joelhos, encostando a cabeça nas pernas. Inspirava e expirava profundamente, tentando se acalmar. Confiava em Jungkook, mas sabia que demoraria até o socorro chegar.

Assustou-se com o policial batendo com uma chave nas grades da cela. Ele cautelosamente abriu a porta e gesticulou para Jimin, como se quisesse que ele o acompanhasse.

O loiro caminhou pelo corredor, sendo seguido de muito perto pelo policial. Este indicou uma sala à direita, onde havia uma mesa de metal e duas cadeiras de madeira, com a tinta descascando, uma de frente para a outra.

O guarda gesticulou para Jimin novamente, e ele entendeu que deveria sentar-se. Em seguida, saiu da sala, trancando a porta por onde haviam entrado.

Jimin já estava tentando articular algum discurso, caso tentassem interrogá-lo sem a presença de um advogado.

Mas alguns minutos depois, uma outra porta se abriu, e um homem entrou.

— Park Jimin? — Ele perguntou ainda parado perto da porta.

— Sim, sou eu.

Ele deu alguns passos à frente, puxando a cadeira e sentando-se.

— Muito prazer. Sou Jackson Wang, seu advogado.

♠️♦️♣️♥️♠️♦️♣️♥️♠️♦️♣️♥️

Olá, flores do meu Bellagio!!!

Estava morrendo de saudades!

Perdão pela demora, mas passei por alguns momentos complicados e ficou difícil me concentrar em escrever.

Queria agradecer a todos que me mandaram mensagens de apoio! É por vocês que continuo me empenhado ao máximo nesta fic.

Espero que tenham gostado do capítulo! Eu me diverti muito escrevendo.

As teorias de vocês estavam certas?

Obrigada por chegarem até aqui!

Nos vemos lá no Twitter e no Instagram! (Almtk_A e lasvegas_jikook)

Ah! Eu continuo repostando as minhas outras fics no meu perfil secundário (JikookEffect )!

E se fosse verdade e Entre os braços do meu homem já estão lá, completíssimas!

Ficaria muito feliz em vê-los por lá também!

Beijinhos!

Amo vocês!

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