Stolen Life (Repost)

By CamilaGagliardi8

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Olá, primeira vez postando aqui. Originalmente escrevi essa estória e pedi que a Juliana Mantovani postasse... More

Listen
Tears and Rain
If I Believe You
Everyday Goodbyes
Kill'Em With Kindness
Lego House
I Want To Know What Love Is
Demonstrate
Malibu
Calma
Change Your Life
You've Saved My Life Again
Firework
You Da One
Beat It
Girl On Fire
Gonna Be All Right
Girls Like You
Sugar
Just The Way You Ar
Just A Kiss
I See The Light
So In Love
Everything I Wanted
Pocketful Of Sunshine
Love You For A Long Time
Too Much
@kjapa
Good Luck, But Not So Much
Reborn
Lovely
Light On
Jealousy
@kjapa
Yes Or Yes
Don't Stop
Just Us
Danger
Just Peace
New Times
Férias
Home Sweet Home
Happy Birthday
Back To Home
On The Road
Go Ahead
grandmother's day
Day Off
Marriage
Honeymoon
Damn
I Came To See You
New Bed For Lukas
Questions and answers
Trip
Fun
School
Free Weekend
Beach
Back To Work
Two Years
Not Again
Hope
Restart
The Time
Four
Boy or Girl
SIX MONTHS
Finish line
The second
Lar
Confuso
Acertos
Lukas & Jasmin & Finais Felizes

Feeling Good

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By CamilaGagliardi8

CAMI POV

Estudar ocupa minha mente por inteiro na maioria dos dias, mas não hoje. Estou uma pilha de nervos e nem deveria ter vindo para o curso, mas achei que passar algum tempo ocupando a cabeça me acalmaria.

A quem eu quero enganar? Nada pode me acalmar quando tenho que ir até o tribunal para uma audiência preliminar. Reconhecer meus sequestradores por foto foi uma coisa difícil, que fez meu estômago revirar e me deixou duas noites praticamente sem dormir. Saber que vou encontrá-los é inimaginável. Não queria precisar vê-los nunca mais em toda minha vida. Mas o advogado diz que minha presença é importante para conseguir uma condenação maior.

Ainda não entendo nada disso, mas também quero enfrentar os dois frente a frente, sei que essa é apenas a minha primeira batalha no tribunal e não vou fugir. Nunca mais vou fugir de nada, hoje sei a força que tenho, a coragem e a vontade de seguir em frente que é maior que tudo. Ver aqueles dois párias vai me ajudar a começar a concluir esse capítulo da minha história.

Todos já foram embora e estou sozinha na sala de aula, a próxima turma só inicia após o intervalo do almoço o que me dá quase 1 hora sozinha com os livros, ou com meus pensamentos no caso, mais uma coisa que não faria a meses atrás, nas hoje sou completamente segura.

- Que aluna aplicada. - a voz me assusta - Opa, desculpa, não quis te assustar.

- Você não me assustar. Só não estava esperando por alguém aqui agora. - retruco de forma firme - e também já estou de saída.

Charles está encostado em uma das mesas, braços cruzados e o olhar em mim. Ele é grande, e até um pouco intimidador mesmo com seus óculos de aros escuros. Mas não me amedronta.

Recolho meu material e guardo na mochila que se leve agora pesa uma tonelada. Levanto e a coloco nos ombros, distribuindo o peso.

- Tchau, professor. Até a próxima aula.

Sorrio para ele com simpatia, apesar de ser inconveniente nunca me fez mal e é uma pessoa muito inteligente. Passo por ele que mantém seus olhos em mim, toda essa atenção é incomoda e deixa os pelos da minhas nuca arrepiados. Estou quase na porta, mas sou puxada para trás pela mochila. Tropeço para trás e bato contra Charles.

- Me solta. - falo sem gritar, mas com a voz clara e sem vacilar.

- Sabe, pesquisei seu nome ... Não tem quase nada de informação, sem perfis em  redes sociais, sem informações em sites de ensino médio.

- E daí? - puxo minha mochila com mais força e ele solta - até onde me lembro redes sociais não faz parte da grade curricular.

- Mas sabe ... É estranho uma pessoa sem nada disso. Então pensei que talvez você estivesse dando um nome falso, talvez uma fugitiva ou imigrante ilegal. - suas palavras me chocam e não consigo me mexer, fico apenas olhando sua boca se mover e despejar absurdos - mas com um pouco mais de pesquisa descobri que não é nada disso. - cruzo meus braços e espero - descobri que você "desapareceu" - faz aspas no ar o que me irrita mais que tudo - a o que ... 10 anos atrás?

- Sim.

- Você fugiu de casa ...

- Não, pesquisou mal, fui sequestrada. - respondo usando meu melhor tom de deboche.

- Mesmo? Você pode apenas ter fugido de casa e estar com vergonha de contar a verdade.

- Ah é? Qual verdade? - aperto mais os braços a minha volta apertando meus dedos nas minhas costelas.

- Que fugiu, virou prostituta para se manter e agora não quer contar para sua família e seu namoradinho o que fazia.

- Você é ridículo e patético. - dou um riso forçado e me afasto mais - sabe Charles, tinha alguma respeito por você e sua inteligência, mas agora vi que você é só um babaca escondido atrás dos livros. Um babaca sexualmente frustrado que pensa que pode usar sua posição para acariciar suas alunas e Deus sabe mais o que. Bem, não comigo. Pense o que quiser sobre mim, não te devo nada, nem mesmo respeito.

Me viro e abro a porta da sala, estou passando para fora quando ele me puxa de volta e fecha a porta. Charles me vira em sua direção e avança sobre mim, mas  antes mesmo que possa fazer qualquer coisa acerto um soco no seu nariz. Ele me larga e se curva para frente, a mão no nariz.

- Não me toque sem a minha permissão. - ele continua curvado e o óculos cai no chão assim como algumas gostas de sangue - você não me conhece, não é nada meu e não tem permissão para me tocar.

- Sua louca. - ele finalmente levanta e me olha - você está maluca garota?

- Não ... Apenas te ensinando o seu lugar. Da próxima vez mantenha suas mãos para você. - abro a porta novamente saiu, mas volto - se quiser me denunciar fique a vontade.

- Você quebrou meu nariz. - ele grita.

- E você quebrou a minha privacidade, invadiu minha vida e me desrespeitou. Estamos quites.

Saiu para o corredor e vou embora dali. Meu coração está martelando, batendo tão rápido quanto um trote de cavalo, posso ouvir o sangue bombeando em meus ouvidos. Desço as escadas correndo, agora com receio que ele venha atrás de mim. Assim que passo pela porta trombo em alguém e caio sentada na calçada.

- Angel, o que aconteceu? - Kage está sobre mim, os olhos arregalados - Cami?

- Nada ... Já resolvi. - aceito sua mão e sua ajuda para ficar de pé - que bom que chegou. - o abraço com força.

- Como nada? Você saiu feito um furacão ... Está tremendo e gelada. Cami, angel, o que aconteceu? Foi aquele professor não foi? - balanço minha cabeça em afirmação conta seu peito - ele te machucou?

- Não, Kage. - percebo que estou chorando e Kage tenta se soltar de mim - não me solta.

- Vou partir a cara dele em duas.

- Não precisa ... Eu ... Eu ... Eu meio que soquei a cara dele. - Kage para de tentar se soltar e me afasto para poder olhar seu rosto - porque está sorrindo?

- Você socou mesmo a cara dele, angel?

- Sim ... Não a cara, mas o nariz. Pode ser que ele me processe por isso?

- Cara, você é demais. - Kage me agarra tirando meus pés do chão - queria muito ter visto essa cena.

- Foi bem legal, na verdade. Acabei com ele, amor.

- Ele te machucou? - pergunta preocupado e me coloca no chão - ou a cara dele machucou sua mão?

- Não, estou bem. Só com a adrenalina a mil.

- Toca aqui. - Kage levanta sua mão no ar e bato minha palma na sua - vamos lá que você tem mais dois caras para derrubar hoje.

Kage segura meu rosto e me beija, dura tempo suficiente para fazer meu coração se acalmar e meu corpo relaxar. A adrenalina baixa e me sinto mole como se tivesse corrido uma maratona. Mas ele me apoia e sorri. Quando nos separamos, Kage está rindo com vontade. O acompanho até a moto com um sorriso satisfeito no rosto. Coloco o capacete e espero Kage subir na moto para então subir também. Já estamos acomodados e prontos para partir, mas uma figura alta sai pela mesma porta pela qual passei a poucos minutos.

- Ei, professor. - KJ grita.

Charles levanta a cabeça, o nariz não está mais sangrando, mas seus olhos parecem úmidos demais.

- Minha garota é fodona demais, não é? - Charles parece que vai responder, mas desiste - ela te acertou em cheio.

KJ acelera a moto e arranca me fazendo gritar e agarrar sua cintura com força. Estou rindo enquanto ele segue pelas ruas, rindo de verdade e sem preocupar com o que preciso fazer a seguir.

Não gosto de violência, pelo contrário eu abomino a violência, mas as vezes é o único modo de fazer alguém parar. Infelizmente precisei usar meu punho ao invés da minha voz, e está tudo bem com isso.

É um sentimento bom. Eu me sinto bem.

----

- Senhorita Mendes, pode me dizer ou apontar quem foi que te atraiu até o carro? - o juiz pergunta.

Estou sentada ao lado do juiz, na frente dos dois homens que me levaram ao inferno. Algumas pessoas estão presentes, não sei quem são todas, mas sei que as sentadas a minha esquerda formam o júri popular, estou ciente que julgam meus gestos e palavras, isso não me preocupa. Apenas olho de um para o outro, ambos mudaram um pouco mas eu jamais conseguiria esquecer aqueles rostos.

- Senhorita? - o juiz chama minha atenção.

- Desculpa ... Foi ele. - aponto para o mais novo que está de pé a minha esquerda.

- E poderia me dizer quem estava dentro do carro e te dominou?

- Ele. - aponto o mais velho que já não parece tão assustador.

- A Senhorita tem certeza?

- Absoluta. - afirmo olhando para o juiz.

- E poderia me dizer quem a estuprou naquele mesmo dia, e depois a vendeu?

- Sim. - afirmo e volto a olhar para os dois - os dois me estupraram naquele dia, me amarraram, me bateram e me estupraram. Os dois. - escuto alguém fungar, alguém chorar mas não consigo desviar meus olhos dos dois homens a minha frente - e ele trouxe um homem até onde eu estava - aponto para o mais novo - mas ele recebeu o pagamento. - aponto o mais velho.

- Ótimo, senhorita. Pode descer. Muito obrigada.

Desço da tribuna e acompanho o policial, ele me guia e passo pelo meio dos dois homens algemados, mas ambos não parecem mais tão corajosos. Mateem a cabeça baixa, o olhar no chão. Chego até o pequeno portão de madeira que divide o lugar e passo.

Minha família está toda a minha espera, minha mãe me recebe com um abraço, ela está tentando segurar as lágrimas enquanto sorri e sussurra que está orgulhosa de mim. Sento ao lado do meu pai, entre ele e Kage. Meu pai é um homem forte, sempre foi, mas parece estar a ponto de cair em lágrimas bem ali na frente de todos. Deito a cabeça em seu ombro e fecho os olhos. Kage segura minha mão e aperta de leve.

Quando eu pensava em voltar para casa, esperava receber amor e carinho, mas nunca pude sequer mensurar o tamanho dos sentimentos que estavam a minha espera e também não esperava pelo total apoio que me deram. Eles são as melhores pessoas que poderiam existir, e com eles do meu lado no dia de hoje comecei a colocar meu passado no seu devido lugar e a não me envergonhar disso nem por um minuto.

O juiz decreta a prisão preventiva, nada de fiança e marca a data do julgamento para daqui 15 dias. Estou satisfeita com isso e pronta para a próxima.

- O julgamento vai ficar bem no meio das respostas das faculdades. - Cole diz enquanto caminhamos todos para o estacionamento - aposto que vai ser aceita em todas e ainda ver esses dois párias condenados a prisão perpétua.

- Tomara, Cole. - digo e seguro seu braço - a faculdade está me deixando mais nervosa que o julgamento.

Olho para Kage andando a minha frente enquanto conversa com Dylan, meus pais mais a frente conversando com o advogado e um sentimento estranho de perda  e dúvida me domina.

- Não sei se estou pronta para perder tudo isso. Todos vocês. - fungo e abraço mais forte o braço do meu irmão - acabei de ter vocês de volta ... E o Kage ...

- Ele é maluco por você, Cami, aposto que vai te seguir feito um cachorrinho. - diz com um sorriso e o empurro de leve - e quanto a nós, mana, estaremos sempre aqui. E você ainda pode escolher uma faculdade daqui e não uma do outro lado do país.

- Eu sei.

- Mas seja lá qual for a sua escolha ... Tem total apoio e digo isso por todos nós.

- Não me faz chorar. - reclamo e preciso secar uma lágrima teimosa que escorre - estou sensível hoje.

- Só hoje? Pensei que fosse sempre. - mostro a língua e Cole ri - você vai ganhar o mundo, Cami, não vai poder viver para sempre ao nosso redor por mais que eu queira isso. Te quero por perto pra sempre porque senti demais sua falta por muitos anos, mas já conquistei minhas coisas e você precisa das suas.

- Mas, Cole, vocês não saíram de casa por minha causa.

- Não, foi por você que voltamos. Mas eu e Dylan fomos para a faculdade, nos formamos no que queríamos, pegamos nossos diplomas e começamos nossas carreiras. Nossa vida continuou, Cami. E seria egoísmo demais te pedir para ficar.

- Eu te amo, mano.

- Também de amo, baixinha. - ele bagunça meu cabelo antes de beijar minha testa - e quero te ver feliz, realizada e quebrando a cara por aí.

- Todo mundo passa por isso em algum momento. - respondo.

- Sim ... E não é você que vai ficar na vida boa e sendo mimada para sempre. Vê se cresce. - ele brinca e dou um soquinho em seu braço - já deu.

Cole ainda me dá alguns conselhos sobre faculdades, ele e Dylan foram para NY, muito longe de casa e só conseguiam vir para casa 1 vez no mês o que fez os dois pedirem transferência no segundo semestre. São muitas coisas para se pensar.

-------

- Cami, vem cantar comigo. - Josh chama mais uma vez - por favor.

- Não. - bebo da minha garrafa de água - sou péssima.

- Vem meu rouxinol. - ele chama mais uma vez fazendo uma dança engraçada - se liberte.

Estamos todos na garagem de Kage que foi convertida em metade quarto, metade espaço para a banda. Os meninos estão ensaiando e eu me mantenho sentada em um puff grande. A música, os acordes, a melodia, o clima, tudo domina meu sistema, sinto a música em meus poros, em toda minha mente. A batida domina meu corpo e me dá vontade de levantar e dançar. Mas ainda me acho péssima.

- Sei que você quer tanto quanto eu, gata. - Josh insiste.

- Pare de flertar com a minha namorada. - Kage bate em sua cabeça fazendo o boné do loiro cair - angel, canta aquela para mim.

- Só porque você está me pedindo, amor.

- Bleh. - Alex fingi vomitar - vocês são tão legais, mas as vezes me dão ânsia de vômito.

Ignoro suas provocações e vou até o microfone. Kage, claro, sabe todos os acordes da música e começa a tocar as notas iniciais. Respiro fundo, limpo a garganta e começo a cantar com minha voz e meu coração, minha alma.

"Birds flying high, you know how I feel
Sun in the sky, you know how I feel
Breeze driftin' on by, you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good"

A música, apenas essa se tornou um hino para mim. Sinto cada palavra me tocar, me sinto de voltar aos meus 15 anos onde a minha maior felicidade era cantar. Me sinto feliz, me sinto brilhar. Em algum momento fechei os olhos durante a música e quando termina os abro. Todos estão parados me olhando, Kage tem um sorriso enorme assim como todos os meninos.

- Nossas banda estava mesmo precisando de um toque feminino. - Alex vem até mim e estica a mão direita - Bem vinda a Legend, Senhora Fitzgerald Apa.

- Não posso ... - Alex levanta a mão esquerda no ar e eu paro de falar.

- Não é um convite, é uma ordem. Nós precisamos da sua voz.

Olho para cada um deles, para Kage, para Alex e seu sorriso grande, sua mão estendida e decido ali. Aperto sua mão e balanço.

- Estou dentro.

Os meninos estouram em gritos, Alex me abraça e gira, e então sou engolida por um monte de garotos eufóricos rindo.

E eu estou me sentindo bem!

######

Voltei. E morri de fofura.

Beijos e obrigada pelo apoio.


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