Vingança Nada Saborosa

By DeisyOli

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Adrian DelMondes teve uma grande perda no passado e culpa Vivian Araújo por essa dor. E há seis anos planeja... More

O LIVRO FOI RETIRADO DIA 05-12-2022
PRÓLOGO
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capitulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove

Capítulo Nove

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By DeisyOli


"Viver não é esperar a tempestade passar. É aprender a dançar na chuva." (Autor Desconhecido)

Olhei no celular e respirei profundamente, estava muito frustrada, pois, só tinha se passado três minutos desde a última vez que o tinha olhado. Estava com uma ansiedade que não conseguia controlar, queria que as horas passassem logo, que a aula acabasse de vez, para que eu pudesse ir embora.

— Décima primeira. — Olho para a minha colega e ela estava rindo.

— Não entendi. — Disfarço.

— Essa é décima primeira vez que olha no seu celular em dez minutos. —Fala olhando para mim com especulação.

— Quero ir embora, não estou bem. — O que de fato não era mentira.

Estava com a barriga doendo, a ansiedade estava me matando.

— Falta meia hora, Vivi, pode ir embora. Eu te envio por mensagem sobre a história da vez. Eu aposto com você que a professora vai terminar a aula falando do ex-marido dela.

Eu ri, lembrando que essa professora era acostumada a falar da sua vida pessoal sempre no finalzinho da aula, isso tudo para o tempo passar mais rápido.

— Vai logo, sua boba! — Incentiva.

Mordo os lábios apreensiva. Odiava perder aula, mas dessa vez estava muito tentada com a oferta de não ouvir as histórias da professora Sônia. Olhei para frente e a professora falava coisa com coisa. Da aula dela se tirássemos trinta por cento de aproveitamento era lucro.

— Então eu vou embora, só não se esquece de me mandar o resumo da aula. — A lembro.

— Deixa comigo.

Junto o meu material e despeço da minha colega e da professora. Tinha cinco minutos que o Adrian mandou mensagem avisando que já estava no estacionamento. Conforme ia descendo a escada eu sentia as batidas desenfreadas do meu coração.

Eu havia passado algumas noites acordada pensando nele. Se eu fosse pensar em termos racionais, era loucura o que estava fazendo. Nós dois parecíamos muito diferentes um do outro, e eu estava em uma fase que consumia todo o meu tempo. Mas de alguma forma Adrian me fez sentir bem, isso aguçou minha curiosidade de querer conhecê-lo melhor, e descobrir o motivo de ele provocar essas palpitações no meu peito, que faz anos que não sentia.

Tomei coragem e segui para o caminho que ele falou que estaria. Adrian estava em pé encostado na porta do carro. Com os braços cruzados no peito e de roupa informal, parecia tão à vontade. Tão lindo. Que senti o estomago retorcer.

Respira Vivian.

— Oi. — O cumprimentei.

Aproximei dele e automaticamente dei um beijo em sua face, era algo costumeiro do meu cotidiano, cumprimentava meus amigos dessa forma todos os dias. Adrian me surpreendeu ao virar o rosto e nossos lábios se encontraram. Foi um beijo casto, sem muito envolvimento carnal. Mas o aperto da sua mão em minha cintura provocou arrepios no meu corpo.

— Oi. — Ele responde e se afasta da porta, ainda me segurando.

— Desculpe se o fiz esperar muito. — De maneira discreta me afastei e ele soltou minha cintura.

— Você vale toda a espera do mundo.

Eu sorri. E foi nesse momento que eu decidir proteger o meu coração, não podia correr o risco de me apaixonar.

Não por ele.

Eu não tinha esse direito, não enquanto minha vida estava em uma corda bamba.

— Então! aonde vamos? — perguntou.

— Estou ao seu dispor. — Brinco com ele e me arrependo de imediato. Pois vi um brilho em seus olhos que me fez recuar um passo para trás. Não por medo dele, mas por instinto mesmo.

— Olha o que fala. Posso levar a sério suas palavras.

— Adrian, eu...

— Eu entendi, Vivian. Estava brincando também. Podemos ir a algum lugar próximo a sua casa.

— Seria ótimo. — Respondo aliviada por ter me livrado desse momento constrangedor.

— Então vamos.

Já dentro do carro com som ligado bem baixinho ele começou a perguntar sobre o restante do meu dia. Até esse momento eu tinha bloqueado da cabeça tudo o que dizia respeito à consulta com o meu médico. Eu já sabia do meu estado, e não queria ficar lembrando sempre que eu precisava da cirurgia para poder viver. Já estava sofrendo o suficiente com a espera que isso levaria.

Eu não tinha outra opção. Somente o tempo seria meu aliado nessa luta contra o câncer.

— Não via a hora de chegar à noite, só para te ver. — Diz enquanto da seta para virar uma esquina.

— Eu também. — Confessei.

Não tinha o porquê mentir, eu fiquei o dia todo pensando nele. E ainda tinha minha mãe que me mandava mensagem só para lembrar-me de ser educada, e não se esquecer de convidá-lo para um almoço no domingo.

Raridade

Anderson Freire

Não consigo ir além do teu olhar. Tudo que consigo é imaginar. A riqueza que existe dentro de você.

O ouro eu consigo só admirar, mas te olhando eu posso a Deus adorar

Sua alma é um bem que nunca envelhecerá

O pecado não consegue esconder A marca de Jesus que existe em você

O que você fez ou deixou de fazer

Não mudou o início: Deus escolheu você

Sua raridade não está naquilo que você possui ou que sabe fazer.

Isso é mistério de Deus com você.

Você é um espelho Que reflete a imagem do Senhor Não chore se o mundo ainda não notou Já é o bastante Deus reconhecer o seu valor. Você é precioso, mais raro que o ouro puro de orfir Se você desistiu, Deus não vai desistir Ele está aqui pra te levantar Se o mundo te fizer cair...

**//**

Ele ia mudar de estação quando peço pra ele deixar acabar a música. Cantarolo baixinho sentindo as letras da música trazer paz para mim.

—Você é uma mulher religiosa, Vivian? — Pergunta sem me olhar, compenetrado no trânsito.

Não sou religiosa, mas a crença que tenho em Deus é muito grande e agora ainda mais, por que eu preciso encontrar forças em algum lugar pra poder enfrentar essa enfermidade. O carro para no sinal vermelho e ele me olha.

— Não sou de ir à Igreja com frequência, mas tenho muita fé em meu coração. E você Adrian, é religioso?

Depois de alguns segundo que mais pareceram horas, ele me responde com a voz bem calma.

—Não acredito em Deus, se é isso o que está me perguntando. — Confessa.

Como assim não acredita em Deus? Fico chocada, petrificada com essa revelação. Ele era ateu.

—Tem algum motivo que fez com que desacreditasse nele? — Pergunto sem deixar transparecer minha incredulidade em sua confissão.

—Não gosto de tocar nesse assunto, talvez um dia eu te conte. Mas adianto que é sobre a morte da minha esposa e filha.

Um silêncio bem pesado se instaurou no carro. Mexer em coisas do passado só mostra que feridas pode até estar cicatrizadas, mas nem sempre curadas.

— Eu peço desculpa pela pergunta indelicada. Mas quero que saiba que cada um tem o direito de escolher seus próprios caminhos, jamais te julgaria por isso.

— Obrigado. Estamos quase chegando perto da sua casa, quer que eu leve direto para lá, ou podemos ir para onde desejar.

— Não, podemos ir naquela lanchonete da última vez. — Falo rindo.

— Aquele dia fiquei bem assustado, você parecia sofrer com uma dor terrível.

— É enxaqueca, ela é minha companheira já tem um tempo. — Justifico sem olha-lo.

— Está se tratando?

— Sim.

Ele chega à pequena lanchonete, e eu agradeço mentalmente, odiava falar sobre essa doença, ela me trazia muito medo. Medo de não viver aquilo que tanto sonhei. Adrian estaciona o carro e assim que desliga o motor desce rapidamente, dando a volta e abrindo a porta para mim.

— Não vale isso, hein! — Falo descontraída e saio do carro.

— O quê?

— Nada. — Mudo de assunto.

— Fala, Vivian. O que não vale? — Insiste, eu mordo o lábio para me penitenciar por falar demais.

— É só uma brincadeira, eu te disse para não se apaixonar por mim, mas com esse cavalheirismo todo, é bem perigo eu cair de quatro por você. — Rio da minha resposta.

— Iria adorar ter você de quatro por mim.

Meu sorriso morre rapidamente e ele gargalha da cara de assombro que eu fiz.

— Adrian... — Sentia minha face arder de vergonha.

— Não! Sério isso?! Você está vermelha.

— Você me fez ficar assim. — Retruco ruborizando ainda mais.

— Só respondi com sinceridade, você que levou minha resposta para o duplo sentindo.

— Hum, sei!

— Fica linda ruborizada, faz muito tempo que não vejo uma mulher ficar com vergonha por uma simples brincadeira.

Ele coloca a mão nas minhas costas e me conduz para a lanchonete. Procuramos a mesma mesa do último encontro, mas estava ocupada. Sentamos próximo à entrada e rapidamente fomos atendidos pelo meu amigo de longos anos.

— Vivi, como você está?

— Oi, Nando-. Bem e você?

— Ótimo também. Vai querer o que hoje?

— Só um suco de maracujá. — Peço, eu não estava com fome e minha barriga não estava ajudando muito.

— E o senhor? — Ele pergunta virando para o Adrian.

— O mesmo que o dela.

— Volto em cinco minutos. — Nando se afasta rindo para um casal que acabara de chegar.

— Ele é sempre assim? — Adrian aponta para o Nando.

— Sim, ele é bem extrovertido mesmo. — Respondo sua pergunta com um sorriso.

— Percebi. — Senti certa antipatia em seu tom ao falar sobre o Nando, mas relevei e lembrei dos rascunhos que tinha feito mais cedo.

— Tenho uma coisa pra te mostrar.

Pego meu celular e procuro nas imagens a foto que tirei.

— Eu tomei liberdade e fiz um esboço da cabana. Mas claro que irei fazer aquilo que me pedir.

Entrego o celular a ele que olha com bastante interesse. Fico apreensiva enquanto aguardo ansiosa ele ver as fotos. Adrian entrega o meu celular e eu o coloco em cima da mesa.

— Você tirou essa ideia de algum lugar? — Pergunta.

— Não, a imagem dela veio a minha cabeça e eu passei para o papel, mas logico que terei que ver onde vai ser construído. O que você tem em mente? O que fiz aí é apenas para você ver um pouco do meu trabalho.

— Eu quero o seu toque nesse projeto. Quero que faça tudo como se fosse para você, um lugar onde seria o seu porto para passar um final de semana, lua de mel. Algo que seria especial para você.

— Eu... mas a cabana será sua. Tem que ter o seu toque nela.

— Mas eu quero apenas o seu toque, Vivian. Irei apenas acompanhar o andamento.

— Adrian...

Ia retrucá-lo, mas Nando escolheu esse exato momento para trazer o nosso suco.

— Prontinho, precisando de algo é só chamar, Vivi.

— Obrigada, Nando.

Tomo um gole do meu suco para ganhar tempo e digerir essa ideia louca que Adrian me falou.

— O que me diz?

— Eu não sei, sempre faço meus projetos baseando em tudo o que o cliente me passa.

— É só você imaginar que será sua, faça o projeto e depois me mostra. Eu confio no seu gosto. — Fala depositando sua confiança em mim.

— Vou dar o meu melhor. — falei sincera.

— Sei que sim. Afinal, eu contratei a melhor.

Um largo sorriso saiu dos meus lábios. E mais uma vez minha barriga deu um rebuliço dentro de mim. Tomamos nosso suco e ficamos conversando, a hora voa quando estou com ele. E só percebi que já estava tarde quando meu celular vibra, e na tela aparece a mensagem do meu pai dizendo que já estava no ponto de ônibus me aguardando.

— É o meu pai, ele está me esperando no ponto de ônibus. Esqueci de avisa-lo que estaria com um amigo. — Aviso ele.

— Então vamos.

Adrian vai até o caixa para pagar enquanto eu o aguardava na saída. Mandei uma mensagem para o meu dizendo que já estava chegando, para o meu alivio Adrian não demorou e ambos saímos em direção ao seu carro.

Esperando-o abrir a porta do carro eu fui surpreendida quando ele me puxou para o seu braço.

— Adrian?

— É só um beijo.

Mal suas palavras saíram e eu me vi sendo levada para uma sensação de emoção que ainda não tinha experimentado. Invertendo a posição eu fiquei prensada entre ele e a porta. Pude sentir toda a extensão da sua ereção em minha barriga.

Para aprofundar o beijo ele segurou minha nuca, me fazendo soltar um gemido. Eu estava derretendo nos seus braços, e fiquei excitada quando sua mão desceu lentamente pelas minhas costas e depois passou pela minha barriga subindo vagarosamente, quase chegando ao meu seio. Tomei um susto, pois além de ele estar indo rápido demais, nós estávamos em um lugar público. Afastei-me dele, mesmo meu corpo protestando, estava bem molhada e querendo tudo o que o seu beijo prometia.

— Preciso ir, meu pai vai ficar preocupado. — Falo com a voz trêmula.

Estava ofegante e muito perdida nesse mar de emoções que seus beijos me faziam sentir.

— Tudo bem, eu te deixo no ponto que o seu pai está.

Ele arrodeia o carro e entra logo em seguida, faço o mesmo e me acomodo. Olhei para o Adrian e ele parecia aborrecido.

— Pode tirar esse olhar preocupado do seu lindo rosto. Não estou aborrecido, não com você. É que beijar você me fez ficar com os pensamentos bem controversos. — Fala colocando o carro em movimento.

— Que tipo de pensamentos? — Pergunto e logo depois indico o ponto de ônibus que meu pai estaria.

Minha casa fica a poucas quadras da lanchonete e não avisar o meu pai que iria para casa com o Adrian nos fará andar um pouco a mais.

— Um bem impróprio. Mas basta olhar para minha calça e você verá com os seus próprios olhos.

Não olhei. Não por falta de vontade, por que eu tinha muita, e sim por que meu corpo era bem traiçoeiro. E eu queria ir com calma.

— Entregue.

Eu olhei para o ponto e meu pai estava sentado com os olhos fechados, parecia bem cansado.

Adrian pareceu ler os meus pensamentos.

— Seu pai parece cansado.

— Essa rotina é bem cansativa mesmo, mas está acabando, menos de oito meses eu realizo o nosso sonho. — Sorrio com a expectativa de finalmente terminar minha faculdade.

— Posso te buscar amanhã novamente?

— Vai ficar cansativo para você, Adrian.

— Já disse que você vale todo o sacrifício.

— Então eu te aguardo.

Ia saindo do carro quando sua mão me segurou.

— Eu vou no seu tempo, Vivian. Mas, isso não significa que não agirei no meu.

Dessa vez foi um beijo mais casto, Saio do carro rapidamente e caminho sem olhar para trás. Por sorte meu pai ainda estava com os olhos fechados.

Respiro e me acalmo, só depois o chamo.

— Pai! Vamos?

— Oi filha. Cochilei que nem vi.

O meu peito apertou de ver o quanto ele me protegia. Eu amava esse homem com o todo o meu coração.

— Está quase acabando meu velho.

— Graças a Deus.

Fomos andando abraçados para nossa abençoada casa.

Amanhã eu o veria de novo. E suas últimas palavras ficaram martelando em minha cabeça por várias horas.

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