O Que o Espelho Diz - A Rainh...

By MeewyWu

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Capa Atual: Foto de Alice Alinari, instagram: alice_alinari A Rainha da Beleza: O que o Espelho Diz. Bethany... More

Epígrafe
Prólogo
I - Alianças Diferentes
II - Um fantasma no Palácio
III - O Conselho Real
IV - Informação Vazada
V - Palácio de Verão e Vidro
VI - Chuva de Cristais
VII - Vidro Embaçado
VIII - Protetora de Paris
IX - Cavaleiro de Prata
X - Teia de Veludo Vermelho
XI - Carvão e Metal
XII - Ilusões Refletidas
XIII - Prismas
XIV - Retinta
XV - Sonhos de Marfim
XVII - Floresta de Esmeraldas
XVIII - Penas Prateadas
XIX - Corpos e Fantasmas
XX - Rios de Sangue
XXI - Palácio de Ferro
XXII - Cartas à Morte
XXIII - A espada vermelha
XXIV - Claro como Cristal
XXV - Coroa de Ossos
XXVI - Sapatos Brilhantes
XXVII - Segredo Americano
XXVIII - Posição Política
XXIX - Arte da Guerra
XXX - O Que o Espelho Diz
Epílogo
O Que o Espelho Diz - Por Meewy Wu
AESTHETICS

XVI - Espadas de Madeira

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By MeewyWu

-Nossa – riu Uzuri, assim que eu entrei na cabana – O que fizeram com você?

-Não gostou? – perguntei, torcendo uma mecha de cabelo.

Ela deu os ombros – Achei que elas tinham cortado você em pedaços e comido no jantar – ela brincou, esticando os braços – Ficou diferente.

-Isso é ruim? – ergui uma sobrancelha, e recebi outro dar de ombros de resposta – Certo.

-Se você quer brincar de ser um de nós, não sou eu quem vai te impedir – ela falou, quando eu me sentei na cama para tirar os sapatos, incapaz de vê-la – Mas em alguns dias estará de volta ao seu castelo grande e cheio de guardas para manter você segura, e vai esquecer tudo isso e deixar que mais de nós sigam morrendo.

-Eu... – pisquei surpresa, tirando os sapatos e ficando de pé, na ponta dos pés, para conseguir enxerga-la na cama de cima – Eu nunca vou esquecer o que vocês fizeram por mim. Todos vocês, se arriscaram demais para me ajudar.

-É o que você diz – ela murmurou, jogando um travesseiro em mim. Suspirei, jogando de volta e me deitando, olhando para os lastros da cama dela ainda sem sono, tentando convencer a mim mesma que eu não iria esquecer.

Eu não podia esquecer, não quando eu ainda estaria em perigo até descobrir quem era o dragão, não quando eu tinha visto como aquelas pessoas eram apaixonadas por coisas pequenas e ligadas umas as outras como uma família de verdade, mesmo que nenhum deles compartilhasse o sangue.

Surpresa percebi, que aquela noite era a primeira em um bom tempo em que eu olhava meu próprio reflexo. Aquele reflexo que sequer parecia o meu, por que a cada movimento eu ainda sentia como se estivesse em um penteado do palácio, maquiada e escondida atrás de joias que já não estavam ali.

-Se não esquecer... – falou Uzuri, quando eu pensei que ela já estava dormindo – Está acordada?

-Estou – falei, e ela seguiu em silêncio por mais um bom tempo.

-Sei que não pode mudar tudo da noite para o dia – ela falou rapidamente – Mas... Não precisam matar as crianças. Ninguém devia matar crianças.

Pisquei, contendo algumas lagrimas. Não, não deveriam – aquelas centenas de crianças em Corippo, nenhuma delas havia feito mal maior do que puxar o cabelo uma das outras. Ninguém tinha o direito de tirar a vida de uma criança. Se crianças não sofressem riscos, talvez fosse Annie ou Tina, quem assumiriam a coroa. Se crianças não sofressem riscos, talvez minha mãe não tivesse morrido por se afastar de seus dois filhos. Aquela garotinha em Paris, não estaria em frio sozinha em um hospital improvisado.

Mas eram sempre as crianças em maior risco.

-Vou lembrar-me disso – garanti, ouvindo ela se mexer – Eu prometo, vou lembrar-me das crianças.

-Bom – foi tudo que ela falou, antes de um ronco baixinho denunciar que ela estava dormindo.

-Mudança de planos – anunciou Gelo, na tarde do quarto dia após os garotos partirem, entrando na tenda e jogando um longo pedaço de madeira liso, com pontas afiadas para mim – Não vamos partir amanhã à noite.

-O que? – Uzuri quase gritou na cama acima de mim. Até aquele momento, não tínhamos nada a para fazer além de ficar ali deitadas, fugindo do sol forte – Por quê?

-Aqueles três acabaram de chegar, alguns civis viram Azizi e ele se feriu enquanto fugia. Duas balas no braço. – ele murmurou algo, imaginei que diante a expressão de Uzuri – Precisamos tomar cuidado. Assim que devolvermos ela, tudo estará resolvido. As garotas estão colhendo informação.

-Que seja – ela grunhiu, e imaginei que tivesse voltado a se deitar. Olhei para a estaca de madeira, confusa.

-Pegue, Bethany – ele falou em tom incisivo – Já que ficaremos aqui por mais alguns dias, vou me encarregar de treinar você.

Aquilo me fez levantar em um pulo, pegando a estaca e correndo atrás dele – Me treinar? Treinar-me para que?

-Viajar metade do país com um grupo de negros de companhia e outro procurando por você, não parece à opção mais segura para mim – ele deu os ombros, fazendo sinal para que eu o seguisse – Mas a opção é sua, é claro.

-Só queria passar por tudo isso e ir para casa – suspirei surpresa por quanta verdade havia naquilo.

-Bem, foi na sua "casinha" que sequestraram você – ele debochou, olhando para a forma como eu segurava a madeira e depois para a própria mão. Tentei imita-lo. – Não sei por que seu povo acha que esta tão seguro, a ponto de não treinarem as mulheres.

-Eles treinam as mulheres! – grunhi, pensando em Annie e Isabel, ambas sabiam montar e lutar muito bem. E eu sabia que havia mulheres lutando nas frentes de batalha em Berlim, Lisboa e Atenas. – Aquelas que querem, ao menos.

-Bem, então você apenas foi tola de não querer ser treinada – ele apontou, dando um passo para frente – Eu vou atacar você agora, e você vai se defender.

-Você vai o que? – arfei, dando um passo para trás – Eu não sei nem como me defender. Você não me ensinou como me defender.

-Deveria ter pedido para seu príncipe alguém que lhe ensinasse isto, se queria aprender – ele riu, dando outro passo para frente – Agora terá que aprender sozinha.

Eu não aprendi. Eu me afastei o melhor que podia pela clareira até ficar encurralada, até o bastão voar das minhas mãos e a ponta afiada da estaca de Gelo estar a centímetros da minha garganta.

-O que está acontecendo aqui? – grunhiu Kambami, surgindo de entre as arvores. Gelo deu os ombros, afastando a ponta afiada do meu rosto e soltando em minhas mãos.

-Estávamos treinando, senhor – ele riu, levantando uma sobrancelha.

-Abba sabe disto? – Kambami exigiu, enquanto Gelo dava os ombros – Você ao menos perguntou a Cléo sobre isto?

-Em geral, não vamos até Cléo depois de estarmos feridos? – Gelo provocou, ainda sorrindo – De qualquer forma, ela foi junto com Abba. E Bethany não pareceu se opor a minha oferta.

-Foi exatamente isto que eu fiz – arfei, arregalando os olhos. Ele parou por um minuto, pensando.

-Verdade – ele concordou, olhando para mim – Mas você se saiu bem. Em fugir, ao menos.

Pisquei, sem saber como encarar aquilo – Obrigada?

-Não agradeça a ele – falou Kambami, pegando o bastão das minhas mãos e jogando longe – Não entre na cabeça dela como se a garota fosse outro russo precisando de um susto.

-Noruegueses. Eles eram noruegueses. – falou Gelo, olhando com magoa exagerada para o bastão jogado longe. - Só por que Abba disse que você estava no comando, não significa que você esteja no comando.

-Talvez, mas isso não significa que vou deixar você matar a futura rainha durante isto – Kambami agora tinha colocado a mão no meu pulso, me puxando – Vamos.

-Ela nem é a sua rainha – Gelo seguia zombando – Está ficando muito protetor a respeito dela.

Ele apenas ignorou Gelo, enquanto seguíamos de volta a área das tendas – Não vamos partir esta noite. Provavelmente em uma semana.

-Ele me falou – apontei para o caminho onde havíamos deixado Gelo, aproveitando para soltar meu pulso dele – Por causa de Azizi. Qual deles é Azizi, mesmo?

-O menos, de pele clara – falou Kambami – É um órfão, mas está junto aos gêmeos há tanto tempo que é como se todos tivessem saído do mesmo ventre.

-Mas não você – falei, olhando para ele – Gelo não se sente totalmente parte disto. Consigo entender. Mas você se afasta deles, de todos, menos de Uzuri.

-A encontrei pouco depois que meu pai morreu – ele falou, dando os ombros – Uzuri. Tinha sido picada por algum animal e estava alucinando, ajudei-a a voltar para Abba e ela insistiu que eu ficasse até Uzuri se recuperar. Então, depois, insistiu que eu ficasse mais e mais. Que aprendesse com Cléo sobre remédios e venenos, mas acabamos discutindo mais do que nos ajudando. O jeito de Cléo de curar é diferente do que meu pai me ensinou, e preferimos manter os dois afastados.

Mordi o lábio inferior. Era melhor sair daquele assunto – Não precisava ter interferido. Gelo não iria me machucar.

-Não, mas ele não podia ter forçado você a treinar – ele apontou enquanto chegávamos à tenda onde Uzuri provavelmente ainda estaria no mesmo lugar – Ele foi treinado para ser um conselheiro, um mercenário, um espião e um comandante. Às vezes aqueles russos voltam à cabeça dele e ele se esquece de ser humano.

Noruegueses, a voz de gelo ressoou na minha cabeça - Mas ele tem razão. Em algumas coisas ao menos. Tenho... Tinha um amigo, que talvez dissesse o mesmo. – ela me fez sorrir – Na verdade, ele me lembra bastante este amigo. As lutas, as garotas, as palavras...

As lembranças de Dylan Bordeaux encheram minha mente, me fazendo querer gargalhar e chorar ao mesmo tempo. Será que era assim que todos se sentiam em relação a mim agora? Desaparecida, provavelmente morta. Acreditavam que eu estava viva? Queriam que eu estivesse viva?

Eu precisava continuar viva – Quero treinar – me ouvi falando, encarando Kambami que parecia realmente confuso olhando para o meu rosto – Preciso sobreviver. Até voltar para casa.

-Nós vamos garantir isso – ele afirmou, gesticulando para o pátio completamente vazio. "Você e mais quantos?", era a pergunta dos livros para situações como essas. Mas não era o que eu queria dizer, e provavelmente no mundo dele tão pouco havia espaço para entender uma piada como aquela.

-Quero treinar - repeti, erguendo a cabeça - Eu fui sequestrada no lugar que achava estar mais segura no mundo. E quando voltar, não sei se vou ter tempo ou energia para pensar em ficar mais forte. Gelo se ofereceu e eu não recusei.

-Ah vários dias quero perguntar, foram às gêmeas que fizeram isso no seu cabelo? - ele puxou uma mecha com uma argola prateada presa nela. Não respondi, o encarando - Está bem, irá treinar com Uzuri de manhã, quando o humor dele é menos suscetível a arrancar sua cabeça por acidente. De qualquer forma, não serão mais do que quatro ou cinco dias. Satisfeita?

Assenti - Obrigada.

-Eu quase fico feliz em saber o que aqueles assassinos terão que enfrentar, tendo você como rainha - ele murmurou, se afastando antes que eu pudesse entender as diversas ramificações daquela frase.

-Você está exagerando – grunhiu Cléo, enquanto eu passava em frente à tenda dela, vendo Azizi deitado onde eu mesma estivera alguns dias atrás – Se vai seguir choramingando, eu vou mandar seu irmão vir segurar você.

-Não é você te está tendo uma bala tirada da sua... – Azizi começou, mas não terminou a frase por que pigarreei, anunciando que estava ali – Cai fora Uzuri.

-É Bethany, seu tolo – Cléo deu um puxão de orelha dele, grunhindo algo para si mesma e soltando uma pinça gigante sobre um prato de metal – Entre Bethany. Precisa de algo?

-N-não, não – balancei a cabeça, observando Azizi deitado de bruços – Sinto muito que tenha se ferido. Sinto mesmo.

-Está tudo bem Bethany, assim que Cléo tirar essa bala da minha bunda estará tudo resolvido – ele gemeu, quando Cléo começou de novo com uma pinça limpa – Está fria!

-Não tem uma bala da sua bunda – grunhiu Cléo, irritada – Tem uma bala na parte de trás da sua coxa. O que é muito mais difícil de retirar, por que você não para de se mexer!

Ele resmungou em um idioma que eu não conseguia, enquanto Cléo suspirava frustrada outra vez – Não consigo pega-la.

-Tem algo que eu possa fazer para ajudar? – perguntei, olhando em volta.

-Você é fraca demais para segurar ele – suspirou Cléo, pensando – Como você se dá com sangue, Bethany?

-Como? – franzi a testa, enquanto ela se levantava.

-Vai me deixar aqui assim? – arfou Azizi, enquanto ela chiava para que ele calasse a boca.

-Sim, você desmaia, sente vontade de vomitar, alguma dessas coisas? – ela insistiu, andando até um armário e pegando novos instrumentos. Neguei com a cabeça – Bom. Acha que se eu segurá-lo você consegue tirar a bala?

-Eu? – arregalei os olhos, dando um passo para trás.

-Ela? – Azizi perguntou ao mesmo tempo, imaginei que mesmo com a cabeça virada para o lado contrário onde eu estava ele também estivesse com os olhos arregalados.

-Sou boa com ervas e plantas, mas minhas mãos não são precisas com objetos tão pequenos como uma pinça ou uma agulha – grunhiu Cléo, balançando a cabeça - Consegui tirar a primeira bala enquanto ainda estava claro, mas este daí chorou tanto enquanto eu costurava que agora já está escuro.

-Outra bala? – pisquei surpresa.

-No braço – ele falou, tentando erguer a mão para trás e gemendo de dor – Esquerdo.

-Sinto muito, vocês não deviam ter que passar por isso por minha causa – falei, olhando para Cléo – Posso tentar tirar.

-Ótimo, fique ali onde eu estava – ela orientou, limpando os instrumentos enquanto eu fazia a volta, recebendo um sorriso de Azizi.

-Olá Bethany – ele tentou parecer descontraído, mas era claro que estava nervoso – Imagino que nunca tenha tirado uma bala da bun... Digo da parte traseira da coxa de alguém, não?

-Não, nunca – devolvi o sorriso. Ele estava sem camisa e calças, mas havia um lençol tapando a área do quadril, e o ferimento estava realmente na parte de trás da coxa dele. Mordi o lábio inferior, eu não havia notado até aquele momento, mas as pernas de todos eles pareciam largas e fortes comparadas as minhas. Eu sabia que no palácio havia uma academia, mas poucas das meninas iam, com todas as outras atividades físicas disponíveis, como jogar tênis, andar a cavalo e dançar por horas seguidas nos bailes. Mas agora parecia uma Ideia ruim, nunca ter experimentado.

-Só leve sentir a bala, sempre reto, e então quando conseguir pega-la puxe – falou Cléo, segurando o pé de Azizi – Assim, talvez, você fique quieto.

Foram necessárias quatro tentativas, as duas primeiras das quais eu não conseguia parar de tremer, uma terceira onde a bala se soltou novamente no meio do caminho, e por fim consegui leva-la até o limite da abertura, apertando com os dedos a pele em volta para que ela saltasse para fora antes que minha mão cedesse na pinça e ela caísse outra vez.

Azizi gemeu de dor, puxando a perna tão forte que quase bateu no rosto de Cléo, mas ela não pareceu se importar, sorrindo para mim – Você bem poderia ser médica, Bethany!

-Não, eu não sei nada de ervas, plantas e misturas – balancei a cabeça, movendo as mãos para demonstrar tudo em volta.

-Não, não uma curandeira – ela falou me entregando um prato para soltar a bala – Uma médica de verdade.

Ri, corando, enquanto me levantava para lavar as mãos do sangue. Pensei no hospital, em Cameron e Elizabeth – eu gostaria de poder ajudar as pessoas daquela forma. Mas no fundo, parecia apenas mais uma forma de perder pessoas todos os dias.

-Bem, acho que é uma opção – respondi para Cléo, me aproximando da saída da tenda – Caso meu noivo já tenha encontrado outra rainha quando eu voltar.

-Ele seria um idiota – gemeu Azizi, ainda caído no chão.

Ri alto antes de sair, mas enquanto o sol se punha do lado de fora, não pude deixar de pensar sobre aquilo. A Eurásia precisava de uma rainha, Fox e a nação inteira não podiam esperar para sempre por mim. Talvez eu chegasse e encontrasse outra rainha, uma que não tivesse mentido e guardado segredos.

Respirei fundo, era inútil pensar sobre aquilo. Era inútil me apegar àquela sensação de não querer perder Fox, apesar de todos os problemas que tínhamos. Era inútil esperar mais daquelas pessoas que haviam me salvado que todos os dias estavam arriscando as próprias vidas por mim, que haviam me ensinado tantas coisas.

-Pela esquerda! – gritou Gelo, antes de eu sentir um objeto redondo acertando meu cotovelo direito – E é assim, Bethany, que uma garota perde o braço!

-Sendo acertada por uma maçã? – Ergui uma sobrancelha, me abaixando com cuidado para pegar a fruta do chão – Sempre achei que fosse apenas um alimento saudável.

-Se eu tivesse jogado uma faca, teria perdido o braço – ele recolocou se aproximando de mim – Entendeu agora?

-Então vamos ficar felizes que você não saia por ai jogando facas nos braços das pessoas – murmurei, recebendo um riso em retorno.

-Houve um tempo que eu bem poderia sair fazendo isso – ele refletiu de repente um pouco distante.

-Na Noruega?- perguntei, observando a expressão dele. – Foi onde você disse que treinaram você, certo?

-Acolher, treinar, torturar – ele suspirou, erguendo a cabeça para o céu – É tudo parecido.

-Mas você sente falta – não sei por que falei aquilo, mas eu realmente não estava preocupada em filtrar o que dizia – Não de ser torturado, eu acho, mas de lutar.

- Você é mais inteligente do que parece. – ele falou, parando em minha frente antes de eu conseguir dar o próximo passo – Soube que disse a Kambami que quer treinar. Espera que tentem sequestra-la muitas vezes depois que voltar?

-Talvez eu precise sequestrar algumas pessoas – contra ataquei, recebendo um sorriso de volta.

Pensei que talvez, mesmo que Gelo tivesse traços negros, ele não se sentisse tão encaixado ali quanto no lugar que vivia antes, mesmo sendo um experimento militar lá.

-Está começando a se tornar interessante, Bethany – ele assentiu, olhando para algum ponto na minha barriga – Isto é sangue? Eu feri você durante o treinamento sem perceber?

-Não, não é de Azizi – falei, rapidamente, percebendo a mudança perturbada da expressão dele. Já tinha ferido muitas pessoas por acidente? – Eu ajudei Cléo a tirar uma bala da perna dele, deve ter respingado em mim e eu não percebi.

-Como eu disse, começando a ficar interessante – ele franziu a testa, olhando para algo além de mim.

-Você... – comecei a perguntar, mas ele me cortou.

-Foi bom conversarmos – ele se afastou, enquanto as gêmeas entravam nos limites da nossa vista. Ri, seguindo para a cabana de Uzuri.

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