O Que o Espelho Diz - A Rainh...

By MeewyWu

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Capa Atual: Foto de Alice Alinari, instagram: alice_alinari A Rainha da Beleza: O que o Espelho Diz. Bethany... More

Epígrafe
Prólogo
I - Alianças Diferentes
II - Um fantasma no Palácio
III - O Conselho Real
IV - Informação Vazada
V - Palácio de Verão e Vidro
VI - Chuva de Cristais
VII - Vidro Embaçado
VIII - Protetora de Paris
IX - Cavaleiro de Prata
X - Teia de Veludo Vermelho
XI - Carvão e Metal
XII - Ilusões Refletidas
XIII - Prismas
XIV - Retinta
XV - Sonhos de Marfim
XVI - Espadas de Madeira
XVII - Floresta de Esmeraldas
XVIII - Penas Prateadas
XIX - Corpos e Fantasmas
XX - Rios de Sangue
XXII - Cartas à Morte
XXIII - A espada vermelha
XXIV - Claro como Cristal
XXV - Coroa de Ossos
XXVI - Sapatos Brilhantes
XXVII - Segredo Americano
XXVIII - Posição Política
XXIX - Arte da Guerra
XXX - O Que o Espelho Diz
Epílogo
O Que o Espelho Diz - Por Meewy Wu
AESTHETICS

XXI - Palácio de Ferro

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By MeewyWu

-Pela esquerda - gritou Fox em algum lugar fora da nossa vista, enquanto os sons de luta se acalmavam sendo trocados por gritos de vitória que aos poucos também se silenciaram. Havíamos vencido. Eu sabia que sim. Eu esperava que sim. Mas meu coração se apertou com o silêncio, quebrado pelo trote do cavalo de Fox que com uma expressão sombria se aproximou com uma mancha de sangue vermelha viva estampada no peito.

Uma mãe humana, pequena demais para ser adulta.

Foi Dylan, montado a direita dele, surgindo logo em seguida, quem carregava o corpo de Marie Venezza nos braços. Havia um vão em seu estomago, como se o que quer que tenha cruzado seu corpo tivesse feito mais que apenas perfurar – arrancara parte dela, concreta e irreparável. A cabeça pendia para trás, os olhos escuros dos Venezza encarando o nada, e os cachos escuros balançando no vento suave como um sorriso. Não, aquela menina jamais teria a chance de chorar outra vez.

Longe da minha vista, Louise Venezza gritou como uma pantera ferida, como uma besta meio humana sendo torturada. Isabel também o fez, tão brutalmente como a mãe, se retorcendo nos braços de Teodore como se estivesse sendo queimada, e quase caindo no chão. Em choque, Teodore se abaixou e a soltou no chão ao mesmo tempo em que Dylan desmontada e entregava a irmã mais nova nos braços dela.

-Levem os cavalos para os estábulos! – gritava Annie, se aproximando de onde estávamos – Os homens de James sigam atrás ele para o outro lado para contagem. Ajudem os feridos a chegarem à enfermaria! Os que estão perdendo sangue primeiro, e peçam para que algum médico venha atender os que não conseguem se mover!

-Antoinette! - chamou Fox, enquanto ela pulava do cavalo e de aproximava de nós olhando assustada para a criança morta no pequeno circulo que se formará. Annie ofegou, dando um passo para trás como se tivesse recebido um soco no estomago - Ela está...

-Cale a boca, Antoinette! - gritou Isabel de repente, assustando a todos nós - Não fale esta palavra.

Dylan se abaixou ao lado dela, segurando-a por trás, pelos ombros - Você precisa entrar...

-Me largue! - ela o empurrou com força, fazendo Dylan ser forçado a se levantar para não perder o equilíbrio. – Me largue Bordeaux, ou eu mesma arranco seus braços!

-Não – Dylan suspirou, passando as mãos sob as pernas dela sob protesto e a pegando no colo – Não vou largar você.

-A perna dela... – Annie arfou, e eu não soube dizer se para mim ou para Fox.

Ao meu lado, Fox respondeu – Eu sei.

-Me solte no maldito chão Dylan! – ela bateu as mãos no peito dele – Me deixe ficar com a minha irmã!

-Já chega disto, Isabel! - Louise Venezza, se desvencilhou do peito de Teodore, onde estava até então e marchou até ela, em uma demonstração extraordinária de fúria agarrando o braço da filha - Você está indo para a enfermaria. Agora. Teodore!

Atônito, Teodore se aproximou roboticamente e retirou Isabel dos braços de um Dylan igualmente sem reação. O assombro de Isabel a reação da mãe pareceu dar lugar a lagrimas assim que ela se encolheu nos braços do irmão, que partiu com ela palácio adentro.

-Eu... – Dylan olhou para nós, como se não soubesse o que fazer.

Respirei fundo, sem conseguir tirar os olhos do corpo morto de Marie – Deveria ir – falei por fim, ele partiu trocando as pernas, e Louise Venezza se abaixou e fechou os olhos da filha.

-Lady Venezza – dei um passo à frente, sem saber o que falar. Ela olhou para mim pelo que pareceram horas, e inesperadamente aquela pequena mulher assustadora se levantou e me abraçou.

Eu a abracei de volta. – Eu deveria subir e encontrar minhas filhas – ela falou, respirando fundo. Não derramará uma lágrima. Imaginei que fosse o tipo de mulher que se não permitia chorar, apenas se enfurecer.

-Vou procurar Sabrine – Annie falou se afastando de nós – Acho que ela está nos estábulos.

-Não diga nada a ela – Louise se afastou de mim, encarando Annie – Será melhor se eu contar.

-É claro – Annie assentiu, se afastando, gritando ordens. Louise sumiu dentro do palácio também, deixando eu e Fox junto ao cadáver, naquela confusão de soldados feridos e apressados.

-Levem o corpo para dentro – falou Fox para um par de soldados – Avisem que ela deve ser limpa e preparada para amanhã. Diga que é uma das filhas de Louise Venezza.

Os homens assentiram, levando o que sobrará da vibrante Marie Venezza. Gemi, encolhendo o corpo com o ar frio que cruzou minha espinha. E então, quando os guardas desapareceram com o corpo, me curvei para frente e senti a bile subir até minha garganta, derramando-se no chão entre mim e Fox.

-Desculpe – murmurei, respirando fundo o ar com cheiro de sangue seco – Eu não queria... Vomitar, digo. E todo resto – balancei a cabeça – Devíamos ter percebido, Dylan e eu. Devíamos saber que... – ofeguei – eles nem mesmo nos seguiram depois do túnel...

-Você está ferida – ele falou por fim, olhando para meu quadril - Vamos, vou levar você para a enfermaria. Preciso que me conte o que aconteceu nessas últimas semanas o quanto antes.

-Fox! – exclamei atordoada – Isso pode esperar. Você... Deveria ir ver sua mãe. Ela deve estar preocupada.

-Majestade! – um guarda se aproximou – Os homens estão se reunindo, esperando pela contagem e pelas ordens para os próximos dias. Gostaria que eu...

-Vou cuidar disso em um minuto – falou Fox, dispensando o homem e me encarando – Passamos semanas aflitos por sua causa, Bethany.

-Eu estou aqui agora – dei os ombros, sentindo de repente a dor do tiro – Eu vou estar aqui à noite, e amanhã e no dia depois desse para responder todas as perguntas, Fox.

-Nisha! – Fox gritou a chamando com a mão – Leve Bethany para a enfermaria, certo?

Ela olhou para o meu quadril, passando meu braço pelos ombros para me ajudar – Seus homens estão...

-Eu sei – assentiu Fox endireitando os ombros – Preciso ser o rei. Cuide dela.

Nisha sorriu enquanto ele se afastava – Estou feliz que tenha voltado – ela falou, em ajudando a subir os poucos degraus para entrar no palácio – Não tinha certeza se ia.

-Não foi uma escolha ir embora – falei, enquanto seguíamos por alguns corredores que aos poucos se tornavam melhor iluminados. – Estava lá aquela noite...

-Eu não julgaria se tivesse visto uma chance e aproveitasse – ela suspirou, mas parou de andar antes que eu pudesse perguntar o que ela queria dizer com aquilo. Um grupo de guardas estava parado em um salão, olhando para cima. Ela se desvencilhou de mim – Espere um pouco, Bethany...

As perguntas de Nisha foram respondidas com palavras como "lustre" e "arriscado", ecoando do outro lado do salão, quando ela falava com os guardas. Ela assentiu, dando um passo para voltar até mim e recuando em seguida, como o gigantesco lustre cedeu e despencou em direção ao chão.

Engoli em seco, enquanto os pedaços de cristal voavam em todas as direções, os fios arrebentados soltando faíscas, as velas ao longo do salão caindo no chão, incendiando as cortinas e os tapetes. Eu sonhei com aquilo. Nisha me encarou assustada do outro lado do salão, enquanto guardas corriam para apagar as chamas e me levarem até ela.

-Como está Isabel? – perguntei para Cameron, enquanto ele dava um ponto no meu quadril, limpando o sangue e passando uma pomada espessa, antes de colocar um curativo.

Ele balançou a cabeça negativamente – É muito além do que eu poderia ajudar, os outros médicos estão com ela – ele suspirou me entregando uma pequena pilha de curativos e um pote de pomada – Três vezes ao dia. Pomada e trocar o curativo. Não esfregue no banho, em uma ou duas semanas já não terá cicatriz.

Ergui uma sobrancelha – O que não está dizendo?

-Ela estava gritando quando passei por lá – ele deu os ombros – Não deixou ninguém além do irmão entrar, não tenho como ter certeza, eu só vi de longe, mas... Não acho que ela possa voltar a dançar. Ou montar.

Engoli em seco.

-Sim, merda – ele falou, como se pudesse ler o que eu pensava – Ela está com os melhores médicos, com fisioterapia provavelmente em um ano vai caminhar como se nada tivesse acontecido, mas...

-Um ano? – arregalei os olhos, ele encolheu os ombros.

-Ela precisa de tempo para se recuperar da cirurgia e... De todo resto – ele baixou os olhos – É um processo delicado, andar, correr, subir escadas. Ah, vossa alteza.

-Está tudo pronto aqui? – Annie perguntou, olhando para meu quadril exposto – Precisava de uma costura tão longa? Espero que não fique cicatriz.

-Cameron garantiu que não ficará – falei, baixando minha saia, ou o que sobrará dela, e ficando em pé novamente.

-Por sorte não danificou nada além de pele, a bala mal se alojou - ele sorriu, olhando atento para Annie – Onde posso ajudar?

-Dylan deslocou o braço outra vez – ela suspirou, mordendo o lábio inferior – Bem, na verdade os guardas Venezza deslocaram o braço dele enquanto ele tentava entrar a força no quarto de Isabel.

-Vou ver como ele está antes de ir ajudar com os outros feridos – Cameron nos deixou com um aceno de cabeça, enquanto Annie me oferecia o braço para me apoiar.

-A menos que queira uma cadeira de rodas – ela brincou.

-Não incomoda muito mais que uma picada de inseto – era verdade. Seguimos andando em silêncio, até que precisei falar – Ela não vai mais poder dançar. Nem montar.

-Não tem nada que possamos fazer – ela suspirou frustrada – Quando Fox souber...

-Ele não sabe ainda? – franzi a testa.

Ela jogou os ombros para trás, incomodada, enquanto chegávamos ao meu quarto. Estranhei o gesto, mas ela se apressou em seguir falando – Está trancado com nossa mãe, Valenttina e Tio James. Estavam gritando uns com os outros quando saí de lá.

-Não deveria ter ficado lá? – perguntei confusa, enquanto dois guardas abriam a porta para nós.

-Alguém precisa lidar com o caos no palácio, para eles trazerem ordem à nação – ela sorriu – Ao menos, isso quer dizer que você deve ter ao menos até amanhã à tarde antes de ser convocada para lidar com as perguntas do conselho. E do meu irmão, ele me prometeu que daria algumas horas para você descansar, e diria a todos para fazerem o mesmo.

Concordei, sorrindo com o tom dela. Eu não esperava que demorasse muito para que eu fosse interrogada, já estava conformada com a proximidade daquilo – Preciso de um banho – Grunhi, puxando o pedaço de saia que restará do vestido e me arrastando para o banheiro.

O banho já estava gelado, mas a banheira estava cheia e eu estava imunda, e a água fria parecia ter eficiência em me obrigar a esquecer das dores no meu corpo, fazendo todo ele tremer demais para que eu pensasse em hematomas ou cicatrizes. Prendi a respiração, enfiando a cabeça embaixo da água gelada, sentindo ela na superfície das minhas bochechas, das minhas pálpebras.

-Bethany! – Emergi, encarando Annie – O que está fazendo?

-Tomando banho – suspirei, tirando uma mecha de cabelo grudada no meu rosto.

Ela balançou a cabeça em reprovação – Essa água deve estar gelada – ela sentou em um banquinho ao lado da banheira – Você cortou o cabelo.

-Não foi exatamente uma escolha – sorri, brincando com a espuma. – Você não deveria estar lá fora?

-Não sei mais o que fazer para ajudar – ela confessou – Ela estava bem, sabe? Bem, você não sabe. – pisquei. Isabel, ela estava falando de Isabel – Depois que Dylan apareceu aqui, vivo e inteiro, ela ficou bem de novo, como se nada tivesse acontecido naquela noite. Nada além de você ter desaparecido, ela estava furiosa com a incompetência a respeito disso, principalmente depois que Tina...

Ela parou de falar de uma vez só. Franzi a testa, enquanto ela trocava de pote e passava a passar creme em cada mecha do meu cabelo – Tina o que?

-Nada. Podemos falar sobre isso outra hora – ela manteve a voz calma, mas ela estava falhando um pouco – Estávamos todos nervosos com o seu sumiço, discutindo demais e fazendo menos do que deveríamos. Realmente, pensando agora, fomos completamente inúteis antes de sua carta chegar, e mais inúteis ainda antes de Dylan voltar.

-Ele está vivo – falei, encolhendo as pernas, deixando meus joelhos flutuarem para cima da água – Como é possível?

-Ele contou uma historia sobre ter se perdido, não acho que ele esperava que alguém acreditasse – ela deu os ombros – Mas ele não queria falar e ninguém iria força-lo.

-Imagino que eu não possa fazer o mesmo? – brinquei, e ela deu uma risadinha um pouco mais verdadeira.

-Depende, pretende passar o dia inteiro no escritório e sair pelos corredores fazendo perguntas estranhas a todos no palácio sobre ursos e impostos? – ela brincou, e eu respondi em zombaria.

-Ora, Antoinette, não é exatamente isso que eu fazia todos os dias?

Nós duas rimos, enquanto ela enxaguava o meu cabelo e me alcançava um roupão, seguindo para o quarto – Imagino que vá dormir, não?

-Na verdade – respirei fundo, amarrando o roupão em torno da cintura – Vi Apolo durante o ataque. Alicia...

-Está aqui, o quarto deles é três portas a direita no corredor – ela sorriu gentilmente – Vou procurar Nisha para jantarmos, e tentarei dormir. Tenho que encontrar Lady Venezza no primeiro horário da manhã.

O clima ficou tenso, pesado diante a lembrança da perda. Mas ela balançou a cabeça, como se pudesse afastar aquilo, e sorriu – Não sei como passou essas últimas semanas Bethany, mas eu não aguentaria tanto tempo.

Sorri para ela enquanto ela saia, sem saber ao certo o que ela queria dizer.

-Você vai prometer para mim que nunca mais fará algo assim! - Meu coração pareceu ficar mais leve ao ouvir a voz de Alicia dentro do quarto - Entendeu?

Apolo riu provavelmente se divertindo com a preocupação dela. Isso pareceu tê-la irritado - Eu não estou brincando, Apolo.

-É claro que não, senhora - o tom dele era despreocupado - Entre.

-Os senhores têm visitas - falou o mordomo deles, colocando a cabeça para dentro do quarto - Ela diz que não pode esperar.

-Quem em nome do rei é capaz de nos perturbar depois de tamanho... - Alicia começou, quando o rapaz abriu mais a porta permitindo que víssemos uma à outra - Bethany! Oh, deuses, Bethany, é você!

Ela se jogou em mim, fazendo-nos duas cairmos no chão enquanto ela ria e chorava sobre mim - Apolo, Bethany está aqui. Bethany voltou!

-Eu escutei das primeiras vezes - ele brincou, se apoiando na moldura da porta - Fico feliz que esteja viva, minha princesa.

-Pare com isso - me levantei, correndo para abraça-lo. A primeira vez que eu chegara ao palácio, encontrar Apolo foi um alivio. Agora, depois de tudo que acontecera, era bom vê-lo ali em Versalhes. Tudo que me restará de Corippo. De Isis e Marian.

-Bethany, eu sei que você esteve muito tempo longe, mas lembra-se que este é o meu marido, certo? - ela riu, divertida.

-Só se eu não roubar você dele - brinquei, fazendo Apolo gargalhar.

Então, como o furacão brilhante que era Alicia providenciou o chá e os bolos para que eu contasse a eles tudo que ocorrera do momento em que fui levada até chegar àquele quarto.

-Isabel me falou sobre a criança - Alicia engoliu em seco - Ela estava terrível quando cheguei aqui, achava que Dylan também havia morrido. Achei que tudo se resolveria quando ele chegou e começou a comandar as buscas por você. Que o mundo estivesse no lugar de novo. E agora a irmã dela também se foi.

-Dylan terá de me contar o que aconteceu, falando sobre isto - suspirei, pensativa m.

-Talvez a você ele conte - falou Apolo, ficando sério - Está fazendo um mistério sobre isto. Acho que tem algo nisto que ele não está nos contando.

-Talvez ele precise de tempo - dei os ombros - Afinal, ele voltou dos mortos. Eu preciso de um banho. Mas antes de eu ir, Alicia, pode me emprestar Apolo por alguns minutos?

-Contanto que você me garanta que vai impedi-lo de sair correndo e pular em cima de um cavalo, pode ficar com ele pelos próximos dias - ela jogou a mão para trás, despreocupada - Ele precisa ser alimentado três vezes por dia.

Apolo fez uma careta para ela, antes de me seguir pelos corredores. Era difícil lembrar onde era meu quarto naquele palácio maior do que a aldeia onde nas ultimas noites eu dormira sob as estrelas.

-Sobre pessoas que voltam dos mortos e guardam segredos, Bethany - ele falou, muito mais serio e calmo do que antes - O que você está escondendo? O que aconteceu com você, Bethany.

-Contarei tudo sobre isso - falei, parando na porta do meu quarto - O que preciso falar com você é um segredo que venho guardando há um pouco mais de tempo. Talvez um pouco mais perigoso.

-Você não tem segredos Bethany - ele falou enquanto eu entrava no quarto, procurando a pasta - Ainda mais segredos de longo prazo.

-Feche a porta Apolo- falei, enquanto ele o fazia desconfiado apenas a tempo de eu empurrar a pasta contra o peito dele - e repita isto depois de ler.

Sentei na cama, esperando que ele lesse. Um soldado que não expressou emoção uma única vez, até baixar a pasta e andar de um lado para o outro, e sentar-se em uma poltrona longe de mim.

-Onde você conseguiu isso? - ele perguntou.

-Não importa - encolhi os ombros, sem saber o que dizer.

-Esse é um grande segredo - ele suspirou, olhando para as pasta - Princesa Gwendoline. O príncipe sabe?

Neguei - Isabel sabe. E a pessoa que me entregou isto. E agora você.

-As pessoas que te sequestraram? - ele ergue uma sobrancelha.

-Não estavam atrás de mim, queriam outra pessoa - garanti, apoiando os cotovelos nos joelhos. Aquilo pareceu ascender algo na mente dele, mas ele não se preocupou em compartilhar - Precisava contar a você antes de decidir contar a Alicia. Não sei se é seguro para ela.

-Deveria ter me contado isso no momento que soube disso Bethany, no momento em que me ofereceu uma posição - ele suspirou - E precisa contar a Fox.

-Todas as vezes que tentei algo entrou no caminho - dei os ombros, olhando em volta - Onde está Romeu?

-Martins está com ele - Apolo me corto rapidamente, apertando a ponte do nariz - Bethany, tenho medo de perguntar. Há quanto tempo sabe disto?

-Desde o aniversário de Isabel - me levantei desconfortável - Daquela tarde.

-E por que, agora, você decidiu me contar sobre isto? - ele perguntou, me encarando como se esperasse que eu o mandasse para a morte. Imaginei que ele iria.

-Vocês são minha família. Você e Alicia - muitos espelhos, pensei, andando pelo quarto. Muitos Apolos. Ele não parecia convencido.

-Conte a Alicia - ele decidiu por fim - Espere alguns dias. Ela saberá lhe aconselhar melhor, embora se Isabel saiba isto já deve ter chagado a Dylan. Se não contar a Fox, ele é obrigado a fazê-lo.

-Não acho que seja um bom momento para falar com Isabel sobre qualquer coisa - suspirei, olhando para aquele quarto sem emoção - Obrigada, Apolo.

-Quando minha mãe levou para casa, ela grunhia sobre como havia sido estranha sua chegada à cidade - ele falou, balançando a cabeça - Ela também dizia que você era especial. Achei que ela estava certa quando você ficou noiva de Fox. Mas acho que só agora posso dizer que ela estava certa sobre você, Bethany.

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