O Onipotente_ DEGUSTAÇÃO

By VaulineGoncalves

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SINOPSE A cientista Olívia Moniz descobriu mutações genéticas na soja produzida no Brasil, o que pode estar p... More

APRESENTAÇÃO DE PERSONAGENS
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12

Capítulo 5

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By VaulineGoncalves


Palavra dada, palavra cumprida! Vocês bateram a nossa meta e aqui vai o capítulo antecipando e quente, que chega a sair fumaça, como o Marco aí de cima!rsrsrs

Para mantermos o ritmo, não esqueçam de votar no capítulo, tá? Beijão e boa leitura!


MARCO

─ Boa noite, Senhor.

O homem de 1,90m, elegante em seu terno sob medida, aguardava Marco no hall do heliporto. Seu nome era Isaac, militar reformado, ex policial federal e braço direito de Marco Antônio.

─ Boa noite, Isaac.

Parados de frente um para o outro, eles pareciam intransponíveis.

─ As moças já se encontram aqui, senhor Marco. ─ Isaac era quase inexpressivo, sempre atento e frio. ─ Estão no terraço e foram devidamente recebidas.

Marco esboçou o que seria a sombra de um sorriso.

─ Bom, muito bom. ─ Enfiou a mão no bolso da calça e de lá retirou o pedaço de papel, estendendo-o ao Isaac. ─ Vou precisar dos serviços do Mesquita.

O ex policial pegou o papel e leu o nome ali escrito: Olívia Moniz.

─ Descubra tudo sobre essa mulher. ─ Marcos o fitava diretamente, incutindo ali todas as mensagens que não precisavam ser ditas. ─ Quero desde a ficha médica, até os sonhos que tem, e quero até amanhã de manhã.

Isaac engoliu seco e assentiu. Mesquita era um amigo antigo e fazia seu excelente serviço de investigador e hacker sem fazer perguntas.

─ Amanhã cedo o senhor terá todas as informações.

O homem balançou a cabeça, satisfeito.

─ Eu sei que terei. ─ E depois de oferecer um sorriso ameno ao Isaac, acrescentou: ─ Avise a Bia que o jantar deverá ser servido dentro de 30 minutos.

Sem esperar resposta, Marco atravessou as arcadas do átrio e entrou no elevador privativo de portas pantográficas, automáticas. Isaac esperou que seu patrão imergisse no andar para só depois descer as escadas. A admiração que nutria por Marco Antônio de Alencastro só não era maior que seu respeito e sua fidelidade.

Os mais de dez anos de convivência lhes renderam uma sintonia ímpar e Isaac conseguia antecipar muitas das vontades do seu patrão. Além de responsável por coordenar toda a segurança do Marco Antônio e manter sua absoluta privacidade ─ uma prioridade ─, Isaac cuidava de assuntos muito pessoais para o Marco, questões sigilosas e, algumas vezes, ilícitas. Além disso, era o Isaac quem trazia e levava as "amigas" do senhor Marcos, mais uma manobra para preservar a privacidade.

Minutos depois, ao chegar no terraço, Marco não chamou a atenção. Em silêncio, atravessou o hall de mármore e, por trás das portas de ferro fundido e vidro, apenas observou a cena: uma negra e uma morena, ambas esculturais, conversavam e bebiam algo em taças finas, debruçadas no guarda-corpo do vigésimo andar, por entre os ciprestes.

Marco enfiou as mãos nos bolsos da calça de sarja caqui e manteve-se ali, admirando a beleza das duas, o brilho que emitiam pela expectativa. Constance, a dona da agência de acompanhantes, tinha todas as informações precisas para enviar ao Marco apenas as melhores, e isso significava as mais educadas, inteligentes e ousadas, além de belas.

─ A camisa ficou muito bonita, senhor.

Marco virou-se, surpreso ao encontrar Bia parada na borda da escada. Marco olhou para si mesmo, para a camisa de malha azul marinho, e agradeceu apenas com um sorriso sutil. Ela já conhecia cada um dos seus meio-sorrisos. E cada um deles causava-lhe uma espécie de furor diferente.

Ele estava deslumbrante, com os cabelos ainda úmidos e os músculos saltando sob a malha. Instintivamente, ela seguiu o seu olhar, direto para as mulheres no terraço, e a realidade a assaltou.

─ Posso servir o jantar, senhor?

─ Sim, Bia, desceremos em minutos.

Ela o observou abrir a porta para o terraço e sair de encontro às jovens. Bia reconheceu o brilho nos olhos das duas mulheres, os sorrisos largos, a efusividade. Marco Antônio causava esse tipo de reação, ela já vira mais de uma centena de vezes. Ela mesmo já tivera esse brilho no olhar, mas que há tempos transformara-se numa simples espera.

Satisfeito com o risoto de lulas, preparado pessoalmente por Bia, Marco Antônio saboreava o vinho branco, enquanto escutava o relato de viagens feitas por Vicky, a morena de olhos grandes e escuros.

Vicky caprichava no glamour da sua viagem a Paris, em companhia de um cliente, enfeitando os detalhes com maestria na tentativa de impressionar Marco Antônio, sem perceber que a atenção do homem estava em seus lábios movendo-se sensualmente. Suzi, a negra, tentava superar Vicky na experiência e fazia sua colega rir, divertida, com relatos de New York. Disputavam a atenção de Marco com muita inteligência, apostando mais no charme dos relatos, do que nas aventuras em si.

Após o jantar, Marco dispensou Bia. Era sabido, dentre os empregados, que naquela noite absolutamente ninguém deveria circular pela área social e, honestamente, Bia não se importava. Marco Antônio levava mulheres à sua casa com certa frequência, contudo, elas nunca eram as mesmas, o que conferia um consolo à Bia, na certeza de que o coração de Marco não pertencia a ninguém. Ela preferia assim.

Sentado despojadamente sobre poltrona de couro, Marco segurava o cálice de conhaque com uma das mãos, e com a outra, segurava o charuto aceso. Entre suas pernas abertas, Vicky engolia seu pau até a base, babando-o e sugando-o com um desvelo sobrenatural. Com os olhos semicerrados, Marco assistia o seu pau desaparecer por entre os lábios vermelhos da Vicky, sentindo um tremor de prazer a cada sugada forte para, em seguida, arrepiar com as lambidas alternadas.

No meio da sala de jogos, Suzi dançava provocadoramente ao som de Shade, aos poucos retirando o que restava de suas roupas, tentando roubar a atenção de Marco, tocando-se sem o menor pudor, masturbando-se para ele.

Elas eram lindas, dois corpos esculturais de peles macias e sedentas por sexo.

O cheiro do charuto misturava-se ao do álcool e ao de sexo, na sala fechada, entorpecendo o trio, transportando-os para uma atmosfera muito particular. Durante algumas horas, aquele salão feito de madeira e tapetes persas seria "Sodoma e Gomorra" para Marco Antônio.

Com o corpo entregue ao prazer, a paz invadia a sua mente e o desejo ganhava espaço.

Arrepiava-se mais e mais a cada chupada vigorosa da morena, a cada vez que sentia a cabeça do seu pau encostar no fundo da garganta quente e macia da Vicky. As unhas crescidas acariciavam suas coxas e, vez ou outra, deslizavam sobre o peito, incentivando Marco a largar-se totalmente sob os seus cuidados.

Involuntariamente, todo o corpo másculo respondia aos estímulos com espasmos, pequenas explosões de prazer, pequenos êxtases.

Pouco a pouco, Marcos entrava na sua zona de conforto, onde se desligava dos problemas, das decisões e dos riscos. Ali, entregue aos prazeres que mais apreciava, permitia-se descansar a máquina que o movia dia após dia, liberava-se da exigência de estar sempre a frente, de pensar sempre mais rápido. Sexo e charuto, uma combinação perfeita para entrar em stand by.

Nua, Suzi caminhou até ele como uma gata, tomou-lhe o cálice para liberar suas mãos, mas Marco não deixou que levasse o charuto, ao invés disso, deu uma longa fumada, enquanto observava a beleza daquele corpo de ébano brilhando à luz indireta. Sem muito esforço, lambeu a barriga sequinha de Suzi, sugando-lhe o umbigo, contorcendo-se com as chupadas estratégicas da Vicky.

─ Vicky, querida... ─ a voz saiu mais rouca do que o normal, porque o tesão estrangulava sua laringe. Marco acariciou a cabeça da garota, buscando seus olhos. ─ Pega a camisinha para mim. ─ E apontou para a mesinha do outro lado da sala com os olhos na deusa negra à sua frente. ─ Porque vou foder nossa Suzi todinha.

Suzi suspirou, trêmula, com os olhos grudados no pau grosso, em riste, repleto de veias calibrosas e brilhando com a saliva da Vicky e o pré-sêmen.

A morena mesmo cuidou de colocar a camisinha nele, para então Suzi, sedutoramente, montar em Marco. Os seios pequenos, empinados pousaram a sua frente e ele os abocanhou, segurando-se ao máximo para não gozar assim que entrasse nela. Estava louco de tesão, explodindo de gozo por todos os poros.

O gemido agudo de Suzi soou, elevando-se na medida em que Marco entrava nela, escorregando, abrindo suas paredes. Vicky, sentada sobre as coxas de Marco, ajudava a colega a engolir todo aquele pau. Suzi cavalgou Marco, alucinada, com os seios dentro da boca quente e gulosa daquele homem grande, de cheiro absolutamente enlouquecedor e com mãos que guiavam e exigiam mais e mais prazer.

─ Isso, gatinha, mexe gostoso pra mim. ─ e ela mexia, desesperada pelo clímax, sentindo-o crescer em seu ventre.

Abraçando-a por trás, Vicky acariciava seu clitóris e massageava a base do pau do Marco ao mesmo tempo, até que Suzi rompeu num grito estremecido, gozando loucamente.

Apesar do prazer que o torturava, Marco mantinha o controle, prolongando o tesão.

Ainda equilibrando o charuto entre o polegar e o indicador, Marco segurou sua cintura e a ergueu, saindo de dentro dela.

─ Vicky... ─ e deu um tapa seco na bunda da Suzi, apreciando o tremular da carne dura. Ela escorregou para o chão ainda gozando e ardida. ─ Quero sua boca novamente, linda. Ela me deixou doido.

Vicky arrancou a camisinha e tornou a chupar o Marco, na terceira sugada ele desaguou em sua língua, pulsando, travando a mandíbula, ofegante ao ver seu esperma transbordar pela boca faminta da morena, vendo a língua ágil não deixar escapar nada. Logo Suzi uniu-se a colega numa profusão de línguas e bocas saboreando o gozo do macho despojadamente largado sobre a poltrona.

Marco fechou os olhos por um instante e, vigorosamente, fumou o charuto, soltando a fumaça em seguida.

Do alto, ele observava a batalha de línguas em sua glande, o pau não tão duro quanto antes, mas se recuperando para voltar a campo.

Seus olhos pararam nos de Vicky. Era linda a garota, com cílios longos e olhos muito escuros.

─ Venha aqui, bebê.

E ela foi. Quando Suzi intencionou também erguer-se, Marcos sibilou, sedutor, e balançou sutilmente a cabeça, dizendo que não.

─ Continue, meu amor. Está bom.

Suzi lambeu os lábios e encheu a boca com o saco do Marcos, reiniciando um ritual que, ele sabia, logo o podia novamente de pé.

Os olhos astutos dos Marcos subiram pelo corpo voluptuoso de Vicky. Ela tinha um piercing no umbigo e sua pele era leitosa, alva. Encarando a garota, ele deslizou a mão por entre suas pernas e chegou a boceta quente e molhada. Satisfeito com o que encontrou, sorriu, mas apenas com os lábios.

─ Que delícia, menina Vicky.

Ela derreteu-se e apoiou o joelho no braço da poltrona, abrindo-se para ele.

O cheiro de sexo entorpecia Marco. A simplicidade do ato sexual o encantava. O primitivo, a essência animal do homem florescia quando dois, ou mais, corpos se entregavam, e marco gostava disso.

Com o charuto preso entre os dentes e os olhos presos nos da Vicky, ele a masturbou. Com as carícias na intensidade e ritmos perfeitos, levou Vicky até a borda, até que ele próprio se sentisse rígido novamente, então, findando o charuto, acariciou o rosto de boneca da Suzi e depositou um beijo leve em seus lábios cansados.

Segurando na mão da Vicky, Marco a levou até o bar de balcão alto. Em silêncio, serviu uma dose de uísque para ela, colocando o copo bem a sua frente. Vicky o fitou, curiosa.

─ Bebe. ─ Ordenou, enquanto fitava as micro reações da garota. E enquanto ela bebia, ele seduzia a presa.

Marco colou-se às costas da garota, empurrando sua ereção contra a bunda redonda e firme de Vicky, mergulhou a boca na curva do seu pescoço e arranhou os dentes.

─ Quero seu rabinho, bebê, quero que empine ele para mim. ─ e ao tempo em que falava, acariciava a pele lisa da bunda que ansiava comer. ─ Tudo bem para você?

Marco acariciava o ânus apertado, que pulsava contra a cabeça do seu indicador.

Em resposta, Vicky empinou a bunda e bebeu o resto do seu uísque.

Marco sorriu em seu ouvido, arrepiando-a.

─ Assim que eu gosto... toda minha.

Com um olhar, chamou Suzi e lhe indicou uma gaveta na estante de madeira que subia até o teto. A garota voltou de lá com lubrificante e em recompensa, ganhou um beijo voraz, devorador que deixou Suzi de pernas bambas.

E ali, com Vicky debruçada sobre o banco bistrô, aberta para ele, e tendo Suzi acariciando suas costas e sua bunda, Marco penetrou o ânus da morena. Entrou devagar, deixando a garota acostumar-se com seu tamanho e seu vigor; foi fundo, sentindo o pau esmagado pelas paredes fortes de Vicky. O prazer o dominava. Ele fodia a garota com seus cabelos longos enrolados em uma mão, e com a outra, alternava carícias e tapas em sua boceta. Os gemidos que ocupavam o espaço, o cheiro de sexo que pairava no ar, a boca e as mãos de Suzi, que buscavam meios de lhe dar ainda mais prazer; o corpo sinuoso da Vicky, que contorcia-se de tesão e, acima de tudo, o prazer que irradiava desde a cabeça do pau até seu peito, explodindo-o num gozo violento: elementos com poder suficiente para transportá-lo a outra dimensão, fazendo-o, enfim, alcançar a paz que tanto buscava, o esquecimento de tudo a sua volta.

Cerca de duas horas depois, Marco entendeu-se farto de tudo aquilo e todas elas, então, simplesmente vestiu a calça e foi até o bar, caminhando por entre as duas mulheres esparramadas no tapete persa de padronagem escura. Lânguidas, as duas o fitavam como se fosse um ser raro, supremo. Seu corpo másculo, escultural, destacava-se em luzes e sombras, acendendo desejos.

Marcos serviu-se de mais um pouco de conhaque e quando virou-se, deparou-se com Vicky e Suzi num beijo quente, avassalador. A cena o hipnotizou e Marcos apenas sentou no banco do bar e apoiou os cotovelos no balcão às suas costas.

Eram lindas, delicadas e pareciam entregues à aura de luxúria que os rondava.

Começavam a trocar carícias, descobrindo prazer uma no corpo da outra. A maneira como simplesmente o ignoravam e se entregavam, era hipnotizante. Estar ali, apenas assistindo, era quase mais um poder. O poder de estar no íntimo das pessoas, numa posição privilegiada de espectador, e isso era quase como ler suas almas.

Em meio as carícias e aos movimentos mais afoitos que as garotas começavam a trocar, os olhos da Suzi viraram-se para o Marco, temerosos, assustados, como se somente agora se desse conta do que estavam fazendo. Imediatamente ela intencionou afastar-se da colega.

─ Não. ─ Marco a deteve e então, Vicky também o fitou, sobressaltada. ─ Não parem. Vocês estão lindas.

Percebendo que sem querer descobriam mais uma forma de agradá-lo, elas beijaram-se com furor e fizeram sexo ali, sobre o tapete persa, sob os olhos de Marco Antônio, que mesmo excitado não atreveu-se a interrompê-las. Ao fim, quando ambas ainda contorciam-se em gozo, ele as deixou e foi ao seu escritório, levando consigo o cálice de conhaque.

Quando sua mente começava a despertar do torpor do sexo, as preocupações também voltavam a assaltá-lo e Marco se flagrou pensando na pesquisadora. Algo o estava incomodando, algo parecia querer lhe avisar de que ela era mais perigosa do que Lenon dizia. Não... ele não iria simplesmente deixar nas mãos do sócio, arriscando todo seu trabalho. Precisava tomar precauções.

Marco abriu o laptop e digitou o nome da mulher: Olívia Moniz. A morena de cabelos longos como uma cascata e olhos expressivos lhe agradou a retina de imediato. Não eram muitas imagens, mas em uma delas ela sorria e haviam duas covas em suas bochechas. Marcos sorriu, achando aquilo interessante.

Num impulso, pegou o telefone e digitou o número privado do Isaac, no segundo toque o homem atendeu. Nas noites em que o seu chefe recebia visitas, Isaac não dormia.

─ Isaac, ligue para o Mesquita e diga-o para enviar agora tudo o que tiver sobre a investigação.

─ Senhor, com certeza ele ainda não concluiu.

─ Isaac, se eu quisesse esperar a conclusão, não teria interrompido o seu descanso. Diga ao Mesquita que estou esperando por quaisquer coisas que tenha averiguado, e depois, leve as moças para casa. Já está bem tarde.

Isaac aquiesceu e minutos depois chegava ao e-mail do Marcos um calhamaço de arquivos e no corpo do e-mail, um breve resumo:

"Olívia Moniz, 27 anos, solteira, doutora em biotecnologia, nomeada antecipadamente como professora adjunta. Mora com a irmã, Poliana Moniz, 24 anos, solteira, professora de história, trabalha em uma escola de elite...". E assim seguia uma série de informações frívolas que fizeram Marco Antônio saltear os parágrafos, até que a palavra "financiamento" deteve o seu interesse: "Olívia inscreveu-se em um site de relacionamentos com homens ricos. Na descrição de sua ficha, ela diz estar em busca de um investidor para um projeto que desenvolve. O site chama-se "Sonhos e desejos"".

Seria cômico, se não fosse trágico. Ela seguia buscando meios para continuar sua pesquisa e, segundo o Lenon, afrontar o Futura. Ele ficaria furioso se soubesse que todos os seus recursos não conseguiram detê-la.

Instintivamente, Marcos se flagrou sorrindo.

"Audaciosa, a garota", pensou. "Audaciosa e teimosa. Que belo golpe seria o seu... se o Futura não fosse meu". E novamente sorriu, estreitando os olhos para a foto da morena em meio a um grupo de palestrantes. "Mas o Futura é meu, e só por sobre o meu cadáver ela irá dar uma de esperta para cima de mim!

Novamente Marco pegou o telefone, mas antes que pudesse digitar, as batidas curtas e suaves à porta foram seguidas pelo rosto do Isaac, surgindo através da fresta.

─ Senhor, com licença. As moças querem se despedir.

Marco dissimulou sua contrariedade por ter sido interrompido, levantou e ensaiou um breve sorriso para as moças.

─ Obrigado, senhoritas. ─ e de uma gaveta retirou algumas notas de cem reais, estendendo-as a Suzi. ─ Sei que Constance lhes destina uma comissão, mas gosto de gratificar bem quem me atende bem.

Atônita, e obviamente perdida, Suzi pegou o dinheiro e agradeceu. Não compreendia bem como o homem atencioso de minutos atrás transformara-se no sujeito frio e distante à sua frente.

─ Isso significa que gostou? ─ Vicky perguntou, ao olhar as notas nas mãos da colega.

Marco notou o nervosismo em seu olhar.

─ Sim, vocês trabalham muito bem.

Suzi estava para perguntar algo, quando Isaac segurou seu braço com delicadeza, porém firme.

─ Vamos senhoritas, está bem tarde.

As duas encaravam Marco com a decepção expressa em seus belos rostos. Marco não as compreendia, sua praticidade negocial não lhe permitia perceber que cada mulher enviada ao seu encontro, trazia a expectativa de ser marcante ao ponto de voltar. Sua frieza e apatia, destruíam todas as esperanças.

E quando todos saíram, Marco tornou a sentar e acessar o seu computador, mas jamais poderia imaginar o tamanho da surpresa que o aguardava, quando ao abrir a página do site "sonhos e desejos", deparou-se com o lindíssimo semblante aristocrático de Constance Wallis ─ dona da mesma agência que enviava as garotas para ele.

Marcos sorriu, desta vez largamente. Constance comia em sua mão e faria absolutamente tudo que ele pedisse.

Exitoso, recostou na cadeira e tamborilou os dedos no tampo de jacarandá, enquanto digitava o telefone pessoal da senhora Constance Wallis. Eram pouco mais de duas da manhã e se ela não estivesse acordada, ele não se importaria em acordá-la.

Afortunadamente, no terceiro toque a jovem senhora atendeu, claramente alarmada.

─ Senhor Marco Antônio? O que houve? As moças...

─ Tudo bem, Constance. A Suzi e a... ─ A memória seletiva do Marco trabalhava rápido.

─ A Vicky. Suzi e Vicky, foram as que enviei para o senhor.

─ Sim, Suzi e Vicky, elas já foram embora e tudo correu bem. O que quero tratar com você tem outro nome: Olívia Moniz, sabe quem é?

─ Olívia? Não me recordo... É alguma garota que...

─ Não, Constance. Ela está registrada em seu site de relacionamentos.

─ O Sugar?! Ah, sim... Deixe-me olhar... ─ O som das teclas soaram em meio ao absoluto silêncio. ─ Aqui! Olívia Moniz. Moça bonita.

─ Ela quer dinheiro, e eu quero ela.

Constance ficou muda por uns segundos.

─ Senhor Marco, ela não se enquadra como garota de programa, mas podemos ajeitar.

─ Como funciona, Constance? O que é preciso fazer? Seja o que for, quero que providencie, porque eu quero essa mulher.

Nervosa, Constance gaguejou um pouco, antes de finalmente começar a explicar.

─ Ela está buscando um relacionamento Sugar, que é algo parecido com uma amante. ─ Constance se empolgava, quando falava do seu maior sucesso. ─ O Sugar Daddy, no caso o senhor, entra com os recursos, arcando com gastos como faculdade, sustento, viagens, joias... E a Sugar Baby, no caso a Olívia, se predispõe a fazer-lhe companhia, a estar disponível. O serviço não é classificado como prostituição, já que não permitimos a citação explícita de sexo por questões óbvias, mas sabe como é... Conversando, tudo é possível.

─ Constance, querida... ─ Marco estava impaciente. ─ São duas da manhã. Não pedi uma dissertação sobre os seus negócios. Quero apenas que me diga o que devo fazer para ter a Olívia.

─ Sim, claro... Olhando a ficha dela... Nossa!

─ O que foi agora, Constance?

Não era algo comum ela bisbilhotar os perfis das Sugar Babies, porém, mais incomum ainda são perfis como o da Olívia.

─ É que... bem, o que acha de fazermos assim... Eu cadastro o senhor em poucos segundos e o senhor mesmo poderá entrar, olhar a ficha dela e entrar em contato. É assim que funciona.

Marco franziu o cenho, mas não contestou.

─ O que está esperando?

─ Como deseja se apresentar, Senhor Marco? Alguns utilizam pseudônimos.

Marco pensou por um instante. O que tinha em mente era arriscado, grandioso e peculiar. Um pseudônimo não seria aceitável.

─ Coloca Marco Antônio, apenas. ─ Seria menos arriscado. Se ela joga "Alencastro" na internet, todo o plano iria por água abaixo.

─ Vou deixar sem foto e depois o senhor coloca a que quiser.

─ Apresse-se, Constance, estou cansado.

A mulher balbuciou algo e, de fato, apressou-se.

─ Pronto! A senha é 123456 e o senhor poderá alterá-la assim que acessar o nosso site. Basta procurar por Olívia Moniz e verá na ficha dela tudo o que precisa, mas senhor...

Marco suspirou e aguardou que concluísse.

─ Senhor Marco, essa moça... Ela... Bem, se o senhor pensa em sexo, sugiro que seja bem convincente.

Marco empertigou a coluna, intrigado.

─ Por quê?

─ É... É melhor o senhor mesmo dar uma olhada.

Cansado e impaciente, Marco foi contundente:

─ Constance, diga de uma vez o que há aí.

─ Senhor Marco, essa moça, a Olívia, ela tem restrições... ─ Constance conhecia o apetite sexual do seu cliente e, pela primeira vez, ele pedia uma garota específica. Ela estava receosa de contrariá-lo. ─ Ela pede ajuda para um projeto pessoal, mas deixa bem claro que não oferece sexo, apenas companhia. ─ E tratou de amenizar o quanto antes. ─ Mas estou certa de que poderá convencê-la.

Um vinco profundo surgiu entre as sobrancelhas de Marco Antônio. Estava até um tanto animado em resolver dois problemas de uma vez: ter controle sobre a pesquisa e ter Olívia em sua cama. Seu sorriso com covinhas ainda estava fresco na memória.

─ Então, ela quer dinheiro, mas não em troca de sexo.

─ Sim senhor, e eu nem sei o fazer. Talvez, conversando, possa...

Isso não era problema para Marco Antônio. Olívia não seria a primeira e nem a última a ter sua vontade dobrada por ele.

─ Eu saberei o que fazer. Boa noite, Constance, e obrigado.

Assim que desligou o telefone abriu o site e acessar sua conta, indo direto ao perfil da Olívia.

Lá estava ela, meiga e bela.

Ainda intrigado, Marco se recostou na poltrona e fitou as covinhas evidentes no sorriso sutil.

"Ah, Olívia Moniz... eu te achei e vou revirar tudo que tem nessa sua cabecinha oca.", pensou, cantando vitória antes do tempo.


Yeah!!! Valeu a pena a maratona de estrelinhas? Volto o quanto antes com o capítulo 6, certo? Comportem-se e não esqueçam de votar. Xêro!

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