— O que?
Travis balançou a cabeça como se saísse de um transe total, me mantive imóvel tentando não acreditar no que ele tinha acabado de me chamar. Tínhamos acabado de fazer amor e ele disse nome da sua falecida esposa depois de um orgasmo intenso. Deus, era surreal como isso aconteceu.
— Kira... me desculpe. — Ele começou me segurando firme. — Eu... eu te olhei é....
— É viu ela? — Arrisquei.
— Seu olhar...
— Eu não sou ela.
Soltando um suspiro pesado podia sentir sua vergonha e eu não o culpava é muito menos o julgaria. Segurei em seu rosto e o beijei com todo meu amor e minha paixão.
— Eu te amo... — Murmurei acariciando o maxilar dele. — Você é meu mundo.
— Eu me sinto... tão...
— Não sinta... — Interrompi sorrindo. — Eu...
Uma batida forte na porta me fez sobressaltar voltando a realidade, ainda estávamos no hospital e esse era um assunto que teria que ser resolvido quando chegarmos em casa.
Travis abriu a porta e Max entrou me encarou e depois a ele e aquela cara de debochado veio com tudo de uma vez.
— Meu Deus, não podem fazer isso em casa?
— Do que você está falando? — Cruzei os braços sentada na cadeira.
— Eu não vou dizer que ele está com cara de quem acabou de perder a virgindade.
Ergui uma sobrancelha surpresa com o comentário dele que deixou Travis com mais raiva ainda, os dois acabaram entrando em uma discussão desnecessária de quem era mais idiota que quem, o que eu não conseguia entender. Quando Travis discutia com Max, ambos pareciam ter 14 anos novamente. Fiquei pensando nos que as pessoas diziam entre mim e Viviane e de como éramos parecidas até mesmo nas datas de aniversário, sempre acreditei que Travis entrou na minha vida por algum motivo só não sabia que seria algo além do compreensível. Quando era mais nova, minha vizinha Dona Simonetta sempre dizia que as pessoas nasciam com almas conectadas e que quando elas tinham algum destino essas almas se tornava uma só. No começo achei uma baboseira, mas agora percebo que talvez ela poderia estar certa.
— Kira! — Ouvi a voz de Travis mais alta. — Amor, você está bem?
— Sim, o que foi?
— Natalie entregou Julian. — Disse com um sorriso. — Seu plano deu certo.
Franzi a testa encarando ele. Havia algo estranho, ela foi muito rápida em entregá-lo em tão pouco tempo. Tem algo sujo por aí.