Um amor para recordar

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Oito anos atrás

— Travis... — A voz de Viviane falhava a cada esforço. — Venha, meu amor.

Meu coração estava cada vez mais apertado ao vê-la daquela maneira, a pele pálida, os lábios que antes eram cheios de vida ressecados, e os olhos de um tom caramelo que tanto amava admirar já estava perdendo sua cor. Eu estava perdendo minha esposa, o amor da minha vida aos poucos e não podia fazer nada a não ser lamentar por ser um completo idiota recém formado. Misteriosamente, Viviane desenvolveu uma doença em seu intestino que foi perdendo as funções lentamente, acreditávamos ser um tumor mas o que pensava ser se manifestou pelo rim e fígado dificultando toda as funções do seu corpo. Eu era recém formado na faculdade e em estava no meio do meu doutorado quando ela ficou doente. Como era residente no hospital não pude fazer muita coisa fiz pesquisas e tentei coisas novas mas nada adiantava o estágio dela estava piorando a cada segundo e com isso minha impotência e meu fracasso.

— Prometa-me, Travis. — Tossiu devagar. — Prometa-me que cuidará do nosso menino merece.

— Viviane... eu... — Engoli seco. — Prometo.

— Seja feliz, Travis. Você é um homem bom, honesto e amoroso. — Sorriu fraco acariciando meu queixo. — Não endureça seu coração. Eu amo você, meu poderoso chefão.

Viviane se foi deixando-me com uma bebê e um vazio enorme em meu peito que não sabia como lidar com a situação. Eu a amaria para sempre, e nunca, nunca existirá outra além dela.

***

Me peguei lembrando da noite de sua morte e de como foi duro os primeiro anos sem ela. Porém algo sempre me pareceu estranho, confuso e inusitado pelo o que estava acontecendo com a minha Viviane. Pensei que nunca mais a veria, até Kira aparecer na minha porta com seu linguajar afrontoso e seu jeito único de olhar o mundo. Eu a amei no primeiro dia em que discutimos, eu a amei ainda mais quando se colocou na frente por Thomas. Eu a amava perdidamente tínhamos uma conexão que ia além do físico nossas almas eram conectadas meu coração era dela e o dela era meu.

Quando ela deixou o hospital dizendo que me esperava em casa algo dentro de mim pedia para ir junto, para protegê-la de algo que não conseguia entender, porém não poderia deixar meus pacientes, já estava negligenciado o hospital por tempo demais. Logo mais tarde entrei em meu consultório pronto para ir para casa, quando liguei o telefone doze mensagens de Magnólia e vinte ligações de Kira, quando levei o telefone ao ouvido;

— Julian! Por favor pare esse carro! — A voz desesperada de Kira me fez cambalear até a mesa. — O que vai fazer comigo? Me solta!

Aquele maldito bastardo tinha levado minha esposa, ouvi as outras mensagens e todas eram dela gritando pedindo por ajuda e implorando aquele psicopata por um pouco de misericórdia. Com uma fúria queimando em meus olhos recolhi meu paletó e sai do hospital, entrei no carro e liguei o GPS do carro que conectou com o da Kira, saberia onde ela estava. Pisei no acelerador com vontade a velocidade.

Tudo de mais cruel se passava pela minha cabeça mas o pior era se aquele imbecil tentasse algo além com Kira a forçando fazer coisas que não queria, não iria perdê-la não desta vez. Perdi meu primeiro amor, não tive como lutar e a vida me fez assistir ela sofrer e partir me deixando completamente só nesse mundo. Podia sentir meu peito se apertar em uma agonia sem fim, estava cansado.

Em uma estrada quase completamente deserta que ligava a cidade de Londres a um condado próximo o sinal ficava mais forte até que de longe pude avistar o carro de Kira parado em um encostamento, a porta do passageiro estava aberta e o pisca alerta ligado. Completamente abandonado, antes de descer liguei para Max avisando sobre o que tinha acontecido e dizendo para ligar para o detetive Davis, sem discussão desliguei e sai do carro levando o celular, comigo levava uma lanterna.

Segui os rastros de galhos quebrados e pisadas fortes que deixava no chão no meio do caminho encontrei o telefone de Kira no chão, indicado que ela deve ter caído por aqui. Ao longo da mata pude ouvir um grito alto, desespero e choroso, era dela! Sai correndo com um medo do que poderia ver assim que entrasse naquela cabana. Iria tirá-la daquele pesadelo. Custe o que custar!

Encontrei em você - Continuação de Faça-me sua.Where stories live. Discover now