Mais uma chance - Degustação

De adrianaramosbrasil

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Isabela e André se amam desde a infância, mas uma decisão muda o rumo de suas vidas, afastando-os. "Precisam... Mais

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 30
Esclarecimentos

Capítulo 7

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De adrianaramosbrasil

— Nada.

— Isabela...

— Já houve, mas é passado.

— Acho que ele não sabe disso, porque tenho certeza que ele neste momento está planejando mil formas de me matar — seu tom é de brincadeira.

— Ele só late, não morde. — Olho para o André e o vejo soltar-se da garota bruscamente e sair pisando firme. Matheus morde meu lábio inferior lentamente, com um sorriso de lado fala baixo:

— Mas eu sim, quero te morder, e muito.

Continuamos a dançar, coisa que eu nem tinha percebido que estávamos fazendo, e nos beijamos durante um longo tempo, enquanto nossos corpos movem-se no ritmo da música, até a Lolita entrar entre nós dois.

— Preciso da minha amiga um pouco — me puxa pelo braço e me arrasta até o nosso quarto — o que pensa que está fazendo? — Seus olhos são pura fúria.

— Não estou te entendendo. — Cruzo os braços e fico de frente para ela. — Não foi você que me disse para me divertir, sair com outro cara, esquecer o André?

— Foi, eu disse. —Lolita caminha até a janela. Ela estava de costas para mim, ficou pensativa por um tempo, depois vira-se de uma vez para falar. — Quando eu disse isso foi para ver se o André caía na real e acabava com essa doideira de vocês dois, está na cara que ele te ama e já se arrependeu — ela fez uma pausa enquanto eu fico chocada —, e você está usando um cara legal, não podia ser outro... — não deixei que ela terminasse a frase.

— Ei, eu não estou usando ninguém, o Matheus é um cara legal, lindo e atencioso, eu acho que pode dar certo — sua expressão parecia que eu tinha falado que matei alguém e comi no almoço, me fazendo rir.

— Você acabou de sair de um relacionamento de uma década Isabela, ontem mesmo sequei suas lágrimas chorando por causa dele. Como assim pode dar certo com outro?

— Matheus é diferente, estou pela primeira vez muito afim de alguém. — Dou um abraço nela que fica rígida feito um poste. — Fica tranquila, ninguém está usando ninguém — dou um beijo nela e saiu do quarto deixando uma Lolita completamente paralisada.

Nem cheguei a descer as escadas, e fui puxada para um dos quartos.

— Me larga — falo tentando soltar-me de suas mãos que me seguram firme entre seu corpo e a parede. — Você já ficando repetitivo, sabia?

— O que pensa que está fazendo?

— Eu? O que você pensa que está fazendo? — Eu estava tentando inutilmente me soltar de seus braços. — Pensou o quê? Que eu iria ficar a vida toda correndo atrás de você? Pois tenho uma novidade, acabou — falo pausadamente — acabou, eu não quero mais isso, sabe o que eu quero? Você, só que bem longe de mim.

— Já chega, ok? Você venceu, era isso que você queria, vamos pôr um fim nessa besteira. Eu sou o idiota que descobriu que fez uma merda das grandes e está arrependido — ele tenta me beijar e viro o rosto para o outro lado. — Eu sei que você me ama, não pode ter me esquecido assim de ontem para hoje, pois eu nunca deixo de pensar em você um só dia. Eu amo você.

Estou tão confusa, principalmente quando seus lábios se encostam nos meus para um beijo, com certeza se fosse antes eu teria retribuído com muita vontade, se na minha mente não tivesse surgido imagens de todas as vezes que eu o imaginei com outras garotas, inclusive o que vi duas noites atrás me tirando da confusão em que estava. Saí do entorpecimento momentâneo.

— Tem razão, eu não deixei de te amar de repente. — Vi um sorriso se formar em seus lábios, olho bem em seus olhos, respiro fundo. — Foi bem devagar, lentamente. Cada vez que eu chorei por você, cada vez que só me lembrava de você e esquecia-se de mim mesma, morria um pouco do amor que eu sentia por você. — Estava doendo falar essas palavras, mas eu não poderia ser mais um brinquedo que o garotinho mimado achava que tinha perdido e estava ali chorando para ter de volta — Eu. Não. Quero. Mais. Você — falo pausadamente. — Não serei nunca mais o seu brinquedo. Nunca mais.

Ele se afasta lentamente de mim, olhando-me como se não estivesse acreditando, mas eu serei dura, firme e forte. Algo doeu dentro de mim quando vi lágrimas caíram de seus olhos. Eu queria abraçar e dizer que estava tudo bem, que eu o amava, mas não seria o certo, nada iria mudar, não seríamos mais os mesmos, eu estava magoada demais.

— Você não pode estar falando sério, eu amo você. Eu fui um idiota eu sei, mas eu te amo, e eu prometo que vou... por favor meu amor, me dá mais uma chance de...

— CHEGA! — grito com lágrimas nos olhos também. — Já chega de todo esse drama — ando até a porta para sair do quarto —, você ainda tem muito pra descobrir, pra viver, está muito novo pra falar para sua primeira namorada, a primeira garota que transou que... — Fiquei pensando antes de falar com todo o sarcasmo que consegui — como é mesmo que você me disse? — Deixo um suspiro sair dos meus lábios, dou de ombros — Deixa pra lá, isso já não tem mais importância. O que importa é que você tem razão. Precisamos viver, somos muito jovens para nos prendermos a alguém, e é isso que vou fazer. Eu só tinha ficado com você até hoje André, mas até isso já mudou para mim.

— Isabela...

Saio do quarto quase correndo. Percebendo que ele não havia me seguido fui em direção à praia, precisava ficar sozinha. Estou no escuro olhando para o mar e de longe podia ouvir Monte Castelo tocando quando sinto alguém ao meu lado.

— Oi, está tudo bem? — Matheus me virou para ficar de frente a ele.

Seus olhos curiosos procurando resposta que certamente não sairia facilmente dos meus lábios.

— Desculpa ter deixado você sozinho.

— Não tem problema.

— Me leva daqui — falo enquanto ele enxuga as minhas lágrimas suavemente.

— Só se você me deixar cuidar de você e prometer que mesmo se não tiver preparada vai me falar o que está acontecendo. — Eu afirmo com a cabeça impossibilitada de verbalizar qualquer palavra. Ele me abraça ternamente por alguns minutos me permitindo chorar, depois passa o braço por meus ombros e fomos em direção ao barco.

— Isabela! — A voz do André chega até os meus ouvidos feito uma rajada de vento.

Paro e antes que pudesse falar alguma coisa vejo o Matheus ser atingido por um soco, ele cai na areia e se levanta rapidamente, ele é mais alto que o André e revida com facilidade atingindo-o no queixo. Eu me coloco no meio dos dois ficando de costas para o André peço por favor, para Matheus que se afasta. Viro-me de frente para o André.

— Você ficou louco? Para com isso.

— Vem comigo agora — ele fala com a respiração ofegante.

— Não...

— Se você for com ele não tem mais volta, toda nossa história termina aqui.

Olhei para Matheus que já estava no barco. Ele olhava com expectativa aguardando a minha resposta, eu ergo a mão na direção dele que toma a minha firmemente. Entro no barco e saímos sem olhar para trás, eu sabia que esse era o fim, e quer saber? Estava aliviada por tentar algo novo. Por matar a pessoa que me atrapalhava de ser feliz.

Eu mesma.

Meu coração batia descompassado, eu queria voltar para abraçar o André e dizer que era ele que eu queria, mas sabia que se fizesse isso seria o meu fim. Estaria anulada e voltaria a ser a garota que namorava um cara que queria viver outras experiências além do amor verdadeiro. Não podia deixar, não queria mais essa relação, com certeza se voltasse agora, no futuro teríamos que terminar de um jeito ou de outro, ele não estava preparado para me dar o que eu queria e eu nem mesmo sabia se ainda queria. Eu estava quebrada e não seria a pessoa responsável por meu coração partido que iria curá-lo, não seria o André que colocaria os cacos que ele mesmo quebrou de volta no lugar.

Eu terei que fazer isso sozinha.

— Isabela, não esqueça que foi você quem pediu isso! — Ouvi a voz do André um pouco distante.

Realmente o ditado mais certo que existe é aquele que diz que "só se dar valor a algo quando se perde", eu não sei bem o que o futuro me aguarda, mas de uma coisa eu sei, eu vou lutar com toda minha força e farei de tudo para esquecê-lo. Eu sei que pode demorar um longo tempo, mas eu vou conseguir. Também estou certa que o primeiro amor não se esquece, mas vou procurar guardar só as coisas boas que vivi dele, porém as coisas ruins me servirão de lição a não amar alguém mais que a mim mesma.

Nunca mais.

Olho para ele parado no deque, meu coração quase fraquejou quando o vi com lágrimas nos olhos e com o lábio machucado com um pouco de sangue por causa do soco que Matheus revidou. Eu o amava tanto que queria voltar e limpar aquelas lágrimas, tirar o sangue dos seus lábios, abraçar seu corpo e dizer que tudo ia ficar bem. Que eu sempre seria sua. Deixo sair um soluço alto de dor.

— Quer que eu volte? — Matheus me pergunta.

Meu coração fraco falhou uma batida. Balanço a cabeça dando a minha resposta, pois a minha voz estava presa e não queria sair. Talvez essa fosse a escolha que me levaria ao maior erro da minha vida.

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