Mais uma chance - Degustação

By adrianaramosbrasil

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Isabela e André se amam desde a infância, mas uma decisão muda o rumo de suas vidas, afastando-os. "Precisam... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 30
Esclarecimentos

Capítulo 3

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By adrianaramosbrasil

Capítulo 3

Acordo já bem tarde, não tem barulho algum dentro do quarto, as cortinas estão fechadas deixando o quarto totalmente escuro. Me levanto e olho no celular, são dez horas, balanço a cabeça quando começo a lembrar de ontem à noite empurrando todo e qualquer sentimento para um lugar profundo dentro de mim. Jogo tudo para longe e sigo para o banho. Saio do banheiro com uma toalha enrolada no cabelo, e outra secando o corpo, a Lolita entra no quarto.

— Oi dorminhoca, o café da manhã já foi servido, só falta você.

— Não estou com fome — digo sem olhar para ela.

— Olha Isa, acho que devemos ir embora, ficar aqui não está te fazendo bem.

— Eu vou ficar bem, prometo. Loli, não quero ir embora, quero mostrar para aquele idiota que sei viver sem ele. — Recebi seu abraço amigável. — Só não me peça para disfarçar quando estivermos só nós duas, eu não quero ter que fingir estar bem pra você quando no fundo não estou.

— Claro que não, mas qualquer hora se algo tiver te incomodando vamos embora, ok? — balanço a cabeça afirmando. — Promete?

— Eu prometo.

Coloquei um biquíni, um vestido leve por cima e desci para o café. Fiz um esforço imenso para comer tudo que costumava comer. Os olhos de Lolita estavam sobre mim, me analisando. Terminei de comer e fomos para a praia, deitei-me em uma cadeira olhando perdida para o mar. Lolita foi falar com umas pessoas que estavam ali por perto. Não a culpo por se enturmar com todo mundo, estou uma péssima companhia.

— Oi. — Não precisei olhar para saber que era o André, sua voz que antes causava borboletas dentro de mim, agora me causou náuseas. — Você está bem?

Suspirei profundamente com aquela pergunta, ele está com pena de mim, preocupado com meus sentimentos, é sério isso?

— Estou ótima, estava melhor antes de você sentar do meu lado e vir com essa voz de quem se importa com meu estado emocional. — Minha voz saiu assustadoramente calma, eu estava ficando boa nisso.

— É claro que eu me preocupo com você. Terminamos, mas não significa que eu não me importe. — Fica calado por um tempo. — Eu te amo, eu sinto a sua falta Bela... — Me levantei de uma vez ao ouvir o absurdo que ele disse.

— Já chega disso. Eu não preciso da sua falsa piedade e de suas declarações mais falsas ainda. — Olho bem dentro dos olhos dele e falo firme. — Sabe André eu cansei. Cansei de nadar contra a maré, de tentar fazer você enxergar que o melhor é estarmos juntos, te fazer entender que te amo mais que tudo. Como pode dizer que me ama? Amar não é isso. — Respirei fundo antes de continuar. — Amor não tem nada com o que você tem demonstrado.

— Bela, vamos conversar melhor, você tem razão...

— Eu desisto. Desisto de conversar com você. Eu desisto de você. — Levantei e fui correndo para o mar, ele me alcançou segurando o meu braço.

— Não diz isso, Bela. Vamos conversar e resolver isso, eu quero que me perdoe, eu pensei melhor. A gente pode voltar e esque...

— Não André, você não entendeu, para mim chega. Não quero mais saber dessa relação doentia, isso não é pra mim. — Puxo meu braço com força. — Você quis sua liberdade, agora a tem. — Sigo andando para o mar, mergulho deixando as águas levarem toda vontade de voltar atrás, me jogar em seus braços e beijar sua boca. Ele disse que quer meu perdão? Não seria assim tão fácil, não depois do que eu vi ontem. Na verdade, ele nunca o teria.

Fico um tempo na água até me sentir melhor depois de nadar um pouco.

— Vamos subir, estou morrendo de fome. — Lolita me chamou. Eu entrei na ducha para tirar o sal do corpo. — Eu vi você e o André conversando, confesso que achei que vocês fossem se beijar. O que ele queria?

— Olha Lolita, não quero você no meu pé querendo saber cada passo meu, já está ficando chato isso, eu estou bem e o que ele queria não é importante. Não mais. — Minha voz soou um pouco mais ríspida do que o necessário. — Eu não quero mais falar sobre ele, ok?

— Tudo bem — ela levanta as mãos em sinal de rendição —, desculpa senhorita, não está mais aqui quem falou.

Ela vai para sair e eu seguro no braço dela.

— Amiga, desculpa. Não deveria ter falado assim com você. — Meus olhos se enchem de lágrimas. Ela afirma com a cabeça e me abraça.

— Eu sei que deve estar sendo difícil para você com ele aqui... — Ela ri. — bem, não vou falar mais sobre isso.

— Me perdoa?

— Claro, somos amigas, não somos?

— Sim, mas você não é meu saco de pancadas. Sinto muito por isso. Vou te contar o que ele queria.

Durante o almoço as garotas faziam planos para saírem à noite, não deixei de notar que o André estava indiferente com a Samy, distante e evitando sempre que ela tentava alguma aproximação. Cretino.

Era como se ontem eles não tivessem tido nada. Ela chega perto e ele logo se esquiva. Se eu não tivesse visto os dois juntos nem iria imaginar o que está acontecendo. Depois do almoço alguns foram para a piscina, outros para os quartos. Fiquei conversando com o Dante e a Lolita na piscina. Rolou de tudo um pouco, tínhamos os mesmos gostos para música, cinema e livro. Quando a Lolita foi buscar algumas bebidas ele veio com uma conversa diferente.

— Sabe Isabela, você não parece ter 19 anos, você é bem madura pra sua idade, até seus gostos por livros e músicas antigas, seu jeito... — Ele olhava intensamente pra mim. — Cara você gosta do Elvis! Se eu não fosse amigo do André te convidaria pra sair — sussurra como se fosse um segredo.

— Nossa! Isso não tem nada a ver. Ele é meu ex-namorado. — Sinto que estou corando e falo rapidamente. — Não que eu esteja interessada em você, mas isso que você falou não faz sentido.

— Faz todo o sentido se eu não soubesse que... bem... eu sei que...

— Sabe o que Dante? — pergunto chegando mais perto dele na borda da piscina. Fiz cara de sedutora ou ao menos tentei, fui aproximando. Na verdade, eu não estava me reconhecendo.

— Sei que o André é louco por você. — Ignoro o que ele disse e me aproximo.

— E se eu quiser te beijar agora? Você me impediria?

— Nossa... — Ele me olha firme. — Você não faria isso.

— Por que acha que eu não faria? — Chego um pouco mais perto, nossos corpos quase se encostando. — Me dê um bom motivo para não fazer, para não beijar você agora.

— Sei que vocês têm uma história, e ainda tem sentimento envolvido e eu não quero... você sabe. — Ele para, me olha sério. — Você disse, beijar? — Eu olhei para ele e comecei a gargalhar. Como é irônico isso, logo ele interessado em mim. — Ei, rindo de mim ou para mim? — Ele vem em minha direção — qual o motivo da graça? Vou afogar você e te fazer cócegas pra você rir com motivo, para mostrar que não pode ficar brincado com essas coisas, Isabela. — Me afasto dele com as mãos estendidas para ele não chegar perto, mas ele é mais rápido e começa a fazer cócegas em minha cintura.

— Para Dante, por favor — eu gritava entre uma gargalhada e outra. Ele continuava com a tortura de me fazer cócegas, eu me contorço e tentando fazê-lo parar, a água espirra para todo lado enquanto eu tento segurar suas mãos e sair do canto em que eu estou encurralada. Ele também ri muito se divertindo com a brincadeira. Estamos fazendo o maior escândalo, tenho ciência disso.

— Isabela, o que significa isso? — Dante para, olha para o André com cara divertida, eu ainda ria com lágrimas nos olhos. Aproveito a distração e passo por baixo do seu braço fugindo para o lado oposto.

— Essa garota, é uma abusada, provocadora — ele diz enquanto aparecia mais gente ao redor da piscina.

— Fica longe dela. — André diz entre dentes.

— Ela me desafiou, bem ela mereceu — ele nada em minha direção ignorando o aviso do André, enquanto eu faço uma tentativa de correr para longe dele gritando socorro. Alguém pula na água entrando na brincadeira, me segurando enquanto Dante se aproxima com cara de predador cantando uma música ridícula que parecia de filme de terror e eu ria mais ainda. Ele para em minha frente sorrindo. — Vou deixar essa passar, pode soltá-la Lucas — quando ele vira de costas eu pulo no pescoço dele novamente.

Não olho para ver com que cara está o André, já que quase todo mundo entra na brincadeira de tentar afogar o outro e virou uma festa na piscina. E eu estava me divertindo, que se dane o André. Saí da água um tempo depois para me arrumar e comer alguma coisa e nem sinal dele. Entro no banho e fico pensando em como seria bom se o Dante não fosse amigo do André, ele é um cara legal, divertido.

Depois do banho escolho um vestido solto de tecido florido, uma sandália anabela não muito alta, passo um batom e estou pronta. Quando chego na entrada do deque ouço alguém falando meu nome, instintivamente paro para escutar.

— O nome dela é Isabela, não é legal falar dos outros assim, Samanta.

— Não sei o que ele viu nela, uma garotinha sem sal, se veste como uma tia. E aquela cara de inocente? Só veio para atrapalhar, ontem ele não queria ficar comigo para não ferir os sentimentos da picolé de chuchu, mas você sabe que tenho minhas táticas de sedução, tive que jogar baixo — ela ri — ele pensa que me engana, mas com certeza ele gosta dela. Ficou todo preocupado com os sentimentos da garota, mas eu sei como fazer amiga, nenhum homem resiste a uma chupada bem dada, acho que nem isso ela sabe fazer.

— Deixa de ser má Samy, ela me parece legal, e isso que você disse é verdade, com certeza ele gosta dela, está na cara dele. Sem contar que todo mundo viu claramente que ele te evitou o dia todo e como ele ficou bravo com amigo dele, sem contar que fica rodeando a ex o dia todo, não reparou como ele não tira os olhos dela? Sai dessa que não vai ter futuro. Você pode sair magoada. Eles vão voltar com toda certeza.

— Por pouco tempo, você vai ver. Quem prova da Samy uma vez sempre quer mais.

— Claro, ainda mais depois que você me contou que ele gozou chamando o nome dela.

— Mero detalhe.

Dou meia volta para o quarto. Picolé de chuchu? Entro, fecho a porta e fico encostada nela tentando digerir tudo que acabei de escutar. Vou para frente do espelho e olho com insatisfação para a imagem refletida. Analiso o vestido simples que estou usando, desço meus olhos até as sandálias anabela de salto médio. Não que eu não soubesse andar de salto, mas poxa estamos em uma praia, como querem que eu me vista? Para entrega do Oscar? Além do mais, eu não gosto de ser o centro das atenções. Olho mais uma vez para minha imagem.

— Tenho que fazer alguma coisa, picolé de chuchu foi o fim da picada. — Era assim que a Lolita se referia a Kristen Stewart da saga crepúsculo. Apesar de achar a Kristen linda, agora estou me sentindo a própria Isabela Swan, vulgo picolé de chuchu, sem sal, sem graça. Ah, mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo. E aquela história do André falar meu nome enquanto goza com outra? Isso só prova o quanto ele é um idiota mesmo. Um cretino que não está nem aí para os sentimentos dos outros. Se bem que aquela garota deve ser da mesma laia dele, sem sentimento. Me olho no espelho e lembro do que fui chamada. Picolé de chuchu.

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