O Onipotente_ DEGUSTAÇÃO

By VaulineGoncalves

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SINOPSE A cientista Olívia Moniz descobriu mutações genéticas na soja produzida no Brasil, o que pode estar p... More

APRESENTAÇÃO DE PERSONAGENS
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12

Capítulo 1

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By VaulineGoncalves


Olá!!! Estava com saudade de escrever aqui, no watts!!! Vocês estão comigo? Que bom!!!

Vamos fazer uma combinação, eu e você? Eu posto aqui, toda semana, um capítulo novo, bem legal dessa história para você ler de graça, e em troca você me dá uma estrelinha linda e deixa aquele comentário sobre o que achou do capítulo. As duas coisas são muito importantes, tá?

No mais, espero que gostem de mais essa história. Beijão!!!


OLÍVIA

Parada em frente à porta de casa, Olívia esperava que seus sentimentos se reorganizassem. A raiva, a frustração e a dor precisavam dar lugar à coragem para assumir que sua luta havia acabado, que a hipocrisia, a indiferença e a ambição haviam vencido e seus nove anos de dedicação absoluta à pesquisa, foram em vão.

Ela respirou fundo, bloqueando mais uma vez as lágrimas. A imagem daquelas pessoas da comissão ─ todas desconhecidas, alheias aos seus anos de estudo e de renúncia ─ ainda pairava viva, mesmo depois de quase cinco horas. Horas em que ficou rodando por aí, à esmo, sem saber o que mais poderia fazer da sua vida.

Olívia dedicou cada minuto da sua graduação, mestrado e agora doutorado em biotecnologia, à pesquisa sobre mutações da soja, e nos últimos estudos, havia descoberto que muitos produtores nacionais estavam alterando a fórmula do defensivo agrícola Bt e, consequentemente, o DNA da soja, com intuito de aniquilar o maior número de pragas. Contudo, eles também estavam aniquilando a vida humana, provocando câncer em centenas de pessoas sem que órgão algum os detivesse.

"Sua pesquisa não é conclusiva, Olívia. O Bt é liberado pelo Ministério, é legal. Ninguém investirá nisso se não houver algo mais concreto", dizia o professor Tenório, seu orientador, vez após vez. Como conseguir algo mais concreto, se as fundações, associações e órgãos lhe negavam o dinheiro para aprofundar a pesquisa?

Olívia suspirou e ergueu o rosto, encarando o número 202 do apartamento que dividia com sua irmã, Poliana.

Não conseguiu evitar que a lágrima rolasse, porque sabia que estavam sendo injustos e injustiça deixava a Olívia fora de si. Não era uma menina, e aos 27 anos ela sabia discernir a impossibilidade, da má vontade. Não interessava ao governo, nem à Associação de produtores de soja, que um negócio absurdamente lucrativo fosse abalado por causa de algumas centenas de mortes. Quem era ela, uma mera pesquisadora, para ir contra?

A dor cresceu e ela apertou os olhos, deixando, mais uma vez, as lágrimas de decepção rolarem.

Acabou. Não havia mais a quem recorrer. Os custos eram altos, o risco maior ainda.

Com um suspiro, Olívia conseguiu controlar os nervos e, enfim, enfiou a chave na fechadura.

─ Liv? ─ Poliana estancou na saída do quarto e seu coração apertou ao ver a irmã naquele estado. Olívia nem precisava contar, Poliana acompanhou toda a sua luta, sua paixão pela pesquisa, e vê-la naquele estado dispensava explicações. ─ Meu Deus...

Quando os braços da Poly envolveram Olívia, a represa rompeu. A dor deixava seu corpo com violência, rasgando tudo na necessidade de extrapolar.

─ Deixa sair, bebê... ─ Ainda abraçada à irmã, Poliana foi até o chão com ela. ─ Eu sei que doi, Liv. Aqueles filhos da puta te negaram financiamento novamente, não foi?

Era a sua última oportunidade de conseguir apoio financeiro. A última.

Olívia sequer lhe deu resposta. Falar só iria dilacerar ainda mais a ferida. Poly havia visto Olívia abdicar de passeios, festas, oportunidades e relacionamentos para poder estudar, pesquisar, mergulhar profundamente naquilo que tanto acreditava e entendeu que era impossível julgar o que a irmã sentia. Só quem se entrega como ela se entregou, sabe o tamanho dessa frustração. Poliana só poderia comparar à vez em que largou o emprego, namorado e família para entrar em uma seleção para o emprego dos seus sonhos. Passou duas semanas em Curitiba, em treinamento. Estudou, bajulou, engoliu a saudade e o orgulho, ficou dentre as três melhores e já havia planejado toda a sua vida com o novo emprego, mas voltou para casa com uma mão na frente e outra atrás, humilhada, desempregada e puta da vida.

Ela sabia que a frustração de Olívia era dez vezes maior. Ela havia dedicado duas semanas, Olívia dedicou nove anos.

─ Precisa ser forte, Liv. Não há nada a se fazer. Foi uma merda? Foi! Foda-se, agora. Bola pra frente!

Se recompondo, Olívia afastou-se e limpou o rosto. Poly estava certa, não havia o que fazer.

─ Acabou, Poly. Acabou mesmo.

Com o coração pequenininho, Poliana acariciou os cabelos longos, lisos e cheios da irmã. Eles eram de um castanho puro, bem mais escuros que os seus.

─ A pesquisa acabou Liv, não a sua vida, essa começa agora. Desde que entrou na faculdade, você vive só para isso. Está na hora de ser alguém normal.

Olívia assentiu e se ergueu, resgatando forças sabe-se lá de onde. Poliana a acompanhou.

─ Preciso de um banho. ─ Olívia recolheu do chão a bolsa e a pasta com sua pesquisa.

─ Já sabe o que quer fazer? ─ Poly a fitava com preocupação e amor.

─ Vou apresentar a tese e fechar o doutorado. No mais, continuar com o grupo de pesquisa até encontrar um emprego. Não quero continuar na Universidade. Aquilo me faz mal.

─ Eu me referia ao que quer fazer hoje, Liv. Quer sair? Quer ler um livro? ─ Poly perguntou empolgada. ─ Tenho um sobre uma garota que perde...

Sentindo-se exausta, Olívia deu de ombros.

─ Não, Poly... Hoje não. Só quero dormir.

Resignada, Poliana esperou que Olívia fosse para seu quarto e ligou para Mirna. Sem chance de deixar Olívia curtir aquela fossa. Mirna era a pessoa certa para arrancar a irmã do buraco.

Olívia não havia conseguido dormir e apenas ficou com o olhar fixo na parede branca, tentando deixar a mente vazia e evitar a raiva.

As batidas na porta a despertaram do torpor.

─ Liv, posso entrar?

Era Mirna, sua amiga de anos. Elas, junto com Poliana, eram inseparáveis, embora Mirna fosse muito diferente das duas irmãs. Enquanto a Olívia era caseira, tranquila, e a Poliana animada e sonhadora, Mirna era um vulcão em erupção constante. Para ela, a vida era uma eterna festa.

─ Pode, amiga. ─ ela sentou e recostou nos travesseiros, acendendo o abajur. A noite já havia caído e tudo era penumbra. ─ Venha aqui.

Mirna sentou na cama e segurou a mão da Olívia, embora esta precisasse de um abraço. Mirna não era a pessoa mais tátil do mundo. Seu afeto era demonstrado de outras formas.

─ Vou te pedir uma coisa, e não quero um "não" como resposta. ─ Olívia conhecia bem demais a amiga e com um sorriso conformado, assentiu. Lá vinha uma "proposta indecente". ─ Um figurão está dando uma festa e quero que venha comigo. ─ Olívia tentou negar de primeira, mas Mirna não aceitou a recusa. ─ Escuta antes. você precisa sair, ver gente, esquecer seus problemas. Será uma festa linda, na casa do cara, com comida e bebida boa, gente bonita... Vamos.

Ficar negando era gastar energia em vão e Olívia sabia o quanto isso era uma merda. Vencida, fitou a amiga. Ela tinha o olhar manhoso e até perdeu o jeitão de loira fatal que sempre ostentava, dando lugar à meiguice.

─ Certo, eu vou, mas sabe que vou tomar um porre, não sabe?

Mirna riu. Há muitos anos não via a Olívia bêbada.

─ Eu vou adorar! E pode deixar...eu cuido de você.

Sentada no banco alto, apoiada em uma mesa bistrot, Poliana observava a irmã. Liv era uma morena alta, cheia de curvas, mas não tão voluptuosa quanto Mirna, que era o tipo mulherão. Distribuindo sorrisos, Olívia encantava dois homens com quem conversava. Quem via suas covinhas nas bochechas, frutos do sorriso largo, nem percebia o olhar triste que ela tinha.

─ Ela não relaxa, né?

Mirna sentou ao lado da amiga. Tinha a mesma idade que Olívia, mas Poliana era três anos mais nova.

─ Ela está altinha, Mirna. Não seria melhor ficarmos com ela?

─ Qual é, Poly? ─ e pegou uma taça de proseco que "passou" por ali. ─ Ela está liberando as toxinas. A Liv andava travada demais e, eu sei, ali dentro vive um ser humano cheio de sangue quente.

Poly observava a cena. Os dois homens pareciam fascinados e sempre que um deles tentava tocar a Liv, ela o repelia discretamente.

─ Olívia precisa viver, Mirna, encerrar esse ciclo, esquecer essa pesquisa.

─ Ela vai esquecer. Olha lá... ─ sutilmente, Mirna mostrou a cena mais adiante. Um terceiro homem acercou-se de Olívia e seus olhos brilhavam de luxúria. ─ Ela é um imã! Ela teria qualquer um desses nas mãos com um estalar de dedos.

─ Minha irmã não sabe do potencial que tem, Mirna. Ficou tanto tempo focada em estudos, afundada naquela Universidade, que esqueceu de si.

Mirna calou-se, observando a amiga por algum tempo. Os caras gravitavam ao seu redor.

─ Poly... de quanto mesmo a Olívia precisa para colocar essa merda de pesquisa para frente?

─ Uma fortuna. Mais de R$ 1 milhão. Por quê?

Mirna não respondeu. Ao invés disso, sorveu seu proseco com a mente trabalhando. Se alguém sabia o poder que uma mulher bonita e inteligente tem sobre um homem, esse alguém era a Mirna. Filha de um advogado bem sucedido, nunca precisou trabalhar, mas adorava o luxo, o glamour e, principalmente, desafiar o sistema. Quando, há alguns anos, aventurou-se como escort girl, era exatamente o que ela queria: arriscar-se, cruzar a linha e transformar prazer em luxo. Até descobrir que seu principal cliente era também cliente do seu pai.

─ Vou salvar minha irmã. ─ disse Poly, ao deixar Mirna com seus pensamentos.

Sem dúvida estava bêbada, mas não inconsciente. Enquanto vomitava no banheiro de granito rosa, Olívia escutava Poliana e Mirna discutirem sobre quem tinha responsabilidade por Olívia estar sentada sobre uma mesa de bilhar, em meio a um beijo triplo com dois homens desconhecidos, e quase vomitar neles, quando a encontraram.

─ Querem parar com essa merda?! Eu estou bem!

─ Não está não! ─ Mirna e Poliana falaram juntas, surpreendendo Olívia.

─ Vou buscar algo para ela comer e chamar um táxi.

Poliana saiu batendo os pés.

─ Venha, Liv. ─ Mirna a encaminhou até um lounge na saída do banheiro e agachou-se à frente da amiga. ─ Está melhor mesmo?

Ainda tonta, ainda nauseada, mas lúcida.

─ Estou. E parem de falar merda. Eu curti o beijo, tá? Ninguém estava abusando de mim. Já sou bem crescidinha.

Mirna ergueu uma sobrancelha, curiosa e admirada.

─ Ok, dona crescidinha. Do jeito que eles estavam afoitos, se não a resgatássemos, estaria agora na cama com os dois. Curtiria também?

Mirna ajeitava os cabelos de Olívia.

─ Quem sabe? ─ Liv deu de ombros. Não era puritana, só não tinha tido muito tempo para pensar em sexo na mesma proporção com que Mirna pensava. ─ Eles eram gostosos.

─ Sem dúvida. ─ disse Mirna, rindo, ao sentar ao lado da Liv.

O silêncio se fez, mas as mentes trabalhavam. Enquanto Olívia remoía as aventuras amorosas perdidas, Mirna conjecturava todas que Olívia ainda poderia viver.

─ Liv... você esgotou todos os recursos para o financiamento, não foi?

Olívia encarou a amiga, antes de pender a cabeça para trás, exaurida.

─ Chega desse assunto, Mirna. Acabou. Doi dizer isso, mas acabou.

─ E se houvesse uma possibilidade?

Liv ergueu a cabeça e olhou para Mirna com pura descrença.

─ Você tem 1 milhão de reais para me emprestar?

A loira riu, mas manteve o foco.

─ Olívia, você sabe que já fiz uns progra...

─ Ah, não! ─ Liv juntou os joelhos e envergou o corpo para a frente, sentindo o estômago voltar a embrulhar. ─ Respeito suas escolhas, mas não dá para mim, amiga.

─ Não estou dizendo para você fazer programa, gata. Sei que não é seu perfil, mas existe outro meio.

Ela não sabia que merda Mirna tinha na cabeça para lhe propor algo do tipo, mas estava bêbada, na porta do banheiro de uma casa que nem conhecia, esperando Poliana que não voltava nunca. Não tinha muito o que fazer.

─ Do que você está falando?

─ Relacionamento Sugar, já ouviu falar?

─ É aquele em que um velho rico paga as contas da garota e em troca ela vira amante dele? Antigamente chamava-se prostituição, Mi.

Com um suspiro que clamava por paciência, Mirna apoiou os cotovelos nas coxas, igualando seu olhar ao de Olívia.

─ Não é prostituição e, teoricamente, não precisa envolver sexo.

Olívia ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

─ Mirna Sanches, eu preciso de um milhão de reais. Que homem me daria um milhão de reais antes de eu fazer sexo com ele até não poder mais?

As duas se encaravam de perto.

─ Não custa tentar. Você tem algo a perder?

─ Meu tempo?

─ Mais do que já perdeu?

Doeu. Olívia abaixou o olhar e quando o ergueu, o fez para frente, ao longe. Sabia que era pura utopia da Mirna, homem algum lhe daria tanto dinheiro se não quisesse, no mínimo, muito sexo.

─ Desculpe, Liv, não quis te magoar.

Olívia fitou suas mãos de unhas pintadas no estilo "francesinha".

─ Eu sei. E, quer saber? ─ olhou para Mirna. ─ Você não mentiu.

Mirna apertou os lábios, ponderando antes de insistir.

─ Então, por que não arriscar? Basta um cadastrado, umas fotos e espera para ver. O pior que pode acontecer é uma proposta de sexo e você ainda poderá negar, se não quiser.

Olívia tornou a fitar ao longe e viu Poliana se aproximando.

─ Acho insano, Mirna. É desespero demais.

─ Não, Liv... é determinação demais. ─ Mirna pôs a mão sobre a da sua amiga e elas voltaram a se fitar. ─ É seu grande sonho, amiga. São centenas de vidas que estão sendo consumidas por cânceres provocados por essa maldita soja e você pode parar isso. Acha que não vale a pena arriscar?

Poly vinha abrindo caminho dentre os convidados.

─ Poliana está chegando, não quero que ela saiba dessa nossa conversa.

Mirna assentiu dois segundos antes de Poly de fato chegar.

─ Que merda de lugar! O cara do táxi demorou para encontrar. ─ Poliana bufava de raiva. ─ Enfim, o táxi está esperando a gente. Vamos?

Dois dias depois, Olívia precisou reviver toda a frustração, quando defendeu sua tese para a banca do doutorado. Uma tese que jamais iria provar. Mas, ao fim, agora ela era doutora em biotecnologia e sua pesquisa iria para uma estante mofada na biblioteca da Universidade.

Grande coisa!

Havia mudado os móveis de lugar; limpado cada canto do apartamento de dois quartos com um empenho avassalador; lavado todas as roupas sujas da casa e feito comida para no mínimo cinco pessoas, quando Poliana chegou do trabalho, no final da tarde.

─ Uau! ─ A moça magra de cabelos castanhos claros olhava ao redor, admirada. ─ Há muito tempo não vejo esta casa tão limpa!

Usando um short curto de malha, camiseta e com um pano de limpeza preso à cintura, Olívia sorria, rubra de cansaço.

─ Arrumei o seu guarda-roupa também, consertei o chuveiro e fiz a janta.

Poly abriu a boca, estupefata.

─ E por que tudo isso? Onde está a minha irmã? Quem é voce?! ─ brincou.

Liv sorriu. Sentia-se meio grogue de exaustão, mas precisava aproveitar o sangue quente para dizer o que precisava dizer.

─ Eu precisava pensar, Poly, esvaziar a cabeça.

Poly sabia que a exaustão física ajudava a mente de sua irmã a relaxar.

─ E agora, se sente melhor? ─ Poliana largou a bolsa e as provas dos seus alunos sobre o sofá.

─ Sim, estou. Poly, posso falar com voce?

─ Agora?

─ Sim. Tomei uma decisão e quero que seja a primeira a saber.

Olívia contornou a bancada e pegou na geladeira uma jarra de suco e dois copos, servindo-os. Sentava no banco, apoiada sobre a bancada, Poly observava a irmã.

─ Como foi a banca?

Liv deu de ombros e sentou ao lado da irmã.

─ Foi como eu esperava. Fui aprovada e poderei seguir no grupo de pesquisa, mantendo a bolsa.

─ Não está feliz?

Liv ergueu o olhar avelã para a irmã.

─ Sim, estou. Claro que estou.

Poly deslizou a ponta do dedo entre as sobrancelhas espessas e delineadas de sua irmã.

─ E esse vinco aqui, é o quê?

Olívia sorriu e segurou a mão de Poly. Apesar de Liv ser a mais velha, elas sempre trocavam de lugar e uma cuidava da outra. Era assim desde a morte da mãe, há dez anos. Elas estavam de partida para a capital, para estudar, quando a diabetes da mãe avançou e seu pai, um militar reformado, não permitiu que as filhas desistissem de suas carreiras para fazer-lhe companhia na cidadezinha onde nada acontecia. Acostumado com o interior, vivia em uma cidade a 200 quilômetros dali.

─ Poly... Existe uma possibilidade muito, muito remota de conseguir um financiamento....

─ Ah não, Liv! Voce disse que tinha acaba...

─ Me escuta! ─ Olívia segurou a mão da irmã, aflita. ─ Por favor, me escuta.

Poliana encarou a morena, dando-lhe atenção, embora estivesse certa de que já passara da hora de Olívia seguir a vida e parar de arrastar correntes.

─ A Mirna me falou de um site. ─ Poly meneou a cabeça, desconfiada. ─ É de relacionamento Sugar. ─ Poly abriu a boca, mas Olívia nem a deixou falar. ─ É só um cadastro e não vai rolar sexo!

─ Como não, doida?! O site é para isso!

─ Não. Conversei com a criadora do site. Ela já faz isso na Europa há anos e me disse que não... não é tão comum, mas acontece de não envolver sexo. ─ Liv deu de ombros, insegura. ─ Não sei se vai dar certo, mas preciso tentar.

─ A Mirna que pôs isso na sua cabeça? Vou matar aquela vaca!

─ Não, Poly. Ela falou da possibilidade, mas eu tomei a decisão. ─ A jovem não estava muito disposta a escutar, mas Olívia segurou em seus ombros, roubando-lhe a atenção. ─ Poly, eu não teria paz sabendo que existe essa possibilidade, sem que eu nem mesmo tenha tentado.

Os olhos de Olívia eram de uma expressão incrível e passavam o medo mesclado à firmeza de quem não iria mudar de ideia. Os cílios longos, muito negros, emolduravam um olhar de súplica e Poly não poderia resistir.

─ E o que quer de mim, Liv?

─ Quero que me apoie. Que me ajude com o cadastro e esteja comigo.

Sempre embarcavam em tudo juntas. Foi assim que os pais as criaram ─ unidas. Era assim que tinha que ser.

─ Está bem. E o que pretende fazer para convencer um homem a lhe dar um milhão de reais sem que você tenha que dar para ele?

Liv ensaiou um sorriso. O bom humor de Poliana estava voltando. Incipiente ainda, mas estava voltando.

─ Venha. Eu estava te esperando para fazermos o cadastro.



Eita, Olívia do céu!!! Mulher...não sei se você é louca ou só desesperada mesmo. E vocês, o que acham? Deixa um comentário e não esquece de votar na estrelinha. E mais... se ultrapassarmos 100 estrelinhas (curtidas, votos) no capítulo, até a quarta-feira (14/08), eu posto o capítulo dois antes do próximo sábado. Vamos lá? Indiquem esse texto. Quanto mais indicarem...mais votos teremos!

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