My Little Elf - ChenSung

By angel_faiiry

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'Não saia da trilha Quando pela floresta passar, Pois entre belezas escondidas Um mal espera para atacar...' ... More

Book Trailer - My Little Elf
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XX
XXI
XXII
XXIII
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XXV
XXVI
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XXIX
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XXXI

XIX

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By angel_faiiry

HaeChan


Esses últimos dias foram uma droga.

Desde a discussão que eu tive com ChenLe, eu comecei a evitá-lo a todo custo.

Para me manter ocupado, pedi a Jeno que me permitisse fazer as patrulhas com ele. Por ser um trabalho cansativo, ele aceitou de bom grato a ajuda.

Até o dia em que fui atacado por criaturas feitas de magia negra.

Por pouco não fui morto. Apenas alguns ferimentos superficiais.

— Sorte não ter se ferido gravemente — falou TaeYong, após Jeno ter lhe informado do ocorrido. — Quando é ferido diretamente por magia negra, não dá para curar.

Apenas balancei a cabeça, mostrando ter entendido.

— Eu não vejo magia negra tão forte desde… — Começou Jeno, pensativo, porém não terminou a frase, sendo TaeYong a complementá-la.

— Desde a caça aos seres mágicos — disse TaeYong e franzi a testa, em uma pergunta silenciosa para o druida. — Você se surpreenderia com o quão hipócritas os humanos podem ser, HaeChan. Temendo a magia natural dos filhos do carvalho, os homens buscaram a magia negra como uma espécie de arma, mal sabendo o mau que ela causa na alma de quem a pratica.

— Idiotas — conclui, sentindo minha repulsa por aquela raça aumentar ainda mais.

TaeYong, por sua vez, apenas balançou a cabeça, negando.

— Os humanos têm medo do que não podem controlar, HaeChan, e, assustados, procuram soluções terríveis. O medo tira de nós a capacidade de raciocínio e libera nosso íntimo mais primitivo. É da natureza humana agir assim.

Não discuti, não valia a pena.

— Descreva outra vez como eles eram, HaeChan — pediu TaeYong, agachado na grama.

Estávamos no lugar em que eu havia sido atacado. Eu estava encostado contra uma árvore, Jeno perambulava pelos arredores próximos — observando ou farejando, vai saber —, enquanto TaeYong examinava o local minuciosamente, como se pudesse ler os rastros que a magia deixou, e esses pudessem lhe fornecer respostas.

— Parecia um cão enorme, como eu já falei — umas quinhentas vezes nos últimos trinta minutos, complementei em pensamento, mas controlei a língua. Eu não tinha muita paciência, me julguem. — Só que, era como se a pele fosse carne podre, dava para contar as costelas. Os dentes eram grandes de um jeito anormal, os olhos vermelhos sangue. E ele possuía uma aura negra, como sombras sólidas, o envolvendo.

TaeYong balançava a cabeça, pensativo.

— É a encarnação de um cão do inferno. Quem o invocou, não é um amador, ele sabe o que está fazendo.

— Cão do inferno? O que é isso? — Perguntei, curioso.

— Para muitas culturas humanas, é uma representação do mal, da morte. Para um praticante de magia negra, um rastreador do mal. Mas, na verdade, ele é um carniceiro que busca fontes de energia com as quais se alimentar.

— Ou seja, nós — concluiu Jeno, o olhar sombrio e nem um pouco surpreso.

— Você parece saber muito sobre essas coisas, não é mesmo? — Comentei com ele, em um tom sarcástico.

— Caso tenha esquecido, sou mais velho que você, então tome cuidado com a sua língua — disse ele, usando o mesmo tom que eu havia usado.

Insolente como só eu podia ser, dei de ombros.

— E então? Como prosseguimos? — Perguntei, mudando de assunto, após receber um olhar nada bonito do lobo.

— Nós… — respondeu TaeYong indicando ele e Jeno. — Vamos cuidar disso. Você ficará de bico fechado e evitar se envolver.

— O quê?! Por quê?! — Perguntei com frustração.

— Primeiro que você é somente um garoto — disse Jeno, e só pude revirar os olhos. — Segundo, que eu acho que há outras coisas que você deveria fazer, não é?

Fiz cara de paisagem para ele.

— Já está mais do na hora de você e ChenLe se entenderem, não? Ele está preocupado com você — Jeno cruzou os braços.

Tentei não demonstrar que aquilo me afetou.

— Eu não tenho nada a conversar com ele.

— Você sabe que essa sua atitude é muito infantil, não sabe? — Perguntou TaeYong, e eu só funguei, me abstendo de responder. — O Akai Ito não é uma escolha, HaeChan.

— Evitá-lo sim — me opus, fechando a mão em punho.

TaeYong balançou negativamente a cabeça.

— Você realmente não entende…

— Não entendo o quê? Que se perde a sensatez quando se encontra o Akai Ito?

— A dor de afastá-los — falou TaeYong, o olhar sério. — Consegue imaginar como é? Sentir que um pedaço da sua alma foi arrancado de si, sem nem mesmo saber como ou quando. A partir do momento em que se encontra o Akai Ito, é como achar algo em si que você não sabia que faltava. E perdê-lo é como morrer por dentro.

Era incrível o poder que TaeYong possuía de fazer os outros se sentirem uns completos egoístas só com palavras. Eu nunca havia parado para pensar nisso, nem mesmo fazia ideia de que esse laço era tão forte assim. Isso até que explicava o modo estranho que ChenLe começou a agir desde que conheceu JiSung.

A felicidade parece inalcançável, como se um oceano estivesse entre os dois lados do fio.

Se o Akai Ito era isso mesmo, então eu desejava nunca achar o meu outro lado do fio. No entanto, talvez…

— Acho que vou falar com ChenLe — murmurei, como um menino birrento que não gostava de admitir que estava errado. Talvez eu fosse mesmo.

TaeYong apenas concordou e Jeno fez um gesto de mão, me mandando ir logo.

E assim eu fiz. E quem diria que não era ChenLe quem eu ia encontrar.

~•~


O DESTINO QUE SE DANE! — Foram minhas palavras para ChenLe antes de caminhar furioso para longe dali.

Quando deixei Jeno e TaeYong para procurar por ChenLe, no meio do caminho ouvir gritos que me eram muito familiares. E gritavam por ChenLe.

Eu contei até dez e respirei fundo, repetindo para mim mesmo diversas vezes "não vou me irritar", antes de ir em direção a voz de JiSung e salvá-lo de ser comido pelas Ondinas, aqueles peixes nojentos.

E quando finalmente encontrei ChenLe, descobri que meu Akai Ito era um humano.

Eu simplesmente explodi, me deixei levar pela raiva. Eu estava a ponto de entrar em erupção bem ali mesmo, então sair foi melhor para todos. Pelo menos era nisso que eu queria acreditar, embora eu soubesse que, na verdade, eu estava tentando fugir da verdade.

Continuei andando, meio sem rumo, embora o caminho me parecesse um pouco familiar, no entanto a raiva me impedia de pensar direito.

Quem eram eles para tentar me dizer o que eu posso ou não aceitar? Quem era o Destino para decidir o que é melhor para mim? Quem era aquele garoto para chegar aqui e desequilibrar minha vida já não tão equilibrada?

Não tinham esse direito… A Mãe Natureza não tinha esse direito…

Quando dei por mim, estava onde eu normalmente ia quando estava nervoso, onde havia uma pessoa que me entenderia.

A minha frente se encontrava uma belíssima cascata d'água e uma lagoa de água cristalina, que brilhava contra a luz suave do sol. Pedras enfeitavam as bordas da lagoa, que formava um círculo quase perfeito.

As mesmas rochas podiam ser avistados embaixo da queda d'água, mas não era ela o meu foco principal ali.

Embaixo da cachoeira, se encontrava um jovem belo. Ele tocava uma espécie de violino, cuja melodia era suave e agradável, e a própria água que caía parecia fazer um plano de fundo para o solo encantador.

Um pouco da raiva que eu carregava pareceu se acalentar com a melodia.

Caminhei distraidamente pela beirada, fazendo silêncio apenas apreciando o doce som.

Ele continuou atento ao seu instrumento e seguiu a música por uns bons dez minutos.

— Vai continuar apenas me admirando, HaeChan? Ou vai falar alguma coisa? — Perguntou ele, a voz cheia de uma sensualidade misteriosa.

— Acho você mais bonito quando está de boca fechada, Fossegrimen — o provoco, me sentando na terra fresca com os pés mergulhados na água.

— Me chame assim de novo e eu o afogo, elfo — embora as palavras parecessem ríspidas, sua voz soava aos meus ouvidos tão suaves quanto gotas de orvalho.

Ele nem sequer levantou o rosto do seu instrumento, tocando uma melodia tão baixa que parecia uma cantiga de ninar.

— Não é isso que vocês fazem? Seduzem pobres almas e as afogam? — Fiz uma expressão de ingenuidade fingida, já que eu sabia que não era a verdade completa.

— Se fosse assim, você estaria morto há muito tempo — ele retrucou, deixando de lado o instrumento. 

Ele veio até mim, a água batia em sua cintura, deixando seu peito nu exposto, e ele estava ereto, como se andasse sob chão, mas eu sabia, sem precisar verificar, que o lago era profundo demais para se tocar o fundo em pé sem que a água tocasse o alto da cabeça.

— O que faz aqui, HaeChan? — Ele perguntou quando se aproximou de mim.

— Fala como se fosse a primeira vez que venho aqui, RenJun.

Ele passou a língua nos dentes superiores.

— Baseado na sua última visita, você está claramente chateado. A única diferença é que agora não está colocando fogo em tudo ao seu redor — riu de maneira singela. E eu, fracamente, segui seu exemplo. — Você está… diferente.

Sua observação me fez desviar o rosto.

— Não é nada.

— Você encontrou seu Akai Ito, não é?

O encarei de olhos arregalados.

— Como sabe?!

Ele deu de ombros.

— Eu não sabia. Você acabou de me contar.

Passei a língua pelos lábios e arranquei uma flor, não-me-esqueças era o nome. A observei como se todas as respostas que eu procurava estivesse nela.

O nome da bela flor chegava a ser irônico, considerando as circunstâncias.

— Não quero falar sobre isso — sentenciei.

RenJun inclinou a cabeça.

— Não, mas com certeza adoraria ter meus conselhos sobre amor, certo?

Lhe encarei com um sorriso de canto.

— E você já amou alguma vez, RenJun?

Ele soltou um risinho sarcástico e ergueu-se, apoiado pelos antebraços, ficando bem no meio das minhas pernas.

Meu olhar desceu vagarosamente até seu abdômen, mas não ousei ir mais além, voltando a encarar seus olhos quase tão cristalinos e convidativos quanto o lago.

E o desgraçado ainda teve a coragem de passar pelo lábio superior, sorrindo com tanto charme que quase me deixou levar.

Aquele poder de sedução dos Fossegrimen

— Não falo desse tipo de amor… — murmurou RenJun contra a minha boca. — E não me faça dizer agora qual o tipo de "amor" eu estou falando.

Foi apenas isso que ele disse antes de segurar minha nuca e colar nossos lábios.

~•~


— Sabe… eu nunca fui o outro em uma relação — entortou a boca para o lado. — Não sei como me sentir.

— Você não parecia preocupado com isso duas horas atrás — disse com graça, mas logo acrescentei: — E não há relação nenhuma.

— Se você diz. É menos um peso na minha consciência.

RenJun estava deitado no chão, minha manta jogada sobre seu corpo nu, a cabeça apoiada nos antebraços, enquanto eu terminava de colocar minhas calças.

— Mas, sabe… — Se sentou. — Não pode ficar negando para sempre. Akai Ito não é algo para se brincar.

Apenas funguei, me abstendo de responder.

O.k., entendi o recado. Não é problema meu — voltou a se deitar. — Sou apenas um objeto sexual para você.

Não pude evitar rir do seu drama nada convincente.

— E isso fere seus sentimentos?

— Não, estou aqui para quem tiver coragem de me querer. Sem falar que eu estava tão solitário esses dias… — suspirou profundamente.

— Poderia tentar sair mais daqui — sugeri.

— Você sabe que não posso ficar muito tempo longe de casa. Pelo menos não sem meu Akai Ito. Que eu nunca vou encontrar preso aqui — sua voz era amargurada, algo que ele não costumava ser.

A história de RenJun era muito triste, mas o mesmo sempre evitava falar sobre, achando que eu provavelmente sentia pena dele.

— Eu gostaria que fôssemos Akai Ito. Nós até que combinamos — dei um sorriso fraco.

RenJun sorriu.

— Não, nós não daríamos certo. Você é um espírito selvagem, precisa de alguém que bata de frente com você e que acabará por tornar você dócil como um cavalo. Já eu sou, por natureza, livre e desapegado, meu Akai Ito deve ser alguém sensato e que me faça perceber quando eu for longe demais.

— Nem sempre o que precisamos faz bem — contra-argumentei. — Eu não gostaria de mudar quem sou.

Akai Ito não nos muda, HaeChan, ele nos faz amadurecer — ele me entregou minha manta, ficando com o corpo completamente exposto. — Encontrar seu Akai Ito é ter a certeza de que o outro é perfeito para você.

— Está me dizendo para ignorar tudo aquilo em que acredito e simplesmente aceitar que meu Akai Ito é um humano?

— Quem me dera poder te dizer a você o que fazer — deu um sorriso zombeteiro. — Eu só estou lhe avisando que a Mãe Natureza não dá nada de graça. Sacrifício faz parte do ciclo da vida. Guardar mágoas antigas e jogar a culpa em inocentes é um caminho sombrio você não quer trilhar, acredite em mim. Eu sei — sua expressão se tornou séria, seus olhos pareciam a superfície de um rio em uma tarde chuvosa.

RenJun e seu passado…

— Não sei… Eu acho que… não consigo — confessei.

— Você vai — disse RenJun. — Você tem que conseguir. Porque o que a Mãe Natureza dá de repente, ela também pode tomar do nada. Então é bom conseguir.

Um nó se formou em meu peito.

— Até logo, RenJun — me virei e comecei a me afastar.

Mais confuso do que quando havia chegado.

Adeus, HaeChan. Foi, literalmente, um prazer vê-lo.

Sorri de lado. Ele nunca perdia a chance.













Pois é... Dessa vez nem demorou, né gente? 🙃 Cof cof...

Até a próxima <3<3

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