Quando alguém desmaia na sua frente - para a maioria das pessoas - é tarde demais para que você possa impedir a queda, pode diminuir o impacto mas não impedi-lo de fato.
No caso de Peter, que não era como a maioria das pessoas, ele soube que ela desmaiaria antes de acontecer. Primeiro porque Ellika ficou muito pálida de repente, e então viera aquele brilho sinistro em seus olhos, azul como uma explosão de galáxias.
— Ellika.. – ele chamou como em um sussurro.
Ele apoiou o peso do corpo feminino contra o seu e segurou seu rosto com as duas mãos tocando-lhe as bochechas que estavam frias.
— Droga.. – praguejou, mas ainda assim a pegou no colo e saiu pelo quintal, diretamente para o carro de tia May.
Cada poro em seu corpo lhe alertava, aquilo não era normal, ele tinha certeza de que não era nada de dor de cabeça ou qualquer coisa relacionada à saúde de Ellika. Era algo além..
Embora, ele não pudesse explicar exatamente o que.
Ainda assim, ele ligou o carro e dirigiu o mais rápido que deu.
Gritos era tudo o que ela ouvia. Via um grande demônio que ardia em fogo e larva. Ellika nunca vira contra quem ou o que ele lutava, se é que realmente lutava, via apenas um lobo do tamanho de uma árvore. Se não fosse um sonho ela teria medo do lobo. e
Era tudo um sonho, certo?
Não faria mal algum a ela.
— Ele não te faria mal nem se você o machucasse. - uma voz calma falou, como se lesse seus pensamentos.
Ellika se virou assustada vendo uma bela mulher, cabelos pretos, olhos verdes, lábios finos e bem desenhados.
A garota observou com uma leve surpresa que a mulher se parecia com ela. A expressão no rosto da outra mudava de vez em quando, oscilando entre felicidade e rancor.
— Ele é seu. - falou ela. - Uma de muitas heranças que deixei pra você.
Ellika não entendia, voltou a olhar para o lobo, e pela primeira vez percebeu uma mulher montada nele, cabelos pretos como os dela.
— Não entendo..- sussurrou a mais nova - Como? - ela olhou novamente para a mulher.
— Você é minha.. meu sangue, meu orgulho e minha dor.. meu caos e minha vingança. - Ellika sentiu um arrepio cruzar seu corpo, seu sangue e sua mente retribuíam aquelas palavras, e surpreendentemente os sentimentos também. - Quando abrir os olhos compreenderá quem você é. - como tinta escorrendo na parede, tudo ao seu redor começou a desaparecer. - Abra os olhos Ellika..
Peter dirigia o mais rápido que podia, tentando chegar ao hospital mais próximo. Ellika estava no banco ao lado dele, desmaiada. Suas mãos pareciam gelo e as orbes tremiam sob as pálpebras.
Assim que ele virou a esquina, longe do hospital por apenas duas ruas, Ellika cochichou algo, "Hela" ele pensou ter ouvido, o que quer que fosse era esquisito demais.
Então, de repente, como uma pessoa voltando a respirar depois de muito tempo em baixo d'água Ellika levantou do banco, colocando as mãos no teto do carro.
— Pare o carro! - ela falou olhando para frente.
Seus olhos flamejavam azul, e algo formava atrás de sua cabeça, como as pernas de uma aranha.
— PETER PARE O CARRO - ela gritou lançando uma das mãos para frente, Peter pensou ter visto a ponta de uma espada saindo de seus pulsos, mas isso seria macabro de mais.
Peter por impulso freou bruscamente, fazendo ambos irem com toda a força para frente.
— Mas o que..- Peter começou, mas Ellika já estava saindo do carro, sem pensar Peter saiu atrás dela. - Ei Ellika! - ele foi atrás dela. - Você não parece bem, por que não vamos ao hospital e.. - ele se aproximou e segurou em seus braços o que depois ele percebeu ter sido um erro.
— Saia de perto de mim - ela falou virando-se de uma vez, ela usou uma das mãos para afastá-lo e a outra foi para frente como que com um impulso, controlado por uma força maior.
Tudo aconteceu em câmera lenta para Peter, o pulso esquerdo de Ellika pareceu se abrir enquanto uma espécie de adaga saia de dentro de seu corpo, de seu pulso, pegando um impulso rápido demais.
Peter não sabia se ela tinha realmente mirado nele mas a adaga vinha em sua direção, por reflexo ele acionou apenas uma parte de sua armadura e soltou uma teia que foi na direção da arma que saia dos pulsos de Ellika, fazendo a adaga voar para um dos postes na rua.
— Ellika.. eu não sei como você fazendo isso, mas preciso que pare. - Peter falou segurando os dois braços da menina. E como num simples passe de mágica os olhos dela deixaram de brilhar, voltando para a cor natural, e ela parecia perdida.
— O que aconteceu ? - ela perguntou olhando para os lados. - Por que estamos na rua? E minha festa? Porque você tá me segurando? - Peter olhou para ela tentando entender o que acontecia, mas não deu tempo, ela desmaiou novamente em seus braços, dessa vez parecia mesmo apagada.
Peter buscou o celular no bolso e discou o número mais chamado.
Uma..duas...três chamadas, o celular foi atendido.
— O que foi garoto? - a voz tão familiar e confiável fez Peter sentir um tremendo alívio.
— Sr. Stark preciso de ajuda.
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AUTORA FALANDO
Boa noite leitores!
Saiu mais um capítulo corrigido, revisado e atualizado para vocês!
Espero que gostem, peço que votem e comentem também me ajuda a continuar.
Novo capítulo na quinta!
Com muito carinho..
— 𝕳𝖊𝖑𝖑