Eren - A Conquista

By WalberMendes

3K 501 3K

Jaar Derni, um Feiticeiro de Guerra, que forçado a esconder sua identidade, se exila na pequena cidade de Ol... More

Nota do escritor
Capítulo 1 - Último Dia (Prefácio)
Parte 2
Parte 3
Capítulo 2 - Não Matarás!
Parte 2
Parte 3
Capítulo 3 - Fragmentações
Parte 2
Parte 3
Capítulo 4 - O Destino
Parte 2
Parte 3
Capítulo 5 Lembranças
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Capítulo 6 - Dança no Mar
Parte 1
Parte 2
Parte 3
NOTA/GLOSSÁRIO
Capítulo 7 - Segunda Estrela
Parte 1
Parte 2
Parte 3
CAPITULO 8 - A ESFERA DA ALIANÇA
PARTE 1
PARTE 2
CAPITULO 9 - RASEVIR
PARTE 2
PARTE 3
CAPITULO 10 - TEMOR, ESPADA, LIVRO
PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3

PARTE 1

13 2 11
By WalberMendes


Dos muitos que dançavam, percebeu que alguém vinha em sua direção.

Era Hevort.

Ele sentou ao seu lado, a quase todo momento soluçava. Ficaram em silencio por algum tempo, Wallar pensou em iniciar a conversa, mas não apreciava conversar com pessoas bêbadas.

- Vocês da terra são engraçados, depois de vinte luas no mar, se entediam de uma forma que faria qualquer um pular do navio. - disse Hevort, em seguida bebeu da cerveja.

Ofereceu a Wallar que aceitou apenas por educação, havia criado uma simpatia quando recebeu um prato com comida dele. Wallar podia não admitir, mas gostava de sua companhia.

- Então, o que perturba sua mente, príncipe? - disse Hevort.

- Nada. Apenas desejo ver terra novamente. - disse Wallar não gostando de ser chamado daquela forma.

- Então se alegre, amanhã estaremos nos portos de Rasevir para o seu agrado. Lá, terá muitas coisas para alegra-lo, tem tavernas, casa de jogos, corrida a cavalos e torneios, muitos torneios. Eles são um povo que gostam muito de ação. E você precisa de muita ação para se recuperar.

Wallar acenou e devolveu a garrafa a Hevort.

- Você deu uma bela surra naqueles mercenários, magia e tudo mais. Você carrega mesmo os privilégios de um príncipe, usar magia é raro hoje em dia.

Wallar mexeu os ombros.

- Não sou um príncipe.

- Sim, de fato não é. Até onde sei, príncipes tem famílias e carregam com orgulho seus nomes. Já você...

Wallar recusou a cerveja.

- Tive meus motivos, e não espero que os julgue como bons ou ruins.

Hevort riu.

- Gosto de você, Wallar. Porém, suas atitudes quando atribuídas a você não revela ser algo sensato ou que realmente pertence a você. - Bebeu da garrafa até perceber que havia acabado.

- E saiba que não julgo suas atitudes, na verdade eu lhe entendo. Quando me alistei na frota, tive que deixar meus pais, minhas irmãs..., mas apenas o fiz por um objetivo longe de qualquer insensatez, a única diferença entre mim e você é que tenho um lugar para voltar, tenho um lugar onde pessoas desejam minha volta... - Hevort olhou de soslaio percebendo que alguém se aproximava deles.

Wallar apenas escutava, sem olhar em seus olhos. Hevort levantou e pôs a mão em seu ombro, naquele momento Wallar jurou ter visto seu irmão Sendrik.

- Você pode dizer o mesmo, Lahar? - disse seriamente. - Não pode voltar para aquilo que abandonou, pois, aquilo que um dia o amou, já não existe mais...

Então o deixou dando espaço a mulher que vinha até eles.

Ao se aproximar pode-se perceber que era Jenna.

- Você ainda está horrível! - disse, em seguida pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Parece que a tempestade não está o ajudando.

Wallar observou Hevort indo embora.

- Devia? - disse, ao lembrar do que Jenna tinha dito.

- Claro. Olhe para todos aqui, Wallar. Todos estão dançando, alegres. Essa alegria somente se revelou quando a tempestade veio. E parece que somente você não está lúcido.

Houve um silencio momentâneo, Jenna e Wallar estavam sentados nos barris, observavam atentamente para o caos a sua frente, Wallar notou seus amigos comerciantes participando da festa, dançavam e também bebiam sem preocupação alguma.

- Seus amigos sabem mesmo participar de uma festa. - disse Jenna. - Geralmente os comerciantes ficam em seus quartos durante uma tempestade, ficam temerosos se o navio irá afundar, ou ficam com medo de suas mercadorias estragarem.

Wallar nada disse, continuava a encarar a pequena festa a sua frente.

- E curiosamente você não reage de nenhuma forma. - Jenna o encarou e franziu o cenho.

- Huh, acho que talvez seja necessário leva-lo até o centro da tempestade. - disse, demonstrando o mesmo sorriso tímido de sempre.

- Por que?

- Toda vez que acontece uma tempestade, ela me faz ficar calma. E como eu disse, tempestade traz as pessoas a lucidez.

Ela pulou do barril, e ergueu sua mão a sua direção; Wallar notou ela movimentar as sobrancelhas de forma curiosa, num gesto tímido e inseguro.

- Não sou bom em dançar, Jenna... - disse, com sua voz carregada pelo tédio.

Ela riu.

- Ora, e quem disse que estou o chamando para dançar?

Wallar, sentiu a mesma sensação estranha em sua barriga, sentia novamente brasas em suas bochechas.

Ergueu a mão, Jenna o segurou e levou rapidamente para o caminho contrário que Wallar pensava que seria.

Subiram direto para o convés, ao emergirem, foram rapidamente atingidos pela forte chuva que os atingia como espinhos, as ondas rugiam sobre o navio.

Curiosamente Wallar escutou alguém cantando em meio a tempestade, ao olhar para o timão viu que era o Velho Rei. Ele girava a todo momento o timão, segurava uma garrafa de rum e cantava:

...Ményã ao mar criou e sobre as águas os peixes lançou,

Criaturas feias e bizarras também foram criadas,

Mas logo sobre elas, a maior criação foi revelada.

A Serpente-Papagaio dominou sobre os mares,

Mboi T'ui é seu nome e a tempestade ela comanda

As águas agitadas estão, então remem e parem com a canção!

Ela é grande, grande e escamosa

Tem corpo de serpente e penas sobre a costa

Sua cabeça é grande, e tem bico de papagaio?

Corram! Corram! Corram!

Mboi T'ui vem sobre o mar

Sua fúria afugenta os deuses e os fazem temer

Os céus rugem, e fazem o mar dançar

Ela está aqui, não tem para onde correr!

Dessa vez, a canção fez Wallar sentir temor, ouvira falar sobre a Serpente-Papagaio, o guardião Mboi T'ui.

Ao sair da imersão da canção, notava que o mar parecia estar coberto por uma densa névoa, as nuvens e o mar ainda negros o fizeram temer, a cada respiro sentia seus pulmões apertarem.

Jenna ainda segurava sua mão, moviam-se diretamente para o bombordo do navio.

- Não pensa em me levar de novo para o mar, não é? - disse Walar, gritando pelo estrondoso som das ondas e dos trovões. A cada passo sentia a água escorrer pelo seu rosto.

- Desta vez, não iremos dançar... - disse Jenna, com os cabelos molhados e grudados em seu rosto.

Chegaram a murada, dessa vez Wallar não hesitou, e um único movimento pularam outra vez para o mar. Antes de se jogarem, pode ver o olhar de espanto do Velho Rei sobre eles.

****

De fato, naquele momento não havia como dançar, sentia-se andando sobre alguma areia movediça, as agitadas águas faziam-no temer a cada passo, diferente de Jenna que caminhava normalmente.

Ali, no meio do mar, estava um caos maior que dentro do navio, as águas erguiam-se e depois desciam, Wallar se esforçava para manter o equilíbrio, em momento sentia que estava no topo de uma montanha, noutro em um abismo em volta de águas.

- Ei! Está tudo bem! - Gritou Jenna. - O trouxe aqui, para lhe mostrar algo! - disse Jenna rindo, mas seu riso sumiu ao ver uma grande onda se formar a sua frente, parecia ter 11 metros de altura ou mais. Wallar conteve o grito ao ver que se aproximava e a água debaixo de seus pés eram sugadas por ela.

Naquele momento não soube discernir o que o fizera ficar surpreso, quando viu Jenna correndo em sua direção e o abraçando ou quando a onda desceu em uma queda violenta, naquele momento havia fechado os olhos, então um estrondoso som o quase ensurdeceu, ao abrir os olhos percebeu que estava sozinho, dentro de uma esfera magica, podia ver a grande onda indo cada vez mais para longe até sair dela completamente.

Não conseguia ver Jenna, porém não sentia nenhum temor, chamava por ela incessante, mas ali sua voz parecia ser engolida pelos trovoes e relampejos. Correu sobre a água, a chuva o atingia como espinhos.

Então, um raio brilhou atrás de si, em seguida o trovão.

Então debaixo da água, algo explodiu espalhando pingos d'agua ao longe. No meio da explosão, Wallar viu uma luz vermelha, como se fosse fogo, depois tomou uma forma humana que caminhava em sua direção, novamente um raio desceu violentamente até a luz vermelha, seguida de um grande rugido.

Wallar fechou os olhos e tampou as orelhas com as mãos.

Ao erguer a visão, a sua frente estava Jenna com belos cabelos vermelhos, olhos azuis, ela estava com semblante sério e ameaçador.

Wallar não pensou no obvio, na verdade estava muito surpreso para processar o que via na sua frente.

- Quando? Quando descobriu? - disse, sem gritar dessa vez, uma leve euforia tomava conta dele, respirava forte.

Jenna naquele momento, parecia ser ela a causadora da grande tempestade, as ondas pareciam seguir a ondulação de seus cabelos vermelhos.

- Soube disso, quando a verdade veio até mim, quando os Nehjian's tentaram me raptar, naquele dia soube da Benção que havia em mim. Então, escolhi aquilo que havia sido proposto para mim, deixei de ser apenas mais uma pessoa nesse mundo, e passei a seguir o destino que havia sido escrito desde o ventre de minha mãe.

Wallar parecia não compreender suas palavras.

- Como eu disse, tempestade trazem as pessoas a lucidez. O destino está aqui Wallar, esperando sua resposta, será Maldição de Sélan ou um Lahar?

Então, novamente um intenso brilho tomou conta do céu, seguido de um trovão, por reflexo Wallar fechou novamente os olhos, as ondas pareciam mais agitadas, violentas.

Ao erguer a cabeça estava sozinho no meio mar em tempestade, nada além de ondas, trovões e um uma forte chuva. Estranhou por não sentir nenhum temor ao ver nada além de água, não sabia onde estaria os navios, ou se Jenna o havia deixado ali, a quase todo momento virava para ver se conseguia enxergar algo, mas nada além do mar e uma densa névoa.

Antes que pudesse dar dois passos, sentiu uma sensação de perigo eminente, seus pelos do rosto e braço eriçaram, parecia ter visto uma criatura emergindo da água.

De novo, a mesma sensação o atingiu, dessa vez com razão, viu o que parecia ser o corpo de uma serpente em movimento, via apenas uma parte.

Um raio. Trovão. Uma explosão sobre a água.

Ao se virar, uma grande criatura em forma de serpente surgiu da água, silvava ferozmente com sua boca aberta. Naquele momento a reconheceu pelo seu formato e aparência.

A criatura era o guardião dos mares, Mboi Tu'i, a Serpente-Papagaio, por muitos considerado o deus dos mares e das criaturas, algo que Wallar conhecia muito bem, havia lido muitos livros sobre lendas de criaturas lendárias, mas naquele momento era a primeira vez que via algo tão surreal, algo que não parecia pertencer a aquele mundo, algo que devia existir apenas um livros.

A criatura com corpo de serpente e bico de papagaio movia-se de forma circular, Wallar não conseguia dizer nada ou até mesmo reagir, estava inerte pensando se era real o que via, ou se estaria em um sonho.

- Ah... - Suspirou a grande serpente em um silvo malicioso. - Finalmente a Terceira Estrela surgiu, o destinado ao Caos e a Ruína, a Maldição de Sélan finalmente encontra seu destino...

Wallar observou a criatura falar, via que ela não tinha dificuldade em pronunciar as palavras.

O Guardião aproximou-se de Wallar, agora podia ver nitidamente penas e escamas em sua cabeça, sua língua vermelha e seus negros como o céu acima deles.

A criatura grunhiu.

- Você, é o primeiro a não saber o que carrega dentro de si; você parece perdido... Diante da sua falta de proposito, posso lhe afirmar algo. - Emitiu novamente um som semelhante ao um sorriso, um assombroso sorriso. - Em breve governaremos sobre todos os homens... Seremos nós a própria morte, Maldição de Sélan. Breve a coroa virá até você e, quando o destino a lhe entregar, sua falta de proposito será preenchida por um poder que nunca imaginou, e dela será nosso açoite sobre o mundo.

A criatura novamente emitiu um som de satisfação.

Ainda tentando ficar lúcido, Wallar quebrou a barreira em sua garganta sentia que podia falar naquele momento, antes falar tossiu.

- O- o que está tentando dizer? - disse, sentindo que suas palavras não fazia o menor sentido, havia apenas falado sem pensar.

Mboi Tu'i grunhiu e recuou sua cabeça.

- Nos encontraremos outra vez, Maldição de Sélan... Se ainda não compreende minhas palavras, apenas lhe digo... Deixe o destino seguir o seu caminho, o Caos e a Ruína breve virá, e você será o causador de tudo isso.

Enquanto pensava nas palavras da serpente, Mboi Tu'i ferozmente mergulhou sobre o mar, movia-se com destreza, outra vez emergiu das águas, silvando, com as penas eriçadas em sua cabeça, encarou Wallar em uma posição de bote, logo o atacou avançando em sua direção com a sua bocarra aberto.

Wallar fechou os olhos, momentos antes de ser engolido.

*********

- Samir! - Chamou Allas. - Está prestando atenção?

Samir grunhiu e parou de afagar a criatura.

Estavam em um quarto reunidos; Allas sentado sobre uma cadeira segurava um papel; Samir ao lado de uma escrivaninha; Kurt e Helg sentados no chão, os dois seguravam papéis e liam atentamente. 

Continue Reading

You'll Also Like

81.8K 10.4K 38
Um homem que se matou porque não queria experimentar o fardo de viver reencarnou no continente de Westeros, algumas décadas antes da Dança dos Dragõe...
60.5K 222 15
[C O N T O S] ❍ [ E R O T I C O] ❍ [ E M A N D A M E N T O] Ah eu acho que enganei os curiosos. Se perca no prazer. Quando as luzes se apagam, é...
147K 13.3K 27
Visenya II Targaryen, A filha da morte, a princesa que matou seu irmão durante o nascimento. Filha do rei Viserys I Targaryen e da rainha Alicent Hi...
113K 8K 42
Reimaginando o universo de House of the Dragon (A Casa do Dragão) se a história acontecesse de outra forma, e se apenas mais um personagem fosse acre...