Acabei de terminar a maratona da segunda temporada (8 episódios).
POSSÍVEIS SPOILERS abaixo.
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Historicamente falando:
Prós: Faz um resumo interessante do processo contra os Templários e sua queda, inclusive as acusações, provas forjadas, o papel do rei Felipe IV e do papa Clemente V - além de amarrar isso à trama de vingança pessoal que o seriado cria. Se você quiser assistir mais pelo efeito dramático de ver isso adaptado, mas ponderando ter de atirar fora qualquer precisão ali, pode ser interessante. Não considere, porém, quase em nada fonte de aprendizado. O complicado é que o seriado aparentemente tem essa pretensão, por ser uma produção do History Channel.
Contras: Eventos que transcorreram por anos são resumidos a poucos dias, desde a sucessão papal (no seriado, Bonifácio VIII é assassinado sumariamente e Clemente V já assume, a transferência para Avignon nem sedo citada. No mundo real, ainda houve o papa Benedito XI entre os dois, e a apropriação do papado por Felipe não foi tão súbita), até a queda dos Templários: o seriado dá a entender que a infame "Sexta-feira 13" em que os cavaleiros foram presos e Jacques DeMolay ser queimado ocorreram ao mesmo tempo, sendo que houve 7 anos de diferença entre os dois acontecimentos!
A série faz isso também com outros eventos: a morte da princesa Margarida da Borgonha por suposto adultério, a morte do rei Felipe IV... tudo é puxado para 1307 e na série ocorre em poucos meses, quiçá semanas.
Sabe Game of Thrones apressando tudo pra caber numa só temporada? Imagine isso numa trama histórica, quando o material renderia facilmente duas ou três temporadas inteiras.
Aliás, pergunto-me se parte da intenção do seriado não foi adaptar a série de livros "Les Rois maudits", de Maurice Druon, que conta as intrigas dos reis Capetos na França do séc. XIV e serviu de inspiração a George R. R. Martin criar Game of Thrones - por isso forçar eventos posteriores a datas mais recuadas no tempo.
Já pensando a série como entretenimento...
Está bastante superior à primeira temporada, principalmente na ação e momentos dramáticos. Destaque ao sétimo episódio, em que os Templários estão prestes a ser queimados, e a produção fez a escolha de usar uma canção sacra portuguesa como trilha de fundo - gerando o efeito planejado.
No entanto, algumas atuações continuam deixando a desejar, sem contar os buracos de roteiro, como no último episódio o protagonista ser mostrado abandonando a cidade num barco para NA CENA SEGUINTE estar dentro do palácio do rei só para ser aquele a matá-lo.
Vale bastante pela atuação do Mark Hamill como o mestre templário Talus, um guerreiro velho e turrão que passou dez anos preso na Terra Santa e que então se tornou instrutor de recrutas - entregando uma caracterização próxima do "Yoda" que certos fãs de Star Wars queriam ter visto no Episódio VIII e não viram.
Pelo final que teve, o seriado pode ter continuação ou não - e confesso que fico meio indiferente a respeito.