Dian - O Príncipe Dos Mortos

By autorajessalves

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O Mundo dos Mortos é um lugar perigoso e assombroso. Com seres monstruosos, carregando consigo dor e penitênc... More

Recado
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS - DIAN
CAPÍTULO QUATRO - DIAN
CAPÍTULO CINCO - DIAN
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE - DIAN
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE - DIAN
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE - DIAN
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE - DIAN
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSETE - DIAN
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE - DIAN
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM - DIAN
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO - DIAN
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE - DIAN
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE - DIAN
CAPÍTULO TRINTA - DIAN
CAPÍTULO TRINTA E UM
EPÍLOGO
A ESCOLHIDA

CAPÍTULO DEZESSEIS

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By autorajessalves

Na manhã seguinte acordei sentindo uma dor dilacerante no meu corpo. Espíritos ainda manifestavam-se no quarto, Dian dormia profundamente do meu lado. Escorreguei para fora da cama, me sentindo atordoada. No banheiro absorvei meu ombros e meu pescoço, os cortes já estavam cicatrizando. Algumas feridas ainda estavam abertas, mas era questão de minutos para minha magia começar a cicatrização.
Dian adentrou no banheiro sorrateiro, coçando os olhos ainda sonolento.

— O que você está fazendo acordada de madrugada? — bocejou, esticando os braços.

— Dian, já passa do meio dia. — Falei, ligando a torneira da banheira. — Ficamos ocupados no restante da noite.

Quando me virei, flagrei Dian petrificado, o macho perdeu completamente a cor do rosto. Estava mais pálido que cor natural da minha pele.

— Eu fiz isso; — aponta para meu pescoço e ombros marcados. — Morgana, sinto muito. Eu não queria machucá-la.

— Shhh. Está tudo bem. Estou me curando, você é um mestiço e precisa de sangue.

Dian de imediato segurou no meu rosto com cuidado.

— Me perdoe, por favor. Eu não queria; — fechou os olhos por alguns segundos. — Não vai acontecer de novo.

— Quê?

— Eu vou buscar a Mayo, eu consigo controlar minha sede com ela. Com minha Escolhida de Sangue será…

— NÃO; — Gritei, cerrando os punhos. — Não quero Mayo aqui, não quero Mayo perto de você ou próxima do que estamos construindo juntos.

— Morgana; — puxa-me pelo braço, posicionado meu corpo na frente do espelho novamente. — Você está vendo esses cortes profundos? Eu poderia matá-la.

— Poderia, mas não matou.

— Você não entende, preciso dela ou todas as vezes que me alimentar diretamente de você; — rosna. — Vou machucá-la.

— Eu não me importo, minha decisão está tomada. Se você procurar Mayo, nossa relação estará acabada.

Dian amaldiçoou os deuses, batendo a porta com força quando saiu do banheiro.
Não posso aceitá-la. Não tenho uma mente aberta como a Rainha Yasmine, Dian será apenas meu. Não pretendo dividir meu Escolhido com outra fêmea.
O príncipe respeitou meu espaço, só entrou no banheiro quando sai. Desci para o primeiro andar, Emmaline já estava correndo pelos cômodos com um pequeno cachorro gorduchinho e com pelos longos.

— Bom dia pequena Emmaline! — cumprimento sorridente. A menina encara com seus olhos azuis inacreditáveis.

— Bom dia, Morgana.

— Que belo amiguinho; — abaixo-me para acariciar os pelos do cachorrinho, que lambeu minha mão em resposta. — Ele tem nome?

A criança me avaliava um pouco receosa. Eu consigo entender, sou uma completa estranha. Com uma aparência distinta e medieval.

— O nome dele é Chulé, porque ele fede às vezes.

Gargalhei, concordando com a cabeça.

— O Chulé precisa de um banho.

Emmaline, inclinou a cabeça para frente, sussurrando no meu ouvido:

— Sabe guardar segredo?

— É claro que sei; — cochichei, formando um concha com as mãos envolta da minha boca. — Sou a Senhora da Penitência, guardo vários segredos.

A menina piscou aqueles cílios volumosos e lindos.

— De vez em quando eu roubo as colônias da vovó para deixar o Chulé mais perfumado.

— Uau, que engenhosa. Prometo que não vou contar o teu segredo. — Digo, contendo o riso para passar segurança.

Emmaline assentiu.

— Que legal, agora somos amigas, amiguíssimas, e não podemos quebrar nossa confiança. — aponta o dedo. — Entendeu?

— Sim Senhora!

— Vejo que uma amizade única nasceu. — Disse Dona Isolda com o mesmo sorriso acolhedor. — Emmaline, você não está perturbando a nossa convidada com suas ladainhas sobre insetos e roedores?

— Eu estava apresentando o Chulé, vovó! — fez um carinho na cabeça do animal, que balança o rabo sem parar.

— Você deve estar com fome, tenho um surpresa na cozinha. Venha comigo!

Eu concordei com a cabeça, seguindo Dona Isolda enquanto Emmaline falava sobre seus outros animais.

— Eu tenho o Amendoim, ele é um cavalo muito mau-humorado. Ele só sabe reclamar da vida. E tenho a Geleia, ela é uma gata muito, muito fresca…

Uma fazenda é um belíssimo lugar para criar uma criança esperta e apaixonante como a Emmaline. Eu evitava pensar no meu filho, imaginar como foi a sua criação, como ele conviveu com a ausência da mãe. Lembrar do meu filho era um abismo profundo cheio de dor e sofrimento. Eu fiquei anos esperando pela morte, deitada em uma cama, alimentando o meu desespero e tormento. Nutrindo a falta que sentia da família que não poderia ter, do filho que não poderia ver crescer.
Eu estava fraca, sozinha e repleta de tristeza. Eleonor foi minha grande companheira, ela lutou contra todas as minhas angústias. Buscando conhecimento de Curandeiros e Bruxas para aliviar a dor da minha alma. Uma fêmea conhecida como a Senhora do Carvalho me ajudou com suas ervas medicinais e chás que acalmaram o meu estresse constante, minha angústia e sofrimento.

— Pronto, espero que você goste do café da manhã. — Isolda colocou em cima da mesa uma tigela cheia com lagartas fritas e pães caseiros. — É muito fácil encontrá-las nas plantações.

Emmaline puxou uma cadeira para se sentar, Isolda ficou olhando minha reação.

— Eu deixei elas repousando em um molho picante antes de fritá-las. Eu não…

Abracei a Senhora com força, estalando os ossos das suas costas.

— Me perdoe; — Adianto-me emocionada.  — Não queria machucá-la, eu só fiquei surpresa e muito grata.

A Senhora riu descontraída, massageando as ombros.

— Tudo bem, minha jovem. Só não se esqueça da sua força quando decidir abraçar Emmaline. — Diz rindo alegremente. — Dian, é um homem de sorte.

— Macho; — O Príncipe adentrou a cozinha com um semblante fechado, beijou o topo da cabeça da filha, completando: — Não sou humano, por favor, não me chama de homem. Eu sou mestiço, meu pai é um vampiro de sangue puro e minha mãe era uma Bruxa de Sangue puro, até ser transformada. — Dian olhou para tigela repleta de lagartas. — Acho que perdi o apetite.

— Você é tão chato; — puxo uma cadeira para me sentar. — É só não olhar; — cortei o pão e fiz um delicioso sanduíche de lagartas. — Muito Obrigada Dona Isolda, há muito tempo não me alimentava tão bem.

— Eu ajudei a vovó acolher as lagartas. Elas são chatas só pensam em comer e comer. Não conversam como as mariposas.

Franzi a testa, olhando para o Dian. O macho apenas ergueu os ombros, desinteressado no assunto da garotinha.

— Ela é uma naturalista. — Falei sem pensar, Isolda me olhou alarmada.

— Uma o quê?

— No Mundo Encantado, existem Fadas com um dom. Elas se chamam as Naturalistas, fadas que se comunicam com animais, até mesmo com as plantas. Emmaline diz com muita convicção que consegue conversar com os animais.

— Mor, minha filha não é uma Fada. A mãe dela era uma simples humana. — Dian observava a filha devorar um pedaço de goiabada.

— Ela pode ter descendência, alguns machos da espécie entram em outros Mundos para procriar e voltam para o Reino das Fadas contando vantagens e debochando das fêmeas. São seres arrogantes!

Dona Isolda empalideceu, a Senhora puxou uma cadeira, sentando com uma expressão aflita.

— Está tudo bem? — Perguntei, recordando-me do nosso primeiro encontro. Isolda soube no exato momento qual era minha descendência, ela nunca havia me visto antes. Como poderia saber? Só comprova as minhas suspeitas.

— Emmaline é apenas uma garotinha comum que tem amigos imaginários. Ela não é especial…

— Está mentindo; — disparei as palavras como uma flecha no alvo. — Você reconheceu minha descendência feérica no momento que botou os olhos na minha face. Sabia quem eu era.

Isolda enrijeceu o corpo, aquela expressão carinhosa que seus olhos transmitiam mudou completamente.

— Que história é essa? — Perguntou Dian num tom altivo. — Vocês são descendentes de Sídhes?

— A minha família, a família do Hardy não tem descendência com nenhum ser imortal. Minha bisavó se relacionou com um Sídhe, que encheu sua cabeça com falsas juras de amor. Quando ela engravidou, ele simplesmente sumiu. Ela deu à luz, e duas crianças nasceram. Gêmeos fortes e saudáveis, com poderes únicos. Alguns dons foram passados de geração para geração. Eu fui abençoada com ausência deles. Mas minha amada filha; — suspirou fundo para controlar as lágrimas. — Ela era diferente!

— Isolda, por que você nunca me contou?

A Senhora riu constrangida.

— Fadas não amadas, especialmente os descendentes delas.

— Nunca vou deixar de querê-la bem; — Dian sorriu amistosamente. — Nunca vou deixar de amar minha filha ou pensar na Fanny!

A Senhora ficou emocionada, os seus olhos lacrimejaram. Ela afirmou com cabeça, levantando-se para servir Dian.

— É bom tê-lo por perto!

Hardy entrou na cozinha, arrastando suas botas barulhentas. O Senhor resmungou algo sobre ladrões e funcionários antes de sentar-se.

— Bom dia; — cumprimentou com péssimo humor. — Isolda, quero um café forte e um carneiro para o almoço.

— Vou mandar as cozinheiras preparar! — serviu uma xícara de café para o marido e começou a passar ordens para as cozinhas próxima de um imenso fogão feito a lenha.

— Recebi uma carta há dois dias, do escrivão do Príncipe. — Disse Hardy bebericando o café. — Era uma escritura de um imóvel no Vilarejo de Gonddin.

— O Rei está ciente, ele sabe sobre Emmaline. Queria a neta por perto, exigiu conhecê-la.

Hardy observava a neta com receio no olhar.

— Não quero minha neta convivendo com as intrigas do Reino. Morfeu é um bom Rei, um vampiro justo e nobre. Mas existem espiões em todos os lugares, Emmaline poderia se tornar alvo de inimigos.

— Emma ficaria segura no Vilarejo de Gonddin, é o lar da minha família materna. Minhas tias são Bruxas poderosas, não teriam o que temer.

Hardy desconsiderou o comentário do Dian com um gesto vago com a mão.

— Conte-me qual era a proposta?

— Vou viver na Corte Intraterrena, no Outro Mundo com minha Escolhida. E minha filha irá comigo.

Hardy ficou estático na mesa, completamente boquiaberto. Um clima desagradável impregnou no ambiente. Até mesmo as cozinheiras ficam caladas e param de comentar sobre a receita de carneiro.

— Você está pensando em levar a minha neta embora? — Esbravejou o homem, ficando vermelho de raiva.

— Emmaline, você não está ouvido? — Dona Isolda puxa a menina. — Geleia está lhe chamando.

— Eu não estou ouvindo, vovó.

— Vamos verificar! — as duas deixam a cozinha, com as cozinheiras no encalço.

— Hardy, eu sei o quanto é injusto…

— Injusto? Dian, você conquistou a minha filha. Encheu sua mente ingênua com falsas promessas, Fanny amava você. Mesmo quando demorava meses para visitá-la, ela continua nutrindo todos os sentimentos platônicos que poderia sentir. E depois… — o homem soluçou, perdendo totalmente a compostura. — Fanny era meu mundo, meu maior tesouro. E agora, quer arrancar Emmaline dos meus braços. Não vou aceitar, Emma é minha neta, e ficará na fazenda.

— Não quero tornar essa decisão mais difícil. — Lamuriou Dian. — Eu amo Emmaline, ela é minha filha. Não posso abandoná-la.

— Pode visitá-la, como sempre fez.

— Hardy, eu…

O levantou-se irradiando ódio.

— Dian Brayan, saia das minhas terras. Fique longe da minha… — O Senhor levou a mão até o peito, cambaleando sobre a mesa.

— Hardy, você está bem? — Rapidamente auxílio o homem, pedindo para se sentar novamente.

— Meu peito, a dor é insuportável…

— Merda, fiquem aqui. Eu não demoro!

Antes que eu pudesse protestar meu companheiro se teletransportou, sumindo na nossa frente. Gritei por ajuda, chamando Dona Isolda que entrou desesperada na cozinha na companhia de várias empregadas.

— Hardy, meu amor.

— Dor, eu estou sentindo muita dor no peito.

Pelos deuses, o homem está infartando.










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