Dian - O Príncipe Dos Mortos

CAPÍTULO TRINTA E UM

O salão do Castelo estava lotado. Os moradores das cidades próximas foram convidados para participar da coroação. Uma atitude honrosa do nosso novo Monarca. Thuam não aceitava camponeses ou comerciantes perambulando por seu Castelo. Qualquer atividade na cidade deveria ser notificada no Escritório do Lorde Robes que foi demitido da sua função. 
Dian está tornando o Gabinete Real em uma verdadeira obra prima.
Os falsos estão sendo desmascarados. 
Aqueles que foram contra a coroação estão mortos. Azrael está sendo um ótimo membro da Corte, Dian o nomeou como terceiro na sucessão da coroa. 
Novos comissários e administradores foram nomeados na nova Corte Real. 
Nosso povo está feliz. O comportamento despretensioso do novo Rei está conquistando os moradores das cidades. Dian está ganhando a confiança de todos com sua honestidade, simplicidade e bondade. Os boatos da morte do Rei Thuam chegaram até os Reis Soberanos que convocaram uma Reunião com o Príncipe que ultrapassou o véu entre os Mundos. 
Dian não negou o pedido dos Reis e concordou com uma Reunião após as festividades da coroação. 
Os Lordes do Tribunal estavam esperando a entrada no futuro Rei. Fiquei sentada no Trono, aguardando meu Escolhido.
Muitos guerreiros ofereceram sua lealdade a minha família. Eles acreditam que Dian será um começo de paz e alegria, sem tortura em praça pública e principalmente sem medo. 
Meu coração não parava de bater dentro meu peito. A felicidade era inexplicável, por séculos fiquei imersa na minha dor. Pensando na família e nas possibilidades que perdi. Nunca me conformei, eu fiquei esperando uma luz. Esperando por um sinal que encontraria a minha felicidade novamente. E um garotinho desesperado para salvar a própria mãe fez um juramento de sangue que mudou completamente as novas vidas. 
No momento que as portas do grande Salão abrem-se todos param com suas festividades. Dian entrou no salão usando um terno preto, mas o grande destaque está no belíssimo manto feito de pele. O Príncipe carregava com ele a Lança de Kei, a linda arma ganhou notoriedade com o seu dourado impressionante. 
Os olhos-cítricos do macho brilham na noite, os cabelos completamente escuros. E pele pálida, apenas os lábios harmoniosos com uma cor mais rosada. O Mundo dos Mortos transformou aparência do meu Escolhido, adaptando a sua fisionomia com o novo Mundo que vai governar. No entanto, ele ficou mais deslumbrante com seus aspectos sombrios. 
Dian caminhou na nossa direção com graça,  com o olhar fixo na minha direção.

— Príncipe Dian; — Disse um Lorde, carregando o Livro dos Lendários. — Eu testemunho em minha consciência que Sua Alteza Real é o único Rei Supremo da Ilha Cruachan. — Ele abre o livro. — Quando assinar o seu nome neste livro estará ligado com a Ilha Cruachan. Não poderá deixar o Mundo dos Mortos, renegar a coroa ou fugir das suas responsabilidades com nosso povo. E nenhum Rei, Príncipe ou Ser Supremo de outros mundos terá poder para interferir na sua superioridade.

O Lorde vira o livro da direção do Príncipe, entregando uma caneta.

— Eu tenho assuntos para tratar no Outro Mundo; — Comentou Dian, observando os nomes dos Reis Soberanos destacados na folha do livro. — Uma aliança.

Dian assinou seu nome no Livro dos Lendários. Um silêncio assustador ganhou nosso Mundo quando o Lorde colocou a coroa na cabeça do novo Rei.

— Salve Dian Brayan, o Rei da Ilha Cruachan.

O Salão explodiu com uma gritaria enlouquecedora. Fazendo-me sobressaltar. 
Em minutos as festividades começaram novamente. Nosso povo começou a dançar animados com a coroação.

— Minha Rainha; — Dian segurou na minha mão, beijando o torso com carinho. — Acho que estou lhe devendo um casamento.

— Nunca é tarde. — Digo, permitindo que as lágrimas cheguem. — Eu estou muito orgulhosa.

— Sem choros. É um momento para festejar.
 
Eu concordei com a cabeça, fungando.

— Papai. — Emmaline correu para pular no colo do pai. — Você ficou bonito com o cabelo preto.