Noite após o sequestro de Bethany
-E se não a encontrarmos? – perguntou Camille, por fim, pressionando as pontas dos dedos de uma mão contra as da outra – Sei que ninguém quer pensar nisso, mas precisamos de uma rainha.
-Então Fox e Isabel se casam – falou Tina, parando de andar e colocando as mãos no encosto da cadeira vazia a minha direita – a cadeira de meu braço direito. A cadeira que Dylan deveria ocupar.
-Nós dois fazemos o que? – Isabel esbravejou olhando rapidamente para mim, a procura de um culpado, apenas para descobrir que eu estava tão surpreso quanto ela diante aquela afirmação - De onde isso saiu?
-Você passou anos querendo isso – Tina deu os ombros, respirando fundo – É a viúva de Dylan. É uma herdeira da família Venezza. E você era a segunda opção do conselho, acima mesmo de Bethany. O único motivo de você ter perdido a votação era por que Alicia tem um temperamento melhor do que o seu!
-Eu acabei de perder o meu marido e você quer que eu... – Isabel começou a se levantar. Ergui uma mão, esperando que ela parasse o que para minha supressa ela fez com um suspiro cansado e furioso. Imaginei que até mesmo a disposição dela para entrar em uma briga estivesse defasada no momento.
-Eu nunca pediria que você fizesse isso – garanti, encarando Valenttina – Você realmente pensou em tudo isso Valenttina? Não fazem nem vinte e quatro horas que Bethany sumiu, e você teve tempo de planejar até mesmo me casar com outra pessoa?
-Alguém tinha que pensar nisso! – arfou Tina, olhando para todos na mesa – Talvez ela não tenha sido sequestrada, talvez ela só tenha ido embora. Eu não iria culpa-la por isso nós fomos criados para essa vida e ela ainda é demais algumas vezes. Mas se ela tiver te deixado Fox, não podemos nos dar ao luxo de sermos vistos como fracos. Principalmente nesse momento onde todos que poderiam querer tomar o poder estão aqui.
-Você está falando da minha família? – exigiu Isabel, encarando Valenttina com raiva.
-Apenas se você achar que sim, Isabel – Tina balançou a cabeça – Você tem que me ouvir Fox...
-Estamos pensando nas coisas erradas – Annie grunhiu, puxando um dos mapas para perto – Já mandamos as equipes de buscas? Se a levaram, deveríamos mandar o máximo de homens atrás dela, antes que se afastem demais.
-Enviei um terço dos homens que temos aqui – tentei lembra-la, me virando para Isabel a procura de algum indício.
-O que? – ela piscou, parecendo acabar de sair de um estado de transe – Sim, Teodore teve que dar algumas desculpas para nossa mãe, mas metade dos homens que vieram com ele está atrás de Bethany. Os homens do pai de Dylan estão atrás dela, e os da Duquesa de também.
-Obrigada – ela pareceu voltar ao seu transe antes que eu acabasse de falar. Voltei-me para a minha irmã – Não tem mais o que possamos fazer.
-Deveríamos mandar mais homens – falou Annie, calma, um tom quase gentil – Aumente para metade dos nossos.
Balancei a cabeça - Não posso deixar todas as pessoas que convidamos para vir até aqui desprotegidas – Todas aquelas pessoas que era minha responsabilidade, todas aquelas vidas que dependiam de mim. Como Antoinette não via aquilo? – Bethany pode ser apenas um alvo, ou apenas uma distração. Podem estar atrás de qualquer um de nós. Podem estar atrás de todos nós!
-E por isso, precisamos pensar em uma rainha – repetiu Camille, mordendo o lábio inferior – Desculpe, mas as pessoas não verão você como um rei forte até estar casado Fox.
-Que pessoas? – perguntei confuso.
-As pessoas – ela repetiu, dando os ombros e voltando a se concentrar nos papeis em frente a ela, me deixando frustrado esperando uma resposta.
-E seria melhor, sem explicação nenhuma, que nós dois nos casássemos? - Isabel quase riu, amargurada – O príncipe que perdeu a noiva e a filha deserdada que não conseguiu manter o próprio marido em casa?
-Não fale assim – Annie colocou a mão no ombro de Isabel, que apenas fechou os olhos e balançou a cabeça – Estamos todos agitados demais para sermos racionais.
-Isabel está certa – falou Camille, mordendo o lábio inferior – Isso faria todos ficarem confusos e assustados. Não, precisamos de algo diferente...
-Nós podemos parar de falar nisso? – pediu Annie, quase implorando com os olhos para a prima. – Talvez devêssemos esperar nossa mãe chegar.
-Nossa mãe não vem, eu pedi que ela ficasse fora disso – Uma sombra de decepção, a mesma que havia nos olhos de nossa mãe mais cedo, passou pelos olhos da Annie antes que ela desviasse o olhar.
-No que está pensando Valenttina? – ela perguntou, erguendo uma sobrancelha. Tina tinha se afastado da cadeira onde estava apoiada, olhando pela janela.
-Talvez não precisemos chegar a isso, mas se não a encontrarmos... Talvez ninguém precise saber que a perdemos – falou Tina sem olhar para nós, como se estivesse envergonhada de cada palavra que falava – Não se tivéssemos alguém parecida o bastante com ela para colocar no lugar. Com a mesma altura, o mesmo cabelo...
Ela se virou, encarando Camille que arregalou os olhos – NÃO!
-As pessoas confundem as duas o tempo inteiro – Valenttina argumentou devagar, puxando uma cadeira – Você disse que ela gosta de Fox.
Camille se levantou antes que Valenttina pudesse pegar suas mãos – Ela tem uma queda pelo príncipe... Pelo rei. Isso não quer dizer que eles deveriam se casar! – ela olhou horrorizada para Tina – Joelle não faz parte da confusão que é essa família.
-Isabel também não – Valenttina apontou para Isabel do outro lado da mesa – E ainda sim ela está aqui.
-Pra mim já chega! – Isabel se levantou empurrando a cadeira com tanta força que ela caiu no chão, com um baque ensurdecedor – Vocês estão todos perdendo a cabeça!
-Quer que ele case com uma estranha?- Annie perguntou boquiaberta – Nem sabemos quem ela é, ou se seria uma boa rainha.
-Ela é uma boa pessoa – falou Camille, um pouco irritada agora. Respirei fundo, olhando para a cadeira vazia. Eu precisava de Dylan naquele momento, não de quatro mulheres que só sabiam brigar entre si.
-Isso não quer dizer que ela será uma boa rainha – Isabel bufou.
– É mais do que podemos dizer de você – murmurou Tina, e a próxima coisa que aconteceu foi um vaso de flores voarem em direção a Valenttina – Você está louca?
-Parem com isso! – grunhi, me levantando. – Estão agindo como crianças e eu estou me arrependendo de não ter chamado o conselho!
-O que acha que eles teriam feito? – perguntou Annie, cansada – Além de gritarem uns com os outros e procurarem uma solução, por mais absurda que seja?
Engoli em seco – Eu...
-Eu prometi que ia jantar com a mamãe. Já está tarde – ela se levantou, saindo da sala.
A sala do trono de Versalhes era maior do que a de Paris, os tronos eram maiores, as janelas e os espelhos, todo o ouro fazia que mesmo no meio da noite ela parecesse ainda maior. Fox não conseguia dormir há três noites – ele sentou-se no trono, na sala vazia e com metade das luzes apagadas. Havia um segundo trono vazio ao seu lado.
Quando pequeno, ele achou que Valenttina o assumiria e seu marido estaria onde hoje ele estava sentado. Mas Valenttina desistira há muito tempo, e ele prometerá que ela nunca teria de se casar. Ele achava que dividiria aqueles tronos com a irmã, e que eles teriam seus maridos e esposas ao lado deles, em tronos menores. Se quilo se concretizasse, hoje ele sabia que haveria duas esposas, uma para cada um deles. Mas Annie tornara-se uma musa, e ele ficará sozinho com o fardo de encontrar uma esposa. De encontrar uma rainha. E ele encontrou. Ele achava que Bethany assumiria aquele lugar, mas não tinha mais tantas certezas.
A cada hora que se passava menos provável era que ele voltasse a encontra-la e, em alguns momentos, esperava não encontrar – não queria trazê-la de volta apenas para descobrir que ela escolherá fugir. Não queria que a encontrassem se ela estivesse morta.
Sentado, sozinho no escuro iluminado apenas pelas luzes que entravam da janela vindas dos jardins e da lua, ele tentou lutar contra a ideia de ser abandonado. Estava sempre desconfiando dela, mesmo quando já não tinha muitas pessoas que pudesse confiar.
Dylan partirá, para longe e então para além da vida. Isabel estava lidando com seus próprios demônios. Valenttina só se importava com as aparências. E mesmo Annie não parecia ter certeza ao olhar para ele. Ele nunca havia visto alguém que merecia tanta confiança quanto Bethany, e mesmo assim negará isso a ela em todas as oportunidades que havia recebido.
Naquela sala em específico, havia sido colocada uma grande pintura de quando sua tia Nathalie ainda estava viva e ainda reinava. Ela, o marido e Tina. Seus pais, ele e Annie. Ele ficou olhando para aquilo, para tudo que havia acontecido para coloca-lo naquele trono, todos que haviam morrido e tudo que dera errado.
Ele perderá Dylan. E estava aceitando que, possivelmente, perderá Bethany. Ela era a última pessoa que ele tinha para proteger. A última coisa que fazia aquela coroa valer a pena.
-Majestade – ele ergueu os olhos, e por um minuto pensou estar alucinando.
-Bethany? – ele perguntou rouco, para a mulher no escuro, ela deu uma risadinha triste.
-Não – ela andou para a luz, onde ele pode ver as diferenças – Desculpe incomodar. O Duque James pediu para entregar isso, ele veio com a senhorita Valenttina e levou Camille correndo. Disse que precisam discutir algo sobre uma matéria nos jornais imediatamente...
-Meu tio poderia ter enviado um guarda – Fox murmurou, se levantando.
-Eu estava com Camille, ele só quis – ela pensou por um minuto, imitando James em seguida – Me fazer útil para a coroa.
-Você é uma convidada, não deveria se fazer útil – ele suspirou, enquanto andavam em direção à porta – Hmmm...
-Algum problema? – ela perguntou arregalando os olhos.
-Você está na minha frente. Supostamente, ninguém além da minha equipe de segurança deveria andar mais do que três passos atrás de mim. – ele deu os ombros – Exceto às vezes minha família.
-Desculpe – ela deu passinhos apresados até ficar atrás dele – Vocês tem alguma notícia dela?
-Ela sumiu no vento – Fox olhou sobre o ombro – Você se parece com ela, sabe?
Ela riu – Eu soube que quando sua mãe assumiu, todas as garotas pintaram os cabelos de preto e aprenderam a falar português. Agora todas querem ter longos cabelos loiros e lindos olhos de corça. Se andar pelas ruas provavelmente achará garotas mais parecida com Bethany do que ela própria, você nem conseguiria reconhecer a verdadeira.
-Eu só precisaria que ela sorrisse para mim – ele contrariou pensativo – Embora ela raramente sorria para mim ultimamente.
-Ela é bastante séria mesmo – refletiu a garota – Eu sorriria o tempo inteiro se...
A voz da garota morreu enquanto eles seguiam em silêncio até a ponta de um corredor onde se ouviam gritos altos. – Sobre o que disse que era essa reunião estranha tão tarde da noite?
-O duque de Bordeaux acredita que a notícia chegou à imprensa, ele quer enviar a narrativa real antes que histórias sejam criadas majestade – ela falou rapidamente, engolindo em seco.
Fox respirou fundo, balançando a cabeça – Você bebe Joelle?
-Não com frequência – ela encolheu os ombros – É difícil beber com a quantidade de remédios que eu tomo.
-Bem, melhor assim – ele deu os ombros, seguindo na direção oposta aos gritos – Você pode garantir que eu não declare guerra contra algum de nossos aliados.
-O que quer dizer? – perguntou ela, se apressando atrás dele confusa.
-Dylan pode estar morto, mas ele deixou pelo menos dois armários de bebidas bem abastecidos – Foi à explicação de Fox. Aquela seria a explicação dele, para si mesmo e para Valenttina no dia seguinte, ao explicar como Joelle fora parar nua na sua cama, com febre na manhã seguinte em reação à bebida e aos remédios.
Nas vezes posteriores, ele nem sequer preocupou-se em inventar desculpas.
Noite do Baile de Máscaras
-Cuidado rapaz, se não olhar por onde anda pode esbarrar no rei – Fox se virou rapidamente, vendo seu tio com uma máscara que imitava um pavão. Ele acenou com a cabeça para perto das camélias – Uma mocinha de dourado acabou de passar por mim. Ela teve a gentileza de pisar em um de meus pés no caminho.
A primeira coisa que ele viu foi o vestido dourado, antes de seguir atrás dela - talvez fosse a meia luz, talvez fosse confusão, o que fizeram ele esquecer que os cabelos dela não eram longos. Ele a beijou antes de olhar para ela, se olhasse, mesmo com a máscara, seria capaz de perceber que era a garota errada.
Mas ele percebeu assim que beijou ela. Ele percebeu, por que a verdadeira Bethany nem em seus momentos mais felizes beijava daquela forma - Aquela forma que fazia sentir que algo pertencia a ele, mesmo que fosse a paixão daquela garota que ele levará para a cama tantas vezes pensando em outra. Aquela cópia não fazia ele sentir que tinha que lutar uma batalha interna por cada beijo.
-Seria tudo mais fácil se eu pudesse casar com você - ele murmurou, percebendo que os sinos estavam tocando, os sentinelas provavelmente se confundindo diante a descrição de Valenttina da garota com o vestido dourado. Sim, seria mais fácil casar-se com alguém que viveria para ama-lo. James gostava da ideia, James dizia que tiraria todo o poder que os Venezza acham ter, James dizia que Bethany estava destinada a trazer o caos para o reino e que um dia ela lhe jogaria da sacada para o povo e mandaria cortarem a cabeça de Fox com um sorriso amável.
James dizia muitas coisas, inclusive que era capaz de trazer Gabrielle para o casamento. Gabrielle parecia a única coisa que ele podia fazer para deixar sua mãe feliz, depois de todas as coisas horríveis que disse para ela, depois de todas as formas como a empurrou para longe - ela reinara por duas décadas para protege-lo, ela o manteve por perto por tempo o bastante para ensinar a priorizar a família
Joelle porém não tinha mais aqueles olhos apaixonados e alegres que ele estava acostumado - ela olhava sobre o ombro dele, apavorada como quem via um fantasma. Bethany parecia um fantasma quando ele se virou. Parecia parte da falsa floresta que era aquela estufa em um vestido verde que deixava todo seu colo e seus ombros de fora, uma pedra brilhante pendendo do seu pescoço, uma das joias da família Venezza - uma declaração de seus novos aliados?
Gwendoline Arabella Margareth Johnson. O nome resoava nos ouvidos dele de novo e de novo na sala vazia. Gwendoline Arabella Margareth Johnson. Gwendoline Arabella Margareth Johnson. Gwendoline Arabella Margareth Johnson.
Herdeira do Império das... Como era o nome? Seis Américas? Ao menos ele achava que eram seis sobre as quais ele aprenderá uma década atrás nas aulas de geografia.
"Você pode ser rei Fox, mas eu sou a herdeira de um império."
Ele sequer conseguia respirar. Ele nem sabia quando Annie entrará na sala, até ouvi-la gritando no ouvido dele, mais alto que seus pensamentos.
-Fox o que você está fazendo aqui? – ela exigiu – Se não fosse por Teodore eu sequer teria encontrado você. Onde está Bethany?
-Teodore – ele grunhiu com raiva – eu vou enforcá-lo pela manhã. Ele e toda a família Venezza. Eles obviamente sabiam de tudo, Isabel obviamente sabia de tudo isso também. Não é uma surpresa que ela tenha ficado tão amiga de Bethany da noite para o dia.
-Do que você está falando? – ela o puxou para cima, uma força surpreendente – Não vamos informar ninguém. Não acho que ainda tenhamos forças que funcionem há 500 anos.
-Ele a beijou... Ela o beijou... – ele balançou a cabaça confusamente.
-Teodore beijou Bethany? – Annie estava a cada minuto mais confusa – Fox, você foi drogado? Por que Teodore e Bethany...
-Não é Bethany – ele segurou com força a manga de tule do vestido dela, fazendo-a separar-se do corpo – Ela não se chama Bethany.
-Do que você está falando?
-Gwendoline. – ele esbravejou – ela se chama Gwendoline.
-Gwendoline? – Annie piscou – Isso é realmente um nome?
-É um nome americano, aparentemente – ele cuspiu as palavras – Americano igual a ela.
-Bethany é americana? – Ela deu um sorriso nervoso – Bethany é uma americana chamada Gwendoline?
-Uma princesa americana – ele falou agitando-se – Uma princesa americana herdeira de um império. Um império do outro lado do oceano. Gwendoline Arabella Margareth Johnson.
-Arabella... – Annie repetiu boquiaberta – Esse é o nome... Oh...
-O que? – perguntou Fox, fora de si – Nome de quem?
-É o nome que estava bordado no lenço da criança americana que desapareceu anos atrás – ela engoliu em seco – Mamãe sempre achou que tia Nathalie... Fox, o que vamos fazer?
-Nós precisamos prender ela – ele se desvencilhou de Annie, andando de um lado para o outro – Precisamos tranca-la o quanto antes. Ela não pode sair do palácio, não podemos deixar que ela fuja nem que entre em contato com ninguém. Não antes do casamento.
-Casamento? – Annie tentou acompanhar o pensamento dele – Está dizendo que ainda haverá casamento?
-É claro que vai ter um casamento Antoinette. Eu não posso deixar que ela... Eu não vou a deixar ir embora. Ela não pode ir embora. Ela não vai embora. Ela é a minha rainha – ele seguiu andando de um lado para o outro – MINHA RAINHA. Ela não vai a lugar nenhum. Nós vamos nos casar e ela não vai a lugar nenhum. Ela é minha.
Annie andou devagar até um pequeno armário de bebidas – como de costume, havia um bom calmante no fundo dele. Ela serviu um copo de uísque e, sem que o irmão notasse, colocou duas doses de remédio. Ele pegou tão logo que ela ofereceu, virando de uma única vez. Ele seguiu de um lado para o outro, falando como um homem louco até tropeçar-nos próprios pés e precisar de ajuda de Annie para se equilibrar.
-Annie, tem um espião no palácio – ele falou fraco, pegando no sono – Bethany disse que alguém contou tudo isso para ela. Alguém quer tira-la de mim.
E quando Fox enfim desmaiou, ela pediu para os guardas o levarem para seu quarto e saiu pelos corredores, evitando a festa, pronta para encarar Bethany e tirar toda a verdade dela. Até encontra-la com Alicia e Isabel. Até lembrar que ela mesma, e que até mesmo Valenttina, fugiram de suas identidades por mais de uma década.
Ela olhou para aquela confusão que a corte se tornará, pensando em seu irmão perdendo a cabeça – enlouquecendo completamente, ela conclui. O que aconteceria se ela assustasse Bethany e ela realmente fosse embora? Annie sem dúvidas iria embora no lugar de Bethany.