Amaroc

By VivianeRocha07

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Ao ver a filha com o psicológico extremamente abalado por conta de muitas perdas recentes, Vivian acaba volta... More

Ninguém disse que seria fácil
Furacão

Noites Solitárias

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By VivianeRocha07


Faltava uma hora para o amanhecer quando Ander voltou para casa. Já era rotina passar a noite inteira observando as pessoas, a forma como interagiam umas com as outras, como elas eram... Felizes. E ele daria tudo para ser como eles, para ter sua liberdade, daria tudo para ser ... Humano.

Queria conviver com os humanos, experimentar sentimentos, que para ele só são possíveis em livros. Ander queria se divertir como os humanos, e até mesmo sofrer como eles. Achava fascinante a forma tão rápida que eles brigam e fazem as pazes. Isso sem falar na paixão.... No amor..., mas o que Ander mais queria era se sentir vivo. E para conseguir isso teria que passar por cima das ordens de seu pai.

O Sr. Van Horst há vinte anos proibiu a família de ter qualquer contato com humanos, quando isso aconteceu Ander ainda estava adormecido, se preparando para nascer para a vida vampira, assim, quando despertou soube das regras e não teve a opção de ir embora por nunca ter tido contato com humanos antes, ao contrário dos outros cinco irmãos. Deles, Ander conhecia apenas Laura e Vincent que decidiram ficar, só que Laura partiu um ano depois do seu despertar; Benjamin, Elisabeth e Dave foram embora. Faziam contato esporadicamente mandando uma foto, ou fazendo uma vídeo- chamada. Ander sabia por alto o que havia acontecido para seu pai ditar essa regra, e sabia que Vincent tinha a ver com isso. O que ele nunca entendeu foi por que ele resolveu ficar.

Ander sempre acatou a regra como sinal de tudo que o seu pai lhe proporcionara ao ter a dar a sua nova vida, mas à medida que os anos foram passando crescia um incômodo dentro dele, que foi crescendo até virar quase uma obsessão. Ele tinha que criar coragem para falar com o pai sem o desafiar, afinal ele merecia ter a chance de viver com os humanos assim como todos os irmãos tiveram.

­­­­­­— Observando os humanos de novo Lazlo? —disse seu pai sentado em uma poltrona de uma forma estratégica de frente para a porta.

— Lhe incomoda? —respondeu Ander tentando sem sucesso, mostrar indiferença. — E eu já pedi para me chamar pelo meu segundo nome.

Achava Lazlo um nome horrível. Como ele era o filho mais novo, seu pai teve a infeliz ideia de lhe presentear com o nome que circunda sua família há muitas gerações.

— Por acaso tens vergonha do teu primeiro nome? O nome do teu pai e o nome de teus ancestrais? — o Sr. Lazlo Estephan Van Horst disse se levantando da poltrona e indo em direção ao filho.

— Não eu só...

— Então o chamarei de Lazlo. —Ander sabia que independente da resposta seu pai lhe diria isso

— Pai, por favor não quero conversar agora. — Ander disse quase suplicando, não queria brigar com o pai e já sentia uma raiva crescendo dentro de si. Vincent descia as escadas com uma das sobrancelhas levantadas, estava intrigado, seu irmão nunca fizera com que o pai aumentasse o tom de voz.

— Pois eu quero conversar. Agora. Sente-se. — Ander respirou fundo e disse o que queria dizer:

— Eu não vou sentar! — Vincent estava indo em direção aos dois, mas a resposta dele fez com que parasse.

­— Como é? — os olhos de Estephan passaram de azul para vermelho.

— É isso mesmo, e também não vou me calar. Estou cansado pai.

— Cansado? Poderia me dizer do quê?

— Cansado de viver preso, de não poder fazer o que eu quero, o que adianta ser vampiro e ficar preso dentro dessa casa? — Vincent já havia entendido onde o irmão queria chegar e o seu pai também, mas Estephan queria ouvi-lo falar.

— O que você quer Lazlo?

— Eu não quero mais ficar preso por uma coisa que não fiz, o que adianta ser vampiro e ficar preso nessa casa? O senhor não vai mais me privar disso.

Vincent resolveu intervir, quem costumava desobedecer às ordens do pai era ele, mas não o desrespeitava como Ander havia acabado de fazer.

Ander estava com os punhos cerrados e o maxilar contraído, enquanto o único sinal de irritação do pai era os olhos que ardiam feito brasas. Vincent ficou entre os dois e disse:

— Pai, Ander, por favor mantenham a calma.

— Manter a calma Vincent? Como você pode ficar trancado aqui depois de tudo que passou? Você perdeu o amor de sua vida e não tem coragem nem de lutar por ela? Fica aqui destruído, sofrendo e sem tomar nenhuma atitude?!— Ander falou brigando com o irmão também.

— JÁ CHEGA LAZLO! JÁ- CHEGA! — gritou o pai rosnando.

— Pai, ouça-me. — Vincent interveio novamente nem um pouco abalado pela revolta do irmão. — Ander tem razão, ele não tem culpa pelo que aconteceu, e tem o direito de conhecer o mundo e experimentar prazeres como todos nós fizemos. Fui eu quem causou tudo aquilo e somente eu deveria pagar. Sei que ele não soube se expressar, mas dê a ele a chance de conhecer tudo que eu e meus irmãos conhecemos.

— Vincent, você tem ideia do que está me pedindo? Olha só como Lazlo é imprudente? Agiu por impulso, como ele se sairá na sua primeira briga? Eu mesmo respondo: se for com um humano o matará, e se for com um vampiro morrerá. E se o erro se repetir? Não quero outra batalha marcando nossa casa!

— Eu sei de tudo isso, mas ele deve aprender sozinho a lição. — Vincent disse fazendo de tudo para que o pai realizasse o pedido do irmão.

— Você aprendeu?

— Sim, eu aprendi, o que não quer dizer que eu não sofra mais as consequências. Pai, não é porque aconteceu comigo que vai acontecer com Ander. Considere.

Estephan olhou fixamente para o filho, seus olhos já haviam voltado ao azul. Pensava no que poderia dizer para argumentar com Vincent, muita coisa estava em jogo, não poderia deixar que a sua família se envolvesse em outra briga de clãs, não poderia deixar sua família correr perigo novamente...

Os Van Horst eram um dos clãs de vampiros mais antigos e poderosos que havia, e para manter essa denominação Estephan mantinha sua família longe de batalhas.

Além disso, envolvia outra coisa: a felicidade de seus filhos. Vincent estava desolado, além de ter provocado uma terrível batalha, passou um bom tempo matando para se alimentar, o que acabou tornando-o um dos vampiros mais conhecidos do mundo vampiresco por seus assassinatos. Agora além de culpa, Vincent sentia nojo de si mesmo, não sentia mais vontade nenhuma de "viver".

E Ander? Um vampiro jovem que nunca havia se envolvido com os humanos desde que se transformou. Quando Estephan o encontrou ele havia caído de um penhasco que escalava e batido a cabeça, por isso quando despertou vampiro não se lembrava de absolutamente nada de sua vida humana. Era como se tivesse de fato renascido. E não ter contato com humano nenhum o estava tornando agressivo. Sem falar nos outros filhos que foram embora para não viverem uma vida de prisioneiros. Estephan não queria que seus dois filhos sofressem e sabia que se proibisse Ander seria ainda pior. Ele teria que correr esse risco...

— Já está na hora de eu ter a família unida novamente. — Ander quase não se conteve de alegria ao ouvir o que o pai estava falando — Mas com uma condição: Vincent irá tomar conta de você para que não se meta em encrencas.

— Pai não eu...— Vincent começou a falar.

— É o único jeito, você decide.

— Por favor Vince...

— Você vai ter toda a sua eternidade para me agradecer por isso. — disse Vincent, o irmão lhe deu um abraço de aço.

Pétula acordou pela manhã com uma leve garoa caindo pela janela. Sua mãe já havia levantado e se irritou por não a ter chamado.

— Vivian! A Petty acordou! — disse Zigmunt ao ver sua sobrinha descendo as escadas devagar por conta do gesso.

— Acordou na hora certa, as panquecas já estão saindo. — disse sua mãe jogando a massa para o ar e caindo em cheio dentro da frigideira.

Pétula sentou à mesa junto com o Zigmunt que tomava uma xícara de café.

—Sabe Petty, eu estava conversando com a sua mãe, e concordamos que você tem que conhecer pessoas novas, então eu sugeri de que você participasse do acampamento de verão de Amaroc, o que acha?

— Não, obrigada. — disse Pétula sem nem pensar duas vezes. A garota não estava com vontade de conhecer pessoas novas, a presença de sua mãe e de seu tio eram suficientes. Não queria fazer amigos tão cedo.

— Hey garota! Esse acampamento é demais, vai ser bom para você, vai se divertir, além de que é uma tradição na cidade, tanto eu como a sua mãe participamos. Vai ser daqui a dois meses, você já vai ter tirado o gesso vai ter como ir. Pense até lá ok?

— Tudo bem, mas não vou mudar de ideia.

— Bom, eu já participei então quem vai perder é você. — disse Zigmunt dando a sua última cartada. Ele já havia sido adolescente um dia e sabia que nenhum discurso encorajador ia funcionar, jovens gostam de desafios.

Os três tomaram um café bem acalorado, tentando resolver em quais lugares poderiam ir visitar.

— Eu vou tomar um banho e vamos dar uma volta e decidimos no caminho para onde vamos, ok? — disse Vivian contente.

Ander andava de um lado para o outro à espera do irmão. Hoje era o primeiro dia em que poderia interagir com os humanos e não queria perder mais nenhum segundo do dia. Mas Vincent estava demorando muito para um vampiro.

Vincent ainda estava em seu quarto, olhando pela janela tentando arrumar coragem para enfrentar o que ele mesmo provocou. Fazia anos que não saía de casa, como forma de se castigar pelas coisas terríveis que havia feito. Hoje em dia, ninguém no mundo vampiresco ouvia falar de Vincent Van Horst.

— Vince? — seu pai falou atrás de si.

— Eu já estava indo, Ander deve estar gastando todo o assoalho da sala. — disse Vincent indo e direção a porta.

— Filho, soube de algo que me preocupou. A família Melrose está novamente reunida.

— O quê? — Vincent disse sentindo o corpo estremecer.

Era muita coincidência! Quando seu pai decide pôr fim ao exílio, e ele poderia seguir sua "vida" tranquilamente, todo o seu passado volta e revira todos os seus sentimentos adormecidos.

— Não importa. Acabou não é mesmo? — Vincent respondeu mais para ele do que para o pai.

— Assim espero. — respondeu o Sr. Van Horst.

Pétula estava ansiosa, sua mãe estava demorando muito e não queria perder um minuto do passeio.

— Mãe! — gritou a garota ao pé da escada. — Desse jeito vamos sair na hora de voltar para casa.

Vivian desce as escadas devagar, havia alguma coisa de errado, há dias não estava se sentindo bem, achava que não era mais só por conta da mudança, no dia seguinte ia procurar um médico, tinha quase certeza que sua gastrite nervosa havia voltado.

— Mãe?! — Pétula diz assustada ao ver a aparência pálida da mãe.

— Mana, o que foi? — Zigmunt pergunta preocupado.

— Calma gente, estou bem, só algo que comi que me fez mal. Amanhã eu procuro um médico e resolvo isso. Vamos? — disse Vivian dando um passo em direção a porta, ainda suava frio mas o enjoo havia passado, quando ia colocar a mão na maçaneta tudo escureceu.

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